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Narendra Modi

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Narendra Modi
नरेन्द्र मोदी
Narendra Modi
Modi em 2021
14º Primeiro-ministro da Índia
No cargo
Período 26 de maio de 2014 – presente
Presidente(s) Pranab Mukherjee
Ram Nath Kovind
Draupadi Murmu
Antecessor(a) Manmohan Singh
14º Ministro-chefe de Gujarate
Período 7 de outubro de 2001 – 22 de maio de 2014
Antecessor(a) Keshubhai Patel
Sucessor(a) Anandiben Patel
Dados pessoais
Nascimento 17 de setembro de 1950 (74 anos)
Vadnagar, Gujarate, Índia
Alma mater Universidade de Delhi (BA)
Universidade de Gujarate (MA)
Cônjuge Jashodaben Modi
Filhos(as) 7
Partido Partido do Povo Indiano
Religião Hinduísmo
Profissão Político
Assinatura Assinatura de Narendra Modi

Narendra Damodardas Modi (pronúncia em inglês: [ˈnəɾendɾə dɑmodəɾˈdɑs ˈmodiː]; Vadnagar, 17 de setembro de 1950)[a] é um político indiano que serve como o 14º primeiro-ministro de seu país desde maio de 2014. Modi foi o Ministro-Chefe de Gujarat de 2001 a 2014 e é o Membro do Parlamento (MP) para Varanasi, como membro do Partido do Povo Indiano. Ele é o primeiro-ministro mais antigo fora do Congresso Nacional Indiano.[1]

Foi eleito primeiro-ministro da Índia em 16 de maio de 2014, com seu partido conquistando a maioria das cadeiras do parlamento (275 das 543 cadeiras) e pela primeira vez desde 1984, a população indiana entrega o poder a um único partido.[2] Modi focou sua campanha em 2014 no combate à corrupção e no desenvolvimento econômico[3] e em 2019, ele se voltou para o nacionalismo hindu e desenvolvimentismo. Ele também deu atenção a questões de política externa, algo relativamente incomum para políticos indianos. Assim, com resultados positivos, Modi e seu partido não tiveram dificuldade em se manter no cargo por mais cinco anos.[4]

Eleito inicialmente como um moderado, Modi acabou dando uma guinada para a direita durante seu governo. Ele passou a adotar políticas nacionalistas e de apoio à maioria hindu, em detrimento das minorias do país (especialmente os muçulmanos).[5][6] Sua postura centralizadora e de certo desdém pelas instituições políticas indianas fizeram com que vários comentaristas políticos apontassem um potencial declínio da robustez da democracia no país.[7]

Narendra Damodardas Modi nasceu em 17 de setembro de 1950 em uma família de merceeiros das castas "Ghanchi" e "Teli", da cidade de Vadnagar.[8][9] Foi o terceiro de seis filhos de Damodardas Mulchand Modi e sua esposa Heeraben Modi.[10] Narendra ajudava seu pai a vender seus produtos na estação ferroviária de Vadnagar e ainda jovem montou uma barraca de chá com seu irmão.[11][12] Em 1967, completou seus estudos em Vadnagar, onde uma professora o descreveu como "um aluno comum, mas ótimo debatedor".[11]

Seu interesse por teatro influenciou a forma como se envolve na atuação política.[13] Aos oito anos de idade, Modi começou a frequentar aulas dos shakhas locais, onde conheceria seu mentor político, Lakshmanrao Inamdar, que o iniciou como um balswayamsevak. Durante suas sessões de exercícios matinais, conheceu os líderes Vasant Gajendragadkar e Nathalal Jaghda, fundadores do diretório estadual do Partido Bharatiya Janata.[10]

Os pais de Modi fizeram um acordo sobre seu casamento quando ainda era criança, mantendo as tradições milenares da casta Ghanchi. Aos 18 anos casou-se com Jashodaben Chimanlal, porém passaram pouco tempo juntos por conta das viagens de Modi e o casamento nunca foi consumado.[11] Modi manteve seu casamento em segredo durante a maior parte de sua carreira política, tendo revelado o fato somente nas eleições gerais de 2014, por conta da informação de seus dados pessoais.[14][15]

Em 1978, Modi graduou-se em Ciência política pela Universidade de Délhi e em 1983, concluiu sua prós-graduação pela Universidade de Gujarat.

