Usuário:DAR7/Testes/História do Brasil/História do estado do Rio de Janeiro

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Bandeira do estado do Rio de Janeiro.

A história do estado do Rio de Janeiro é um conjunto de conhecimentos de historiografia brasileira, direcionado para a pesquisa dos acontecimentos do passado, desde as primeiras expedições desbravadoras, no século XVI, até os nossos dias. Em consequência do lucrativo mercado de pau-brasil com os indígenas, o litoral fluminense movimentava povoadores portugueses e piratas franceses ainda no século XVI. Estácio de Sá, sobrinho do governador-geral Mem de Sá, quando lutou contra os franceses estabelecidos na baía de Guanabara, criou, em 1.º de março de 1565, a cidade do Rio de Janeiro. Compreendendo posição estratégica na costa meridional da colônia, o povoado se desenvolveu como região portuária e comercial. No século XVIII, com a expansão da atividade mineradora, o porto do Rio se transfornou no principal polo exportador e importador para as vilas de Minas Gerais, por onde partiam ouro e diamante e penetravam escravos e industrializados, entre outros produtos. Em 1763, a cidade foi elevada a capital do Brasil, em sucessão a Salvador.[1]

Com a vinda da família real, em 1808, o Rio se converteu em capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Após a emancipação nacional, a cidade permaneceu como capital, ao passo que a província progredia com o cultivo da cana-de-açúcar da região de Campos e, especialmente, com a nova cafeicultura no Vale do Paraíba. Para desmembrar a província e a capital do Império, a cidade se tornou, em 1834, Município Neutro e a província do Rio de Janeiro começou a compreender Niterói como capital. Como polo político do país, o Rio centralizava a vida político-partidária do império e os movimentos abolicionista e republicano. No decorrer da República Velha, com o declínio de suas regiões cafeeiras, o estado perdeu a influência política para São Paulo e Minas Gerais.[1]

A decadência política e econômica do Rio perpetuava após a Revolução de 1930. A economia fluminense não tirava proveito da industrialização, embora o estado tenha sido designado para ser a matriz da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, marco inicial para a instalação da indústria pesada no país. A cidade do Rio de Janeiro continuou como principal zona mercantil, fabril e econômica, mas, com a transferência da capital federal para Brasília, em 1960, a queda do novo estado da Guanabara foi irremediável. Em 1974, os estados do Rio e da Guanabara se reunificaram por decisão da ditadura militar, formando o atual estado do Rio. Com a função de restaurar sua relevância política e econômica, os governos militares realizaram enormes e importantes investimentos no estado, como a abertura das usinas nucleares de Angra I e II, em Angra dos Reis, e a instalação do pólo petrolífero na bacia de Campos, a mais rica do país.[1]

Pré-história e povos indígenas[editar | editar código-fonte]

"O Último Tamoio" (1883), uma das criações mais conhecidas de Rodolfo Amoedo

Inúmeras pesquisas genéticas confirmam que os povos ameríndios descendem diretamente de grupos no leste da Sibéria que migraram para a América do Norte há cerca de 25 mil a quinze mil anos, e depois se espalharam por todo o continente.[2][3]

Um dos primeiros registros da existência humana no atual estado do Rio de Janeiro é o Sambaqui da Lagoa de Itaipu, em Niterói, que remonta há oito mil anos.[4][5]

Em um período disputado, nos primeiros séculos da era cristã ou por volta do ano 1000, os povos tupis, procedentes da Amazônia, conquistaram todo o litoral do Rio de Janeiro, exceto a área em torno da embocadura do Rio Paraíba do Sul.[6][7]

Durante o período do Descobrimento do Brasil pelos portugueses, diversas tribos indígenas, como os goitacás, puris, guaianás e tamoios, ocupavam as terras que hoje compreendem o estado do Rio de Janeiro. Os goitacás residiam inicialmente na planície atravessada pelo rio Paraíba do Sul, ao norte do Cabo Frio. Os puris habitavam a região que se estendia desde o Paraíba do Sul até o rio Muriaé. Já, os guaianás ocupavam o planalto próximo à atual divisa com o estado de São Paulo. Por fim, os tamoios se estabeleciam ao longo de toda a costa, desde a baía de Guanabara até o sul do estado.[7][8]

Período colonial[editar | editar código-fonte]

Época de desbravamento da terra[editar | editar código-fonte]

Uma árvore adulta de pau-brasil no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

