Carlos Luz: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
Skyshifter (discussão | contribs)
Publicando o que foi desenvolvido até o momento em Usuário:GhostP./Testes/8.
Linha 1: Linha 1:
{{minidesambiguação|judoca brasileiro naturalizado português|Carlos Luz (judoca)}}
{{minidesambiguação|judoca brasileiro naturalizado português|Carlos Luz (judoca)}}
{{Mais notas|data=julho de 2020}}
{{Info/Político/Presidente
{{Info/Político/Presidente
|nome =Carlos Luz
|nome =Carlos Luz
|imagem =Carlos Luz Oficial.jpg
|imagem =Carlos Luz Oficial.jpg
|imagem-tamanho =220px
|imagem-tamanho =
|legenda =
|legenda =Foto oficial de Carlos Luz.
|preposição =do
|preposição =do
|país =Brasil
|país =Brasil
Linha 24: Linha 23:
|morte_local =[[Rio de Janeiro]], [[Guanabara]]
|morte_local =[[Rio de Janeiro]], [[Guanabara]]
|nacionalidade ={{BRAn|o}}
|nacionalidade ={{BRAn|o}}
|partido =Partido Progressista<br/>[[Partido Social Democrático (1945-2003)|PSD]]
|partido =Partido Progressista<br/>[[Partido Social Democrático (1945)|PSD]]
|alma_mater =[[Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais|Faculdade de Direito da UFMG]]
|alma_mater =[[Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais|Faculdade de Direito da UFMG]]
|cônjuge =Maria José Dantas <small><br>({{tooltip|c.|casamento}} 1920; {{tooltip|v.|viúvo}} 1924)</small><br>[[Graciema da Luz|Graciema Junqueira]] <small><br>({{tooltip|c.|casamento}} 1927; {{tooltip|m.|morte}} 1961)</small>
|cônjuge =Maria José Dantas <small><br>({{tooltip|c.|casamento}} 1920; {{tooltip|v.|viúvo}} 1924)</small><br>[[Graciema da Luz|Graciema Junqueira]] <small><br>({{tooltip|c.|casamento}} 1927; {{tooltip|m.|morte}} 1961)</small>
Linha 36: Linha 35:
|assinatura =Carlos Luz presidente do Brasil signature.jpg
|assinatura =Carlos Luz presidente do Brasil signature.jpg
}}
}}
'''Carlos Coimbra da Luz''' ([[Três Corações]], {{dtlink|4|8|1894}} — [[Rio de Janeiro]], {{dtlink|9|2|1961}}) foi um [[advogado]], [[professor]], [[jornalista]] e [[político]] [[brasil]]eiro, [[Lista de presidentes do Brasil|presidente]] da República de 8 a 11 de novembro de 1955,<ref>[https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/biografias/carlos_luz Carlos Luz] na página do [[Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil]] (CPDOC)</ref> tendo, deste modo, tornado-se o presidente do Brasil que ocupou a [[cadeira]] presidencial por menos tempo: apenas três dias.
'''Carlos Coimbra da Luz''' ([[Três Corações]], {{dtlink|4|8|1894}} — [[Rio de Janeiro]], {{dtlink|9|2|1961}}) foi um [[advogado]], [[professor]], [[jornalista]] e [[político]] [[brasil]]eiro. Foi o [[presidente do Brasil]] de 8 a 11 de novembro de 1955, tendo, deste modo, tornado-se o presidente do Brasil que ocupou a cadeira presidencial por menos tempo: apenas três dias.<ref>{{Citar web |ultimo=Viggiano |primeiro=Giuliana |url=https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Politica/noticia/2017/06/os-9-governos-mais-curtos-da-historia-do-brasil.html |titulo=Os 9 governos mais curtos da história do Brasil |acessodata=2021-02-16 |website=Revista Galileu}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-foi-o-presidente-brasileiro-que-ficou-menos-tempo-no-poder/ |titulo=Qual foi o presidente brasileiro que ficou menos tempo no poder? |acessodata=2021-02-16 |website=Super}}</ref>


