Igreja Cristã Palmariana
Igreja Cristã Palmariana | |
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Catedral da Igreja Cristã Palmariana, onde reside o Papa Palmariano | |
Orientação | Catolicismo |
Fundador | Gregório XVII |
Sede | Espanha |
Líder espiritual | Pedro III |
Página oficial | https://www.igrejapalmariana.org/ |
A Igreja Cristã Palmariana dos Carmelitas da Santa Face (em castelhano: Iglesia Cristiana Palmariana de los Carmelitas de la Santa Faz), comumente chamada de Igreja Palmariana,[1] é uma instituição religiosa geralmente considerada como seita,[2] que se autodeclara a sucessora da Igreja Católica Romana, tendo seu próprio papa e sé episcopal no município de El Palmar de Troya, Espanha.[3]
A Igreja Cristã Palmariana considera o Papa Paulo VI (a quem venera como mártir espiritual) e seus predecessores como verdadeiros papas, mas sustentam, com base em supostas aparições marianas, que o papa de Roma está excomungado e que a Santa Sé, desde 1978, foi transferida para o povoado andaluz de El Palmar de Troya.
A Igreja Cristã Palmariana teve quatro pontífices desde o seu estabelecimento, considerados antipapas pela Igreja Católica. O primeiro, Clemente Domínguez y Gómez (Gregório XVII), que se autodeclarou papa em 6 de agosto de 1978 e comandou a igreja até sua morte em 2005. O segundo, Manuel Corral (Pedro II), cofundador da Ordem dos Carmelitas da Santa Face, que sucedeu Domínguez em 2005 e liderou a igreja até sua morte em julho de 2011, e foi sucedido pelo te por Ginés de Jesús Hernández (Gregório XVIII) naquele mesmo ano, mas Hernández renunciou em 2016 para se casar com uma ex-freira palmariana. Ele foi sucedido por Markus Joseph Odermatt (Pedro III).
Ritual
[editar | editar código-fonte]A Igreja Palmariana não celebra a Missa Tridentina, instituída pelo Papa São Pio V, como a maioria dos grupos tradicionalistas católicos costuma fazer.[4][5] De acordo com o historiador brasileiro Pedro Luiz Câmara, no ano de 1983, Clemente inventou um novo ritual que se resume somente à consagração da hóstia e do vinho e à comunhão do celebrante e dos fiéis. Esta missa curta dura quase cinco minutos, e os sacerdotes palmarianos celebram atualmente doze missas de uma só vez no intervalo de uma hora, a este conjunto de "missas" palmarianas, dá-se o nome de Turno de Missas. Ainda segundo o referido historiador e seus trabalhos, outra particularidade dessa Igreja é a da sua crença na presença real da Virgem Maria na Eucaristia.[6][7] Para os palmarianos, a Virgem está presente com Jesus Cristo na hóstia consagrada e deve, por isso, ser igualmente adorada no Santíssimo Sacramento do altar.
Papas do Palmar de Troya
[editar | editar código-fonte]Os palmarianos aceitam a sucessão convencional dos Papas romanos até Paulo VI, mas rejeitam a sucessão ocorrida depois dele. Até 2016, nenhum dos sucessores de Gregório XVII foi eleito por um conclave, mas foram apontados diretamente por seus predecessores. O papa palmariano eleito é geralmente o Bispo Secretário de Estado da Igreja, segunda pessoa mais importante na hierarquia dessa religião.
Nome papal | Nome pessoal | Pontificado |
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Gregório XVII | Clemente Domínguez Gómez | 15 de agosto de 1978 – 22 de março de 2005 (26 anos) |
Pedro II | Manuel Alonso Corral | 22 de março de 2005 – 15 de julho de 2011 (6 anos) |
Gregório XVIII | Ginés Jesús Hernández Martinez | 23 de julho de 2011 – 22 de abril de 2016 (5 anos) |
Pedro III | Joseph Odermatt | 23 de abril de 2016 – presente (8 anos) |
Santos da Igreja Palmariana
[editar | editar código-fonte]A Igreja Palmariana reconhece todos os canonizados pela Igreja Católica até a morte de Paulo VI, em 6 de agosto de 1978. A partir de desta data, não reconhece nenhuma canonização nem beatificação realizada pela Igreja Católica Romana, pois começou a canonizar seus próprios santos. Como exemplos de santos palmarianos, podem-se destacar:
- São Francisco Franco;[8][9][10][11]
- São Luis Carrero Blanco;[8][9][10]
- São José Antonio Primo de Rivera;[8][9][10]
- São Josemaría Escrivá de Balaguer;[8][9][10]
- São José Calvo Sotelo;[8]
- São Cardenal Cisneros;[8]
- Santo Pelágio das Astúrias;[8]
- São Cristóvão Colombo;[12]
- Trezentos mil mártires da Guerra Civil Espanhola;
- São Gregório XVII;
- São Pedro II;
- São Pierre Martin Ngô Đình Thục;
- São Paulo VI.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Quem somos? no sítio oficial da Igreja Cristã Palmariana
- ↑ «¿El declive de los falsos Papas?». elcorreoweb.es (em espanhol). Consultado em 10 de setembro de 2020
- ↑ https://allthatsinteresting.com/palmarian-church
- ↑ Dantas, Pedro Câmara (2020). "MOSTRAI-NOS VOSSA SANTA FACE E SEREMOS SALVOS": Cultura política e construção dos espaços na Igreja Palmariana (1978-2005). Natal: [s.n.]
- ↑ «Potiguar é pioneiro no Brasil ao abordar história da Igreja Católica Palmariana». Papo Cultura. 4 de maio de 2021. Consultado em 20 de agosto de 2021
- ↑ Câmara, Pedro L. Câmara (2021). SOB O OLHAR DA VIRGEM, FESTEJANDO UMA IGREJA TRANSFERIDA: O SANTO, MAGNO E DOGMÁTICO CONCÍLIO PALMARIANO (1980–1992). Belém: RFB
- ↑ «Publicada a segunda edição de "O Vaticano do Deserto", sobre a história da seita Palmariana». Papo Cultura Blog. 29 de dezembro de 2021. Consultado em 6 de março de 2022
- ↑ a b c d e f g Rodríguez 1985, p. 147.
- ↑ a b c d Rodríguez 1997, p. 356.
- ↑ a b c d Garrido Vázquez 2004, p. 122.
- ↑ Franco 'resucita' santificado en la iglesia del Palmar de Troya, diario El Mundo, 7 de octubre de 2014.
- ↑ Clemente Domínguez, el 'Papa' de El Palmar de Troya
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Site oficial da Igreja Cristã Palmariana
- Livro de Oração Palmariano - Disponível em: https://cdn-prod.ocsficp.org/wp-content/uploads/2019/01/diversos-oraciones-portuguese-a6.pdf?x82351&x93703 (acesso em: 18/10/2019).