Numerações pré-históricas
Na pré-história a contagem foi inicialmente baseada no extensivo uso dos dedos. Isso se percebe na bostonetimologia dos nomes de certos numerais básicos, principalmente para dez e cem nos numerais proto indo-europeus, ambos com a raiz *dḱ também presente em "dedos" (Latim diginos/
Primitivos sistemas com traços de contagem apareceram no período Paleolítico Superior. Sistemas mais complexos se desenvolveram no Antigo Oriente junto com o desenvolvimento da escrita da Idade do Bronze junto com os sistemas de Proto-escrita.
Traços de contagem
[editar | editar código-fonte]Outros meios de contagem que não fossem dedos surgiram também no Paleolítico Superior. Os mais antigos exemplos de traços de contagem datam de cerca de 25 a 35 mil anos atrás, na forma de marcas gravadas em ossos encontradas no contexto da Idade da Pedra na Europa (Períodos Aurignaciano e Gravetiense) e também da Idade da Pedra tardia da África.
O chamado Osso de lobo é um artefato pré-histórico descoberto em 1937 na Tchecoslováquia durante escavações no sítio arqueológico de Dolní Věstonice, Morávia sob o comando de Karel Absolon. Essa peça data de cerca de 30 mil anos a.C. (período Aurigniciano) e apresenta 55 traços marcados. Uma cabeça de uma estatueta de Vênus foi encontrada nas proximidades.[1]
O Osso de Ishango encontrado em Ishango, área da hoje República Democrática do Congo, cuja idade é de 20 mil anos, é notável por representar uma série de números primos. No livro How Mathematics Happened: The First 50,000 Years, Peter Rudman questiona que o conceito de número primo somente poderia ser compreendido depois do conceito de divisão, o qual data de 10 mil a.C., enquanto que o conceito de números primos teve início em 500 a.C. Ele também observou que "não se tentou explicar porque traços em algo pudessem mostrar múltiplos de dois, números primos entre 10 e 20 e alguns números múltiplos de dez."[2]
Os processos de contagem se tornaram mais sofisticados período Neolítico noo Oriente Médio, se desenvolvendo diversos tipos de Proto-Escritas. A escrita cuneiforme se desenvolveu a partir associada ao restreamento de bens durante a Idade do Cobre..
Os Mokshas, conforme a arqueologia da União Soviética tinham um sistema numeral arqueologicamente confirmado, o qual datava da Idade da Pedra.[5] Os numerais eram feitos por traços gravados em madeira, desenhados sobre argila ou em súber. Em alguns locais ficaram preservados até o início do século XX, mantidos por mercadores, apicultores e pessoas idosas dos vilarejos. Tais numerais ainda podem ser encontrados em objetos de pastores de rebanhos, coletores de impostos, apiários e em peças de argila.ttery.[6] [3] [7] [8]
Idade do Bronze
[editar | editar código-fonte]América pré-colombiana
[editar | editar código-fonte]Exemplos
[editar | editar código-fonte]O Plano suplementar multilingual da Unicode tem um bom número de faixas de Código reservados para símbolos pré históricos de numerais:
- Numeração egéia (10100–1013F)
- Numeração Grega antiga (10140–1018F)
- Números e pontuação Cuneiformes (12400–1247F)
- Numerais barras de contagem (1D360–1D37F)
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Ábaco
- Números áticos
- Números de aborígenes da Austrália
- Numerais chuvaches
- Sistema numérico de varas
- Numerais inuítes
- Numeração romana
Referências
- ↑ *Graham Flegg, Numbers: their history and meaning, Courier Dover Publications, 2002 ISBN 978-0-486-42165-0, pp. 41-42.
- ↑ Rudman, Peter Strom (2007). How Mathematics Happened: The First 50,000 Years. [S.l.]: Prometheus Books. p. 64. ISBN 978-1-59102-477-4
- ↑ a b Drevnosti mordovskogo naroda. - Saransk, 1941, P.33
- ↑ Мордва: Историко-этнографические очерки. Саранск,1981
- ↑ Materialy po istorii mordvy VIII - IX vv. Dnevnik arkheologicheskikh raskopok P.P.Ivanova. - Morshansk, 1952
- ↑ Martyanov V.N., Nadkin D.T. K voprosu o finno-ugorskoy sisteme schisleniya//Materialy po arkheologii i etnographii Mordovii. - Saransk, 1975
- ↑ Kniga pisma i mery pistsov Dmitriya Yuryevicha Pushechnikova da podyachego Afanasiya Kostyayeva mordovskikh i burtasskikh zemel 132-go, 133-go i 134-go godov (GAFKE, Moscow Oruzheynaya palata fund, opis №33, d. № 3535
- ↑ Мартьянов В. Н. Пиктографические изображения на парях — свадебных сундуках мордвы Горьковской области // Тр. НИИЯЛИЭ при Совете Министров Мордовской АССР. — Саранск, 1974. — Вып. 45
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Arthur J. Evans, Writing in Prehistoric Greece, Journal of the Anthropological Institute of Great Britain and Ireland (1900).