José Rodrigues Alves Sobrinho
José Rodrigues Alves Sobrinho | |
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José Rodrigues Alves Sobrinho nos anos 1950 | |
Ministro do Tribunal de Contas de São Paulo | |
Período | 1947 a 1956 |
Secretário da Educação e Saúde Pública do Governo do Estado de São Paulo | |
Período | junho de 1941 a outubro de 1942 23 de maio de 1932 a 2 de outubro de 1932 |
Deputado estadual de São Paulo | |
Período | 1913-1915, 1916-1918, 1919-1921, 1922-1924 e 1934-1937 |
Vereador de Guaratinguetá | |
Dados pessoais | |
Nome completo | José Rodrigues Alves Sobrinho |
Nascimento | 2 de janeiro de 1886 Guaratinguetá, São Paulo, Brasil |
Morte | 30 de maio de 1975 (89 anos) São Paulo, São Paulo, Brasil |
Nacionalidade | Brasileira |
Progenitores | Mãe: Maria Francisca de França Galvão Alves Pai: Antônio Rodrigues Alves |
Alma mater | Faculdade de Direito da Largo São Francisco |
Esposa | Elvira Carneiro Rodrigues Alves |
Filhos(as) | 1 |
Ocupação | Advogado |
José Rodrigues Alves Sobrinho (Guaratinguetá, 2 de janeiro de 1886 — São Paulo, 30 de maio de 1975) foi um advogado e político brasileiro. Foi Secretário da Educação e Saúde Pública do Governo do Estado de São Paulo nas gestões de Pedro de Toledo e de Fernando de Sousa Costa. Também foi ministro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) entre 1947 e 1956, do qual foi Presidente no biênio 1955 e 1956.
Biografia
[editar | editar código-fonte]José Rodrigues Alves Sobrinho nasceu em Guaratinguetá, em 2 de janeiro de 1886. Era filho de Maria Francisca de França Galvão Alves e do comendador Antônio Rodrigues Alves, figura de grande projeção na política de Guaratinguetá. Sua mãe era cunhada do Conselheiro Rodrigues Alves, que foi Presidente do Estado de São Paulo e 5º Presidente da Republica Federativa do Brasil.[1]
Fez seus estudos de humanidades nas cidades de Itu/SP, Jacareí/SP e Rio de Janeiro, então Distrito Federal.[1]
Em 1908, obteve o seu bacharelado na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Iniciou o seu ofício na advocacia e pouco depois passou a atuar como Promotor de justiça em Taubaté/SP, durante quatro anos.[1]
Era filiado ao Partido Republicano Paulista (PRP) iniciou a sua carreira política ao ser eleito para vereador em Guaratinguetá. Pouco depois, foi Deputado Estadual pelo distrito de Guaratinguetá, eleito pela primeira vez na legislatura 1913 a 1915. Foi ainda reeleito para as legislaturas de 1916-1918, 1919-1921 e 1922-1924. Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) foi membro da Comissão de Justiça e Constituição de Poderes do Estado de São Paulo. Com a Revolução de 1930, por conta da perseguição feita pelos revolucionários que tomaram o poder no país, principalmente aos integrantes do PRP, deixou de militar na política do Estado de São Paulo.[1]
Em 23 de maio de 1932, foi nomeado pelo então interventor federal Pedro Manuel de Toledo a Secretário dos Negócios da Educação e Saúde Pública do Estado de São Paulo. Aderiu e apoiou ativamente a Revolução Constitucionalista de 1932, a qual visava à deposição do então ditador Getúlio Vargas e a convocação de uma Assembleia Constituinte, de modo à restabelecer o regime democrático e o Estado de Direito no Brasil. Durante o conflito, atuou ativamente nos esforços de guerra, em especial, no apoio e coordenação dos serviços de saúde no Estado de São Paulo, em conjunto com a Cruz Vermelha, as Santas Casas de Misericórdia e serviços voluntários. Também criou e organizou o Departamento de Assistência a População Civil, subordinado a sua Secretaria, cuja função era a de coordenar a arrecadação e distribuição de donativos e serviços prestados por instituições particulares à população civil durante o período de conflito.[1][2][3][4]
Findo o conflito, em 1º de novembro de 1932 rumou para o exílio político em Portugal, inicialmente em viagem no vapor Pedro I, fazendo escala em Recife/PE, onde embarcou no vapor Siqueira Campos rumo ao continente europeu, na primeira leva de exilados, junto a um grupo de 78 líderes exilados, entre civis e militares, líderes do levante constitucionalista.[2][5]
