José Joaquim de Lima e Silva

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José Joaquim de Lima e Silva
José Joaquim de Lima e Silva
Nascimento 26 de julho de 1787
Rio de Janeiro, RJ, Estado do Brasil
Morte 24 de agosto de 1855
Rio de Janeiro, RJ, Império do Brasil
Ocupação militar
Armas do visconde de Majé, nas quais figuram as armas das famílias Silva, Coutinho, Lima, Brandão, Soromenho e Ferreira.

José Joaquim de Lima e Silva, primeiro e único visconde de Majé,[1] (Rio de Janeiro, 26 de julho de 1787Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1855) foi um militar e político brasileiro. Por um breve período, em 1823, foi presidente da então província da Bahia.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Descendente de ilustre família de militares que posteriormente alcançaria o status de nobreza no Brasil, era filho do marechal-de-campo José Joaquim de Lima e Silva, comendador da Ordem de Avis, e de Joana Maria da Fonseca Costa; neto paterno do sargento-mor de infantaria João da Silva da Fonseca Lima e de Isabel Maria Josefa Brandão Ivo – que, segundo pesquisas, era descendente de um irmão de Santo Ivo, canonizado pelo Papa Clemente VII no ano de 1348, membro de uma das primeiras famílias da Bretanha, em França[carece de fontes?]. Era, portanto, irmão do barão de Barra Grande e tio do Duque de Caxias.

José Joaquim tomou parte nas lutas da Guerra da Independência do Brasil, na Província da Bahia, onde lançou uma proclamação às tropas portuguesas sob o comando do Governador das Armas, Inácio Luís Madeira de Melo. em 1823, D. Pedro I determinou que o comandante José Joaquim fosse à Bahia para auxílio nas forças do general de origem francesa Pedro Labatut que lutavam pela independência contra tropas portuguesas.

Assim que chegou ao estado, em março de 1823, recebeu o Comandante-em-chefe do Exército brasileiro lhe delega o comando de uma brigada (havia três) para o ataque contra as tropas portuguesas estabelecidas em Salvador e comandadas por Madeira de Melo. Uma conspiração encabeçada pelo coronel Felisberto Gomes Caldeira para tirar Pedro Labatut do comando do exército, fez com que este ordenasse a prisão do militar rebelde, assim como desse a ordem que José Joaquim de Lima e Silva avançasse contra a 3ª Brigada, que havia se voltado contra o batalhão após o encarceramento de seu líder. Duvidoso sobre o comando de Labatut, José Joaquim, então, reuniu os oficiais de sua Brigada, assim como o Tenente Coronel Barros Falcão e seus oficiais, para ponderar sobre a ordem. Eles perceberam que se seguissem o comando de Labatut, uma Guerra Civil poderia ser iniciada e, então, tomaram três importantes decisões: recusar a ordem, depor Pedro Labatut e libertar Felisberto Gomes Caldeira.[2]

O Coronel José Joaquim de Lima e Silva, aos 35 anos, foi nomeado pelo Conselho do Governo Interino da Província como Comandante-em-chefe do Exército no lugar de Labatut. O novo comandante reorganizou suas tropas, que passaram a ser constituídas por um estado-maior, duas divisões e quatro brigadas. "Nomeou para o estado-maior o tenente-coronel Antonio Maria da Silva Torres, com a posição de ajudante-geral, e o coronel Antero José Ferreira de Brito, com a de quartel-mestre geral. Os comandos das duas Divisões ficaram com o tenente-coronel José de Barros Falcão Lacerda a 1a Divisão, e o coronel Felisberto Gomes Caldeira, a 2a Divisão. O comando da 1a Brigada coube ao major Manoel de Lima e Silva, o da 2a ao major Tomás Pereira de Melo, o da 3a ao major José Leite Pacheco, e 4a ao coronel Joaquim Francisco das Chagas".[3] No começo de junho, Lima e Silva ordenou ataque da segunda unidade de suas tropas contra as trincheiras portuguesas, que bloqueou por terra a eles. O britânico com o comando da marinha, Lord Cochrane, cercou por água. O exército lusitano, sob o comando do general Madeira de Melo e com suprimentos esgotados, acabou por render-se.

Em nota de agradecimento, a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil escreve: "Propõe que a Assembléia faça constar ao Comandante-em-Chefe do Exército Pacificador da Província da Bahia, José Joaquim de Lima e Silva, que o seu ofício, em que participa achar-se aquela praça livre de seus opressores, foi recebido com especial agrado, encarregando-o de cumprimentar o valoroso Exército pela completa restauração da Bahia. Propõe, ainda, que o mesmo se faça constar ao Governo daquela Província, que se acha instalado na Vila de Cachoeira".[4]

Em 02 de julho de 1923 - dia que marca a Independência da Bahia -, Lima e Silva e o Exército Libertador entram na cidade de Salvador e são recebidos com festa pela população[5]. A data até hoje é comemorada no estado da Bahia. Em Salvador, a estrada por onde marcharam as tropas libertadoras passou ser chamada de “estrada da liberdade” e anos mais tarde foi nomeada Avenida Lima e Silva.

