Cerco de Damão (1638-1639)

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Cerco de Damão (1638-1639)
Conflitos luso–mogores
Data 1638-1639
Local Damão, Índia portuguesa
Desfecho Vitória portuguesa
Retirada dos mogores
Beligerantes
Império Português Império Mogor
Comandantes
Martim Afonso de Melo Aurangzeb
Forças
Desconhecido 10,000[1], 25,000 [2] ou 40,000 homens.[3]
Baixas
Desconhecido 700[2] to 7000 mortos.[4]

O Cerco de Damão de 1639, também chamado de Grande Cerco de Damão foi um confronto militar entre as forças portuguesas e as do Império Mogor na cidade de Damão, na Índia. Um exército mogor comandado pelo príncipe-herdeiro mogor Aurangzeb tentou atacar Damão, mas viu-se obrigado a bater em retirada ante obstinada resistência portuguesa.

O Cerco[editar | editar código-fonte]

Depois de invadir o território de Damão, os mogores montaram o seu acampamento em Magravará, e a partir de lá cavaram trincheiras e trabalhos de cerco para se aproximarem das muralhas de Damão. [2] Todos os residentes portugueses capazes de pegar em armas foram convocados para o serviço militar, e envolveram-se em escaramuças com os mogores fora de muros na mira de impedi-los de se aproximarem da cidade. [2]

Quando chegaram a Goa e às guarnições portuguesas vizinhas novas do cerco, reforços foram enviados para Damão. O vice-rei enviou um destacamento de tropas sob o comando do capitão-mor do norte D. Braz de Castro, que ao chegar a Damão realizou várias surtidas limitadas contra os mogores, embora tenha sido estritamente proibido de tal por ordens do vice-rei. [2]

Aos defensores de Damão juntaram-se posteriormente reforços sob o comando do general Luiz de Mello e Sampayo, que ordenou uma investida geral com todas as suas tropas. [2] Os portugueses conseguiram surpreender os mogores e capturar as trincheiras mais próximas da cidade, mas viram-se depois forçados a recuar para dentro de portas da cidade pela superioridade numérica dos mogores. [2] O general Sampayo e o seu filho Diogo foram ambos feridos na acção enquanto cobriam a retirada de seus homens, morrendo o general Luiz de Mello Sampayo dois dias mais tarde em Damão. [2] Foi substituído no cargo pelo capitão-mor António Telles de Menezes. [2]

Na noite de 5 de janeiro de 1639, um navio inglês transportando William Methwold, que havia recentemente renunciado ao cargo de presidente do comércio inglês na Índia, fez escala em Damão e, apesar do cerco, o capitão português da cidade ofereceu a Methwold um barril de vinho e outros refrescos. [5] Como os mogores não eram capazes de impedir o abastecimento naval para Damão, os portugueses conseguiram reforçar continuamente a cidade por mar. [5]

Vendo-se incapazes de romper as defesas portuguesas, os mogores pediram a paz através do governador de Surrate Mir Musa, com a ajuda do presidente da feitoria inglesa da Companhia das Índias Orientais em Surrate, e mais tarde levantaram o cerco, tendo perdido 700 a 7000 homens. na acção. [2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. M. S. Commissariat: Mandelslo's Travels In Western India, Asian Educational Services, 1995, p.57.
  2. a b c d e f g h i j Ignacio Barbosa Machado: Fastos Politicos, e Militares da Antigua, e Nova Lusitania, Officina de Ignacio Rodrigues, 1745, pp.681-682,
  3. Sir Charles Fawcett: The Travels of the Abbarrn India and the Near East, 1672 to 1674 Hakluyt Society, London, 1947, p.167.
  4. O Panorama: Semanario de Litteratura E Instruccao, Volume 4 p.284.
  5. a b The Calcutta Review, Volume 75, 1882, p.87.