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Glicério (bairro de São Paulo)

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Glicério
Bairro de São Paulo
Fundação dezembro de 1905 (118 anos)
Imigração predominante  Japão,  China, Taiwan, Coreia do Sul Coreia do Sul
Distrito Liberdade e
Subprefeitura
Região Administrativa Centro

Glicério (também conhecido como Baixada do Glicério ou Várzea do Glicério) é um bairro do centro de São Paulo, situado às margens do rio Tamanduateí. Seu nome é uma homenagem a Francisco Glicério, político paulista. Situado no distrito da , historicamente era conhecido no século XIX como Várzea do Carmo, por causa da Igreja do Carmo e da rua do Carmo.[1]

Os edifícios São Vito e Mercúrio, com o Viaduto Diário Popular à direita. Os edifícios foram demolidos para a tentativa de revitalizar a região.

A história do Glicério começa no final do século XIX e início do século XX, quando a região era predominantemente rural, com grandes chácaras e sítios. Com o crescimento da cidade, o bairro passou por um processo de urbanização e começou a abrigar imigrantes, principalmente italianos, que buscavam oportunidades de trabalho e moradia nas proximidades do centro.

A Baixada do Glicério se tornou um ponto de concentração de trabalhadores que vieram para São Paulo durante o processo de industrialização. A região atraiu uma população diversa, incluindo muitos imigrantes, devido à sua proximidade com o centro e às opções de moradia barata.

Suas ruas principais são: a rua dos Estudantes com suas pensões, a rua Conde de Sarzedas, que abriga o maior centro comercial evangélico da cidade e a rua do Glicério com a Igreja Nossa Senhora da Paz, uma paróquia pessoal dos imigrantes aos cuidados dos padres da congregação dos padres Scalabrianos. Reside o Templo da Glória de Deus da Igreja Deus é Amor, grande reduto dos cristãos neopentecostais.[2]

Transformação Urbana

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Ao longo do século XX, o Glicério passou por grandes transformações urbanas. A construção de viadutos, como o Viaduto do Glicério, e a expansão das linhas de trem e ônibus contribuíram para a integração do bairro à malha urbana de São Paulo. No entanto, essas transformações também trouxeram desafios, como a deterioração de algumas áreas e a crescente desigualdade social.[3]

A partir das décadas de 1960 e 1970, a região começou a enfrentar problemas relacionados à urbanização acelerada, como a falta de infraestrutura adequada, habitação precária e aumento da população em situação de rua. A proximidade com o centro da cidade e a oferta de moradias a baixo custo continuaram a atrair uma população vulnerável, agravando esses problemas.

Contexto atual

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No contexto atual, o bairro é ocupado principalmente por pessoas de baixa renda, pequenas indústrias e comércios locais.

Nos últimos anos, o Glicério tem sido alvo de iniciativas de revitalização, tanto por parte da prefeitura quanto de organizações sociais. Há esforços para melhorar a infraestrutura, ampliar o acesso a serviços públicos e promover a integração social dos moradores. A Baixada do Glicério também é conhecida por abrigar diversos projetos de assistência a pessoas em situação de rua, como albergues e programas de distribuição de alimentos.

Apesar dos desafios, o Glicério mantém sua importância como um ponto de diversidade cultural e social em São Paulo. O bairro é um exemplo das complexas dinâmicas urbanas da cidade, refletindo tanto os problemas quanto as oportunidades que surgem em um contexto de rápida urbanização e transformação social.

Projeto de revitalização

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O Glicério é alvo de diversos projetos de revitalização da região, devido à grande concentração de cortiços, moradores de rua, construções degradadas e uma grande quantidade de resíduos.[4]

Alguns de seus principais pontos de degradação eram os edifícios São Vito e Mercúrio, já devidamente desocupados e demolidos[5], além do Viaduto Diário Popular e casas e sobrados da região, em um total de três quadras, que serão incorporadas ao Parque Dom Pedro II.[6]

A Baixada do Glicério tem passado por um processo de reinvenção nos últimos tempos. Com diversos empreendimentos imobiliários em desenvolvimento, a região está projetada para receber cerca de 30 mil novos moradores. Nas proximidades, o projeto da Lavapés, por exemplo, contará com mais de 5 mil unidades residenciais.[7] Além disso, o perfil do bairro está mudando, com a classe média e média-alta migrando para a área, reconhecendo seu grande potencial de crescimento e valorização.

Referências

  1. «Guia de ruas: Rua do Carmo». Kekanto. Consultado em 30 de agosto de 2015 
  2. Redação (20 de janeiro de 2022). «Os nomes das ruas que contam a história de São Paulo». Meu site. Consultado em 22 de agosto de 2024 
  3. «Várzea, parque, viadutos a história do Parque Dom Pedro II». Issuu (em inglês). Consultado em 22 de agosto de 2024 
  4. "Região do Glicério está tomada pelo lixo", SPTV, 4/12/2009, visitado em 30/8/2009
  5. "Moradores são despejados de edifício Mercúrio no centro da capital", SPTV, 11/2/2009, acessado em 30/8/2009
  6. «Prefeitura recicla projeto para repaginar região do Parque Dom Pedro II». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 22 de agosto de 2024 
  7. «Direcional lança Pátio Central, com 35 torres e 5,5 mil unidades». ISTOÉ Independente. 29 de agosto de 2018. Consultado em 22 de agosto de 2024 
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