Miguel Maria N'Zau Puna
Miguel Maria N'Zau Puna | |
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Nascimento | 23 de fevereiro de 1933 Cabinda |
Morte | 17 de julho de 2022 Luanda |
Ocupação | político, diplomata, militar |
Miguel Maria N'Zau Puna (Cabinda, 23 de fevereiro de 1933 — Luanda, 17 de julho de 2022) foi um militar, diplomata e político angolano.[1] Serviu como Secretário-Geral da UNITA de 1966 até 1992, ocupando vários cargos no governo angolano já como filiado ao MPLA.
Biografia[editar | editar código-fonte]
N'Zau Puna nasceu em 23 de março de 1933, em Cabinda.[2] Seu pai era José Cabinda e sua mãe era Margarida Swaly.[3]
Fez seus estudos primários na Escola da Missão Católica de Cabinda, e o secundário na Escola da Missão Católica de Malanje.[3]
Exilou-se no Congo-Léopoldville, em 1961, onde filiou-se à Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA). Foi enviado pela direção do partido para estudar na Escola de Agricultura de Moghrane, Tunísia, e na Escola Superior de Cooperação, tendo recebido treino militar na China.[2]
Em 1966 participou na fundação da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), um grupo rebelde que lutou contra o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) na Guerra Civil Angolana.[4]
De 1968 a 1989 foi secretário-geral da UNITA e em 1982 foi comandante da Frente Noroeste. Promovido a general das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), foi nomeado Ministro do Interior no Governo das Terras Livres de Angola (ou Conselho Nacional da Revolução), a entidade conta-governamental responsável pela República Popular Democrática de Angola.[5]
Pouco antes das eleições gerais de Angola em 1992 deixou a UNITA com António da Costa Fernandes denunciando o facto do líder do partido, Jonas Savimbi, ter ordenado os assassinatos de Wilson dos Santos, delegado da UNITA em Portugal, e Tito Chingunji, um dos principais estrategistas políticos e chefe dos negócios estrangeiros do partido.[6] As mortes de Dos Santos e Chingunji e as deserções de Fernandes e Puna enfraqueceram as relações entre os Estados Unidos e a UNITA[6] e prejudicaram seriamente a reputação internacional de Savimbi.[6][7][8]
Após a sua deserção, ingressou no MPLA, com o qual foi nomeado vice-ministro da administração territorial de 1997 a 1999. De 28 de Setembro de 2000 a 2008, foi embaixador de Angola no Canadá[1] e deputado pelo MPLA na Assembleia Nacional Angolana, eleito nas eleições legislativas angolanas de 2008.[9][10]
Faleceu em Luanda em 17 de julho de 2022.[11]
Referências
- ↑ a b «Letters of Credence». 2000. Consultado em 22 de novembro de 2007. Cópia arquivada em 30 de agosto de 2003
- ↑ a b «Miguel Maria N'Zau Puna». Guerra e Paz Editores, S.A. Consultado em 24 de setembro de 2022
- ↑ a b UNITA (1990). The UNITA Leadership. Jamba: União Nacional para a Independência Total de Angola. pp. 15–16
- ↑ «Archived copy». Consultado em 20 de janeiro de 2007. Cópia arquivada em 22 de maio de 2007
- ↑ Antigo “braço direito” de Savimbi revela que falta de sorte ditou derrota da UNITA. Club-K. 30 de maio de 2015.
- ↑ a b c Marcelo Bittencourt Ivair Pinto (julho de 2016). «As eleições angolanas de 1992». Irati. Revista TEL. 7 (2): 170-192. ISSN 2177-6644
- ↑ Meredith, Martin (2005). The Fate of Africa: From the Hopes of Freedom to the Heart of Despair: A History of 50 Years of Independence. [S.l.: s.n.] p. 604
- ↑ «A Unita do Dr. Savimbi matava e não dava explicações a ninguém!» Arquivado em 2017-05-30 no Wayback Machine, angonoticias, 19 d'abril de 2004
- ↑ Perfil de Miguel N'Zau Puna al web de l'Assemblea Nacional
- ↑ Nzau Puna adere ao MPLA e apela ao voto, angonoticias, 26 d'agost de 2008
- ↑ «Faleceu em Luanda N'zau Puna, nacionalista e deputado angolano». Rádio Nacional de Angola. 17 de julho de 2022. Consultado em 24 de setembro de 2022