Pedro dos Santos Soares

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Pedro dos Santos Soares
Pedro dos Santos Soares
Busto de Pedro Soares em Trigaches
Deputado nas Eleições Constituintes de 1975
Dados pessoais
Nascimento 13 de janeiro de 1915
Trigaches, Beja
Morte 10 de maio de 1975 (60 anos)
Vila Franca de Xira
Nacionalidade Portugal Portugal
Cônjuge Maria Luísa da Costa Dias
Partido Partido Comunista Português
Ocupação Político

Pedro dos Santos Soares (Trigaches, Beja, 13 de Janeiro de 1915 - Vila Franca de Xira, 10 de Maio de 1975), foi um político revolucionário antifascista e comunista português, militante do Partido Comunista Português e deputado à Assembleia Constituinte da III República Portuguesa.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascimento[editar | editar código-fonte]

Pedro dos Santos Soares nasceu na aldeia de Trigaches, no concelho de Beja, em 13 de Janeiro de 1915.[1] Frequentou o liceu em Beja.[2]

Interior do Campo de Concentração do Tarrafal, em 2009.

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Pedro dos Santos Soares iniciou o seu activismo político ainda durante a juventude tendo participado em várias greves académicas e outros movimentos de estudantes contra o Estado Novo.[2] Em Lisboa, integrou-se nos Grupos de Defesa Académica e na Federação da Juventude Comunista.[3] Também colaborou na imprensa anti-fascista, incluindo no jornal República e em três periódicos de Beja.[3] Foi nessa altura que se integrou no Partido Comunista Português.[2] Foi preso pela primeira vez em Março de 1934, durante uma manifestação de estudantes em Lisboa,[2] tendo sido libertado pouco tempo depois.[3] Passou cerca de doze anos como prisioneiro do regime,[2] tendo passado por vários estabelecimentos prisionais, incluindo Aljube, Caxias, Peniche, Porto, e o Campo de Concentração do Tarrafal.[2] Foi um dos primeiros prisioneiros no Tarrafal, para onde seguiu em 1936,[2] e foi libertado em 1940.[3] Entre 1940 e 1941, foi um dos responsáveis pela reorganização do partido,[4] e esteve presente em várias manifestações de estudantes.[3] Foi novamente preso em 1942,[3] tendo regressado ao Tarrafal de 1943 a 1946, onde escreveu um livro sobre a sua experiência, Tarrafal: Campo da Morte Lenta, que foi editado pelo Partido Comunista em 1947.[2]

Esteve em Moçambique de 1947 a 1950, para ajudar a organizar o partido comunista naquela colónia, e em 1953 integrou-se no Comité Central do partido,[2] onde esteve até falecer, em 1975.[3] Em 1954, voltou a ser preso,[3] na prisão da Polícia Internacional e de Defesa do Estado no Porto, mas conseguiu evadir-se ainda nesse ano.[2] Em Janeiro de 1960 volta a ser preso, desta vez no Forte de Peniche,[3] embora tenha fugido ainda nesse mês, num grupo onde também se incluía Álvaro Cunhal.[2] Nesse ano viajou para o estrangeiro em representação do partido,[2] tendo dirigido a Frente Patriótica de Libertação Nacional, em Argel.[3] Regressado a Portugal após a Revolução de 25 de Abril de 1974, que restaurou a democracia no país.[2] Nesse ano foi eleito como deputado nas Eleições Constituintes de 1975, pelo Distrito de Santarém.[2]

Falecimento[editar | editar código-fonte]

Pedro dos Santos Soares faleceu na madrugada de 10 de Maio de 1975 num acidente de automóvel, em conjunto com a sua companheira, a médica Maria Luísa da Costa Dias.[3] Estavam a circular pela auto-estrada perto de Vila Franca de Xira, quando o automóvel em que seguiam foi abalroado por um veículo em grande velocidade, que se pôs em fuga.[3]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Em Janeiro de 2015, o Partido Comunista Português celebrou o centenário de Pedro Soares com várias iniciativas, incluindo o descerramento de uma placa no largo com o seu nome, na aldeia de Trigaches.[1] Foi igualmente planeada uma exposição na Casa do Alentejo, em Lisboa, e homenagens na Biblioteca Municipal de Beja e na Sede da União de Freguesias de Trigaches e São Brissos, onde também foi feita uma exposição alusiva a Pedro Soares.[5] A cerimónia na Casa do Alentejo incluiu a apresentação do seu livro Escritos Políticos, a leitura de uma carta que Pedro Soares enviou ao partido quando foi enviado ao Tarrafal pela segunda vez, e uma sessão musical com um grupo coral do Alentejo.[6]

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

  • Tarrafal: Campo da Morte Lenta (1947)
  • Escritos Políticos

Referências

  1. a b PAULINO, Paulo (13 de Janeiro de 2015). «Prosseguem homenagens a Pedro Soares». Rádio Pax. Consultado em 26 de Maio de 2019 
  2. a b c d e f g h i j k l m n «Documentos Pedro Soares». Casa Comum / Fundação Mário Soares. Consultado em 26 de Maio de 2019 
  3. a b c d e f g h i j k l «Morreram dois destacados elementos do P.C.P.». Diário de Lisboa. Ano 55 (18760). Lisboa. 10 de Maio de 1975. p. 1-20. Consultado em 26 de Maio de 2019 
  4. «Pedro Soares é homenageado em Trigaches». Rádio Voz da Planície. 13 de Janeiro de 2015. Consultado em 26 de Maio de 2019 
  5. PAULINO, Paulo (8 de Janeiro de 2015). «PCP assinala centenário de Pedro Soares». Rádio Pax. Consultado em 26 de Maio de 2019 
  6. «Centenário de Pedro Soares». Avante!. 15 de Janeiro de 2015. Consultado em 26 de Maio de 2019 


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