Gavril Miasnikov

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Gavril Miasnikov
Nome completo Gavril Ilyich Miasnikov
Nascimento 25 de fevereiro de 1889
Tchistopol, Rússia
(ex-Império Russo)
Morte 16 de novembro de 1945 (56 anos)
Moscovo, Rússia
Causa da morte perfuração por arma de fogo
Nacionalidade Rússia russo
Ocupação metalúrgico

Gavril Ilyich Miasnikov (em russo: Гаврии́л Ильи́ч Мяснико́в; 25 de fevereiro de 1889, Chistopol, Kazan16 de novembro de 1945, Moscovo) foi um comunista russo, um metalúrgico dos Urais, que participou na Revolução de 1905 e tornou-se um ativista bolchevique clandestino em 1906. A polícia czarista prendeu-o e passou 7 anos e meio nos trabalhos forçados na Sibéria.[1][2] Em 1917, Misnikov foi um membro ativo dos comités de fábrica, do soviete e do partido bolchevique na sua cidade natal de Motovilikha e em Perm.[3]

Miasnikov foi o responsável pela execução do Grão-Duque Miguel Alexandrovich, o irmão mais novo do deposta czar Nicolau II, em 1918.[3]

Miasnikov foi um "comunista de esquerda"", em 1918, oposto ao Tratado de Brest-Litovsk.[3] Apesar de descontente com a política do partido face aos trabalhadores, Miasnikov não apoiou a Oposição Operária em 1920-21.[4] Miasnikov discordava da linha da Oposição Operária de que os sindicatos deveriam gerir a economia.ref>Avrich 1984, p. 7</ref>, propondo em vez disso, num manifesto que elaborou em 1921, a administração da indústria por "sovietes de produtores" e liberdade de imprensa para todos os trabalhadores.[5] Os líderes da Oposição Operária Alexander Chliapnikov e Sergei Medvedev receavam que as propostas de Miasnikov desse demasiado poder aos camponeses, no entanto defenderem o seu direito a apresentar críticas. Junto com antigos membros da Oposição Operária. Miasnikov assinou a "Carta dos 22" à Internacional Comunista em 1922,[6] contra a supressão das opiniões dissidentes dentro do Partido Comunista.

Em fevereiro de 1922, Miasnikov foi expulso do Partido Comunista[7] e em 1923 criou a facção oposicionista "Grupo Operário do Partido Comunista Russo", junto com antigos membros da Oposição Operária. [8] Os líderes do partido ordenaram a sua prisão em maio de 1923 e tentaram neutralizá-lo enviando-o numa missão comercial para a Alemanha. Aí Miasnikov estabeleceu contactos com o Partido Comunista Operário da Alemanha e com a ala mais à esquerda do Partido Comunista da Alemanha; com a ajuda desses grupos, publicou o "Manifesto do Grupo Operário".[9] Em setembro de 1923 o Grupo Operário foi largamente suprimido pelas autoridades[10] (ainda que tenha provavelmente continuado a ter alguma atividade clandestina nos anos seguintes)[11] e no final do ano Miasnikov foi convencido a regressar à Rússia, após o que foi imediatamente preso preso.[12]

Em 1927 a sua senteça foi mudada para o exílio interno em Erevan, na Arménia.[12] Em novembro de 1928 fugiu da URSS para o Irão, onde foi preso e deportado para o Turquia.[13] Em 1930 foi para França, onde arranjou emprego na sua na sua antiga profissão numa fábrica metalúrgica.[13]

Em novembro de 1944, abandonou o seu emprego em França e, após receber um visto, regressou à URSS a 18 de dezembro de 1944, através da embaixada soviética em França. Após regressar a URSS foi preso em janeiro de 1945, sendo executado a 16 de novembro de 1945.[14]

Notas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Avrich 1984, p. 3
  2. The International Committee for Political Prisoners, ed. (1925). «Miasnikov to Lenin, August 1921». Letters from Russian Prisons (em inglês). Londres: C. W. Daniel Co. pp. 85–86. OCLC 277273512. Consultado em 20 de fevereiro de 2018 
  3. a b c Avrich 1984, p. 4
  4. Avrich 1984, pp. 5-6
  5. Avrich 1984, pp. 8-9
  6. «To Members of the International Conference of the Communist International» (em inglês). Marxists Internet Archive 
  7. Avrich 1984, pp. 10-13
  8. Avrich 1984, p. 16
  9. Avrich 1984, p. 22
  10. Avrich 1984, p. 23
  11. Hebbes, Ian (2 de setembro de 2007). «The Communist Left in Russia after 1920» (em inglês). Libcom.org. Consultado em 3 de janeiro de 2018 . "While precise details are not available, it is clear that the group managed to exist in an organised form, issuing appeals, leaflets and manifestos until 1929, when it still had a clandestine press which was being produced in Moscow. (...) In exile, whether in Berlin or France, in 1930 this network was sustained by correspondence and occasional bulletins. Their work was published in England by the Workers’ Dreadnought and the Commune and in Germany by the press of the KAI/KAPD and others; but the best source of information on their activity in the early 1930s is the journal L’Ouvrier Communiste, produced by ex-Bordigists and KAPD elements with whom Miasnikov collaborated in exile in France. These documents also find a partial corroboration in the Bulletins of the Left Opposition and the writings of Trotsky where the CWG are ridiculed as marginal, sectarian ultra-leftists and called Miasnikovists."
  12. a b Avrich 1984, p. 23
  13. a b Avrich 1984, p. 24
  14. Archibald, Malcolm. «The Last Testament of the Left Communist Gavriil Miasnikov» (em inglês) 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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