Dorsal de Kolbeinsey

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mapa mostrando a localização da dorsal de Kolbeinsey e outras características geológicas do extremo norte do Atlântico.
Zonas vulcânicas da Islândia. A zona marcada com KR corresponde ao extremo sul da Dorsal de Kolbeinsey.

Dorsal de Kolbeinsey é a designação dada a um segmento da dorsal Mesoatlântica, com cerca de 700 km de comprimento, localizado no norte do Oceano Atlântico e no Oceano Ártico, ao norte da Islândia, a cujo rifte central se liga pela zona de fratura de Tjörnes.

Descrição[editar | editar código-fonte]

A dorsal de Kolbeinsey é uma seção da dorsal Mesoatlântica localizada no norte do Oceano Atlântico e no Oceano Ártico, ao norte da Islândia, a leste da Groenlândia e a oeste da ilha de Jan Mayen.

A dorsal de Kolbeinsey é delimitada por duas falhas transformantes: ao sul pela zona de fratura de Tjörnes (a 66 graus de latitude norte), que liga a cordilheira submarina ao centro de rifting da zona vulcânica do Norte, região situada em terra na região do leste da Islândia.[1] As ilhas vulcânicas Kolbeinsey e Grímsey ficam ao longo da dorsal de Kolbeinsey, sendo que a primeira lhe empresta o nome;[2] a extremidade norte situa-se a cerca de 170 km a noroeste de Jan Mayen, onde intesecta a zona de fractura de Jan Mayen (a 71 graus de latitude norte).[3]

A dorsal de Kolbeinsey atravessa o planalto islandês como uma cordilheira submarinha (ou umbral batimétrico) a aproximadamente 1800 m de profundidade e separa este planalto oceânico nas suas regiões oriental e ocidental.[4]

A dorsal é dividida em três grandes segmentos: a «dorsal de Kolbeinsey Sul» e a «dorsal de Kolbeinsey Central», separadas pela zona de fratura Spar, e a «dorsal de Kolbeinsey Norte?, separada da parte central pela zona de fratura de 70,8°.[5] O ilhéu islandês de Kolbeinsey constitui a única parte emersa da dorsal e a sua zona sismicamente mais ativa, sendo um importante foco de atividade sísmica,[6] onde a velocidade da acreção é de cerca de 10 mm/ano.[5] Uma área hidrotermal de alta temperatura foi loclizada ao sul da ilha de Kolbeinsey.[7]

Partículas de cinzas vulcânicas encontradas no ilhéu de Kolbeinsey indicam a ocorrência de erupções no Pleistoceno tardio, mais recentemente durante a última Idade do Gelo, cerca de 11 800 anos atrás. Há relatos de uma erupção submarina no ano de 1372 a noroeste da ilha de Grímsey. Em 1965, o vulcanologista Sigurður Þórarinsson identificou a localização desta erupção em cerca de 66° de latitude Norte. Pesquisas subsequentes indicaram que o local da erupção poderia estar entre a dorsal de Kolbeinsey e o monte submarino Hóll.[8]

Investigadores alemães do Alfred-Wegener-Institut exploraram a área de ligação entre a zona de fractura de Tjörnes e a dorsal de Kolbeinsey, tendo nessa região localizado um vulcão submarino a que deram o nome de monte submarino Stóragrunn.[9][10]

Em 1992, Robert Huber e Karl Stetter descobriram nas zonas ativas da dorsal uma nova espécie de organismo termofílico, uma bactéria a que deram o binome Aquifex pyrophilus.[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. G. L. Johnson; J. R. Southall; P. W. Young; P. R. Vogt (10 de outubro de 1972), «Origin and structure of the Iceland Plateau and Kolbeinsey Ridge», Journal of Geophysical Research, ISSN 0148-0227 (em inglês), 77 (29): 5688-5696, Bibcode:1972JGR....77.5688J, doi:10.1029/JB077I029P05688, Wikidata Q97487827 
  2. Hyper Article en Ligne - Implications d'un saut de rift et du fonctionnement d'une zone transformante sur les déformations du Nord de l'Islande.
  3. Site officiel de Jan Mayen - Géologie
  4. T. S. Hopkins (julho de 1988). The GIN Sea – Review of physical oceanography and literature from 1972 (PDF). SCALANT Undersea Research Center Report. [S.l.: s.n.] pp. 4–5, 136–138 
  5. a b Global Volcanism Program - Rapports mensuels de la dorsale Kolbeinsey
  6. Global Volcanism Program - Kolbeinsey Ridge
  7. Dorsal de Kolbeinsey no Global Volcanism Program da Smithsonian Institution.
  8. Reidel et al., High b-values in the leaky segment of the Tjörnes Fracture Zone north of Iceland: are they evidence for shallow magmatic heat sources?. Journal of Volcanology and Geothermal Research, Volume 128, Issues 1–3, 15 November 2003, pp. 15-29.
  9. «Submarine volcanism: North Iceland». awi.de (em inglês). Cópia arquivada em 6 de junho de 2010 
  10. Carsten Riedel. http://www.toughcone.de/PROJECTS/nice.html  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  11. O., Huber, Robert. Stetter, Karl (1992). Aquifex pyrophilus gen. nov. sp. nov., represents a novel group of marine hyperthermophilic hydrogen-oxidizing bacteria. [S.l.]: Fischer. OCLC 750884111 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]