Ofensiva das Astúrias

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Ofensiva das Astúrias
Parte da Guerra Civil Espanhola
Data 1 de Setembro - 21 de Outubro de 1937
Local Astúrias, Espanha
Desfecho Vitória decisiva dos nacionalistas
Mudanças territoriais Astúrias capturadas pelas forças Nacionalistas
Fim da Campanha do Norte
Beligerantes
Segunda República Espanhola República Espanhola Espanha Franquista Espanha Nacionalista
 Itália (CTV italiano)
Alemanha Nazista Legião Condor
Comandantes
Segunda República Espanhola Adolfo Prada
Segunda República Espanhola Francisco Ciutat
Segunda República Espanhola Francisco Galán
Segunda República Espanhola Belarmino Tomás
Espanha Franquista Fidel Dávila
Espanha Franquista Antonio Aranda
Espanha Franquista José Solchaga
Espanha Franquista Agustín Muñoz Grandes
Forças
45,000
180 peças de artilharia
1 contratorpedeiro
1 submarino
90,000
250 peças de artilharia
250 aviões
1 cruzador
1 contratorpedeiro

A Ofensiva das Astúrias (Espanhol: Ofensiva de Asturias) foi uma campanha militar durante a Guerra Civil Espanhola nas Astúrias, que durou de 1 Setembro a 21 de Outubro de 1937. Participaram 45 mil homens do Exército Republicano Espanhol e 90 mil homens das forças Nacionalistas.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Depois da mal sucedida ofensiva republicana contra Saragoça, os Nacionalistas decidiram concentrar as suas forças e continuar a sua ofensiva contra as Asturias, a última parte do território Republicano no norte da Espanha. Em 29 de Agosto, o Conselho Soberano de Astúrias, liderado por Belarmino Tomas, assumiu todos os poderes, civil e militar, e nomeou o Coronel Prada como comandante do Exército Republicano do Norte.[1]

Forças opostas[editar | editar código-fonte]

A ofensiva Nacionalistas foi iniciada pelo Exército do Norte sob comando do General Dávila com 80 mil homens. Esta força incluía quatro brigadas de Navarra sob o comando de José Solchaga, três divisões de Aranda e o CTV Italiano. Os Nacionalistas tinham também 250 canhões e 250 aviões.[2]

Opondo-se eles, os Republicanos tinham o Exército do Norte, liderado pelo Coronel Adolfo Prada, com o XIV Corpo de Exército liderado por Francisco Galán (8.000-10.000 homens) e o XVII Corpo de Exército do Coronel Linares (35.000 homens). O chefe de estado-maior de Prada era Francisco Ciutat. Os Republicanos tinham 180 canhões,[3] um esquadrão de Chatos e duas esquadrilhas de Moscas, num total de cerca de 35 aviões.[2]

A ofensiva Nacionalista[editar | editar código-fonte]

O Contratorpedeiro Císcar, afundou-se no porto de Gijón em 20 de Outubro.

A ofensiva Nacionalista começou em 1 de Setembro, com Solchaga avançando do leste e Aranda do sudoeste, mas apesar da sua esmagadora superioridade numérica e da superioridade aérea, o seu avanço foi dolorosamente lento (menos de um quilómetro por dia). Os Republicanos lutaram ferozmente e o difícil terreno da Cordilheira Cantábrica proporcionava excelentes posições defensivas. As tropas de Solchaga (33.000 homens) ocuparam Llanes em 5 de Setembro e na Batalha de El Mazuco atacaram as partes altas defendidas pelos trabalhadores da CNT de La Felguera (5.000 homens)[4] Os Navarrenses eventualmente conseguiram conquistar o vale e as montanhas circundantes, mas só depois de 33 dias de combates sangrentos. Em 18 de Setembro os Nacionalistas ocuparam Ribadesella, e em 1 de Outubro Covadonga, mas em 14 de Outubro, os Republicanos ainda controlavam várias passagens elevadas das Montanhas Leonesas.[5]

