Usuário(a):Bruna Baddini/Testes
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Edifício Anchieta | |
---|---|
Edifício Ancheita | |
Informações gerais | |
Tipo | Residencial e comercial |
Estilo dominante | Arquitetura modernista |
Arquiteto(a) | Escritório MMM Roberto |
Inauguração | 1941 |
Dimensões | |
Outras dimensões | Área total 2970,60m² Área Construída 12331,38m² |
Número de andares | 10 |
Localização | Av. Paulista, 2584 - Consolação, São Paulo - SP, Brasil, 01310-300 |
O Edifício Anchieta é um prédio localizado no bairro da Consolação, na esquina entre as movimentadas Avenida Paulista, Rua da Consolação e Avenida Angélica, em São Paulo. Projetado em 1941 por MMM Roberto, um dos escritórios mais importantes no cenário da Arquitetura Moderna Brasileira, o Edifício Anchieta foi financiado e pensado para abrigar funcionários do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI).[1]
Com 2970,60m² de área total e 12331,38m² de área construída, o prédio foi constituído entre térreo, sobreloja, além de 10 pavimentos tipo terraço e jardim. Possui 60 unidades simples e 12 duplex, o Anchieta era para ser originalmente divido entre uso residencial, comercial e serviços, mas segue, atualmente, somente com uso residencial e comercial. Seus arquitetos foram os irmãos Marcelo (1908-1964), Milton (1914-1956) e Maurício Roberto (1921-1996). O prédio abriga também um dos mais tradicionais restaurantes da cidade, o Bar Riviera.[2]
Atualmente, o Edifício está em processo de tombamento realizado pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e enquadrado no Plano Regional Estratégico das Subprefeituras da cidade, a ZEPPEC (Zoanas Especiais de Preservação Cultural).[3]
História
[editar | editar código-fonte]O Edifício Anchieta foi encomendado e financiado pelo Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), com a função de servir como moradia de aluguel para os funcionários da Indústria. Posteriormente, acabou sobre domínio do alto escalão do Instituto e assim durou até o ano de 1963, quando o presidente Jânio Quadros decretou o fim do IAPI. A partir de então, a administração do prédio passou às mãos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que vendeu os apartamentos. [4]
Durante a década de 70, o prédio sofreu sua primeira alteração estrutural. Com a aprovação do projeto de alargamento da Avenida Paulista em 20 metros, aprovado pela Lei 7.166 de 17 de julho de 1968[5], o edifício perdeu seu jardim voltado à Avenida Paulista. Outra mudança sofrida foi alteração das duas portarias de veículos antes orientadas para a Avenida Angélica e a Rua da Consolação. Com o projeto de alargamento da Rua da Consolação e a construção da galeria subterrânea de pedestres, também conhecida como Passagem Literária da Consolação, esse acesso foi fechado e manteve somente a saída para a Avenida Angélica.[4]
Escritório MMM Roberto
[editar | editar código-fonte]Um dos mais importantes escritórios de Arquitetura Moderna Brasileira, o MMM Roberto foi fundado em 1935 no Rio de Janeiro pelos irmãos Marcelo (1908-1964) e Milton (1914-1956) e, posteriormente, integrado pelo terceiro irmão Maurício Roberto (1921-1996).[4]
Entre os anos de 1935 e 1996 de sua existência, o escritório passou por três nomes diferentes. Fundado em 1935, foi batizado somente como MM Roberto, através da junção dos nomes Marcelo e Milton. Posteriormente, em 1941, com a entrada de Maurício à equipe, o escritório passou a adotar o nome mais famoso e que consagrou os irmãos na arquitetura: MMM Roberto. Somente em 1964, após a morte de Marcelo e Milton, Maurício renomeou a companhia para M Roberto Empreendimentos de Arquitetura Ltda.[6]
