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Usuário(a):Diego Souza de Lima/Testes

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Residência da Família Jafet
Centro Técnico Templo da Arte
Diego Souza de Lima/Testes
Fachada da residência vista de fora do terreno
Informações gerais
Inauguração 1924 (99–100 anos)
Página oficial http://www.templodaarte.com.br/
Geografia
País  Brasil
Cidade São Paulo
Localidade Rua Costa Aguiar, 1013

A residência localizada na Rua Costa Aguiar, 1013 é uma das seis edificações remanescentes de residências da família Jafet tombadas pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, o CONPRESP, no bairro Ipiranga em São Paulo (SP).[1] Atualmente, o local é utilizado como um estabelecimento educacional, o Centro Técnico Templo da Arte,[2] que oferece diversos cursos de especialização em artes e restauração, como Conservação Preventiva de Arquivos Bibliográficos, Restauração de Imóveis, Pintura Sacra Cusquenha e Escultura em Argila. O processo de tombamento deste e dos outros 5 imóveis da Família Jafet teve início em 21 de Junho de 1991, sendo a justificativa para o ato a importância histórica das construções para o bairro do Ipiranga e a qualidade da arquitetura dos jardins e das próprias residências para a preservação da identidade visual, ambiental e histórica da cidade de São Paulo.

Planta da residência destinada a Chucri Assad

Embora seja associada à Família Jafet no relatório do processo de tombamento realizado pela prefeitura de São Paulo, a edificação foi construída em 1922 a pedido de Chucri Assad, irmão[3] de Michel Assad. Todos os documentos da planta do local, incluindo um que trata de alterações nos banheiros da residência, foram destinados a Chucri, o que reforça a ideia de que este palacete deveria ser considerado como uma possível antiga residência do irmão e vizinho de Michel Assad.

Placa de identificação do Centro Técnico Templo das Artes

Não há documento algum ou tese alguma que comprove conexão entre a residência e os Jafet, fora o documento da prefeitura que inclui esta como uma das 6 construções deixadas pela Família Jafet, algo que o mesmo documento contesta. Ao mesmo tempo, não há evidências de que esta edificação tenha servido como residência para Chucri Assad. O único fato na história da casa é de que ela foi construída a pedido de Chucri.

A antiga casa da Família Jafet é hoje o ambiente de aulas do Centro Técnico Templo da Arte[2]. Com ênfase em cursos de Pós-Graduação Lato Sensu e cursos livres de Arte, Restauração, Decoração e Cursos Técnicos. Os interessados em se matricular em qualquer um dos cursos precisam agendar uma visita ao local pelo telefone (11) 3385-7443 entre segunda e sexta, das 09:00 horas às 17:30 horas, ou aos sábados e domingos entre 9 e 12 horas.

Os requisitos para realizar a matrícula variam de acordo com o tipo de curso que o aluno quer fazer. No caso de Cursos Técnicos, o candidato precisa ter segundo grau completo ou estar cursando. Optando pelos Cursos Pós-Técnicos, o aluno precisará apresentar um certificado de curso técnico na área de restauro ou diploma de graduação em qualquer área. Para fazer os cursos de pós-graduação, que possuem certificação da Faculdade Einstein, é obrigatório diploma de graduação em qualquer área. Novas vagas são abertas de acordo com cada curso anualmente ou semestralmente, sendo o cadastro possível pelo site.

Em 18 de Abril de 2006, o CONPRESP negou um pedido de revisão do tombamento do imóvel da Família Jafet localizado na Rua Costa Aguiar, 1013. Esta foi a última referência à construção no Diário Oficial da Cidade de São Paulo que tratou do tombamento do imóvel.[4]

Significado Histórico e Cultural

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Residência da Família Jafet vista do outro lado da Rua Costa Aguiar

O Ipiranga foi por muitos séculos área de descanso de viajantes por se situar nas proximidades do Caminho do Mar. Suas terras eram ocupadas apenas por pequenas fazendas, chácaras e locais de pouso. A cidade ficava muito distantes e assim permaneceu por décadas.[5]

Mesmo após a construção do atual Museu Paulista, o segundo monumento à independência e a abertura da Avenida D. Pedro I, demorou para que o Ipiranga (bairro de São Paulo) se tornasse uma região de fato habitada.