O principal objetivo dos Republicanos era de atrasar o avanço Nacionalista até que o inverno chegasse. No entanto, a Legião Condor voltou da frente de Aragão e começou a bombardear as posições Republicanas. Os esquadrões Alemães usaram latas de gasolina ligadas a bombas incendiárias e testaram o conceito de bombardeio de saturação. Em 14 de Outubro Arriondas caiu, e o Coronel Muñoz Grandes conseguiu quebrar a frente Republicana, entrando em Tama e avançando para Campo de Caso.[6] As tropas republicanas recuaram para Gijón e em 15 Outubro as tropas de Solchaga juntaram-se com as de Aranda.[7]

O governo Republicano ordenou então uma evacuação geral. Em 17 de Outubro, o Conselho Soberano de Astúrias decidiu iniciar a evacuação,[6] mas a Legião Condor afundou o contratorpedeiro Republicano Ciscar e a frota Nacionalista bloqueou os portos Asturianos. Apenas os oficiais superiores conseguiram fugir em navios de guerra e embarcações de pesca (Prada, Galán, Segundo Blanco, Belarmino Tomas). Em 20 de Outubro, vinte e dois batalhões Republicanos renderam-se, e o Coronel José Franco entregou a cidade de Trubia aos Nacionalistas. Em 21 de Outubro, os Nacionalistas entraram em Gijón, terminando a ocupação das Astúrias. No entanto, milhares de soldados Republicanos fugiram para as montanhas próximas e iniciaram uma campanha de guerrilha contra as tropas Nacionalistas.[8]

Rescaldo[editar | editar código-fonte]

A repressão Nacionalista foi dura. Somente em Oviedo, 1.000 prisioneiros republicanos foram fuzilados.[9] Os prisioneiros Republicanos foram enviados para batalhões de trabalho ou foram forçados a juntar-se ao exército Nacionalista (cerca de 100.000).[10] Além disso, com a conquista do Norte, os Nacionalistas controlavam agora 36 por cento da produção industrial Espanhola, 60 por cento do carvão e toda a produção de aço.[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Beevor, Antony. (2006). The Battle for Spain. The Spanish Civil War, 1936–1939. Penguin Books. pág. 301
  2. a b Beevor, Antony. (2006). The Battle for Spain. The Spanish Civil War, 1936–1939.Penguin Books. pág. 301.
  3. Thomas, Hugh. (2001). The Spanish Civil War.Penguin Books. Londres. pág. 707
  4. http://www.speleogroup.org/files/ElMazuco-impossible-defence.html
  5. Beevor, Antony. (2006). The Battle for Spain. The Spanish Civil War, 1936–1939.Penguin Books. pág. 302
  6. a b Beevor, Antony. (2006). The Battle for Spain. The Spanish Civil War, 1936–1939. Penguin Books. Londres. pág. 302
  7. Thomas, Hugh. (2001). The Spanish Civil War. Penguin Books. Londres. pág.708
  8. Thomas, Hugh. (2001). The Spanish Civil War. Penguin Books. Londres. pp.708–710
  9. Thomas, Hugh. (2001). The Spanish Civil War. Penguin Books. Londres. pág. 710
  10. Beevor, Antony. (2006). The Battle for Spain. The Spanish Civil War, 1936–1939. Penguin Books. Londres. pp. 302-303.
  11. Thomas, Hugh. (2001). The Spanish Civil War. Penguin Books. Londres. pág. 712

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Beevor, Antony. The Battle for Spain. The Spanish Civil War, 1936–1939. Penguin Books. 2006. Londres. ISBN 978-0-14-303765-1.
  • Hugh Thomas. The Spanish Civil War. Penguin Books. 2001. Londres. ISBN 978-0-14-101161-5
  • Josep María Solé i Sabaté; Joan Villarroya (2003). Temas de Hoy, ed. España en llamas. La guerra civil desde el aire. Madrid: [s.n.] ISBN 84-8460-302-4 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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