Os irmão são responsáveis também pelo projeto do Edifício-sede da Associação Brasileira de Imprensa, a ABI, construído no ano de 1943 no Rio de Janeiro. Forte referência no movimento arquitetônico moderno brasileiro, o projeto traz inovações como a utilização do brise-soleil e “o primor no detalhamento de esquadrias que evidenciam a preocupação com o conforto térmico e com a necessidade de adequar a arquitetura ao clima” [2]
Além do Edifício-sede da Associação Brasileira de Imprensa, os irmãos Roberto também assinam a estação de passageiros do Aeroporto Santos Dumont, resultado de um concurso em 1938. [6]
O Bar Riviera
[editar | editar código-fonte]Famoso reduto cultural, o Bar Riviera foi fundado em 1949 ocupando térreo e sobreloja do Edifício Anchieta, com face para a Rua da Consolação. Ponto de encontro fervoroso entre artistas e intelectuais, o estabelecimento ficou conhecido por receber grandes nomes nacionais como Chico Buarque, Toquinho e Elis Regina [4], como escreveu Valdir Sanches no texto "A casa na Rua da Consolação onde estudantes e artistas falavam mal da ditadura fechou depois de 57 anos" para o jornal O Estado de São Paulo, publicado em 26 de abril de 2006.[7]
“ | Chico Buarque de Hollanda desceu de um táxi, com uns amigos, na Rua da Consolação, esquina com Paulista. O que ia fazer num lugar desses, em plena madrugada? Ora, estava chegando ao mais famoso reduto da esquerda festiva da cidade nos anos da ditadura. | ” |
O bar serviu de inspiração para composições artísticas diversas. Em 1979 o músico Arrigo Barnabé lança junto a seu primeiro disco, "Clara Crocodilo", a canção "Diversões Eletrônicas", na qual traz um trecho em que se passa no ambiente do Bar.[8]
“ | “Era um balcão de bar de fórmica vermelha
E você ali, naquele balcão - de quê? De fórmica vermelha Chorando, embriagado, pedia: "garçon, mais um Gin tônica" Mas ele te avisou: "Você já bebeu muito, já bebeu demais. Vai pra casa, moleque” |
” |
Embora o auge durante as décadas de 70 e 80, o Bar Riviera começou a perder público a partir de 1990. Em 2006, após acusações do INSS de que o bar não efetuava os aluguéis desde 1996, Riviera fechou as portas. Após sete anos sem funcionamento, o local reabriu em setembro de 2013 sob comando do renomado chefe de cozinha Alex Atala, também dono de outros estabelecimentos como D.O.M, e do empresário Facundo Guerra.[9]
Avenida Paulista
[editar | editar código-fonte]Um das mais importantes vidas do município de São Paulo, a Avenida Paulista está situada no limite entre as zonas Centro-Sul, Central e Oeste; e em uma das regiões mais elevadas da cidade, com cerca de 900 metros acima do nível do mar[10], chamada de Espigão da Paulista. A avenida é, assim como ponto turístico característico da capital paulista, um dos principais centros financeiros da metrópole. Polo econômico, cultural e de entretenimento, aglomera um grande número de sedes de empresas, bancos, consulados, hotéis, hospitais, como o tradicional Hospital Santa Catarina e instituições científicas, como o Instituto Pasteur, culturais, como o MASP e educacionais, como os tradicionais Colégio São Luís e a Escola Estadual Rodrigues Alves.[10]
Avenida Angelica
[editar | editar código-fonte]A Avenida Angélica é um logradouro localizado entre os bairros de Santa Cecília e Higienópolis, na cidade de São Paulo, capital do Estado de São Paulo, Brasil. Recebeu seu nome em homenagem à Dona Maria Angélica de Sousa Queirós Aguiar de Barros, proprietária rural e aristocrata brasileira[11] filha do Barão de Sousa Queirós, senador do Império, abastado fazendeiro e proprietário na cidade de São Paulo.
Atualmente onde se localiza a avenida era a Chácara das Palmeiras, com mais de 25 alqueires, originalmente pertencente a Francisco José Leite Pereira da Gama e depois a Frederico Borghoff. Foi arrematada em leilão, em 23 de janeiro de 1874, por Francisco de Aguiar Barros.[12]
É cortada por importantes vias, como a Avenida Higienópolis, as ruas Maranhão, Piauí, além das Praça Vilaboim, Rua Alagoas entre outras[12].