A Família Jafet foi fundamental para o desenvolvimento econômico e para a urbanização da atual região do Ipiranga, o que faz com que os imóveis construídos no bairro possuam grande relevância histórica.[6]

A residência da Rua Costa Aguiar, 1013, demonstra a proximidade entre duas importantes famílias de imigrantes que vieram ao Brasil no século passado — a família árabe, Assad, e a família do Líbano, Jafet. Embora a prefeitura descreva esta como uma das seis residências pertencentes à família Jafet, há uma página no relatório do processo de tombamento feito pela própria prefeitura que diz que esta foi uma construção feita a pedido de Chucri Assad, irmão de Michel Assad, que morava na casa ao lado e era cunhado de Benjamin Jafet, cuja esposa era irmã de Michel[5].

Imigrante de origem Libanesa, o primeiro representante da Família Jafet a chegar ao Brasil foi Benjamim Jafet, em 1887, aos 23 anos, que era dono de uma pequena casa de comércio na Rua 25 de Março — a primeira da rua, de acordo com reportagem da Veja SP de 10[7] e Novembro de 2004. Outros dois membros da família se mudaram para o país em 1888, João e Basílio, irmãos de Benjamim Jafet.

Imagem dos irmãos Jafet reunidos cedida pela prefeitura

O quarto irmão, Nami Jafet, que era formado pela Universidade Americana de Beirute, chega ao país em 1893 e é com a chegada dele que começa a trajetória de sucesso da família.[8] Uma vez reunidos no Brasil, eles fundam uma sociedade e criam uma loja chamada Nami Jafet & Irmãos.

O estabelecimento acaba fazendo bastante sucesso e Nami decide criar uma indústria, a Fiação e Tecelagem, Estamparia, Ipiranga Jafet SA, que seria localizada no bairro do Ipiranga. Mais tarde, o bairro passou a servir não apenas como local de trabalho, mas também moradia. Ao todo a família chegou a construir mais de

No final do século XIX e início do século XX, o bairro do Ipiranga era um lugar distante da cidade tomado por extensas áreas verdes. Conforme a família foi se expandindo, grandes palacetes inspirados na arquitetura Europeia passaram a fazer parte da paisagem e o bairro passou a ser considerado o berço dos Jafet.

Foi durante a Primeira Guerra Mundial, quando a importação de produtos Europeus foi interrompida, que a família passou a lucrar ainda mais, devido ao fortalecimento do mercado doméstico, o que fez com que eles se tornassem referência para a colônia Sírio-Libanesa instalada no Brasil.

Ainda durante a década de 10 a família passou a praticar filantropia, fazendo grandes doações para o Hospital Sírio-Libanês. Em 1921, é fundada a Liga Patriótica Síria, que nasce com o objetivo de obter esforços diplomáticos para encerrar o fim do jugo turco-otomano sobre as terras sírio-libanesas. O presidente da Liga era Nami Jafet.[9]

A Decadência

Na década de 40 do Século XX, a família começa a se envolver com a política. Nami Jafet era chefe político do PRP, o Partido Paulista do Ipiranga, e Basílio, um de seus irmãos, chegou a ser convidado por Washington Luís (ex-presidente do Brasil) como seu representante na inauguração de um monumento oferecido pela colônia Sírio-Libanesa em comemoração ao centenário da independência[5].

Impulsionados pelo filho de Nami, Ricardo Jafet (que foi presidente do Banco do Brasil entre 1951 e 1953), os Jafet tornam-se próximos de Adhemar de Barros e Getúlio Vargas e passam a colaborar financeiramente para a campanha do ex-presidente. No entanto, Vargas comete suicídio em 1954 e faz com que a decadência empresarial da família, cujas formas de produção tornaram-se ultrapassadas após a Segunda Guerra Mundial, se acelere.

Características Arquitetônicas

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Entrada da residência vista de dentro do terreno

De volumetria imponente, composto de porão elevado e dois pavimentos, o casarão da Rua Costa Aguiar, 1013, exibe influência neoclássica. Sua fachada principal apresenta características marcantes que impõem ao edifício uma presença de impacto na paisagem do logradouro. É notável o efeito plástico formado pela escadaria de acesso à entrada principal, resguardada por guarda-corpo em balaustrada, que finda na base das delgadas colunas coríntias que estruturam a varanda retangular com saliência central semicircular[5].