No ano seguinte, o Comandante Lima e Silva é nomeado ajudante de campo do imperador. Em 1831 torna-se Comandante de Armas e em 1932 volta ao Rio de Janeiro, onde torna-se presidente do Conselho Supremo Militar da Justiça. Em 1842 é nomeado conselheiro de Estado, em 1845 secretário da guerra. O título de Visconde de Magé acontece no dia 02 de dezembro de 1854 via decreto do Imperador D. Pedro II.[6]

Família[editar | editar código-fonte]

Antes do primeiro casamento, quando ainda era solteiro, teve Maria Magdalena de Lima e Silva (1809 - 1890).

Casou-se com Maria Eulália Lima Fonseca no Rio de Janeiro, no dia 05 de outubro de 1825, com quem teve seis filhos: Maria Joaquina de Lima e Silva (1821 - ?); Maria José de Lima e Silva (1828 - ?); José Joaquim de Lima e Silva Neto (1831 - 1880); Francisco de Lima e Silva Sobrinho (1835 – 1903), Maria Eulália de Lima e Silva (1841 - 1870) e Maria Amália de Lima e Silva (1843 - 1887).

Irmãos[editar | editar código-fonte]

José Joaquim teve doze irmãos: Francisco de Lima e Silva (Regente do Império e casado com Mariana Cândida de Oliveira Bello) Anna Victoria Xavier de Lima; Maria Joanna de Lima (casada com Coronel Carlos Cesar Francisco Burlamaqui), Joanna Maria de Lima, José Luiz de Lima e Silva, Marianna Emília de Lima, Manuel da Fonseca de Lima e Silva (Barão de Suruí e casado com Carlotta Guilhermina de Lima e Silva), Thereza Camilla de Lima, Antônio de Lima e Silva, Maria de Lima, General João Manoel de Lima e Silva (1º General dos Farrapos e casado Maria Joaquina de Almeida Côrte Real) e Marechal Luiz Manoel de Lima e Silva.

Dentre os que mais se destacaram, Francisco de Lima e Silva, chegou às posições de presidente da Província de Pernambuco (1824–1825), senador do Império do Brasil (1827–1853), membro, juntamente com os senadores Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e José Joaquim Carneiro de Campos, da Regência Trina Provisória (1831) e, posteriormente, da Regência Trina Permanente (1831 – 1834), acompanhado dos deputados José da Costa Carvalho da Bahia e João Bráulio Moniz do Maranhão. O fato de ter desempenhado o cargo duas vezes, rendeu a Francisco o apelido de de Chico Regência.

Seu outro irmão, Manuel da Fonseca de Lima e Silva, barão de Suruí e tio do Duque de Caxias, combateu diversas revoltas populares, até que, em 1931, foi nomeado Ministro da Guerra (1831; 1835; 1836), Ministro da Justiça (1932) e Ministro do Império (1936). Foi também deputado provincial no Rio de Janeiro e presidente da província de São Paulo (1844-1847).[7]

João Manuel de Lima e Silva (1805 — 1837), foi o primeiro general dos Farrapos na Revolução Farroupilha.

O Marechal Luiz Manoel de Lima e Silva, foi autor de Guerra com as Províncias Unidas do Rio da Prata, comandante da Guarda Nacional e da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

Referências

  1. Pela grafia arcaica, visconde de Magé.
  2. TAVARES, Luis Henrique Dias (2011). História da Bahia. São Paulo: 10ª edição, EDUFBA em parceria com à UNESP. 242 páginas 
  3. TAVARES, Luís Henrique Dias (2005). Independência do Brasil na Bahia. Salvador: EDUFBA. 205 páginas 
  4. «Dossiê/Processo 166 - Indicação n. 1 para se dar agradecimentos ao Comandante do Exército Pacificador da Bahia e ao Governo Provisório da Província». Arquivo Histórico da Câmara dos Deputados. Consultado em 23 de novembro de 2017 
  5. LIMA, Paulo Costa (2 de julho de 2012). «O dia da Independência do Brasil na Bahia». Terra Magazine 
  6. FLEIUSS, Max (1924). Páginas de História. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional 
  7. «UofToronto Libraries: Books Online». link.library.utoronto.ca. Consultado em 25 de setembro de 2017 

Precedido por
Governador da Bahia
1823
Sucedido por
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