Luz se formou em meados de 1915 em Direito, sendo nomeado mais tarde delegado de polícia e, oito anos depois, vereador da cidade de [[Leopoldina (Minas Gerais)|Leopoldina]]. Em 1934, elegeu-se [[deputado federal]] pelo [[Partido Progressista de Minas Gerais|Partido Progressista]] (PP), e foi mais tarde nomeado para o conselho administrativo da [[Caixa Econômica Federal]] por [[Getúlio Vargas]]. Eventualmente, tornou-se vice-presidente e depois presidente da instituição.
==Biografia==
[[File:Carlos Coimbra da Luz, presidente da República, discursa por meio da A Hora do Brasil..tif|thumb|left|Carlos Coimbra da Luz, presidente da República, discursa por meio de ''A Hora do Brasil'']]


Foi empossado como [[Ministério da Justiça|ministro da Justiça]] em janeiro de 1946 por [[Eurico Gaspar Dutra]]. Em 1947, Carlos Luz foi o único candidato eleito para a [[Câmara dos Deputados]], pelo [[Partido Social Democrático (1945)|Partido Social Democrático]] (PSD). Tornou-se no mesmo ano diretor-presidente do [[Banco Ribeiro Junqueira]]. Em fevereiro de 1955, Carlos Luz foi eleito presidente da Câmara dos Deputados.
Filho do desembargador [[Alberto Gomes Ribeiro da Luz]] e de Augusta Cesarina de Assis Coimbra da Luz, era neto materno de [[Cesário Cecílio de Assis Coimbra]], um dos fundadores e primeiro Prefeito (1881 a 1883), da cidade mineira de [[Muzambinho]] e sobrinho neto paterno do [[senador]] e [[conselheiro]] do [[Império]] [[Joaquim Delfino Ribeiro da Luz]].


Em novembro de 1955, o presidente [[Café Filho]] ficou inativo por motivo de doença. Assim, Carlos Luz, como presidente da Câmara dos Deputados, seria seu sucessor legal, e foi empossado em 8 de novembro. Entretanto, após de acusações de conspiração contra a posse do eleito [[Juscelino Kubitschek]], [[Impeachment de Carlos Luz|sofreu um ''impeachment'']] três dias depois. Após isso, Luz teve baixa participação na política. Morreu no [[Rio de Janeiro]] em 9 de fevereiro de 1961.
Formado em direito na [[Faculdade de Direito de Minas Gerais]] em 1915. Foi [[delegado]] de [[polícia]] e [[prefeito]] de [[Leopoldina (Minas Gerais)|Leopoldina]], onde também lecionou na Escola de Farmácia do [[Ginásio Leopoldinense]].<ref name="natania">NOGUEIRA, Natania Aparecida da Silva. ''Leopoldina: instrução, mito político e formação de elites na Zona da Mata Mineira (1895-1930)''. Leopoldina-MG: Ed. do Autor, 2011, 128 p. ISBN 9788591205707</ref> Morou por largo tempo em Leopoldina, onde possuía muitos bens, por isso ela sempre foi considerada sua cidade natal. Pelo Partido Progressista, foi também [[deputado federal]] na constituinte em 1934 e, com o fechamento do [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]], foi presidente da [[Caixa Econômica Federal]], entre 1939 e 1945.


== Início de vida e presidência da Câmara Municipal e da Caixa ==
Depois do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] filiou-se ao [[Partido Social Democrático (1945-2003)|PSD]]. Foi [[Lista de ministros da Justiça do Brasil|ministro da Justiça]] no governo de [[Eurico Gaspar Dutra]]. Elegeu-se [[deputado federal]] em 1947, mesmo ano em que assumiu a presidência do [[Banco Ribeiro Junqueira]].<ref>{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/biografias/carlos_luz |título=Carlos Luz |autor= Dicionário Historiográfico Brasileiro pós 1930 |data= |publicado= CPDOC - Fundação Getúlio Vargas |acessodata=3 de abril de 2014}}</ref>
Carlos Coimbra da Luz nasceu em [[Três Corações]], [[Minas Gerais]], no dia 4 de agosto de 1894. Foi filho do desembargador [[Alberto Gomes Ribeiro da Luz]] e de Augusta Coimbra da Luz. Seus estudos preparatórios foram realizados no Ginásio de Lavras.<ref name=estadaoacervo>{{Citar web |url=http://acervo.estadao.com.br/noticias/personalidades,carlos-luz,561,0.htm |titulo=Carlos Luz - Acervo |acessodata=2021-02-16 |website=[[O Estado de S. Paulo|Estadão]]}}</ref> Formou-se na [[Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais]] em 1915,<ref name=bio/> sendo nomeado pouco depois delegado de [[polícia]] da cidade de [[Leopoldina (Minas Gerais)|Leopoldina]], bem como e [[professor]] de geografia, corografia e cosmografia da Escola Normal da cidade. Passou a dedicar-se à advocacia e ao jornalismo em 1920.<ref name=cpdoc/>