Ministério do Gujarat (2001–2014)

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Em 2001, diante das novas eleições, a popularidade de Keshubhai Patel decaiu consideravelmente por conta das acusações de abuso de poder e corrução, além das críticas à forma como seu governo estava lidando com o terremoto que afetou a região em janeiro.[16][17] Diante dessa situação, o BJP anunciou Narendra Modi novo candidato ao governo regional[11], mas L. K. Advani, um dos membros tradicionais do partido, manifestou sua negativa em apoiar Modi como candidato, alegando sua "falta de experiência" em administração pública. O partido ofereceu a Modi o cargo de Vice-Mininistro-chefe do Guajarat, o que ele primeiramente recusou, [18] mas, em 3 de outubro de 2011, foi nomeado substituto de Patel como Ministro-chefe de Gujarat, com a responsabilidade de levar o partido às eleições em dezembro do ano seguinte.[19]

Após centenas de atos de violência em 2002, os partidos de oposição exigiram a renúncia de Modi perante o Parlamento indiano, e em 19 de julho de 2002, reuniu-se com seu gabinete, entregou o cargo ao Governador do Gujarat, S. S. Bhandari, e a assembleia foi dissolvida. Nas eleições seguintes, o BJP, liderado por Modi, obteve 127 dos 182 assentos no Parlamento, com uma campanha que usou significativamente a retórica anti-islâmica, embora tenha negado o fato posteriormente[20] e, dessa forma, em dezembro de 2002, foi empossado Ministro-chefe do Governo Bhandari para seu segundo mandato.

Primeiro-ministro (2014–presente)

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Modi com líderes dos BRICS em 2019.

Narendra Modi tomou posse como Primeiro-ministro em 26 de maio de 2014, numa cerimônia no Rastrapati Bhavan, como o primeiro primeiro-ministro indiano nascido após a Independência do país.[21] Todos os líderes do SAARC foram convidados para a cerimônia de posse, incluindo o presidente afegão Hamid Karzai e o premiê nepalês Sushil Koirala.[22] O primeiro gabinete de governo formado por Modi consistia em 45 ministros, número consideravelmente menor do que os 70 ministros do governo anterior.[23]

Durante seu governo, o PIB inicialmente subiu a 7% ao ano, média superior ao governo anterior (de 6,3%), mas a desigualdade social e de renda aumentou, assim como a taxa de desemprego, ao ponto do Ministério do Trabalho já não fornecer mais estatísticas. Como indicativo da situação do desemprego, em 2018, a empresa ferroviária nacional recebeu 19 milhões de candidaturas para 63.000 posições em aberto. Os sectores bancário e ferroviário começaram a ser privatizados e os orçamentos já muito baixos para a saúde e a educação (respectivamente 1,2% e 0,6% do PIB) foram reduzidos, bem como outras despesas sociais: subsídios à empregabilidade, dotações para cantinas escolares, planos de acesso à água potável. No que diz respeito ao Direito do Trabalho (Leis trabalhistas), as alterações aprovadas em 2018 limitaram ainda mais as atividades sindicais e tenderiam a facilitar as demissões e a alargar o horário de trabalho semanal dos trabalhadores.[24]

Após as eleições de 2019, Modi adotou uma postura mais conservadora e passou a defender ideais de nacionalismo hindu, e apoiou a passagem de uma nova Lei de Cidadania, que segundo vários grupos de direitos humanos, mirava especialmente a minoria muçulmana da Índia. Essas medidas, que muitos veem como parte de uma política exclusitória, gerou vários protestos pelo país. Na política externa, Modi revogou os status especiais das regiões de Jammu e Caxemira, levando a uma nova crise com o Paquistão e gerando mal-estar na comunidade internacional.[25][26][27]