Em 11 de agosto de 1933 retornou ao Brasil pelo vapor General Artigas, após autorização especial da ditadura. Naquele ano, retornou a advocacia, representando o Instituto do Café do Estado de São Paulo. Sobre aquele conflito publicou em 1934 o livro A Campanha Revolucionária de 1932. Ainda em 1934, foi eleito Deputado Estadual da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pelo PRP, atuando na Assembleia Constituinte do Estado.[1][6][7]
Entre junho de 1941 e outubro de 1942 exerceu novamente o posto de Secretário de Educação e Saúde Publica do Estado de São Paulo, durante a interventoria de Fernando de Sousa Costa.[8]
Em 1942, publicou obra de grande referencia para o estudo do direito: Discurso Sobre o Novo Código Penal.[1]
Em 1946, tentou candidatura ao Governo de São Paulo pelo PSD, sem sucesso.[9]
Em 1947, tornou-se ministro Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), tendo sido o seu 7º Presidente, no biênio entre 1955 a 1956. Ainda em 1956 aposentou-se do cargo. Na década de 1950 também foi Diretor-Presidente da Cia Matogrossense de Eletricidade, cargo que acumulou com o de Ministro do TCE-SP.[1][10]
Em 9 julho de 1955 participou da cerimônia de inauguração do Mausoléu do Soldado Constitucionalista, situado no parque do Ibirapuera em São Paulo/SP, carregando a quarta urna que continha os restos mortais do jovem Antônio Américo Camargo de Andrade, um dos mártires paulistas representado na letra “C” da sigla MMDC.[11]
Faleceu em 30 de maio de 1975, em São Paulo/SP. O sepultamento foi realizado no dia seguinte no Cemitério da Consolação, com amplas homenagens. A missa de sétimo dia foi realizada na Igreja de São Gabriel, na capital paulista.[12][13]
Era casado com Elvira Carneiro Rodrigues Alves (falecida em 1959), com quem teve um filho: Antônio Rodrigues Alves Netto.[14]
Homenagens
[editar | editar código-fonte]Em sua homenagem, pelo Decreto Estadual nº 14.966 de 27 de agosto de 1945 do interventor Fernando Sousa da Costa, o 3º Grupo Escolar da cidade Cruzeiro/SP foi denominado “Grupo Escolar Dr. José Rodrigues Alves Sobrinho”, atualmente Escola Estadual Dr. José Rodrigues Alves Sobrinho. Naquela mesma cidade há ainda a Rua “José Rodrigues Alves Sobrinho”, também em memória ao ilustre guaratinguetaense. Na sua cidade natal e na capital paulista, há também logradouros em sua homenagem.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f g h «Tribunal de Contas do Estado de São Paulo - Edição Histórica» (PDF) nº 123 ed. São Paulo: Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. 2009. p. 31
- ↑ a b Menotti Del Picchia, Paulo (1932). A Revolução Paulista através de um testemunho de gabinete do governador. São Paulo: Cia Editora Nacional. 304 páginas
- ↑ «Já estão sendo installados varios hospitaes de emergencia». São Paulo: Diário Nacional. 12 de julho de 1932. p. 4. Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ «Decreto nº 5.601, de 21 de julho de 1932». ALESP. 21 de julho de 1932. Consultado em 12 de março de 2020
- ↑ «Deixaram de seguir a bordo do "Pedro I" os senhores...». Rio de Janeiro: Diário Carioca. 2 de novembro de 1932. p. 1. Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ «Exilados políticos». São Paulo: A Gazeta. 29 de agosto de 1933. Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ «Porto durante o dia de hontem». Rio de Janeiro: A Nação. 11 de agosto de 1933. p. 12. Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ «O secretariado paulista». Rio de Janeiro: Jornal do Brasil. 12 de junho de 1941. p. 9. Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ «Política e Políticos: o caso paulista». Rio de Janeiro: A Noite. 4 de outubro de 1946. p. 10. Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ «Companhia Matogrossense de Eletricidade». São Paulo: Correio Paulistano. 16 de fevereiro de 1950. p. 12. Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ «São Paulo de prontidão para homenagear os herois de 32». São Paulo: Correio Paulistano. 6 de julho de 1955. p. 16. Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ «Anúncios Fúnebres». O Estado de S. Paulo. 1 de junho de 1975. p. 47. Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ «Anúncios Fúnebres». O Estado de S. Paulo. 6 de junho de 1975. p. 32. Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ «Necrologia». São Paulo. 9 de março de 1959. p. 23. Consultado em 20 de fevereiro de 2020