Em 1923, Carlos Luz foi eleito [[vereador]] em Leopoldina. Logo após, assumiu a presidência da [[Câmara municipal (Brasil)|Câmara Municipal]] e, depois, a prefeitura da cidade,<ref name=cpdoc /> até 1932, mas foi afastado por um curto período devido à [[Revolução de 1930]].<ref name=bio/> Em setembro do mesmo ano, foi nomeado secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas de Minas Gerais. No dia 15 de dezembro assumiu o cargo de secretário do Interior. Em outubro de 1934, elegeu-se [[deputado federal]] de Minas Gerais, pelo [[Partido Progressista de Minas Gerais|Partido Progressista]] (PP). Deixou seu cargo no governo do estado em janeiro de 1935, iniciando seu mandato em maio.<ref name=cpdoc />
Assumiu a Presidência da República por ser presidente da [[Câmara dos Deputados do Brasil|Câmara dos Deputados]], em função do afastamento, por motivos de [[saúde]], do presidente [[Café Filho]] (vice-presidente de [[Getúlio Vargas]], que cometera suicídio no ano anterior).


Devido à dissolução da Câmara<ref name=estadaoacervo /> com o golpe que implantou o [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]], em 1937, Carlos Luz foi nomeado por [[Getúlio Vargas]] para o conselho administrativo da [[Caixa Econômica Federal]]. Em dezembro do ano seguinte, foi eleito vice-presidente da instituição, e mais tarde presidente, em julho de 1939. Ele também se tornou membro do conselho e diretor da [[Companhia de Seguros Minas-Brasil]]. Após se tornar presidente da instituição, passou a integrar o Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais. Foi reeleito para o cargo em novembro de 1942, permanecendo até fevereiro de 1946.<ref name=cpdoc />
O suicídio do presidente Getúlio Vargas e o afastamento do seu sucessor constitucional, o presidente Café Filho, resultou na vacância do cargo mais alto do Poder Executivo. Como determinava o ordenamento jurídico da época, caso o presidente tivesse que se afastar ou caso o mesmo abandonasse o cargo antes do fim do mandato, o cargo deveria então ser exercido por seu vice-presidente. Caso o vice-presidente também não pudesse assumir, em seu lugar o presidente da Câmara deveria assumir a Presidência da República. Desta forma, Carlos Luz se tornou presidente de fato do Brasil.


== Câmara dos Deputados e presidência do Brasil ==
Carlos Luz foi afastado desta função por um movimento militar denominado [[Movimento de 11 de Novembro]], liderado pelo general [[Henrique Batista Duffles Teixeira Lott|Henrique Lott]].
[[File:Carlos Coimbra da Luz, presidente da República, discursa por meio da A Hora do Brasil..tif|thumb|left|Carlos Luz discursando por meio do ''A Hora do Brasil'']]
Com o fim do Estado Novo, [[Eurico Gaspar Dutra]] o convidou para ocupar a pasta da Justiça do novo governo, empossado em janeiro de 1946. Mais tarde, nas eleições suplementares para a [[Câmara dos Deputados]] realizadas em 1947, Carlos Luz foi o único candidato eleito, pelo [[Partido Social Democrático (1945)|Partido Social Democrático]] (PSD). Tornou-se no mesmo ano diretor-presidente do [[Banco Ribeiro Junqueira]]. Foi reeleito para dois mandatos sucessivos na Câmara dos Deputados, em 1950 e 1954. Em seu segundo mandato, empossado em fevereiro de 1955, Carlos Luz foi eleito presidente da Câmara dos Deputados.<ref name=cpdoc />


