Usuário(a):O cara lá do fusca/Testes/Campeonato Argentino de Futebol de 1931 (LAF)
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Campeonato Argentino de Futebol de 1931 | ||||
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Primera División Argentina 1931 | ||||
Dados | ||||
Participantes | 18 | |||
Organização | LAF | |||
Período | 31 de maio de 1931 – 6 de janeiro de 1932 | |||
Gol(o)s | 1099 | |||
Partidas | 306 | |||
Média | 3,59 gol(o)s por partida | |||
Campeão | Boca Juniors (7º título) | |||
Vice-campeão | San Lorenzo | |||
Melhor marcador | Alberto Zozaya (Estudiantes) – 33 gols | |||
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O Campeonato Argentino de Futebol de 1931 foi a 51.ª edição da principal competição do futebol argentino e a primeira edição profissional da mesma. Foi organizado pela Liga Argentina de Football (LAF), associação dissidente da FIFA; disputado em um sistema de pontos corridos em 34 rodadas envolvendo as dezoito equipes filiadas à LAF.
A entidade responsável pela competição foi fundada em 19 de maio de 1931, quando dezoito clubes, entre eles, os de maior apelo de Buenos Aires, de sua conurbação e de La Plata, decidiram retirar-se da Asociación Amateurs Argentina de Football (AAAF),[1] que era a entidade oficial.
O certame foi disputado entre 31 de maio de 1931 e 6 de janeiro de 1932. O título foi definido na 33.ª rodada, quando o Boca Juniors sagrou-se campeão após uma vitória por 4–2 sobre o Talleres. Como não foi possível estabelecer uma segunda divisão por falta de times, não houveram rebaixamentos. Paralelamente, a AAAF organizou seu próprio torneio, vencido pelo Estudiantil Porteño.[2]
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]O ano de 1931 marcou o início da era profissional do futebol argentino, com a criação da Liga Argentina de Football (LAF) – não reconhecida pela FIFA – por 18 times, que se separaram da Asociación Amateurs Argentina de Football (AAAF).[3] A nova federação, presidida por Julio Planisi,[4] que também ocupou o cargo de presidente do Racing Club de Avellaneda,[5] surgiu por consequência de uma greve, protagonizada por futebolistas da AAAF, que contestaram a regra, então em vigor, que dizia que para transferirem-se de um clube para outro era necessário o consentimento de ambos os clubes. Os atletas, por outro lado, consideravam certo que precisassem apenas da aprovação da equipe para a qual fossem se transferir. Também estava em vigor uma cláusula punitiva, chamada "cláusula de ferrolho" ou "de cadeado", que previa o afastamento do jogador por um período de duas temporadas em caso de transferência de um clube para outro sem o consentimento do primeiro; essa cláusula era respeitada pelos dirigentes dos clubes, não por uma regra escrita, mas por um acordo verbal que previa sua manutenção.[3] Em 13 de abril de 1931, um dia após o fim do Campeonato Argentino de 1930, uma petição, assinada por jogadores liderados pelos atletas do Huracán Hugo Settis e Pablo Bartolucci, foi lançada, pedindo a abolição da cláusula que impedia a transferência livre entre os clubes e a anistia àqueles punidos.[3][6] O próprio Settis foi uma das principais figuras da Asociación Mutualista de Footballers, organização de jogadores que decidiu pela realização da greve,[3][7] ocorrida em 18 de abril.[3][6]
O futebol praticado na Argentina até então era amador,[3] mas, tal qual em outras partes do globo, como o Brasil ou a Europa, em uma prática conhecida como "amadorismo marrom" e difundida desde o início da década de 1920,[3][8] alguns jogadores recebiam salários, ainda de que forma "disfarçada". Esses jogadores poderiam receber como trabalhadores de fábricas, públicas ou privadas, sem participar do expediente; dessa forma, eles podiam justificar seus rendimentos, conseguidos seja como um salário ao final do mês ou como um pagamento realizado a seguir a cada partida disputada.[3] Parte da imprensa denunciou essa prática: o jornal La Argentina escreveu, em 20 de dezembro de 1930, que não havia mais sentido manter o amadorismo, pois levava aos clubes distorcerem suas rendas e os jogadores a renderem menos em campo e propôs a introdução do profissionalismo, a ser aplicado em um campeonato com número limitado de participantes;[9] O Mundo Argentino publicou um cartum em que um futebolista, protegido por uma máscara de "amador", escondia um saco com dinheiro entregue pelo clube e desfilava perante um público irritado.[10] A situação do amadorismo no futebol argentino e a greve dos jogadores levaram, em abril, a um pedido de mediação do Presidente da Argentina José Felix Uriburu, que por sua vez delegou a decisão a José Guerrico, intendente de Buenos Aires: foi reconhecido um propósito comum para aqueles que desejavam o estabelecimento do profissionalismo, que já se discutia desde a década de 1910, e aos grevistas; consequentemente, ele confiou a solução da disputa aos dirigentes dos clubes.[3] No final de abril, Guillermo Jordán apresentou à diretoria da AAAF um projeto com o qual pretendia propor a introdução do profissionalismo. Foi assim comentado pelo conselho da entidade:[11]
