Relações entre China e Turquia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Relações entre China e Turquia
Bandeira da China   Bandeira da Turquia
Mapa indicando localização da China e da Turquia.
Mapa indicando localização da China e da Turquia.
  China

As relações entre China e Turquia referem-se às relações diplomáticas entre a República Popular da China e a República da Turquia. A Turquia reconheceu a República Popular da China em 5 de agosto de 1971 e prossegue sua política de uma única China, reconhecendo a República Popular da China como o único representante legal da China. A China tem uma embaixada em Ancara e um consulado-geral em Istambul, enquanto a Turquia tem uma embaixada em Pequim e 2 consulados-gerais em Hong Kong e Xangai. No entanto, recentemente, por causa de conflitos recentes da China com separatistas turcomanos uigures, as relações foram por vezes tensas.[1]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Desde que as relações diplomáticas entre a Turquia e a República Popular da China foram estabelecidas em 1971, as preocupações sobre a segurança internacional e o potencial econômico de cada país foram alguns dos fatores que influenciaram as relações sino-turcas. Politicamente, Ancara considerava a RPC, como um dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, como uma nova área de expansão política e podendo receber apoio para questões relacionadas com a Turquia. Economicamente, Ancara tem uma expectativa de benefícios da China, oferecendo enormes oportunidades econômicas. No entanto, a Turquia enfrentou dificuldades inesperadas na relação com a China nas últimas duas décadas. A China prosseguiu com políticas opostas das reivindicações turcas na arena internacional, incluindo as questões do Kosovo, Bósnia e Herzegovina, Chipre e Nagorno-Karabakh. Além disso, a Turquia e a China desenvolveram políticas completamente opostas em relação à Primavera Árabe que ocorreu na Tunísia, Egito, Líbia, Iêmen e, finalmente, na Síria.

História[editar | editar código-fonte]

Em 1524, durante a dinastia Ming na China, Pequim foi visitada por representantes dos otomanos.[2]

Guilherme II, da Alemanha, estava tão alarmado com as tropas muçulmanas chinesas no Guilherme II da Alemanha que ele pediu ao califa Abdulamide II, do Império Otomano, para encontrar uma maneira de conter as tropas muçulmanas. O califa concordou com o pedido de Guilherme II e enviou Enver Paxá (não o futuro líder dos Jovens Turcos) para a China em 1901, mas a rebelião ocorreu por esse tempo.[3][4][1]

Funcionários do governo turco receberam uma delegação muçulmana chinesa sob o comando de Wang Zengshan, que denunciou a invasão japonesa na China.[5]

Guerra da Coreia[editar | editar código-fonte]

Durante a Guerra da Coreia, uma brigada turca serviu nas Nações Unidas em apoio às forças sul-coreanas e americanas. A Turquia foi o segundo país, depois dos Estados Unidos, a responder a Resolução 83 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, solicitando ajuda militar à Coreia do Sul após a invasão norte-coreana. O governo turco enviou uma brigada de 5.000 soldados para lutar sob comando da ONU contra a Coreia do Norte e, posteriormente, contra a República Popular da China. A brigada lutou em várias ações importantes da Batalha de Wawon e a Batalha de Kumyangjang-Ni (25-26 de janeiro de 1950), em que foram derrotados pelos chineses.[1]

Visitas[editar | editar código-fonte]

Em 28 de novembro de 2008, Jia Qinglin, principal assessor político da China e o presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, fez uma visita de boa vontade oficial à Turquia como convidado da Grande Assembleia Nacional da Turquia. Em Ancara, Jia se encontrou com o então presidente turco Abdullah Gül Gül e o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan. Depois de visitar Ancara, Jia participou de um fórum de negócios intitulado "Fórum Turco-Chinês de Oportunidades Econômicas e Comerciais" em Istambul.[6]

Abdullah Gül foi o primeiro presidente turco a visitar a China em 14 anos, com a sua visita oficial ocorrendo entre em 24 e 29 de junho de 2009. Gül disse que um dos principais objetivos da sua visita era impulsionar as relações económicas. em Pequim, Gül manteve conversações com o seu homólogo chinês Hu Jintao e participou de um fórum de negócios. Na sequência das reuniões, sete acordos de cooperação foram assinados entre os dois países nos domínios da energia, finanças e cultura. Depois de Pequim, Gül visitou Xian, e ele foi premiado com um doutoramento honoris causa pela Universidade de Xian. Na terceira etapa de sua viagem à China, Gül visitou Shenzhen. Após um convite da administração de Pequim, Gül também visitou Ürümqi e tornou-se o primeiro presidente turco a visitar a Região Autônoma do Sinquião.[7][8][9][10][11][12][13][13]

Referências

  1. a b c The Moslem World, Volumes 1-3. Contributor Hartford Seminary Foundation. [S.l.]: Hartford Seminary Foundation. 1966. p. 190. Consultado em 1 de abril de 2013 
  2. Chase, Kenneth Warren (2003). Firearms: A Global History to 1700 illustrated, reprint ed. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 141. ISBN 0521822742. Consultado em 24 de abril de 2014 
  3. Kemal H. Karpat (2001). The politicization of Islam: reconstructing identity, state, faith, and community in the late Ottoman state. [S.l.]: Oxford University Press US. p. 237. ISBN 0-19-513618-7 
  4. Harris, Lillian Craig (1993). China Considers the Middle East illustrated ed. [S.l.]: I. B. Tauris. p. 56. ISBN 1850435987. Consultado em 1 de abril de 2013 
  5. LEI, Wan (fevereiro de 2010). «The Chinese Islamic "Goodwill Mission to the Middle East" During the Anti-Japanese War». DÎVÂN DİSİPLİNLERARASI ÇALIŞMALAR DERGİSİ. cilt 15 (sayı 29): 156, 157, 158. Consultado em 19 de junho de 2014 
  6. «Top Chinese Advisor in Istanbul to Attend Business Forum». Cihan News Agency. 28 de novembro de 2009. Consultado em 17 de junho de 2009 
  7. «Turkish President Arrives in China for Official Visit». Cihan News Agency. 24 de junho de 2009. Consultado em 17 de junho de 2009 
  8. «President Gul Arrives in China». Anadolu Agency. Consultado em 17 de junho de 2009 
  9. «Turkey Willing to be in Close Touch with Far-East». Anadolu Agency. Consultado em 17 de junho de 2009 
  10. «Presidents of Turkey, China Hold Talks». Cihan News Agency. 25 de junho de 2009. Consultado em 17 de junho de 2009 
  11. «Presidents of Turkey, China Hold Talks». Cihan News Agency. 25 de junho de 2009. Consultado em 17 de junho de 2009 
  12. «Turkey Pursues A Foreign Policy Safeguarding Security, President Gul». Anadolu Agency. Consultado em 17 de julho de 2009 
  13. a b «Turkish President Gul Visits Shenzhen, Third Leg of China trip». Anadolu Agency. Consultado em 17 de julho de 2009