Neurociência evolucionista

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A neurociência evolucionista é o estudo científico da evolução dos sistemas nervosos. Os neurocientistas evolucionistas investigam a evolução e a história natural da estrutura, funções e propriedades emergentes do sistema nervoso. O campo baseia-se em conceitos e descobertas da neurociência e da biologia evolutiva. Historicamente, a maior parte do trabalho empírico tem sido na área de neuroanatomia comparada, e os estudos modernos freqüentemente fazem uso de métodos comparativos filogenéticos. Abordagens de melhoramento seletivo e de evolução experimental também estão sendo usadas com mais frequência.[1]

Conceitualmente e teoricamente, o campo está relacionado a campos tão diversos como genômica cognitiva, neurogenética, neurociência do desenvolvimento, neuroetologia, psicologia comparada, evo-devo, neurociência comportamental, neurociência cognitiva, ecologia comportamental, antropologia biológica e sociobiologia.

Os neurocientistas evolucionistas examinam as mudanças nos genes, anatomia, fisiologia e comportamento para estudar a evolução das mudanças no cérebro. [2] Eles estudam uma infinidade de processos, incluindo a evolução dos sistemas vocais, visuais, auditivos, gustativos e de aprendizagem, bem como a evolução e o desenvolvimento da linguagem.[3] Além disso, os neurocientistas evolucionistas estudam a evolução de áreas ou estruturas específicas do cérebro, como a amígdala, o prosencéfalo e o cerebelo, bem como o córtex motor ou visual.

História[editar | editar código-fonte]

O livro de 1936, A Anatomia Comparada do Sistema Nervoso de Vertebrados Incluindo o Homem, do neurologista holandês C. U. Ariëns Kappers (publicado pela primeira vez em alemão em 1921) foi uma publicação marcante na área. Seguindo a Síntese Evolutiva, o estudo da neuroanatomia comparada foi conduzido com uma visão evolucionária e os estudos modernos incorporam a genética do desenvolvimento.[4][5] Agora é aceito que as mudanças filogenéticas ocorrem independentemente entre as espécies ao longo do tempo e não podem ser lineares.[6] Também se acredita que um aumento com o tamanho do cérebro se correlaciona com um aumento nos centros neurais e na complexidade do comportamento.[7]

Evolução do cérebro humano[editar | editar código-fonte]

A teoria de Darwin permitiu que as pessoas começassem a pensar sobre a forma como os animais e seus cérebros evoluem.[6]

Cérebro dos répteis[editar | editar código-fonte]

O córtex cerebral dos répteis se assemelha ao dos mamíferos, embora seja simplificado.[2] Embora a evolução e a função do córtex cerebral humano ainda estejam envoltas em mistério, sabemos que é a parte do cérebro que mudou de forma mais dramática durante a evolução recente.

Percepção visual[editar | editar código-fonte]

A pesquisa sobre como a percepção visual se desenvolveu na evolução é hoje mais bem compreendida por meio do estudo dos primatas atuais, uma vez que a organização do cérebro não pode ser determinada apenas pela análise de crânios fossilizados.

Percepção auditiva[editar | editar código-fonte]

A organização do córtex auditivo humano é dividida em núcleo, cintura e parabelt. Isso se assemelha muito ao dos primatas atuais.

Pesquisadores[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Rhodes, J. S., and T. J. Kawecki. 2009. Behavior and neurobiology. Pp. 263–300 in Theodore Garland, Jr. and Michael R. Rose, eds. Experimental Evolution: Concepts, Methods, and Applications of Selection Experiments. University of California Press, Berkeley.
  2. a b Kaas, Jon H. (28 de julho de 2009). Evolutionary Neuroscience (em inglês). [S.l.]: Academic Press. ISBN 9780123751683 
  3. Platek, Steven M.; Shackelford, Todd K. (26 de fevereiro de 2009). Foundations in Evolutionary Cognitive Neuroscience (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9780521884211 
  4. Northcutt, R. Glenn (Agosto de 2001). «Changing views of brain evolution». Brain Research Bulletin. 55: 663–674. PMID 11595351. doi:10.1016/S0361-9230(01)00560-3 
  5. Striedter, G. F. (2009). «History of ideas on brain evolution». In: Jon H Kaas. Evolutionary Neuroscience. [S.l.]: Academic Press. ISBN 978-0-12-375080-8 
  6. a b Northcutt, R.Glenn (1 de agosto de 2001). «Changing views of brain evolution». Brain Research Bulletin (em inglês). 55: 663–674. ISSN 0361-9230. PMID 11595351. doi:10.1016/S0361-9230(01)00560-3 
  7. Northcutt, R. G. (1 de agosto de 2002). «Understanding Vertebrate Brain Evolution». Integrative and Comparative Biology (em inglês). 42: 743–756. ISSN 1540-7063. PMID 21708771. doi:10.1093/icb/42.4.743 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]