Em 2021, a pandemia de COVID-19 devastou a Índia, com uma das maiores taxas de infecção, transmissão e mortes no mundo. O governo Modi foi acusado de incompetência e não fazer muito para aliviar o sofrimento da nação, que carecia de meios para enfrentar a crise. Como consequência, a popularidade de Modi, que sempre fora alta, começou a declinar.[28]

No governo Modi, as instituições democráticas indianas se deterioraram, com o aumento da retórica nacionalista hindu e concentrando mais autoridade em suas mãos.[29][30]

Personalidade e imagem

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Modi é um adepto do vegetarianismo, possui estilo de vida frugal, sendo também visto como workaholic e de personalidade introvertida.[31][32] Somini Sengupta escreveu para o The New York Times que "Modi têm procurado assiduamente reinventar a si mesmo a partir de um mascote desalinhado do nacionalismo hindu" para chegar a parecer "um administrador decisivo de estilo corporativo".[33] Dessa forma, emerge como um político experiente para a imprensa internacional, sendo que desde setembro de 2014 é o segundo líder político mais seguido na rede social Twitter com mais de 6 milhões de seguidores.[34][35] Tornou-se o primeiro político indiano a interagir virtualmente com a população através de suas atividades no Google Hangouts em agosto de 2012.[36][37]

Tem sido colocado pela mídia como um líder controverso, polarizador e divisionista.[38][39] Entretanto, o economista britânico Jim O'Neill, criador da sigla "BRIC", o descreveu como "bom em economia" e como tendo as características de que "a Índia necessitava desesperadamente em um líder".[40] Em agosto de 2013, o analista financeiro Chris Wood, estrategista-chefe do CLSA, afirmou que a eleição de Modi como Primeiro-ministro era "a maior esperança para o mercado indiano".[41]

Notas

  1. Narendra Modi nasceu Narendrabhai Damodardas Modi em 17 de setembro de 1950. Ele usa Damodardas como seu nome do meio - Gujaratis tem uma tradição de usar os nomes de seus pais como seus nomes do meio - mas ele é amplamente conhecido como Narendra Modi.(Marino 2014, pp. 4–5)

