Leis Fascistíssimas

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As Leis Fascistíssimas,[1] ou Leis Fascistas Excepcionais,[2] foi uma série de normas legais emitidas entre 1925 e 1926 que deram início à transformação do sistema monárquico parlamentar italiano em direção à criação de um regime fascista. A aprovação das leis veio após o período de maior crise na fase inicial do governo Mussolini, o sequestro e assassinato do deputado socialista Giacomo Matteotti.

As Leis Fascistíssimas foram:[3][4]

  • Lei nº 2029 (24 de dezembro de 1925): É estabelecido que todos os órgãos coletivos na Itália (associações, institutos) estavam sujeitos ao controle policial, sendo obrigados a entregar estatutos, contratos sociais, regulamentos internos, listas de membros e administradores.
  • Lei nº 2300 (24 de dezembro de 1925): Fica estabelecida a cessação de todos os funcionários públicos que se recusem a prestar juramento de fidelidade ao regime.
  • Lei nº 2263 (24 de dezembro de 1925): Define os poderes e prerrogativas do Presidente do Conselho de Ministros, cujo nome muda para Chefe do Governo Primeiro-Ministro Secretário de Estado. Fica estabelecido que o Chefe do Governo é nomeado e demitido pelo Rei, sendo responsável apenas perante o rei e não perante o parlamento.
  • Lei nº 100 (31 de janeiro de 1926): O governo tem o direito de fazer regulamentações legais. Com esta lei, o poder executivo passa a ter o poder de ditar normas jurídicas por meio de decretos, sem a necessidade de intervenção das assembleias legislativas.
  • Lei nº 237 (4 de fevereiro de 1926): As autoridades designadas pelo governo substituem as administrações eletivas municipais e provinciais que são extintas.
  • Lei nº 563 (3 de abril de 1926): As greves são proibidas e o monopólio dos sindicatos fascistas que poderiam assinar acordos coletivos é estabelecido.
  • Decreto Real nº 1848 (6 de novembro de 1926): É ordenada a dissolução de todos os partidos, associações e organizações que praticam ações contra o regime, deixando o Partido Nacional Fascista como o único partido admitido.
  • Lei nº 2008 (25 de novembro de 1926): A sanção com a pena de morte é instituída para os ataques dirigidos ao Rei e ao Primeiro-Ministro. A instigação do ataque, através da imprensa, torna-se crime específico sancionado juntamente com a divulgação de "boatos ou notícias falsas, exageradas ou tendenciosas sobre as condições internas do Estado" que prejudiquem os interesses nacionais ou o prestígio do Estado. Com esta lei é criado o Tribunale speciale per la difesa dello Stato.

Outras disposições legais criam o Ministério da Cultura Popular, que se encarregaria da propaganda; estabelece a polícia secreta fascista, OVRA; obrigação dos professores de aderirem ao Partido Nacional Fascista e por volta de 1928, com a Lei nº 2693, foi composto o Grande Conselho do Fascismo, presidido por Mussolini, que seria o órgão supremo do partido fascista e portanto do Estado.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «fascismo in "Enciclopedia dei ragazzi"». treccani.it (em italiano). Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  2. «Fascismo in "Enciclopedia del Novecento"». treccani.it (em italiano). Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  3. «Le leggi "Fascistissime"» (em italiano). Istoreco. 2017 
  4. «Leggi "Fascistissime"». web.archive.org. 13 de agosto de 2010. Consultado em 17 de dezembro de 2020