Eleições estaduais no Piauí em 1962

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1958 Brasil 1966
Eleições estaduais no  Piauí em 1962
7 de outubro de 1962
(Turno único)
Candidato Petrônio Portela Constantino Pereira
Partido UDN PTB
Natural de Valença do Piauí, PI Pedro Laurentino, PI
Vice João Clímaco d'Almeida Walter Alencar
Votos 112.285 72.742
Porcentagem 60,69% 39,31%

As eleições estaduais no Piauí em 1962 ocorreram em 7 de outubro como parte das eleições gerais em 22 estados e nos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima. Foram eleitos o governador Petrônio Portela, o vice-governador João Clímaco d'Almeida, os senadores José Cândido Ferraz e Sigefredo Pacheco, oito deputados federais e quarenta e dois estaduais na última eleição direta realizada antes do Regime Militar de 1964 com a ressalva que, graças a um calendário eleitoral flexível, onze estados elegeram seus governadores em 1965, não havendo eleições no Distrito Federal e no Território Federal de Fernando de Noronha.[1][2][nota 1][nota 2]

No Piauí foi eleito o advogado Petrônio Portela formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nascido em Valença do Piauí ingressou na UDN e foi eleito suplente de deputado estadual em 1950 obtendo um mandato em 1954 quando já estava casado com Iracema Freitas, filha de Pedro Freitas, antes seu adversário político. Eleito prefeito de Teresina com o apoio de Chagas Rodrigues em 1958, rompeu a aliança a fim de concorrer ao Palácio de Karnak. Até os dias atuais foi o único a ser eleito por voto direto tanto prefeito de Teresina quanto governador do Piauí. Sua eleição representou a derradeira vez onde os piauienses elegeram seu governador pelo voto direto, situação que perdurou até a vitória de Hugo Napoleão em 1982.

Líder das forças situacionistas, o governador Petrônio Portela reuniu UDN e PSD numa mesma chapa a exemplo do que fez Virgílio Távora no Ceará e elegeu o vice-governador João Clímaco d'Almeida e os senadores José Cândido Ferraz e Sigefredo Pacheco abrindo as portas à criação da ARENA, enquanto o grupo do deputado federal Chagas Rodrigues reuniu os opositores do Regime Militar de 1964 em torno do MDB.[nota 3]

Resultado da eleição para governador[editar | editar código-fonte]

Foram apurados 185.027 votos nominais (80,35%), 35.203 votos em branco (15,29%) e 10.034 votos nulos (4,36%), resultando no comparecimento de 230.264 eleitores.

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Petrônio Portela
UDN
Ver abaixo
-
-
Oposições Coligadas
(UDN, PSD, PDC, PSP, PST, PRT)
112.285
60,69%
Constantino Pereira
PTB
Ver abaixo
-
-
PTB (sem coligação)
72.742
39,31%
Fontes:[1][2]
  Eleito

Resultado da eleição para vice-governador[editar | editar código-fonte]

Foram apurados 179.343 votos nominais (77,89%), 41.708 votos em branco (18,11%) e 9.213 votos nulos (4,00%), resultando no comparecimento de 230.264 eleitores.

Candidatos a governador do estado Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Ver acima
-
João Clímaco d'Almeida
PSD
-
Oposições Coligadas
(UDN, PSD, PDC, PSP, PST, PRT)
110.472
61,60%
Ver acima
-
Walter Alencar
PTB
-
PTB (sem coligação)
68.871
38,40%
Fontes:[1][2]
  Eleito

Resultado da eleição para senador[editar | editar código-fonte]

Foram apurados 366.436 votos nominais (79,56%), 81.812 votos em branco (17,77%) e 12.280 votos nulos (2,67%), resultando no comparecimento de 460.528 eleitores.

Candidatos a senador da República
Primeiro suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
José Cândido Ferraz
UDN
Manoel da Silva Dias
PSD
-
Oposições Coligadas
(UDN, PSD, PDC, PSP, PST, PRT)
119.842
32,70%
Sigefredo Pacheco
PSD
Cláudio Pacheco
UDN
-
Oposições Coligadas
(UDN, PSD, PDC, PSP, PST, PRT)
99.770
27,23%
Chagas Rodrigues[nota 3]
PTB
Alcides Nunes
PTB
-
PTB (sem coligação)
88.923
24,27%
Waldemar Santos
PTB
Augusto Paranaguá
PTB
-
PTB (sem coligação)
57.901
15,80%
Fontes:[1][2]
  Eleitos

Deputados federais eleitos[editar | editar código-fonte]

São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[3][4]

Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Manoel Santos PSD 23.589 Bom Jesus  Piauí
Heitor Cavalcanti UDN 19.844 Paulistana  Piauí
Dirno Pires PSD 19.289 Rio de Janeiro  Rio de Janeiro
Olímpio de Melo PTB 14.155 Tarauacá  Acre
João de Moura Santos PSD 13.497 Picos  Piauí
Ezequias Costa UDN 13.365 Barras  Piauí
Chagas Rodrigues[nota 3] PTB 13.054 Parnaíba  Piauí
Gaioso e Almendra PTB 12.707 Teresina  Piauí
Fontes:[1][2]

Deputados estaduais eleitos[editar | editar código-fonte]

São relacionados a seguir apenas os candidatos eleitos. A coligação de Petrônio Portela elegeu 26 representantes contra 16 de seus adversários.

Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Helvídio Nunes UDN 6.718 Picos  Piauí
Severo Eulálio PTB 5.873 Picos  Piauí
João Lobo UDN 5.542 Floriano  Piauí
José Alexandre[nota 4] PTB 4.843
Pedro Borges PTB 4.501
Alfredo Nunes PSD 4.471 Regeneração  Piauí
Humberto Silveira PSD 4.458 Jaicós  Piauí
Filadelfo de Castro PTB 4.430 Nova Iorque  Maranhão
Benoni Leal PSD 4.069 Valença do Piauí  Piauí
Sebastião Leal PSD 4.023 Uruçuí  Piauí
Roberto Raulino UDN 3.749 Altos  Piauí
Odilon Freitas PSD 3.693 José de Freitas  Piauí
Nogueira Filho PTB 3.636 Pedro II  Piauí
Djalma Veloso UDN 3.597 Valença do Piauí  Piauí
Nelson Moura Fé UDN 3.541
Machado Melo PTB 3.526 Batalha  Piauí
Caio Damasceno PTB 3.515 Paulistana  Piauí
Antônio Gaioso PSD 3.478 Teresina  Piauí
Wilson Parente PSD 3.399 Cristino Castro  Piauí
Deusdedit Cavalcanti UDN 3.379
Álvaro Melo PTB 3.362
Antônio Carvalho PTB 3.351
José Odon Maia Alencar UDN 3.257 Picos  Piauí
Pedro Portela [nota 5] 3.067 Barras  Piauí
Themístocles Sampaio[nota 4] PTB 2.994 Esperantina  Piauí
João Carvalho[nota 6] UDN 2.891
Benjamin Lustosa UDN 2.853
Paulo Ferraz UDN 2.849 Teresina  Piauí
Raimundo Paixão PTB 2.837
Celso Barros[nota 4] PDC 2.835 Pastos Bons  Maranhão
Aloísio Costa [nota 5] 2.824
Edson Rocha PSD 2.809
Waldemar Macedo UDN 2.755 São Raimundo Nonato  Piauí
Solon Aragão PTB 2.723 Balsas  Maranhão
Wenceslau Sampaio UDN 2.710
Bona Medeiros UDN 2.677 União  Piauí
Solon Brandão [nota 5] 2.670 Pedro II  Piauí
João Carvalho[nota 6] PTB 2.597 Santana do Cariri  Ceará
David Paulo Alves PTB 2.409
José Martins Nunes PTB 2.396
Aluísio Ribeiro [nota 5] 2.370
Deusdedit Ribeiro[nota 4] PTB 2.251
Fontes:[5][1][2][nota 7]

Notas

  1. Os territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima elegeram apenas um deputado federal cada.
  2. Os estados de Alagoas, Goiás, Guanabara, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina elegeram seus governadores em 3 de outubro de 1965, embora o pleito alagoano não tenha sido validado por questões legais.
  3. a b c Derrotado na eleição para senador, foi eleito deputado federal graças ao artifício da "dupla candidatura".
  4. a b c d O Regime Militar de 1964 cassou os deputados José Alexandre Caldas Rodrigues, Themístocles Sampaio, Celso Barros e Deusdedit Ribeiro, além dos suplentes Honorato Gomes Martins, Ubiratan Carvalho e Paes Landim. Foram efetivados então: José Gil Barbosa, Joaquim Gomes Calado, Ribeiro Magalhães e Milton Cardoso.
  5. a b c d Eleito pela "Coligação Democrática Piauiense", formada em prol da candidatura de Petrônio Portela alheios à coligação principal. Até o momento não identificamos a qual de suas legendas estavam filiados os deputados estaduais que a mesma elegeu.
  6. a b Na quinta legislatura da Assembleia Legislativa do Piauí após o Estado Novo, ocorreu o primeiro caso de homonímia entre dois parlamentares eleitos, sendo que o mais votado era farmacêutico e o outro, empresário.
  7. A distribuição das cadeiras se deu da seguinte forma: dezesseis para o PTB, treze para a UDN, oito para o PSD, quatro para a "Coligação Democrática Piauiense" e uma para o PDC.

Referências

  1. a b c d e f BRASIL. Tribunal Regional Eleitoral do Piauí. «Eleições 1945 a 1992». Consultado em 19 de outubro de 2023 
  2. a b c d e f BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Cronologia das eleições». Consultado em 19 de outubro de 2023 
  3. «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 16 de maio de 2018. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013 
  4. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 16 de maio de 2018 
  5. Catarina Costa (29 de abril de 2014). «Deputados do PI cassados durante a ditadura têm mandatos devolvidos». g1.globo.com. G1 Piauí. Consultado em 18 de outubro de 2023 
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