"O Sr. Presidente designará uma Comissão Especial de cinco membros para estudar e pronunciar-se sobre o projeto apresentado pelo Sr. Guillermo Jordán e os que forem apresentados oportunamente"Original (em castelhano): "El Sr. presidente designará una Comisión Especial de cinco miembros para que estudie y dictamine en el proyecto presentado por el Sr. Guillermo Jordán y los que se presentaren oportunamente"Conselho Diretivo da AAAF, 29 de abril de 1931.[11] (em castelhano)
A AAAF fez uma tentativa de esclarecer a situação internamente, sem chegar a uma conclusão: em 11 de maio foram apresentadas 9 questões aos clubes participantes da Primeira Divisão, para sondar a vontade dos dirigentes. Apenas o River Plate respondeu, no mesmo dia, ao questionário, afirmando a vontade de estabelecer o profissionalismo dentro da própria AAAF.[12] Diante do governo, que estava ciente da importância do esporte na sociedade argentina, que havia presenciado recentemente um golpe de estado,[13] tomou-se a decisão de formar uma liga profissional, constituída pelos principais clubes da época – que defendiam que, para respeitar o recém-nascido profissionalismo, era impossível abdicar de um elevado nível técnico dos jogos – e organizada pela LAF, uma federação criada pelos grandes clubes, que assim se separaram da AAAF,[3] apresentando a desfiliação dessa federação em 18 de maio.[14] Uma vez estabelecido o órgão administrativo, foi elaborado um contrato-tipo e começaram os preparativos para a competição.[3]
Como a LAF não era reconhecida pela FIFA, que considerava a AAAF a única federação argentina oficial,[3][15] conseguiu administrar melhor suas contas financeiras: a falta de filiação a um órgão superior possibilitou a chegada de jogadores de outras instituições sem que a LAF tivesse que pagar nada para essas pelas transferências. Além disso, surgiu uma ruptura entre as duas federações: dado que as relações entre elas eram escassas e as entidades eram consideradas totalmente independentes, o método de transferências, que deu origem à greve, também mudou. Os dirigentes deixaram de se sentir obrigados a respeitar o acordo verbal e os clubes pertencentes à LAF passaram a negociar as contratações de jogadores das equipes da AAAF sem ter em conta a vontade do outro clube, mas contatando exclusivamente o jogador.[3] Uma vez que o profissionalismo foi introduzido, os jogadores foram autorizados a retornar ao futebol amador a qualquer momento, caso desejassem; alguns decidiram continuar a carreira amadora, permanecendo nos clubes da AAAF, enquanto outros recusaram os contratos que lhes foram oferecidos por não os considerarem satisfatórios. Iniciou-se assim uma fervente movimentação de jogadores, tanto dentro da LAF como entre federações: ainda em julho, as escalações das equipes não puderam ser consideradas definitivas, pois muitas transferências ainda não haviam sido concluídas; os torcedores também se voltaram para o torneio da LAF, já que muitos dos jogadores mais conhecidos estavam se transferindo para os clubes participantes deste.[16]
Regulamento
[editar | editar código-fonte]O Campeonato Argentino de 1931 organizado pela LAF foi disputado por todos os dezoito clubes filiados à entidade em dois turnos: dado que não haviam outras equipes filiadas e, portanto, era impossível a criação de uma segunda divisão, não estavam previstos rebaixamentos. No total foram disputadas 34 rodadas, de 31 de maio de 1931 a 6 de janeiro de 1932; Foram atribuídos dois pontos por vitória e um por empate. A LAF reservou-se o direito de avaliar cada irregularidade que possa ter ocorrido durante a competição, tomando diferentes decisões caso a caso.[17]
Na 11ª rodada houve uma alteração no regulamento relativa aos arremessos laterais: enquanto da primeira à décima rodadas a execução incorreta originava a atribuição de um tiro livre a favor da equipa adversária, a partir da 11º (disputada no dia 2 de agosto) a irregularidade na cobrança lateral passou a ser punida com a repetição da reposição pela outra equipe.[18] Os adiantamentos dos jogos foram introduzidos a partir da 13ª rodada: enquanto nas rodadas anteriores todas as partidas tinham que ser disputadas no mesmo dia, a partir de 16 de agosto foi possível disputar de uma a duas partidas nos dias anteriores (geralmente um ou dois dias antes) da data agendada para a maioria dos encontros.[17]
Participantes
[editar | editar código-fonte]Competição
[editar | editar código-fonte]Primeiro turno
[editar | editar código-fonte]Segundo turno
[editar | editar código-fonte]Notas
De tradução
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em italiano cujo título é «Primera División 1931 (Argentina)», especificamente desta versão.