O governador de Minas Gerais na época, [[Juscelino Kubitschek]], teve sua candidatura a presidência homologada em fevereiro de 1955, após convenção nacional do PSD. Seções estaduais de [[Pernambuco]], [[Santa Catarina]] e [[Rio Grande do Sul]], bem como representantes da [[Bahia]] e do [[Distrito Federal]], recusaram-se a apoiar a candidatura [[ratificação|ratificada]], e formaram uma [[dissidência]] que propôs ao partido, como alternativa a Juscelino, os nomes de [[Etelvino Lins]], [[Nereu Ramos]] e [[Lucas Lopes]], além de Carlos Luz.<ref name=cpdoc />
Com o apoio do PSD, foi declarado o [[impeachment de Carlos Luz]] no Congresso Nacional, sob acusação de conspiração para não entregar o poder ao presidente eleito, [[Juscelino Kubitschek]]. Carlos Luz estava a bordo do [[C Tamandaré (C-12)|Cruzador Tamandaré]] para evitar qualquer represália em terra e seguir para [[Santos]], onde seria feita a resistência. O navio foi alvo de disparos pela artilharia do exército, mais especificamente pela [[Fortaleza de Santa Cruz da Barra]] e pelo [[Fortaleza de São João|Forte de São João]], porém não revidou, devido a solicitação de Carlos Luz. Na ocasião, o Cruzador Tamandaré era o navio mais bem equipado da [[Marinha do Brasil]] e caso revidasse teria provocado grande número de baixas.


Juscelino e [[João Goulart]] foram eleitos com 35,6% e 44,3% dos votos como presidente e vice-presidente, respectivamente. Após a divulgação dos resultados, a [[União Democrática Nacional]] (UDN) realizou uma campanha liderada pelo deputado [[Aliomar Baleeiro]] contra a posse dos eleitos, alegando que eles não haviam obtido a maioria absoluta dos [[sufrágio]]s. [[Henrique Teixeira Lott]], [[Ministério da Guerra (Brasil)|ministro da Guerra]], reiterou sua posição favorável à posse dos eleitos, mas a crise não foi solucionada.<ref name=cpdoc />
A presidência foi, assim, entregue ao 1º Vice-presidente do [[Senado Federal do Brasil|Senado Federal]], [[Nereu Ramos]].


No dia 5 de novembro, Carlos Luz visitou o Ministério da Guerra para se informar da situação do Exército. Três dias depois, soube-se que [[Café Filho]], que havia assumido a presidência após o suicídio de Getúlio Vargas, ficaria inativo por alguns dias por motivo de doença. Assim, como presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz seria seu sucessor legal, sendo, na tarde do mesmo dia, empossado. No dia seguinte, reuniu o gabinete comunicando aos ministros de Café Filho sua intenção de mantê-los nos cargos. Henrique Lott colocou a pasta da Guerra à disposição de Luz;<ref name=cpdoc /> Lott pediu demissão porque Luz não havia punido o coronel Jurandir Mamede, que criticou abertamente Juscelino e Goulart e pronunciou-se contra a posse dos eleitos na cerimônia do enterro do general [[Canrobert Pereira da Costa]], em 1 de novembro.<ref name=onze /> Luz aceitou o pedido, nomeando o general Álvaro Fiúza de Castro como o novo titular do ministério.<ref name=cpdoc />
[[Imagem:Enterro de Carlos Luz. Na foto vê-se Afonso Arinos.tif|miniatura|Enterro de Carlos Luz|279x279px]]
Membro atuante no Rotary Club do Rio de Janeiro que presidiu no período 1943-1944.


== ''Impeachment'' e morte ==
Está sepultado no [[Cemitério de São João Batista (Rio de Janeiro)]].
{{AP|Impeachment de Carlos Luz|Movimento de 11 de Novembro}}
A notícia da demissão de Lott provocou intensa atividade nos círculos políticos e militares ligados a Juscelino.<ref name=cpdoc /> Após uma reunião entre militares, passaram a ocupar pontos-chave da capital para forçar o governo a respeitar a disciplina militar, no dia 10. Na madrugada do dia 11, tropas interditaram o acesso ao [[Palácio do Catete]], ocuparam os quartéis de polícia e a sede da companhia telefônica, bem como passaram a controlar as operações de telégrafo. Isto culminou no [[Movimento de 11 de Novembro]], chefiado por Lott, que tinha como objetivo barrar a conspiração tramada pelo governo de impedir a posse de Juscelino e Goulart.<ref name=onze>{{Citar web |ultimo=Lamarão |primeiro=Sérgio |url=https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/JkRumoPresidencia/11Novembro |titulo=O Governo de Juscelino Kubitschek: Movimento de 11 de novembro |publicado=[[Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil]]}}</ref> Na manhã do dia 11, o Almirantado decidiu acatar a decisão que o [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]] viesse a tomar quanto ao problema presidencial, sendo revelada a existência de divisão no interior da [[Marinha do Brasil|Marinha]].<ref name=cpdoc />


