Enchentes e deslizamentos de terra em Caraguatatuba em março de 1967

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Enchentes e deslizamentos de terra em Caraguatatuba em março de 1967
Duração 18 de março de 1967
Vítimas 436 mortes oficialmente, mas o número é maior.

As enchentes e deslizamentos de terra em Caraguatatuba, estado de São Paulo, em março de 1967, coletivamente denominadas Hecatombe,[1] ocasionaram 436 mortes, número oficial.[2]

O desastre é considerado um dos maiores do país e foi uma das razões da criação da Defesa Civil do Estado de São Paulo.[3]

Contexto[editar | editar código-fonte]

Segundo os jornais, chovia intensamente desde o dia 16 de março, com a chuva se intensificando à noite. De acordo com o posto da Fazenda dos Ingleses, o índice pluviométrico foi de 851 mm, 420 mm somente no dia 18, não tendo sido registrado índice maior devido à saturação do pluviômetro. Na manhã do dia 18 começaram os deslizamentos, a maior parte deles ocorrendo à tarde.

Às 13:00 horas ocorreu uma avalanche de pedras, árvores e lama dos morros Cruzeiro, Jaraguá e Jaraguazinho, próximos à cidade.

Por volta das 15:30 horas toda a serra desabou, e a cidade ficou isolada. A Rodovia dos Tamoios ficou destruída e vários carros ficaram presos no trecho de serra. O acesso para Ubatuba e São Sebastião, cidades vizinhas, ficou interditado, e a ajuda só pôde chegar por mar e ar. O Rio Santo Antônio aumentou sua largura de 40 para 200 metros. A lama desceu junto com o Rio.[4]

Às 16:30 outra frente abriu-se no Vale do rio Santo Antonio. No bairro Rio do Ouro gigantescas barreiras começaram a cair pela manhã, formando uma enorme represa que se rompeu algumas horas mais tarde, desaparecendo com o bairro e provocando o deslocamento da ponte principal daquele rio. Caso não tivesse acontecido o rompimento, a cidade inteira teria sido inundada e coberta pelas águas.

Como resultado, a estrada da serra foi destruída em sua maior parte, não sendo possível reconhecer seu antigo traçado em muitos trechos, onde se formaram precipícios de mais de 100 metros de profundidade. A Estrada de Ubatuba sofreu queda de barreiras nos trechos de Maranduba, Getuba, Sumaré, Prainha e Martim de Sá, que cobriram a pista com 80 centímetros de lama.[5]

A contagem oficial foi de 436 mortes. Segundo moradores, entretanto, o número teria sido o dobro ou o triplo do oficial, com muitos corpos levados pelo mar ou nunca tendo sido encontrados sob a lama. Com a dimensão do desastre, tornou-se difícil determinar o número de desaparecidos em função do desaparecimento simultâneo de quem poderia indicar desaparecimentos.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

Ícone de esboço Este artigo sobre uma enchente ou inundação é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.