Referências

  1. Biografia oficial, recuperado 30 de setembro 2014
  2. Shah Singh, Harmeet. «Hindu nationalist Narendra Modi claims victory as India's next Prime Minister». CNN. Consultado em 17 de maio de 2014 
  3. Jaffrelot, Christopher (2015). «The Modi-centric BJP 2014 election campaign: new techniques and old tactics». Contemporary South Asia. 23 (2): 151–166. doi:10.1080/09584935.2015.1027662 
  4. Bommakanti, Kartik. «Indian national security and defence in 2019: Modi ticks three boxes». ORF (em inglês). Consultado em 11 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 28 de novembro de 2020 
  5. Buncombe, Andrew (19 de setembro de 2011). «A rebirth dogged by controversy». The Independent. Londres. Consultado em 10 de outubro de 2012. Cópia arquivada em 25 de dezembro de 2011 
  6. Menon, Kalyani Devaki (2012). Everyday Nationalism: Women of the Hindu Right in India. [S.l.]: The University of Pennsylvania Press. p. 26. ISBN 978-0-8122-2234-0 
  7. Ganguly, Sumit. «India's Democracy Is Under Threat». Foreign Policy (em inglês). Consultado em 27 de novembro de 2020 
  8. «'Modi is a Teli-Ghanchi OBC': BJP». The Times of India. 23 de abril de 2014. Consultado em 7 de outubro de 2014 
  9. «BJP plays Modi caste card to run down nitish». Hindustan Times. 18 de junho de 2013 
  10. a b Marino, Andy (2014). Narendra Modi: A Political Biography. [S.l.]: HarperCollins India 
  11. a b c d Vinod Jose (1 de março de 2012). «The Emperor Uncrowned». The Caravan. Consultado em 7 de outubro de 2014. Arquivado do original em 11 de novembro de 2013 
  12. Harit Mehta (18 de setembro de 2011). «On Race Course road?». The Times of India 
  13. «Modi's life dominates publishing space». New Kerala. 14 de março de 2014 
  14. «Narendra Modi: From tea vendor to PM candidate». India Today. 13 de setembro de 2013 
  15. Anand Bodh (17 de fevereiro de 2014). «'I'm single, so best man to fight graft': Narendra Modi». The Times of India. Consultado em 7 de outubro de 2014 
  16. Venkatesan, V. (13 de outubro de 2001). «A pracharak as Chief Minister». Frontline 
  17. Bunsha, Dionne (13 de outubro de 2001). «A new oarsman» 
  18. «Going for Modi not to be smooth». The Tribune. 3 de outubro de 2001 
  19. Srivastava, Ritesh K. (8 de abril de 2014). «Narendra Modi – Leading the race to 7 RCR». 2 News. Consultado em 23 de outubro de 2014 
  20. Filkins, Dexter (9 de dezembro de 2019). «Blood and Soil in Narendra Modi's India». The New Yorker (em inglês). Consultado em 3 de fevereiro de 2020 
  21. «Narendra Modi appointed Prime Minister, swearing in on May 26». Times of India. 20 de maio de 2014 
  22. Swami, Praveen (22 de maio de 2014). «In a first, Modi invites SAARC leaders for his swearing-in». The Hindu. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  23. Irfan, Hakeem (28 de maio de 2014). «Narendra Modi saves Rs 125 crore by keeping cabinet small». Dna India. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  24. «India still awaits the good times». Europe Breaking News (em inglês). 1 de março de 2019. Consultado em 2 de maio de 2019 
  25. «Kashmir experiencing unprecedented lockdown, 8 million people 'incarcerated': Shah Faesal». The Hindu. 7 de agosto de 2019. Consultado em 17 de agosto de 2019 
  26. «PM Modi is 'murdering the constitution,' says Shah Faesal». BBC News. 14 de agosto de 2019. Consultado em 17 de agosto de 2019 
  27. Ratcliffe, Rebecca (14 de agosto de 2019). «Kashmir: Imran Khan says Pakistan will 'teach India a lesson'». The Guardian. Consultado em 17 de agosto de 2019 
  28. «India: How COVID disaster dents Narendra Modi's well-crafted image». DW.com. Consultado em 9 de junho de 2021 
  29. Brunkert, Lennart; Kruse, Stefan; Welzel, Christian (3 de abril de 2019). «A tale of culture-bound regime evolution: the centennial democratic trend and its recent reversal». Democratization. 26 (3): 422–443. ISSN 1351-0347. doi:10.1080/13510347.2018.1542430 
  30. «An Illiberal India?». Journal of Democracy (em inglês). 15 de março de 2020. Consultado em 9 de junho de 2021 
  31. Harding, Luke (18 de agosto de 2003). «Profile: Narendra Modi». The Guardian. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  32. Naqvi, Saba (24 de dezembro de 2007). «The Hawk In Flight». Outlook India. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  33. Sengupta, Somini (28 de abril de 2009). «Shadows of Violence Cling to Indian Politician». The New York Times. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  34. Sharma, Swati (25 de junho de 2014). «White House losing Twitter was to India's Narendra Modi». The Washington Post. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  35. «Modi's world second-most followed politician on Twitter, Facebook». Times of India. 5 de setembro de 2014. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  36. «Narendra Modi on Google Hangout, Ajay Devgn to host event». Times of India. 31 de agosto de 2012. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  37. «People ask, Narendra Modi answers on Google Plus Hangout». CNN-IBN. 1 de setembro de 2012. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  38. Ramaseshan, Radhika (1 de julho de 2013). «Boomerang warning in article on 'polarising' Modi». The Telegraph. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  39. Malik, Ashok (8 de novembro de 2012). «Popular, but polarising: can Narendra Modi be PM?». Hindustan Times. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  40. «2014 will be exciting year for India». The Economic Times. 27 de novembro de 2013. Consultado em 19 de outubro de 2013 
  41. «NaMo, Ram the new mantra on Dalal Street!». The Economic Times. 15 de setembro de 2013. Consultado em 19 de outubro de 2014 

Ligações externas

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