Compõe esta vista ainda os frisos e cornija contínua em toda a extensão da fachada, o portão de entrada em ferro ornamentado com bandeira em arco contrapondo os vãos retos das janelas e os balcões presentes no segundo pavimento.

Os elementos decorativos presentes nos forros, paredes, colunas e sobrevergas de portas mantêm a discrição desejada pela ausência de cores fortes; a construção é quase toda branca internamente. Do Hall central se visualiza a galeria formada por sucessivos arcos, que circundam os cômodos do segundo pavimento. O desenho da repetição dos arcos, juntamente com o piso do hall que em madeira de tons claro e escuro esculpe formas geométricas concêntricas, , o grande lustre central (que se encontra lá ainda hoje) e a luminosidade propiciada pelos vãos presentes agrega ao cômodo um tom clássico.

A escada de acesso aos pisos superior e inferior é em madeira com guarda-corpo em ferro, mesma proteção utilizada no resguardo da galeria. O edifício conta ainda com cinco vitrais sucessivos que acompanham a extensão de uma parede em formato semicircular[5].

Lustre do Hall Principal hoje em dia

No pedido original em relação ao tombamento das grandes casas da Família Jafet, a Associação Cultural Pró-Parque Modernista, responsável pelo pedido, exalta que os imóveis "são edificações ecléticas, que ainda conservam as características originais como as ornamentações em massa das fachadas e interiores; o tratamento de ferro dos portões, portas esquadrias, balcões e corrimãos, os vitrais, os pisos em mármore desenhados, as fontes, as colunas; refletindo as diversas influências recebidas da Arquitetura das moradias europeias. Além disso, estão implantados em lotes de intensa vegetação implicando numa valorização ambiental"[5].

Na resolução Nº05/2005, a prefeitura deixa claro que o casarão da Rua Costa Aguiar, 1013, receberia preservação integral das fachadas e cobertura com todas as suas características arquitetônicas. Há ainda a preservação das áreas e elementos arquitetônicos internos que mantém suas características originais: paredes, pisos, escadarias, portas, batentes, colunas, molduras, guarda-corpos, corrimãos, pinturas decorativas, ornamentações e vitrais.[1]

Todavia, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo permite que novas construções sejam realizadas no imóvel da Rua Costa Aguiar, 1013, desde que elas sigam as seguintes instruções:[1] o gabarito máximo da nova construção não poderá ultrapassar a altura da edificação tombada; o recuo mínimo entre a nova construção e a edificação tombada deverá garantir as condições atuais de insolação, ventilação e visualização do bem preservado; o As árvores poderão ser substituídas ou remanejadas, desde que mantidas a densidade arbórea do lote e a permeabilidade da área livre resultante.

Pelo lado de fora, a única alteração notável que há na edificação atualmente é um banco de cimento que fica junto da parede no canto esquerdo de quem entra pelo portão principal da construção. Fora este acréscimo ao terreno, há apenas a placa de identificação do Centro Técnico Templo da Arte ao lado da escada, que não é uma construção. No interior, a residência passou por mudanças apenas na mobília, para que a secretaria do Centro Técnico Templo da Arte pudesse funcionar.

  1. a b c Resolução nº 05/2005 (PDF). São Paulo: Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. 2005. Consultado em 24 de novembro de 2016 
  2. a b «Home - Templo da Arte». www.templodaarte.com.br. Consultado em 24 de novembro de 2016 
  3. «Residência de Michel Assad – São Paulo Antiga». www.saopauloantiga.com.br. Consultado em 24 de novembro de 2016 
  4. «Despachos: Lista 2006-2-073». Diário Oficial da Cidade de São Paulo. Imprensa Oficial. 20 de abril de 2006. Consultado em 24 de novembro de 2016 
  5. a b c d e f Laudo de Tombamento emitido pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo 2005
  6. «Casarões dos Jafet foram as jóias da elite paulistana». Ipiranga News (Suplemento especial da edição nº 297). 2003. Consultado em 24 de novembro de 2016 
  7. "A participação no comércio", reportagem da Veja SP de 10 de Novembro de 2004
  8. «Nami Jafet». Pioneiros & Empreendedores. Espaço Cultural Unifor. Consultado em 24 de novembro de 2016 
  9. «Lembranças de Família Jafet». www.independenciaoumorte.com.br. Portal do Ipiranga. Consultado em 24 de novembro de 2016 

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