Rodrigo Pereira Felício
Rodrigo Pereira Felício | |
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Conde de São Mamede pelo Reino de Portugal | |
Investidura | 2 de março de 1869 |
Sucessor(a) | José Ferreira Pereira Felício |
Nascimento | 22 de janeiro de 1821 |
São Mamede de Infesta, Douro Litoral, Portugal | |
Morte | 26 de julho de 1872 (51 anos) |
Rio de Janeiro, Brasil | |
Cônjuge | Joana Maria Ferreira Felício (c. 1849–72) |
Pai | José Pereira Felício |
Mãe | Maria Benta de Figueiro |
Ocupação | capitalista banqueiro |
Religião | Catolicismo |
Rodrigo Pereira Felício (22 de janeiro de 1821 — 26 de julho de 1872), visconde e primeiro conde de São Mamede, foi capitalista e banqueiro português radicado no Brasil.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Nasceu na localidade de Carril Branco, São Mamede de Infesta, filho de José Pereira Felício e de sua mulher Maria Benta de Figueiredo, natural de Valença do Minho. Pelo lado paterno, era neto de Felício Pereira e de sua mulher Ana de Jesus, e pelo lado materno, era neto de Francisco José de Figueiredo e de sua mulher Ana Maria.
Emigrou para o Brasil com apenas nove anos de idade, sob provável orientação de seu tio-avô, Joaquim Antônio Ferreira, futuro Visconde de Guaratiba, chegando ao Rio de Janeiro em 8 de julho de 1830. Dedicou-se à atividade comercial.
Em 1 de setembro de 1860, tornou-se presidente do Banco Rural e Hipotecário do Rio de Janeiro, em substituição ao Barão de São Gonçalo.[1] Em maio do ano seguinte, viajou para a Europa, onde esteve por dois anos. Por esse tempo, foi agraciado com a comenda da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa por outorga do rei Luís I de Portugal, em 1862.[2] No ano seguinte, foi elevado a moço fidalgo da Casa Real e agraciado pelo Papa com a comenda da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, por ocasião de sua visita a Roma.[3]
Foi um dos fundadores do Brazilian and Portuguese Bank, depois chamado English Bank of Rio de Janeiro, sediado em Londres e com filiais no Rio de Janeiro, em Lisboa e no Porto. Também foi membro destacado da Associação Comercial do Rio de Janeiro e da Sociedade Portuguesa de Beneficência, da mesma cidade.
Devido a mudanças dos estatutos do English Bank, Felício retirou-se do mesmo e, junto com João José dos Reis e José Carlos Mayrink, fundou o Banco Comercial do Rio de Janeiro, em 6 de abril de 1866.
Durante sua estadia na Europa, mandou construir a atual igreja paroquial de São Mamede de Infesta, para o que doou cerca de 12 contos de réis. As obras da construção tiveram início em 27 de agosto de 1864 e foram concluídas em 7 de setembro de 1866. Em razão disto, foi agraciado pelo Rei de Portugal com o título de Visconde de São Mamede, por decreto de 12 de setembro seguinte.[4] Em 2 de março de 1869, foi promovido a conde. Foi, também, agraciado com Armas de Mercê Nova.
Faleceu aos 51 anos de idade, devido a um aneurisma do coração.[5]
Era casado, desde 29 de julho de 1849, com sua prima Joana Maria Ferreira da Silveira (Rio Grande, 20 de julho de 1834 - Lisboa, 18 de março de 1897), filha de seu tio-avô José Gonçalves Ferreira e de Lina de Jesus da Silveira Ferreira. Eles tiveram os seguintes filhos:
- José Ferreira Pereira Felício (Rio de Janeiro, 4 de outubro de 1853 - Loures, Lisboa, 14 de junho de 1905), segundo conde de São Mamede; tendo uma de suas filhas, Lydia Pereira Felício de São Mamede, casada com o diplomata e político Joaquim Francisco de Assis Brasil.
- Eugênia Virgínia Ferreira Felício (Rio de Janeiro, 13 de novembro de 1854 - 22 de fevereiro de 1929[6]), casada com Rodolfo Smith de Vasconcelos, 2.º barão de Vasconcelos;[7]
- Maria Julieta Pereira Ferreira Felício (Rio de Janeiro, 29 de novembro de 1865 - 26 de abril de 1947), casada com Francisco de Campos de Castro de Azevedo Soares, 2º conde de Carcavelos.[8]
A condessa viúva voltar-se-ia a casar, em novembro de 1876, com Miguel Joaquim Xavier de Novais, também português, irmão do escritor Faustino Xavier de Novaes e de Carolina Augusta Xavier de Novais, esposa de Machado de Assis.
Referências
- ↑ «Noticias diversas». Hemeroteca Digital Brasileira. Correio Mercantil. 2 de setembro de 1860. p. 1. Consultado em 27 de fevereiro de 2018
- ↑ «Noticias diversas». Hemeroteca Digital Brasileira. Correio Mercantil. 13 de janeiro de 1863. p. 2. Consultado em 27 de fevereiro de 2018
- ↑ «Noticiario». Hemeroteca Digital Brasileira. Diário do Rio de Janeiro. 19 de abril de 1863. Consultado em 27 de fevereiro de 2018
- ↑ «Exterior». Hemeroteca Digital Brasileira. Correio Mercantil. 8 de novembro de 1866. p. 1-2. Consultado em 27 de fevereiro de 2018
- ↑ «Obituario». Hemeroteca Digital Brasileira. Diário do Rio de Janeiro. 3 de agosto de 1872. p. 2. Consultado em 27 de fevereiro de 2018
- ↑ «Vida Social - Fallecimentos». Hemeroteca Digital Brasileira. Correio da Manhã. 23 de fevereiro de 1929. p. 5. Consultado em 27 de fevereiro de 2018
- ↑ Barão de Studart. «Rodolpho Smith de Vasconcellos». Portal da História do Ceará. Diccionario Bio-bibliographico Cearense. Consultado em 27 de fevereiro de 2018
- ↑ «Correspondência de Machado de Assis - Tomo II - 1870-1889» (pdf). www.literaturabrasileira.ufsc.c. p. 271. Consultado em 27 de fevereiro de 2018