[[Imagem:Enterro de Carlos Luz. Na foto vê-se Afonso Arinos.tif|miniatura|direita|Enterro de Carlos Luz]]
== Homenagens ==
Carlos Luz, alguns ministros, [[Carlos Lacerda]], Mamede e outros tentaram se refugiar no [[C Tamandaré (C-12)|cruzador Tamandaré]], saindo às 9h00min, com rumo a [[Santos]]. Isso fazia parte de um plano para organizar a resistência em [[São Paulo]], ideia que não funcionou, pois o general [[Olympio Falconière da Cunha]], partiu de carro para São Paulo a fim de garantir o sucesso do Movimento.<ref name=onze /> No mesmo dia, Carlos Luz foi deposto, pois, conforme alegações, estaria ligado a conspiradores que queriam impedir a posse de Juscelino.<ref name=bio>{{Citar web |url=http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/presidencia/ex-presidentes/carlos-luz/biografia |titulo=Biografia de Carlos Luz |acessodata=2021-02-16 |website=www.biblioteca.presidencia.gov.br}}</ref> Às 18h30min, Lott empossou Nereu Ramos, presidente do [[Senado Federal do Brasil|Senado Federal]],<ref name=bio /> na presidência da República até a saída de Café Filho do hospital, reconduzindo Lott à pasta da Guerra.<ref name=cpdoc /> O Tamandaré voltou ao [[Rio de Janeiro]]<ref name=onze /> no dia 13, as 10h35min, junto com o [[C Barroso (C-11)|cruzador Barroso]]. No dia seguinte, entrou na Câmara dos Deputados e discursou, sendo recebido com alguns aplausos e vaias.<ref>{{citar periódico |url=https://acervo.estadao.com.br/pagina/personalidade/561/#!/19551115-24702-nac-0044-999-44-not/busca/Carlos+Luz |título=O sr. Carlos Luz apresente sua renuncia à Camara |jornal=[[O Estado de S. Paulo]] |data=15 de novembro de 1955 |acessodata=2021-02-17}}</ref> Em 31 de janeiro, Nereu Ramos passou o governo a Juscelino Kubitschek.<ref name=cpdoc />
Seu nome está perenizado em logradouros públicos em 8 cidades brasileiras: Sorriso - MT; Foz do Iguaçu - PR; Manaus - AM; Vitória - ES; Caldas Novas e Goiânia - GO; Barbacena e Belo Horizonte - MG.

{{wikiquote|Carlos Luz}}
Depois de seu ''impeachment'', Carlos Luz teve uma atuação política ofuscada. Em 3 de outubro de 1958, foi mais uma vez eleito para a Câmara dos Deputados. Entre 1951 e 1957, integrou a diretoria da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Casou-se com Maria José Dantas Luz, de quem ficou viúvo e com quem teve dois filhos e, depois, com [[Graciema da Luz|Graciema Junqueira da Luz]], com quem também teve dois filhos.<ref name=cpdoc /> Morreu no [[Rio de Janeiro]] em 9 de fevereiro de 1961.<ref name=bio />


==Ver também==
==Ver também==
*{{commons em linha|Category:Carlos Luz|Carlos Luz}}
*{{wikiquote em linha|Carlos Luz}}
*[[:Categoria:Ministros do Governo Carlos Luz|Ministros do Governo Carlos Luz]]
*[[:Categoria:Ministros do Governo Carlos Luz|Ministros do Governo Carlos Luz]]
*[[Impeachment de Carlos Luz]]
*[[C Tamandaré (C-12)|Cruzador Tamandaré]]

