Palácio de Sant'Anna
Palácio de Sant'Anna | |
---|---|
Fachada principal do Palácio de Santana, voltada para a Calçada de Santana, em 2018. | |
Informações gerais | |
Nomes alternativos | Palacete na Calçada de Santana, n.º 214 |
Estilo dominante | Chão e barroco |
Construção | Século XVIII |
Website | Página oficial |
Património de Portugal | |
DGPC | 21006551 |
SIPA | 27745 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localização | Calçada de Santana, Arroios |
Coordenadas | 38° 43′ 05,5″ N, 9° 08′ 20,8″ O |
Localização em mapa dinâmico |
O Palácio de Sant'Anna, igualmente conhecido como Palacete na Calçada de Santana, n.º 214, é um palácio situado na freguesia de Arroios, na cidade de Lisboa, em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]O palácio está inserido na malha urbana em gaveto, formando sensivelmente um L, com as fachadas principais para a Calçada de Santana e para a Rua do Instituto Bacteriológico, enquanto que a tardoz, onde se encontra uma área ajardinada, está orientada para o Hospital de São José, a encosta da Graça e a Penha de França.[1] Encontra-se na área de protecção do Campo dos Mártires da Pátria,[2] classificado como Imóvel de Interesse Público.[3]
O imóvel segue principalmente as linhas do estilo chão, com alguns elementos de inspiração barroca italiana.[1] Apresenta uma grande horizontalidade, destacando-se pelas proporções e organização simétrica das fachadas, principalmente a que dá para a Calçada de Santana.[1] Ambas as fachadas possuem vãos dispostos de forma regular, sendo as do andar nobre de sacada, enquanto que as dos restantes pisos são de peito.[1] É de especial interesse o portal principal, que abrange dois pisos devido à natureza em declive do terreno, e com uma moldura em cantaria profusamente trabalhada, unindo-se ao janelão central do piso de cima.[1] Este possui uma varanda de maiores dimensões do que as laterais, e tem igualmente uma moldura em cantaria esculpida, com uma verga em lóbulos de forma curvilínea, modelo típico do barroco joanino.[1]
Embora tenha sido construído originalmente como uma residência particular abastada, nos inícios da década de 2000 ganhou novas funções, como um edifício de escritórios e um centro para eventos.[4] No interior merece uma especial atenção o átrio principal, uma capela de pequenas dimensões, a escadaria para o piso nobre, e várias salas naquele andar.[1] O interior está ricamente decorado, centrando-se principalmente no estilo neoclássico com alguns elementos do Rococó, dos finais do século XVIII, com azulejos, estuques e tectos pintados com telas.[1] Destacam-se os azulejos pombalinos na capela, e os lambris de azulejos na escadaria principal, de inspiração neoclássica.[1] Também são de interesse os pavimentos das salas do piso nobre viradas para poente, elaborados em madeiras exóticas com motivos decorativos geométricos.[1]
História
[editar | editar código-fonte]O palácio foi construído em 1740,[4] sobre estruturas já existentes, que teriam sido as ruínas ou alicerces de lotes ou foros.[1] Logo em 1755 foi muito danificado por um grande sismo, tendo sobrevivido apenas as fachadas viradas a Norte e poente.[4] As obras de reconstrução foram concluídas em 1764.[1] Em 1795 foram colocados os azulejos neoclássicos na escada e no piso nobre do edifício, produzidos na Real Fábrica do Rato.[4] Entre 1896 e 1805 foram pintados os tectos e as sancas de várias salas, cuja obra ficou a cargo do célebre artista Jean-Baptiste Pillement e da sua escola.[4] Entretanto, em 1800 instalaram-se os pavimentos em parquet francês nos salões e no vestíbulo, utilizando madeiras exóticas.[4] Depois de um período de interregno, entre 1830 e 1840 o recheio da casa voltou a ser valorizado, desta vez com a aquisição de molduras para as paredes dos salões.[4]
Em 1867 inicia-se uma nova fase na história do edifício, com a instalação da Embaixada do Império Austro-Húngaro.[4] Esta foi encerrada em 1918, na sequência da extinção do Império Austro-Húngaro, após o final da Primeira Guerra Mundial.[4] No ano seguinte foi comprada pelo professor António Lino Neto, que a utilizou como habitação.[4] Entre 1940 e 1998 foi arrendada à Direcção Geral de Viação, que sedeou ali os seus serviços e os da Polícia de Viação e Trânsito.[4] Em 2000 foi adquirida pelo arquitecto João Teixeira da Motta Guedes e pela sua esposa, Maria de Jesus Patrício Lino Netto da Motta Guedes, encontrando-se nessa altura em grave estado de conservação.[4] Os trabalhos de recuperação iniciaram-se em 10 de Abril desse ano, e foram concluídos cerca de dois anos depois, tendo o palácio sido aberto ao público em 2 de Novembro de 2002.[4]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l «Palácio da Calçada de Sant'Ana». Visitar Lisboa. Câmara Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de Maio de 2022
- ↑ FIGUEIREDO, Paula (2009). «Palacete na Calçada de Santana, n.º 214». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 17 de Maio de 2022
- ↑ VALE, Teresa; GOMES, Carla (1994). «Campo de Santana / Campo dos Mártires da Pátria». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 17 de Maio de 2022
- ↑ a b c d e f g h i j k l m «Cronologia». Palácio de Sant'Anna. Consultado em 17 de Maio de 2022
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Página oficial do Palácio de Sant'Anna
- Palacete na Calçada de Santana, n.º 214 na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural