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GARO BATMANIAN[editar | editar código-fonte]

Garo Joseph Batmanian é um biólogo e ecólogo brasileiro que trabalha desde a década de 1980 na conservação e manejo de recursos naturais e da biodiversidade, atuando junto a organizações da sociedade civil, entidades governamentais e multilaterais, nacionais e internacionais. Em 21 de março de 2023, foi nomeado para o cargo de Diretor-Geral do Serviço Florestal Brasileiro[1], atualmente ligado ao  Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima no Brasil.

Foi Líder Global para Florestas, Paisagem Biodiversidade do Banco Mundial, baseado em Washington, onde coordenou a implementação de uma ‘agenda verde’ responsável por integrar a floresta, a paisagem e a biodiversidade em um único programa. Anteriormente, exerceu o cargo de Diretor do Programa da América Latina do WWF-EUA e foi o primeiro Secretário-Geral do WWF-Brasil [2], assumindo o cargo quando a entidade foi criada, em 1996.[3] Quando retornou ao Brasil, em agosto de 2022, tornou-se "visiting scholar" da New York University / Universidade de Nova York (NYU), estudando e promovendo a cadeia de valor de produtos compatíveis com florestas da Amazônia.

Dr. Garo Batmanian, biólogo brasileiro, em pé diante da Grande Muralha da China em Mutianyu, próximo a Pequim, em 2014
Dr. Garo Batmanian, biólogo brasileiro, em visita à Mutianyu, próximo a Pequim (China), em 2014

Biografia[editar | editar código-fonte]

Garo Batmanian é bacharel em Biologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Brasil – 1980) e tem mestrado em Ecologia da Fauna e Flora pela Universidade de Brasília (UnB, Brasil - 1983). É Ph.D. em Ecologia pela University of Georgia (UGA, USA - 1990), com a tese em recuperação de áreas de pastagens degradadas na Amazônia[4].

No WWF, atuou em inúmeros projetos de conservação e uso sustentável de recursos naturais, a exemplo do Floresta para Sempre[5], de manejo florestal, e liderou a negociação do Programa ARPA – Áreas Protegidas da Amazônia, lançado em 2002 com a meta de proteger 10% da Amazônia[6] e tido como o maior acordo de conservação da natureza até então, tendo garantido US$ 215 milhões para proteger 600 mil km2 de floresta[7]. O ARPA financiou, entre outros, a criação da maior unidade de conservação de florestas tropicais do mundo e maior parque nacional do Brasil, o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, com 38,8 mil km2, situado entre o Amapá e o Pará[8].

No Banco Mundial, onde trabalhou de 2003 a 2022, presidiu a Força-Tarefa de Finanças da Iniciativa Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas; foi membro do Comitê Técnico de Biodiversidade do Global Reporting Initiative (GRI); e ponto focal para a Convenção sobre Diversidade Biológica e Parceria Colaborativa sobre Florestas (CPF), entre outras funções. Trabalhou nos escritórios do WB no Brasil (até 2013) e na China (entre 2013 e 2017) nas áreas de gestão ambiental, silvicultura, financiamento de carbono[9] e desenvolvimento rural, e em operações com foco em sustentabilidade ambiental[10][11].

Entre 2016 e 2020 coordenou a implementação do Plano de Ação para Florestas do Banco Mundial, tendo gerenciado o PROFOR (Programa sobre Florestas) até seu encerramento, em 2021; entre 2002 e 2020, o PROFOR recebeu US$ 52 milhões em doações e implementou 270 atividades nas áreas de governança, meios de subsistência, finanças e colaboração intra-setorial[12].

Foi também gerente dos fundos fiduciários do Programa de Investimento Florestal (FIP) do WB em 10 países, incluindo o mecanismo dedicado ao apoio às comunidades indígenas e tradicionais; desenhou e gerenciou a Parceria Global para Paisagens Sustentáveis e Resilientes (PROGREEN), que recebeu, até fevereiro de 2023, contribuições que totalizaram US$ 240 milhões; o PROGREEN foi escolhido, em 2022, como a Parceria do Ano pelo Banco Mundial.

Garo Batmanian gerenciou ainda o Programa Piloto para a Conservação das Florestas Tropicais - PPG7, iniciativa do governo brasileiro em parceira com a comunidade internacional, considerado um dos maiores programas de cooperação multilateral relacionado à Amazônia brasileira[13]. O Programa, de US$ 420 milhões, foi financiado pelos governos dos países do G7, Países Baixos e União Europeia.

Foi fundador e presidente do Conselho Diretor do FSC-Brasil [14], onde coordenou o processo definição dos padrões nacionais de certificação para florestas plantadas e florestas naturais, tendo coordenado, posteriormente, o planejamento estratégico do FSC-Internacional para o fortalecimento das iniciativas nacionais de certificação florestal dos escritórios regionais da entidade na América Latina.

É ainda membro-fundador do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional para a Biodiversidade (FUNBIO); fundador e membro do Conselho Diretor da Associação Mico-Leão-Dourado, voltada para a recuperação da espécie e proteção da Mata Atlântica do Rio de Janeiro; e membro do Conselho Diretor do IMAZON.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «PORTARIAS DE 21 DE MARÇO DE 2023». Presidência da República / Casa Civil. Diário Oficial da União. Seção 2 (Edição 56): 1. 22 de março de 2023. Consultado em 22 de março de 2023 
  2. «Folha de S.Paulo - Brasil protege pouco a natureza, afirma WWF - 09/03/99». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 20 de março de 2023 
  3. «Linha do Tempo». www.wwf.org.br. Consultado em 7 de março de 2023 
  4. Batmanian, Garo (1990). «Reforestation of degraded pastures in the Brazilian Amazon : effect of site preparation on phosphorus availability in the soil». galileo-uga.primo.exlibrisgroup.com (em inglês). Consultado em 8 de março de 2023 
  5. «Floresta para Sempre: um manual para a produção de madeira na Amazônia». Imazon. 14 de dezembro de 2015. Consultado em 20 de março de 2023 
  6. Loretta [editors, Batmanian, Garo,Lisansky, Judith,Sprissler. «President Cardoso announces plan to conserve 10 percent of Brazil's forests». World Bank (em inglês). Consultado em 19 de março de 2023 
  7. «O truque de Wall Street que financiou o maior acordo de conservação da história». Apolitical (em inglês). Consultado em 7 de março de 2023 
  8. Ambientebrasil, Redação (26 de março de 2009). «ARPA: o maior Projeto da História para a Conservação da Floresta». Ambientebrasil - Ambientes. Consultado em 8 de março de 2023 
  9. «https://documents.worldbank.org/en/publication/documents-reports/documentdetail». World Bank (em inglês). Consultado em 19 de março de 2023  Ligação externa em |titulo= (ajuda)
  10. «Exchanging experiences to fight air pollution - Opinion - Chinadaily.com.cn». www.chinadaily.com.cn. Consultado em 8 de março de 2023 
  11. «China: Hebei's Efforts to Curb Air Pollution Get More Support from the World Bank». World Bank (em inglês). Consultado em 8 de março de 2023 
  12. «Profor». www.profor.info. Consultado em 7 de março de 2023 
  13. CGTI, Administrador. «Programa para a Proteção das Florestas Tropicais». antigo.mma.gov.br. Consultado em 8 de março de 2023 
  14. Batmanian, Garo (21 de março de 2000). «Floresta é solução, e não problema» (PDF). O Estado de S.Paulo. O Estado de S.Paulo: A2