{{Referências}}

==Bibliografia==
*CHAGAS, Carmo, ''Política – Arte de Minas'', Editora Carthago & Forte, São Paulo, 1994.
*KOIFMAN, Fábio, Organizador - ''Presidentes do Brasil'', Editora Rio, 2001.
*CARVALHO, Adílson de - [http://www.muzambinho.com/capeladosbueno/historia/doc/pdf/freguesia2.pdf ''A Freguesia de Nossa Senhora da Assumpção do Cabo Verde e sua História'' '''Parte 1'''] e [http://www.muzambinho.com/capeladosbueno/historia/doc/pdf/freguesia4.pdf '''Parte 2''']

==Ligações externas==
*[http://www.presidencia.gov.br/info_historicas/galeria_pres/galluz/galluz/integrapresidente_view/ O governo Carlos Luz no sítio oficial da Presidência da República do Brasil]
*[http://www.alerj.rj.gov.br/memoria/cd/bios/luz.html Biografia de Carlos Luz - ALERJ]


{{Referências|refs=
<ref name=cpdoc>{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/biografias/carlos_luz |título=O Governo de Juscelino Kubitschek: Carlos Luz |publicado=[[Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil]] |acessodata=2021-02-16 |wayb=20210110002627}}</ref>
}}


{{Começa caixa}}
{{Começa caixa}}

Revisão das 01h56min de 17 de fevereiro de 2021

 Nota: Se procura judoca brasileiro naturalizado português, veja Carlos Luz (judoca).
Carlos Luz
Carlos Luz
Foto oficial de Carlos Luz.
19Presidente do Brasil
Período 8 de novembro de 1955
a 11 de novembro de 1955
Vice-presidente Nenhum
Antecessor(a) Café Filho
Sucessor(a) Nereu Ramos
Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil
Período 2 de fevereiro de 1955
a 14 de novembro de 1955
Antecessor(a) Nereu Ramos
Sucessor(a) Flores da Cunha
Ministro da Justiça e Negócios Interiores do Brasil
Período 31 de janeiro de 1946
a 2 de outubro de 1946
Antecessor(a) Antônio de Sampaio Dória
Sucessor(a) Benedito Costa Neto
Dados pessoais
Nascimento 4 de agosto de 1894
Três Corações, Minas Gerais
Morte 9 de fevereiro de 1961 (66 anos)
Rio de Janeiro, Guanabara
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Faculdade de Direito da UFMG
Cônjuge Maria José Dantas
(c. 1920; v. 1924)

Graciema Junqueira
(c. 1927; m. 1961)
Filhos(as) 4
Partido Partido Progressista
PSD
Profissão advogado, professor e jornalista
Assinatura Assinatura de Carlos Luz

Carlos Coimbra da Luz (Três Corações, 4 de agosto de 1894Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1961) foi um advogado, professor, jornalista e político brasileiro. Foi o presidente do Brasil de 8 a 11 de novembro de 1955, tendo, deste modo, tornado-se o presidente do Brasil que ocupou a cadeira presidencial por menos tempo: apenas três dias.[1][2]

Luz se formou em meados de 1915 em Direito, sendo nomeado mais tarde delegado de polícia e, oito anos depois, vereador da cidade de Leopoldina. Em 1934, elegeu-se deputado federal pelo Partido Progressista (PP), e foi mais tarde nomeado para o conselho administrativo da Caixa Econômica Federal por Getúlio Vargas. Eventualmente, tornou-se vice-presidente e depois presidente da instituição.

Foi empossado como ministro da Justiça em janeiro de 1946 por Eurico Gaspar Dutra. Em 1947, Carlos Luz foi o único candidato eleito para a Câmara dos Deputados, pelo Partido Social Democrático (PSD). Tornou-se no mesmo ano diretor-presidente do Banco Ribeiro Junqueira. Em fevereiro de 1955, Carlos Luz foi eleito presidente da Câmara dos Deputados.

Em novembro de 1955, o presidente Café Filho ficou inativo por motivo de doença. Assim, Carlos Luz, como presidente da Câmara dos Deputados, seria seu sucessor legal, e foi empossado em 8 de novembro. Entretanto, após de acusações de conspiração contra a posse do eleito Juscelino Kubitschek, sofreu um impeachment três dias depois. Após isso, Luz teve baixa participação na política. Morreu no Rio de Janeiro em 9 de fevereiro de 1961.

