Inscrições de Tariate
As inscrições de Tariate[1][2] aparecem numa estela encontrada perto do Rio Hoid Terhyin no distrito de Doloon Mod, na província de Arkhangai, Mongólia.[1][3] A estela foi erigida por Baianchur Cã do Canato Uigur na metade do século VIII (estima-se entre 753 e 760).[2]
Descoberta
[editar | editar código-fonte]Os arquelogistas já sabiam da existência desta estela[4] porque era mencionada noutra estela uigur encontrada em 1909. Mas levaram 47 anos para descobrir e desenterrar a estela; finalmente sendo encontrada pelo arqueologista mongol T. Dorjsuren em 1956. Os achados estão agora expostos no Instituto Mongol de Arqueologia em Ulã Bator.[5]
Uigures
[editar | editar código-fonte]O Canato Uigur substituiu o Canato Túrquico na Ásia Central em 745. O seu fundador era Cutluque Bilgue Col[6] (745-747). Diferentemente dos seus predecessores, eram aliados da dinastia Tangue e no começo do canato os cãs apoiaram o imperador chinês contra o general revoltoso An Lushan.[7] Em 848 foram derrotados pelos quirguizes e foram forçados a mover-se a leste até Gansu e o Sinquião (também chamado Turquestão oriental), regiões da China moderna.[8]
A Estela
[editar | editar código-fonte]A estela foi erigida num plinto e é feita de granito cinza ligeiro. Há trinta linha de texto escritas em cada lado da estela em antigo turcomano usando o alfabeto de Orcom (runas túrquicas)[1] as quais também usadas nos famosos Monumentos de Khöshöö Tsaidam de Bilgue Cã e o seu irmão Cul Tiguim do Canato Túrquico em 732 e 735. O narrador é Baianchur Cã do Canato Uigur,[9] o qual reinou entre 747-759.
A narrativa
[editar | editar código-fonte]Baianchur Cã chama-se a si mesmo como "grão-cã Bilgue eletmixe (El etmixe Bilge Kagan).[10] De acordo com inscrições que aparecem nos lado leste da lousa, durante o interregno que sucedeu à morte do seu pai, Baianchu lutou contra tribos apoiando o seu irmão mais velho Tai Bilgue Tutuque (Tay Bilge Tutuk).[11] Entre estas tribos, os tártaros parecem ter sido o inimigo mais importante, dado que os seus nomes são mencionados várias vezes.[12] Na outra face é contada brevemente a história dos povos turcomanos. É notável que os nomes de Bumim Cã e Sizábulo do Canato Turcomano estejam também mencionados, isto pode significar que a tomada de poder dos uigures foi vista como um mero golpe de estado; possivelmente devido a que tinham a mesma língua.[13]
Referências
- ↑ a b c Tekin, Talât; Yılmaz, Emine; Demir, Nurettin (1 de janeiro de 2004). Makaleler II: tarihi Türk yazı dilleri (em inglês). [S.l.]: Öncü Kitap. ISBN 9789757447122
- ↑ a b Golden, Peter B.; Ben-Shammai, Haggai; Róna-Tas, András (1 de janeiro de 2007). The World of the Khazars: New Perspectives (em inglês). [S.l.]: BRILL. ISBN 9004160426
- ↑ Drompp, Michael Robert (1 de janeiro de 2005). Tang China And The Collapse Of The Uighur Empire: A Documentary History (em inglês). [S.l.]: BRILL. ISBN 9004141294
- ↑ «Ayşe Hür: Tarihi Aydınlatan Bengütaşlar ((em turco))» 🔗. Consultado em 27 de novembro de 2016. Arquivado do original em 2 de outubro de 2011
- ↑ Inscription El etmish Bilge kagan (Tariat // Terh). The "Turk bitig" site (em inglês)
- ↑ Rakhman, Abdukerim; Yalçın, Soner; Emet, Erkin (1 de janeiro de 1996). Uygur folkloru (em turco). [S.l.]: T.C. Kültür Bakanlığı
- ↑ Christian, David; Benjamin, Craig; Conference, Australasian Society for Inner Asian Studies (1 de janeiro de 2000). Realms of the Silk Roads: ancient and modern : proceedings from the third Conference of the Australasian society for inner Asian studies, ASIAS, Macquarie University, September 18-20 1998 (em inglês). [S.l.]: Brepols. ISBN 9782503511573
- ↑ Gladney, Dru C. (1 de janeiro de 2004). Dislocating China: Reflections on Muslims, Minorities and Other Subaltern Subjects (em inglês). [S.l.]: C. Hurst & Co. Publishers. ISBN 9781850653240
- ↑ «Kül-Tegin monument». webcache.googleusercontent.com. Consultado em 27 de novembro de 2016
- ↑ Curta, Florin; Holt, Andrew (30 de novembro de 2016). Great Events in Religion: An Encyclopedia of Pivotal Events in Religious History [3 volumes] (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO. ISBN 9781610695664
- ↑ Gömeç, Saadettin (1 de janeiro de 2006). Türk kültürünün ana hatları (em turco). [S.l.]: Akçağ. ISBN 9789753387736
- ↑ International Journal of Central Asian Studies, Hatice Şirin: Essay (in Turkish)
- ↑ Jean Paul Roux: Historie des Turcs (Translated by Aykut Kazancıgil,Lale Arslan Özcan), Kabalcı Yayınevi, İstanbul, ISBN 975-997-091-0 p 159