Mausoléu de Baiã Culi Cã
Mausoléu de Baiã Culi Cã Mausoléu de Bayan-Quli Khan Mausoléu de Bayan-Kuli Khan Mausoléu de Bayonqulixon | |
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Tipo | Mausoléu |
Construção | meados do século XIV |
Religião | Islão |
Geografia | |
País | Usbequistão |
Cidade | Bucara |
Coordenadas | 39° 46′ 00,5″ N, 64° 26′ 40,5″ L |
Localização em mapa dinâmico |
O Mausoléu de Baiã Culi Cã ou Mausoléu de Bayan-Quli Khan (em usbeque: Bayonqulixon maqbarasi é um túmulo monumental do século XIV situado na parte oriental da cidade de Bucara, no Usbequistão, onde está sepultado o Baiã Culi, monarca mongol do Canato de Chagatai entre 1348 e 1358. Junto a ele encontra-se o Mausoléu de Saif ed-Din Bokharzi, de maiores dimensões.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Baiã Culi era nominalmente o soberano do Canato de Chagatai, mas a autoridade de facto estava nas mãos do seu patrono, o amir Cazagã, chefe da tribo mongol dos caraunas, que governava a Transoxiana, Afeganistão e a parte oriental de Coração, que constituía a parte sudoeste do antigo Canato de Chagatai. Enquanto Cazagã viveu, Baiã Culi teve nominalmente a seu cargo o governo de Samarcanda. Em 1358, Cazagã foi assassinado (segundo algumas fontes pelo seu próprio filho Abedalá), Abedalá tomou o poder e matou Baiã Culi. Porém, o seu triunfo foi de pouca duração, pois várias fações em Samarcanda que contestavam a sua autoridade conseguiram expulsá-lo da cidade e ele morreu pouco depois. Com Abedalá fora de cena, é provável que tenham sido os apoiantes de Baiã Culi a ter erigido o mausoléu como memorial permanente do seu reinado.[1][2]
Arquitetura
[editar | editar código-fonte]Apesar das suas pequenas dimensões — mede apenas 7,5 por 8,5 metros, o mausoléu tem alguns dos melhores exemplares de obras em cerâmica vidrada da Ásia Central. Do ponto de vista da história da arquitetura, é importante e Soustiel e Porter descrevem-no como «o prelúdio arquitetónico dos mausoléus do Shakhi-Zinda», um conjunto de túmulos do período timúrida em Samarcanda do final do século XIV e décadas seguintes.[1]
O pishtaq (portal monumental), apresenta uma faixa impressionante de caligrafia árabe no arco, juntamente com arabescos extensos e fluidos nas duas enjuntas. Os ladrilhos são vidrados vários tons de azul e turquesa, com alguns elementos, como a moldura que abriga as faixas caligráficas, coloridos em lilás-indigo, que Soustiel e Porter sugerem que pode ter sido produzido adicionando estanho ao vidrado de cobalto, um técnica desenvolvida em oficinas de cerâmica persas da Mongólia. Todo o conjunto foi originalmente emoldurado por um friso caligráfico contínuo que corria ao longo da borda externa do pishtaq, de desenho semelhante ao pishtaq do Mausoléu de Najm ad-Din al-Kubra em Köneürgenç (Gurganje) do início do século XIV. Muitos dessas peças estão agora nas mãos de coleções de museus estrangeiros,[1] como por exemplo o Museu de Artes e Ofícios de Hamburgo[3] e o Museu Vitória e Alberto de Londres.[4] Este último tem uma coleção de peças na galeria 133 que foram removidos no final do século XIX.[1]
O interior do mausoléu tem as mesmas cores do pishtaq, embora muitos azulejos tenham caído do teto. A parte inferior da cúpula foi originalmente decorada com faixas concêntricas de hexágonos, formando padrões tesselados intercalados com estrelas e retângulos. Apesar de tudo, o que sobreviveu é suficiente para se ter uma impressão de como era antes.[1]
Abaixo, na zona de transição, as quatro trompas de ângulo e os quatro tímpanos são preenchidos, respetivamente, com abóbadas de muqarnas e arranjos geométricos de ladrilhos poligonais. Estes são emoldurados por faixas de caligrafia com poemas de Saadi de Xiraz (1210–1291/2), que versam sobre a impermanência deste mundo face à morte, um tema muito apropriado para um memorial fúnebre.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g «Saif ed-Din Bokharzi & Bayan-Quli Khan Tombs, Bukhara, Uzbekistan» (em inglês). Asian Historical Architecture. www.orientalarchitecture.com. Consultado em 22 de janeiro de 2021
- ↑ Page, Dmitriy (2008). «Saif ed-Din Bokharzi & Bayan-Quli Khan Mausoleums» (em inglês). pagetour.org. Consultado em 22 de janeiro de 2021
- ↑ «Tiles with spiral vines from the Mausoleum of Bayan Qulï Khan» (em inglês). Museu de Artes e Ofícios de Hamburgo. www.mkg-hamburg.de. Consultado em 22 de janeiro de 2021
- ↑ «Tile panel, Bukhara (made), ca. 1359 (made)» (em inglês). Victoria and Albert Museum, London. collections.vam.ac.uk. Consultado em 22 de janeiro de 2021
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Baumer, Christoph (2018), History of Central Asia, The: 4-volume set, ISBN 978-1-83860-868-2 (em inglês), Bloomsbury Publishing
- Chuvin, Pierre; Degeorge, Gerard (2001), Samarkand, Bukhara, Khiva, ISBN 9782080111692 (em inglês), Flammarion
- Gangler, Anette; Gaube, Heinz; Petruccioli, Attilio (2004), Bukhara, the Eastern Dome of Islam: Urban Development, Urban Space, Architecture and Population, ISBN 9783932565274 (em inglês), Axel Menges
- Pander, Klaus (1996), «Buchara», Zentralasien, ISBN 9783770136803 (em alemão), Ostfildern: DuMont Reiseverlag, p. 170
- Soustiel, Jean; Porter, Yves; Janos, Damien (2003), Hampton, Ellen, ed., Tombs of Paradise: The Shah-e Zende in Samarkand and Architectural Ceramics of Central Asia, ISBN 9782903824433 (em inglês), Monelle Hayot
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Saif ed-Din Bokharzi & Bayan-Quli Khan Mausoleums» (em inglês). central-asia.guide. Consultado em 20 de janeiro de 2021