Joaquim Lopes (pintor)
Joaquim Lopes | |
---|---|
Joaquim Lopes, retratado por Heitor Cramez | |
Nome completo | Joaquim Francisco Lopes |
Nascimento | 1886 |
Morte | 1956 (70 anos) |
Nacionalidade | portuguesa |
Prémios | Primeira Medalha de Pintura, SNBA, 1934; Medalha de Ouro, Exposição Internacional de Sevilha, 1930; Prémio Silva Porto, S.P.N., 1944; etc.[1] |
Área | Pintura |
Movimento(s) | Naturalismo e Modernismo |
Joaquim Francisco Lopes (Vilar do Paraíso, Vila Nova de Gaia, 1886 — 1956) foi um pintor e professor português. Pertence à primeira geração de artistas modernistas portugueses, ainda que seja considerado por muitos como um pintor tardo-naturalista.[2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu na freguesia de Vilar do Paraíso, concelho de Vila Nova de Gaia a 23 de abril de 1886, no seio de uma família numerosa. A sua vocação artística surge no período em que se encontra a frequentar os estudos primários e findos estes irá trabalhar, pela mão de um familiar, numa serralharia. Aí é-lhe atribuída a tarefa de pintar ornamentos em cofres.
Neste período, ingressa na Escola Industrial Passos Manuel onde estuda Desenho, Pintura, Modelação, Cerâmica tendo terminado aí os seus estudos com a classificação máxima de 20 valores (1906). O estudo da cerâmica vai-lhe permitir trabalhar em fábricas deste ramo, como a Cavaco, Carvalhinho, Agueiro, etc..
Vai frequentar o curso de Pintura na Academia Portuense de Belas Artes, sendo aluno de João Marques de Oliveira e de José de Brito. Nesta escola, teve como colegas Diogo de Macedo, Henrique Moreira, Joaquim Martins, Manuel Marques e António de Azevedo.
A sua primeira exposição realizou-se em 1913 e foi em conjunto com o seu amigo Diogo de Macedo.
Em 1914 ganhou uma bolsa de estudo que lhe possibilitou pintar, juntamente com Soares Lopes, a paisagem do Gerês. O resultado destes trabalhos esteve em exposição no jornal "O Comércio do Porto".
Termina a sua licenciatura em 1915 com a média final de 17 valores e, passados quatro anos, parte para Paris onde tem a oportunidade de frequentar a "Academia Grande Chaumière". Aí é influenciado pela corrente Impressionista.
Volta a Portugal no ano de 1930 para se dedicar ao ensino, primeiro ao ensino técnico e depois ao ensino universitário como professor na Escola de Belas-Artes do Porto.
Nesta escola, onde lecionou por dezoito anos, foi também diretor (1948-1952) sendo a sua ação marcada pela participação nas Exposições Magnas, promoção da compra do atelier de Soares dos Reis, ampliação das instalações da Escola de Belas Artes do Porto e chefia das Missões Estéticas de Férias em Viana do Castelo (1940) e em Bragança (1943).
Os seus trabalhos, sobretudo a pintura a óleo, pastel e aguarela valeram-lhe vários prémios e podem ser vistos em vários museus nacionais como o Museu Nacional de Soares dos Reis (Porto), a Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, (Porto), a Casa Museu Almeida Moreira (Viseu), o Museu do Abade de Baçal (Bragança), o Museu de José Malhoa (Caldas da Rainha), o Museu Grão Vasco (Viseu) e o Museu do Chiado (Lisboa).
Em 1955 jubilou-se e faleceu em 25 de Março de 1956.
Painel de Azulejos do Rossio de Viseu
[editar | editar código-fonte]São da sua autoria os desenhos que figuram no painel de azulejos do Rossio de Viseu, executado em 1931 por encomenda da Comissão de Iniciativa e Turismo de Viseu (instituída em 1926). Nele encontram-se representadas figuras do mundo rural beirão, como o pastor com o cajado, a capucha do Caramulo, o pastor com o varapau e manta pelo ombro e um jovem pastor a tocar flauta. Representa ainda actividades comerciais, como uma feira de gado, a venda de louça e uma área de comes e bebes. Os azulejos que compõem a obra foram produzidos pela Fábrica do Agueiro, de Vila Nova de Gaia.[3][4]
Exposições
[editar | editar código-fonte]A sua obra esteve representada nas seguintes exposições:
Portugal
[editar | editar código-fonte]- O rio Douro : visto por artistas plásticos : óleos e aguarelas", organizada e patente no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, em 1963.[5]
- Os Anos 40 na Arte Portuguesa, patente entre 30 de Março de 1982 e 23 de Maio de 1982 na Sociedade Nacional de Belas-Artes (SNBA), em Lisboa, e no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa.[6]
- Pintores da Escola do Porto, Séc. XIX e XX, nas Colecções do Museu Nacional de Soares dos Reis - 150.º Aniversário do Museu Nacional de Soares dos Reis, patente entre 14 de Setembro de 1983 – 29 de Janeiro de 1984, no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e no Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha.[6]
- Carlos Ramos. Exposição Retrospectiva da sua Obra, patente entre 24 de Janeiro de 1986 – e Fevereiro de 1986 no Museu Calouste Gulbenkian, e de 31 de Outubro de 1986 a (?) no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto.[6]
- Os Naturalistas - Ciclo «150 Anos Arte Portuguesa», patente entre 9 de Novembro de 1986 e 25 de Novembro de 1986, no Museu Luís de Camões, em Macau.[6]
- Exposição de Pintura de Joaquim Lopes realizada no Museu do Douro, em 2008, integrando obras que o autor dedicou ao Douro e que se encontravam dispersas por várias instituições (Casa do Douro, Museu Nacional de Soares dos Reis, Museu Abade de Baçal, etc.).[7]
Brasil
[editar | editar código-fonte]- Exposição Internacional da Independência do Brasil (1922-1923).[8]
- I Bienal de São Paulo (1951).[8]
- Exposição: Arte Portuguesa (1550-1950) (1965).[8]
Obras Publicadas
[editar | editar código-fonte]Para além da pintura foi também escritor sendo autor das seguintes obras:
- Marques de Oliveira;
- Do Regionalismo ao Nacionalismo na Arte;
- Cândido da Cunha;
- Silva Porto.
Homenagens
[editar | editar código-fonte]- Rua Pintor Joaquim Lopes, Aldoar, Porto.[7]
- Travessa Joaquim Lopes, Vila Nova de Gaia.[7]
- Prémio Mestre Joaquim Lopes de Pintura.[7]
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ A.A.V.V. – Os Anos Quarenta na Arte Portuguesa (tomo 2). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982, p. 19
- ↑ França, José Augusto – A arte em Portugal no século XX [1974]. Lisboa: Bertrand Editora, 1991, p. 184.
- ↑ «Painel de Azulejos do Rossio de Viseu». Património Cultural, I. P. Consultado em 8 de outubro de 2024
- ↑ «Azulejos do Rossio classificados como Monumento de Interesse Municipal». Público. Consultado em 8 de outubro de 2024
- ↑ OCLC 959189201. Consultado em 22 de junho de 2022
- ↑ a b c d Fundação Calouste Gulbenkian – História das Exposições de Arte Gulbenkian - Joaquim Lopes (1886, Vila Nova de Gaia, Portugal – 1956, Vila Nova de Gaia, Portugal).
- ↑ a b c d Joaquim Lopes: Homenagens - Universidade do Porto.
- ↑ a b c Joaquim Lopes (1886-1956): o pintor português e o Brasil.