Relações entre China e Sudão

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Relações entre China e Sudão
Bandeira da China   Bandeira do Sudão
Mapa indicando localização da China e do Sudão.
Mapa indicando localização da China e do Sudão.
  China
  Sudão


As relações entre China e Sudão são as relações diplomáticas estabelecidas entre a República Popular da China e a República do Sudão. A República Popular da China é o maior parceiro comercial do Sudão; a China importa petróleo do Sudão e o Sudão importa itens de baixo custo, bem como armamentos da China. A China e o Sudão desfrutam de uma relação muito forte e produtiva nas áreas de diplomacia, comércio econômico e política estratégica. Os dois Estados-nação estabeleceram relações diplomáticas em 4 de janeiro de 1959 e desde então se tornaram aliados fortemente próximos.

Questão de Darfur[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Conflito em Darfur

As organizações de direitos humanos criticaram a China por sua relação de apoio com o governo do Sudão, o qual acusam de armar milícias na guerra tribal em Darfur.[1][2] A China é o maior parceiro econômico do Sudão, com uma quota de 40% nos projetos petrolíferos sudaneses.[3] A China também vendeu armas de pequeno porte ao Sudão,[4] mas desde 2005, a ONU impôs um embargo de armas ao governo sudanês por causa da guerra em Darfur. Em julho de 2008, uma reportagem da BBC afirmou ter encontrado evidências do comércio China-Sudão em violação a resolução.[5] A SIPRI relata que apenas 8 por cento das armas sudanesas são chinesas, e que as armas russas na verdade constituem a maioria, pelo menos 87 por cento. A Rússia seria o principal fornecedor de armas para o Sudão.[6]

O presidente do Sudão Omar al-Bashir, que tem buscado o apoio de numerosos países não ocidentais após o Ocidente, liderado pelos Estados Unidos, impor sanções contra ele, afirmou - "Desde o primeiro dia, a nossa política é clara: de olhar para o oriente, em direção à China, Malásia, Índia, Indonésia, Rússia, e até à Coreia e ao Japão, mesmo que a influência ocidental sobre alguns [desses] países seja forte. Acreditamos que a expansão chinesa foi natural porque preencheu o espaço deixado pelos governos ocidentais, os Estados Unidos, e agências internacionais de financiamento. O sucesso da experiência sudanesa em lidar com a China, sem condições políticas ou pressões, incentivou outros países africanos a olhar para a China".[7]

Política de não interferência[editar | editar código-fonte]

O cantor de hip-hop sul-sudanês Emmanuel Jal observou que a China é vista positivamente pelos sudaneses e pelos africanos, devido à sua política de não interferência, apenas fazer negócios, dizendo: "Os chineses não influenciam nossa política, não comentam sobre ela, e o que querem, pagam - às vezes o dobro do valor, o que tende a fazer todos os africanos felizes - dos ditadores aos democratas, não há um partido na África que não gostem deles. Mesmo se você for um movimento rebelde e você diz a eles que pode providenciar o ouro, os chineses vão simplesmente dizer que querem comprá-lo. O único conselho de política externa que eu ouvi da China foi quando disseram para o Sudão: 'não volte para a guerra'. Isso é tudo o que eles disseram. Não pressionaram mais nada. No entanto, muitos outros países estão irritados com as políticas de não interferência da China, porque a sua ajuda em armas para o governo sudanês forneceu-lhes os meios para matar milhões de civis inocentes."[8]

Comércio[editar | editar código-fonte]

O comércio entre os dois países esteve no valor de US$8,6 bilhões em 2010.[9]

Referências

  1. Foreign Policy: Why China Won’t Save Darfur
  2. «Foreign Affairs - Beyond Darfur - Andrew S. Natsios». Consultado em 24 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 18 de dezembro de 2008 
  3. «The impact of China's presence in the Horn of Africa: Human rights, oil and weapons». Consultado em 24 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 25 de dezembro de 2013 
  4. Oil for China, Guns for Darfur
  5. «China 'is fuelling war in Darfur'». BBC News. 13 de julho de 2008 
  6. Andrew McGregor (12 de fevereiro de 2009). «Russia's Arms Sales to Sudan a First Step in Return to Africa: Part Two». Eurasia Daily Monitor Volume: 6 Issue: 29 
  7. SAM DEALEY (14 de agosto de 2009). «Omar al-Bashir Q&A: 'In Any War, Mistakes Happen on the Ground'». TIME 
  8. Peter Shadbolt (4 de fevereiro de 2011). «China, hip-hop and the new Sudan». CNN 
  9. «China pledges $20bn in credit for Africa at summit». BBC News Online. BBC. 19 de julho de 2012 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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