Rua da Consolação
[editar | editar código-fonte]Assim como a Avenida Paulista e a Avenida Angélica, a Rua da Consolação é uma das mais importantes vias da cidade de São Paulo. Tem início no Centro da cidade, próximo ao Vale do Anhangabaú e termina na Rua Estados Unidos, nos Jardins. É constituído por três trechos bem distintos. No primeiro, entre o Vale do Anhangabaú até a Avenida São Luís e depois no terceiro trechos, entre a Avenida Paulista e a Rua Estados Unidos, é uma via comum, de uma única pista. No trecho central, contudo, torna-se uma via de oito pistas com duas exclusivas de ônibus, que integra o Corredor de ônibus Campo Limpo-Rebouças-Centro. [13]
Galeria
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ PAULA, Rebeca Domiciano de. EDIFÍCIO ANCHIETA: FORMALIZANDO MEMÓRIAS E PATRIMONIALIZANDO A ARQUITETURA MODERNA. 2014. 4 f. Tese (Doutorado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Escola da Cidade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, 2014. Disponível em: <http://conic-semesp.org.br/anais/files/2014/trabalho-1000016776.pdf>. Acesso em: 1 jan. 2014.
- ↑ a b de Oliveira Modinger, Ana Carolina (junho de 2013). [file:///C:/Users/14000188/Downloads/CADERNO_RV.pdf A conservação da arquitetura moderna: O Caso do Edifício Anchieta] Verifique valor
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(ajuda) (PDF). [S.l.: s.n.] 25 páginas Verifique data em:|ano=
(ajuda) - ↑ «Imóveis em Processo de Tombamento, enquadrados ou propostos como ZEPEC pela Lei Nº 13.885/2004 e não protegidos por legislação de tombamento municipal» (PDF)
- ↑ a b c d MODINGER, Ana Carolina. A conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta. 2013. 146 f. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura, Tfg - Fauusp, São Paulo, 2013. Disponível em: <https://issuu.com/anacarolinamodinger/docs/caderno_rv>. Acesso em: 13 jun. 2013.
- ↑ «LEI Nº 7.166 17/07/1968». Projeto de Lei Nº 59/1968. DOM 19/07/1968 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ a b SOUZA, Luiz Felipe Machado Coelho de. Irmãos Roberto, Arquitetos. Rio de Janeiro: Rio Books, 2014. 272 p.
- ↑ Sanches, Valdir. «A casa na Rua da Consolação onde estudantes e artistas falavam mal da ditadura fechou depois de 57 anos». Estado de São Paulo
- ↑ Giorgio, Fabio Henriques. Na Boca do Bode -Entidades Musicais em Trânsit. [S.l.]: Atrito Art
- ↑ Lessa, Katia. «Confira a história do Riviera: o surgimento, a decadência e o retorno». Folha de São Paulo. Consultado em 15 de setembro de 2013
- ↑ a b BARQUILHA,Bárbara Silveira; SILVA, Carolina Baptista Suzuki; MALVA, Gabriela; MIZOGUCHI, Hanna Carina; SERRANO, Maíra Paiva: Slide de apresentação de projeto de restauro da Faculdade Paulista; Curso Arquitetura e Urbanismo - Patrimônio Histórico: Residência Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, 1919 - Cerqueira César - São Paulo - SP. Santana de Parnaíba - Novembro/2010.
- ↑ HOMEM, Maria Cecília Naclério, Higienópolis, História dos Bairros de São Paulo
- ↑ a b Moura, Paulo Cursino de. São Paulo de outrora: evocações da metrópole. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1980. 312p.
- ↑ «Aprenda 450 Anos: Rio Pinheiros». Consultado em 08 de Janeiro de 2011 Verifique data em:
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(ajuda)
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]Categoria:1941 no Brasil Categoria:Patrimônio histórico de São Paulo Categoria:Edifícios de São Paulo (cidade)