Início de vida e presidência da Câmara Municipal e da Caixa

Carlos Coimbra da Luz nasceu em Três Corações, Minas Gerais, no dia 4 de agosto de 1894. Foi filho do desembargador Alberto Gomes Ribeiro da Luz e de Augusta Coimbra da Luz. Seus estudos preparatórios foram realizados no Ginásio de Lavras.[3] Formou-se na Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais em 1915,[4] sendo nomeado pouco depois delegado de polícia da cidade de Leopoldina, bem como e professor de geografia, corografia e cosmografia da Escola Normal da cidade. Passou a dedicar-se à advocacia e ao jornalismo em 1920.[5]

Em 1923, Carlos Luz foi eleito vereador em Leopoldina. Logo após, assumiu a presidência da Câmara Municipal e, depois, a prefeitura da cidade,[5] até 1932, mas foi afastado por um curto período devido à Revolução de 1930.[4] Em setembro do mesmo ano, foi nomeado secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas de Minas Gerais. No dia 15 de dezembro assumiu o cargo de secretário do Interior. Em outubro de 1934, elegeu-se deputado federal de Minas Gerais, pelo Partido Progressista (PP). Deixou seu cargo no governo do estado em janeiro de 1935, iniciando seu mandato em maio.[5]

Devido à dissolução da Câmara[3] com o golpe que implantou o Estado Novo, em 1937, Carlos Luz foi nomeado por Getúlio Vargas para o conselho administrativo da Caixa Econômica Federal. Em dezembro do ano seguinte, foi eleito vice-presidente da instituição, e mais tarde presidente, em julho de 1939. Ele também se tornou membro do conselho e diretor da Companhia de Seguros Minas-Brasil. Após se tornar presidente da instituição, passou a integrar o Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais. Foi reeleito para o cargo em novembro de 1942, permanecendo até fevereiro de 1946.[5]

Câmara dos Deputados e presidência do Brasil

Carlos Luz discursando por meio do A Hora do Brasil

Com o fim do Estado Novo, Eurico Gaspar Dutra o convidou para ocupar a pasta da Justiça do novo governo, empossado em janeiro de 1946. Mais tarde, nas eleições suplementares para a Câmara dos Deputados realizadas em 1947, Carlos Luz foi o único candidato eleito, pelo Partido Social Democrático (PSD). Tornou-se no mesmo ano diretor-presidente do Banco Ribeiro Junqueira. Foi reeleito para dois mandatos sucessivos na Câmara dos Deputados, em 1950 e 1954. Em seu segundo mandato, empossado em fevereiro de 1955, Carlos Luz foi eleito presidente da Câmara dos Deputados.[5]

O governador de Minas Gerais na época, Juscelino Kubitschek, teve sua candidatura a presidência homologada em fevereiro de 1955, após convenção nacional do PSD. Seções estaduais de Pernambuco, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, bem como representantes da Bahia e do Distrito Federal, recusaram-se a apoiar a candidatura ratificada, e formaram uma dissidência que propôs ao partido, como alternativa a Juscelino, os nomes de Etelvino Lins, Nereu Ramos e Lucas Lopes, além de Carlos Luz.[5]

Juscelino e João Goulart foram eleitos com 35,6% e 44,3% dos votos como presidente e vice-presidente, respectivamente. Após a divulgação dos resultados, a União Democrática Nacional (UDN) realizou uma campanha liderada pelo deputado Aliomar Baleeiro contra a posse dos eleitos, alegando que eles não haviam obtido a maioria absoluta dos sufrágios. Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra, reiterou sua posição favorável à posse dos eleitos, mas a crise não foi solucionada.[5]

No dia 5 de novembro, Carlos Luz visitou o Ministério da Guerra para se informar da situação do Exército. Três dias depois, soube-se que Café Filho, que havia assumido a presidência após o suicídio de Getúlio Vargas, ficaria inativo por alguns dias por motivo de doença. Assim, como presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz seria seu sucessor legal, sendo, na tarde do mesmo dia, empossado. No dia seguinte, reuniu o gabinete comunicando aos ministros de Café Filho sua intenção de mantê-los nos cargos. Henrique Lott colocou a pasta da Guerra à disposição de Luz;[5] Lott pediu demissão porque Luz não havia punido o coronel Jurandir Mamede, que criticou abertamente Juscelino e Goulart e pronunciou-se contra a posse dos eleitos na cerimônia do enterro do general Canrobert Pereira da Costa, em 1 de novembro.[6] Luz aceitou o pedido, nomeando o general Álvaro Fiúza de Castro como o novo titular do ministério.[5]