Referências e bibliografia
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Guris, Colussi & Kurhy n.d., p. 2.
- ↑ Yañez, Federico (8 de abril de 2023). «El único extranjero que dirigió la Verdeamarela es argentino». Diario Con Vos (em espanhol). Consultado em 27 de abril de 2023. Cópia arquivada em 8 de abril de 2023
- ↑ a b c d e f g h i j k l m Frydenberg, Julio (dezembro de 1999). «El nacimiento del fútbol profesional argentino: resultado inesperado de una huelga de jugadores». Educación Física y Desportes (em espanhol). p. 1. Consultado em 20 de abril de 2023. Cópia arquivada em 23 de agosto de 2000
- ↑ «Presidentes». AFA. Consultado em 20 de abril de 2023. Arquivado do original em 12 de dezembro de 2008
- ↑ «Racing Club». RSSSF. Consultado em 23 de abril de 2023
- ↑ a b «El fútbol profesional y su cumpleaños número 75». Clarín (em espanhol). 31 de maio de 2006. Consultado em 23 de abril de 2023
- ↑ «Hugo Settis». Globopedia (em espanhol). Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 14 de agosto de 2020
- ↑ Almeida 2012.
- ↑ Guris et al. n.d., p. 4.
- ↑ Guris et al. n.d., p. 74.
- ↑ a b AFA 1932, p. 12.
- ↑ AFA 1932, p. 13.
- ↑ Italiana 2002, p. 332.
- ↑ AFA 1932, p. 15.
- ↑ Gorgazzi, Osvaldo José. «Final Tables Argentina since 1891». RSSF (em inglês). Consultado em 8 de maio de 2023
- ↑ Cardona (11 de julho de 1931). «El profesionalismo ha dado lugar, en la Argentina, a un gran trasiego de jugadores». Barcelona. El Mundo Deportivo (em espanhol) (1908): 1
- ↑ a b Guris, Colussi & Kurhy n.d., pp. 3–41.
- ↑ «Campionato 1931 - Primeira ronda». Informe Xeneize. Consultado em 3 de janeiro de 2024. Arquivado do original em 8 de dezembro de 2006
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Almeida, Marina Oliveira de (26 de dezembro de 2012). «Do amadorismo à profissionalização: de 1930 até hoje». Ludopédio. ISSN 2446-6174. Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 12 de fevereiro de 2022
- Enciclopedia dello Sport - Calcio. Istituto della Enciclopedia Italiana. Roma: Treccani. 2002. ASIN B078KF3V6X
- Guris, Carlos Alberto; Colussi, Luis Alberto; Lodise, Sergio; Kurhy, Victor Hugo (n.d.). Fútbol argentino: Crónicas y Estadísticas - Asociación Amateurs Argentina de Football - Primera División – 1930 (em espanhol). [S.l.: s.n.]
- Guris, Carlos Alberto; Colussi, Luis Alberto; Kurhy, Victor Hugo (n.d.). Fútbol Argentino: Crónicas y Estadísticas - Liga Argentina de Football - 1ª División – 1931 (PDF) (em espanhol). [S.l.: s.n.] Arquivado do original (PDF) em 24 de dezembro de 2013
- Memoria y Balance General de 1931. Impresso por Gerónimo J. Pesce & Cía. Buenos Aires: Asociación del Fútbol Argentino. 1932