Zelia Nuttall
Zelia Nuttall | |
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Nascimento | 6 de setembro de 1857 São Francisco |
Morte | 12 de abril de 1933 (75 anos) Coyoacán |
Cidadania | Estados Unidos |
Cônjuge | Alphonse Pinart |
Ocupação | antropóloga, arqueóloga |
Zelia Maria Magdalena Nuttall (São Francisco, 6 de setembro de 1857 — Coyoacán, 12 de abril de 1933) foi uma arqueologista e antropóloga norte-americana especializada em culturas astecas e pré-colombinas.[1][2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Nasceu em 6 de setembro de 1857, como Zelia Maria Magdalena Nuttall, na cidade de São Francisco, filha de Magdalena Parrot e Robert Kennedy Nuttall. Quando criança, sua mãe a presenteou com o livro "Antiguidades do México", de Lord Kingsborough, que despertou o interesse de Nuttall no México, terra natal de sua mãe. Mudou-se com sua família para a Europa, devido a problemas de saúde de seu pai. No continente europeu, estudou com professores particulares na França, Alemanha, Itália e estudou na Bedford College na Inglaterra. Retornou com sua família para São Francisco em 1865. Casou-se com Alphonse Louis Pinart em Pas-de-Calais, no ano de 1880; juntos tiveram uma filha chamada Nadine, nascida em 1882. Nuttall se separou em 1884, conseguindo seu divórcio em 1888. Morou até o ano de 1902 nos Estados Unidos, quando mudou-se definitivamente para o México, fazendo viagens ocasionais para a Europa e os Estados Unidos. No México, comprou, para servir de sua residência, uma mansão histórica que pertenceu a Pedro de Alvarado, chamada "Casa Alvarado", localizada em Coyoacan, onde recebia arqueólogos e pessoas ilustres. Nuttall faleceu no dia 12 de abril de 1933, em sua casa no México.[1][2][3][4][5]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Durante uma viagem ao México, em 1884, trabalhou para o Museu Nacional, coletou pequenas esculturas de terracota de Teotihuacan e fez sua primeira publicação em 1886, sobre esses artefatos. Trabalhou como assistente honorária da Arqueologia mexicana no Museu Peabody da Universidade de Harvard, e em 1890, encontrou o "Codex Magliabecchi" do século XVI na Biblioteca Nacional Central de Florença, e foi publicado em 1903, como "O Livro da Vida dos Antigos Mexicanos". Nuttall também encontrou um manuscrito pictográfico mixteca pré-colombiano na posse de Robert Curzon, lorde Zouche de Haynworth, que o Museu Peabody publicou com o nome de "Codex Nuttall". Um dos seus melhores trabalhos foi publicado em 1901, "Os Princípios Fundamentais do Novo e do Velho Mundo".[1][2][3][4]
Durante sua pesquisa sobre o julgamento de mexicanos na inquisição, no Arquivo Nacional do México, Nuttall descobriu os manuscritos de Sir Francis Drake, e viajou pela Europa para procurar os manuscritos de Drake e Hawkins que não haviam sido publicados; sua pesquisa foi publicada em 1914, pela Hakluyt Society de Londres.[2][3]
Em 1910, liderou uma escavação oficial em La Isla de Sacrificios (em português: A Ilha dos Sacrifícios), local onde ocorria cerimônias com sacrifícios por volta dos anos de 1500. Na breve escavação, encontraram artefatos de cerâmica e as ruínas de uma estrutura. Com a descoberta, Nuttall pediu autorização ao governo mexicano para continuar com as escavações, que foi negado por Leopoldo Batres, o inspetor de monumentos mexicanos da época. Tempos depois, Batres reivindicou para si a descoberta das ruínas na ilha. Nuttall publica na American Anthropologist sua descoberta na ilha e a experiencia que teve com o inspetor de monumentos. Batres emitiu uma refutação, dizendo que Nuttall sofria de histeria feminina.[1]
Nuttall foi membro do Conselho Consultivo do Departamento de Antropologia da Universidade da Califórnia, da Sociedade Filosófica Americana, da Associação Asiática Americana, da Sociedade Numismática e Antiquária da Filadélfia, da Academia de Ciências da Califórnia, e foi membro correspondente de sociedades estrangeiras de diversos países europeus e da América do sul. Também foi fellow da Associação Antropológica Americana, da Sociedade Etnológica Americana, da Sociedade Geográfica Americana, da Associação Americana para o Avanço da Ciência, da Sociedade Hispânica da América, do Instituto Real de Antropologia; e diretora de campo do Centro Arqueológico Crocker.[1][2]
Prêmios e honrarias
[editar | editar código-fonte]- 1892 - medalha de ouro na Exposição Histórica de Madrid.[2]
- 1893 - medalha de ouro na Exposição Histórica de Chicago.[2]
- 1901 - medalha de ouro na Exposição Histórica de Buffalo.[2]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e Rushing, Erin (26 de outubro de 2021). «Tracing Anthropologist Zelia Nuttall Through Smithsonian Collections». Smithsonian Libraries and Archives (em inglês)
- ↑ a b c d e f g h Tozzer, Alfred M. (1933). «Zelia Nuttall». American Anthropologist (3): 475–482. ISSN 0002-7294
- ↑ a b c Grindle, Merilee (2024). «Zelia Nuttall». Harvard Magazine (em inglês)
- ↑ a b «Zelia Nuttall, la arqueóloga que desafió la creencia de que los aztecas eran "salvajes sedientos de sangre"». BBC News Mundo (em espanhol). 18 de novembro de 2018
- ↑ Means, Philip Ainsworth. (1933). Zelia Nuttall: An Appreciation. The Hispanic American Historical Review 13, no. 4. 487–89. (em inglês).
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Publicação de Nuttall sobre as esculturas de terracota de Teotihuacan. (em inglês)
- Publicação de Nuttall sobre La Isla de Sacrificios. (em inglês)
- Refutação de Brates sobre La Isla de Sacrifícios. (em espanhol)