Impeachment e morte

A notícia da demissão de Lott provocou intensa atividade nos círculos políticos e militares ligados a Juscelino.[5] Após uma reunião entre militares, passaram a ocupar pontos-chave da capital para forçar o governo a respeitar a disciplina militar, no dia 10. Na madrugada do dia 11, tropas interditaram o acesso ao Palácio do Catete, ocuparam os quartéis de polícia e a sede da companhia telefônica, bem como passaram a controlar as operações de telégrafo. Isto culminou no Movimento de 11 de Novembro, chefiado por Lott, que tinha como objetivo barrar a conspiração tramada pelo governo de impedir a posse de Juscelino e Goulart.[6] Na manhã do dia 11, o Almirantado decidiu acatar a decisão que o Congresso Nacional viesse a tomar quanto ao problema presidencial, sendo revelada a existência de divisão no interior da Marinha.[5]

Enterro de Carlos Luz

Carlos Luz, alguns ministros, Carlos Lacerda, Mamede e outros tentaram se refugiar no cruzador Tamandaré, saindo às 9h00min, com rumo a Santos. Isso fazia parte de um plano para organizar a resistência em São Paulo, ideia que não funcionou, pois o general Olympio Falconière da Cunha, partiu de carro para São Paulo a fim de garantir o sucesso do Movimento.[6] No mesmo dia, Carlos Luz foi deposto, pois, conforme alegações, estaria ligado a conspiradores que queriam impedir a posse de Juscelino.[4] Às 18h30min, Lott empossou Nereu Ramos, presidente do Senado Federal,[4] na presidência da República até a saída de Café Filho do hospital, reconduzindo Lott à pasta da Guerra.[5] O Tamandaré voltou ao Rio de Janeiro[6] no dia 13, as 10h35min, junto com o cruzador Barroso. No dia seguinte, entrou na Câmara dos Deputados e discursou, sendo recebido com alguns aplausos e vaias.[7] Em 31 de janeiro, Nereu Ramos passou o governo a Juscelino Kubitschek.[5]

Depois de seu impeachment, Carlos Luz teve uma atuação política ofuscada. Em 3 de outubro de 1958, foi mais uma vez eleito para a Câmara dos Deputados. Entre 1951 e 1957, integrou a diretoria da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Casou-se com Maria José Dantas Luz, de quem ficou viúvo e com quem teve dois filhos e, depois, com Graciema Junqueira da Luz, com quem também teve dois filhos.[5] Morreu no Rio de Janeiro em 9 de fevereiro de 1961.[4]

Ver também

Referências

  1. Viggiano, Giuliana. «Os 9 governos mais curtos da história do Brasil». Revista Galileu. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  2. «Qual foi o presidente brasileiro que ficou menos tempo no poder?». Super. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  3. a b «Carlos Luz - Acervo». Estadão. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  4. a b c d e «Biografia de Carlos Luz». www.biblioteca.presidencia.gov.br. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  5. a b c d e f g h i j k l m n «O Governo de Juscelino Kubitschek: Carlos Luz». Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 16 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 10 de janeiro de 2021 
  6. a b c d Lamarão, Sérgio. «O Governo de Juscelino Kubitschek: Movimento de 11 de novembro». Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil 
  7. «O sr. Carlos Luz apresente sua renuncia à Camara». O Estado de S. Paulo. 15 de novembro de 1955. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 

Precedido por
Antônio de Sampaio Dória
Ministro da Justiça
e
Negócios Interiores do Brasil

1946
Sucedido por
Benedito Costa Neto
Precedido por
Nereu de Oliveira Ramos
Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil
1955
Sucedido por
José Antônio Flores da Cunha
Precedido por
Café Filho
Brasil.
19º Presidente do Brasil

1955
Sucedido por
Nereu Ramos