Usuário(a):Amm2018/Testes/museu histórico nacional
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O Museu Histórico Nacional (MHN) é um museu dedicado à história do Brasil, localizado na Praça Marechal Âncora, no centro histórico da cidade do Rio de Janeiro (RJ), no Brasil. Foi criado em 1922 pelo presidente Epitácio Pessoa,[1] como parte das comemorações do Centenário da Independência do Brasil e o seu primeiro diretor foi o advogado e jornalista Gustavo Barroso.[2] Possui um vasto acervo constituído por mais de 287 mil peças que correspondem a 67% do patrimônio museológico sbb a guarda do Ministério da Cultura. São manuscritos, iconografia, mobiliário, armaria, esculturas, indumentária, etc.
História
[editar | editar código-fonte]O local onde se encontra era primitivamente uma ponta de terra que avançava sobre as águas da baía de Guanabara, entre as praias de Piaçaba e de Santa Luzia. Nessa ponta, os portugueses ergueram, em 1603, o Forte de São Tiago da Misericórdia,[3] ao qual se acrescentou a Prisão do Calabouço (1693) - destinada a escravos faltosos -,[4] a Casa do Trem (1762) - depósito do "trem de artilharia" (armas e munições) -, o Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro (1764) e o Quartel (1835).[5]
Por sua localização estratégica para a defesa da cidade, então capital, a ponta e as instalações nela mantidas foram área militar até 1908, quando o Arsenal de Guerra foi transferido para a ponta do Caju.[6]
Na década de 1920, a ponta do Calabouço foi aterrada e reurbanizada para acolher a "Exposição Internacional comemorativa do Centenário da Independência do Brasil".[7] Para integrar o evento, as edificações do antigo Arsenal de Guerra foram ampliadas e embelezadas, com decoração característica da arquitetura neocolonial.
Em 12 de outubro de 1922 foram abertas ao público, compreendendo o "Palácio das Grandes Indústrias", um dos pavilhões mais visitados da exposição, e duas galerias do Museu Histórico Nacional, criado em agosto daquele ano pelo então presidente da República, Epitácio Pessoa (1919-1922), visando dotar o país de um museu voltado para a História do Brasil.[8]
Atualmente o museu ocupa todo o conjunto arquitetônico da antiga ponta do Calabouço, constituindo-se no mais importante museu histórico do país e em expressivo centro gerador de conhecimento. Abrigou o primeiro curso de Museologia do país, criado em 1932, e que funcionou nas dependências do museu até 1977, tornando-se uma referência para a constituição de outros importantes museus brasileiros.[1] Outra importante instituição que começou no Museu Histórico Nacional foi a Inspetoria dos Monumentos Nacionais, criada em 1934, que transformou-se mais tarde no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).[9]
Características
[editar | editar código-fonte]O conjunto distribui-se em uma área de 20.000 m². Do primitivo Forte de São Tiago e da Prisão do Calabouço, restam apenas as fundações. Subsistem até aos nossos dias o edifício da Casa do Trem (totalmente recuperado na década de 1990), o do Arsenal de Guerra (onde se destaca o imponente Pátio da Minerva), e o Pavilhão da Exposição de 1922, atualmente ocupado pela Biblioteca.
Na Casa do Trem foi esquartejado o corpo de Tiradentes, após sua execução no Campo de Lampadosa (atual Praça Tiradentes), no final do século XVIII.
Acervo
[editar | editar código-fonte]O acervo aberto à visitação se divide em várias exposições, permanentes e temporárias. Entre as exposições permanentes estão:
- O Pátio dos canhões, que guarda a coleção de canhões do museu e reúne exemplares de Portugal, Inglaterra, França, Holanda e do Brasil; foi a primeira exposição do país a ter legendas em braile;
- A exposição Portugueses no Mundo, que mostra o processo de colonização e seus desdobramentos econômico-culturais, composta de peças ligadas à navegação, às monoculturas de cana-de-açúcar e café, à mineração, à chegada da corte portuguesa no Brasil e à imigração do século XIX;
- A exposição Do Móvel ao Automóvel: transitando pela História, que mostra 29 peças como cadeirinhas, carruagens, berlindas e os primeiros automóveis a circular no Rio de Janeiro. Uma das raridades dessa exposição é o carro Protos, pertencente ao Barão do Rio Branco e um dos dois únicos existentes no mundo.
Além das exposições, o museu possui o maior acervo numismático e filatélico da América Latina, com cerca de 127.000 peças, entre moedas, cédulas, selos, carimbos, sinetes, medalhas e ordens honoríficas. Há várias peças raras, como a moeda Peça da Coroação, com tiragem de apenas 64 exemplares, cunhada a mando do Imperador Dom Pedro I para comemorar sua coroação, em 1822, a medalha de homenagem a Louis Pasteur, bulas dos Papas Clemente VI (século XIV) e Júlio II (séculos XV e XVI) e a Insígnia Imperial Ordem da Rosa, criada para perpetuar a memória do segundo casamento de Dom Pedro I com Dona Amélia de Leuchtenberg.
Há também uma biblioteca, com mais de 57.000 títulos relativos a história, heráldica, filatelia, numismática, museologia, moda e genealogia. Nela se encontram obras raras dos séculos XVI, XVII e XVIII e edições esgotadas, originais e obras ricamente encadernadas.
No Acervo Histórico, estão reunidos documentos manuscritos e iconográficos, como fotografias e gravuras, referentes à nossa história e divididos em coleções. São 50.000 documentos, disponíveis para pesquisa através de agendamento. Entre as coleções, estão as dedicadas ao fotógrafo Juan Gutierrez, que documentou a Revolta da Armada no Rio de Janeiro, as de Augusto Malta e Marc Ferrez, a dedicada a Carlos Gomes, composta de partituras, missivas, libretos e fotografias, e a Coleção Família Imperial, com gravuras, documentos e outros objetos referentes a D. Pedro I, D. Pedro II e familiares.
Ainda, o Centro de Referência Luso-Brasileiro (Cerlub), vinculado ao Arquivo Histórico e criado em 1998 como parte das comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao país e voltado à documentação e divulgação das histórias de Portugal e do Brasil.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «DECRETO Nº 15.596, DE 2 DE AGOSTO DE 1922 - Publicação Original - Portal Câmara dos Deputados». www2.camara.leg.br. Consultado em 9 de janeiro de 2018
- ↑ «Gustavo Barroso | CPDOC». cpdoc.fgv.br. Consultado em 9 de janeiro de 2018
- ↑ «Forte São Tiago da Misericórdia | Museus do Brasil». museusdobrasil.wordpress.com. Consultado em 17 de janeiro de 2018
- ↑ «Publique!». www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br. Consultado em 15 de janeiro de 2018
- ↑ «Museus do Brasil». Consultado em 15 de janeiro de 2018
- ↑ «Museu Histórico Nacional | Conteúdo completo sobre o Museu Histórico Nacional». mhn.museus.gov.br. Consultado em 9 de janeiro de 2018
- ↑ Morettin, Eduardo (março de 2011). «Cinema e Estado no Brasil: a Exposição Internacional do Centenário da Independência em 1922 e 1923». Novos estudos CEBRAP (89): 137–148. ISSN 0101-3300. doi:10.1590/S0101-33002011000100008
- ↑ «Museu Histórico Nacional tem exposição sobre os seus 90 anos». Rio de Janeiro. 11 de outubro de 2012
- ↑ «Linha do tempo: Iphan 80 anos»
Ligações externas
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Categoria:Museus nacionais do Brasil
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