O Reino de Portugal, no tempo da descoberta do Brasil, possuía seus recursos de capital e mão-de-obra voltados para a administração das feitorias localizadas nas Índias Orientais e no decorrer do litoral da África. O comércio expandido nessas regiões era empreendimento de lucratividade elevada e assegurada. Apenas a presença de metais preciosos, como no caso da América hispânica, poderia despertar o interesse para a nova terra. Se não se atestasse a possibilidade, a metrópole restringir-se-ia a mandar expedições de reconhecimento e guarda-costas ao local.[9]

A primeira expedição que desbravou a costa do Brasil, entre os anos de 1501 e 1502, vieram a vários locais do litoral fluminense, como o cabo de São Tomé, a baía de Guanabara e Angra dos Reis. A extração da única riqueza aparente, o pau-brasil, muito encontrada na costa fluminense, foi doada sob a forma de direitos a alguns interessados, e nasceram, em consequência, estabelecimentos portugueses, mesmo que provisórios, para assistência da busca dos contratadores. São imprecisos, entretanto, os dados a respeito desses pontos de partida do comércio português na região, aos quais pertencem, como principais, Cabo Frio (Américo Vespúcio aí construiu uma fortaleza em 1502, e em 1504 estabeleceu-se no local uma feitoria) e Rio de Janeiro (onde fundou uma feitoria em 1503 e outra em 1511). Os tamoios, do grupo jê, os goitacases e os aimorés constituíam a população pré-cabralina.[9]

Os historiadores da época comprovam abundantemente a atividade francesa na região fluminense, com vistas à extração de seus recursos naturais, não só de pau-brasil, como da mão-de-obra nativa. O poder dos franceses, apoiado especialmente na amizade com os tamoios, desempenhava-se no litoral abrangido entre o rio Macaé e as imediações de Angra dos Reis. Salienta-se ademais, no que diz respeito a essa época, o valor do trabalho indígena, responsável pela construção de picadas e clareiras, devastação de árvores e seu transporte para as feitorias, já que não se achavam na terra animais aproveitáveis para o serviço de tração.[9]

O começo do povoamento[editar | editar código-fonte]

Baía de Guanabara na época da França Antártica.

A inveja por parte de outros impérios e sobretudo a participação francesa no Brasil despertaram o interesse da metrópole visando impulsionar-lhe o povoamento. Com a partilha do grande território em capitanias hereditárias, o vindouro estado do Rio de Janeiro começou a pertencer a duas capitanias: a de São Tomé, que competiu a Pero de Góis, limítrofe à do Espírito Santo, e a de São Vicente, concedida a Martim Afonso de Sousa.[10]

O donatário de São Tomé visou expandir o cultivo da cana-de-açúcar em sua capitania. Criou a vila da Rainha, mas foi obrigado a abandoná-la, e voltou ao reino: em mensagem de 1545, informou que a vila foi devastada pelos índios. No que diz respeito à área do vindouro estado, situada na outra capitania, não teve condições de colonização, porque o donatário aplicou seus esforços na porção meridional do lote que lhe competia, e que se desenvolveu ao redor do porto de São Vicente.[10]

No momento que começou o governo-geral, a costa fluminense se encontrava praticamente desabitado, ou com alguns povoados pequenos. Tomé de Sousa, em 1552, explicou ao reino que na baía do Rio de Janeiro nada existia e ali se devia mandar construir “uma povoação honrada e boa”, pois era local favorito dos franceses. A participação dos franceses não se revelava somente por invasões diárias, mas alcançou a implantação de uma colônia no lugar, em 1555: a França Antártica. O acontecimento atingiu o ponto mais alto com o desalojamento dos invasores, a criação, em 1565, do primeiro embrião da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, e sua instalação decisiva em 1567.[10]

O lote de Martim Afonso de Sousa foi devolvido à coroa e começou a formar a capitania do Rio de Janeiro. Doaram-se várias sesmarias a colonos e criaram-se povoados, como a de Majepe (depois Magé) e a aldeia de São Lourenço, sob a liderança de Arariboia.[10]

Em seu Tratado da terra do Brasil, que se presume escrito no fim dos anos 1560, diz Pero de Magalhães Gândavo, com alusão à capitania do Rio de Janeiro, que então se começaria a colonizar outra vez. Entretanto, era até então pouco expressiva a quantidade de portugueses na região. Provavelmente não atingia a duzentos, ao passo que em Pernambuco e Bahia já ultrapassavam mil.[10]

Conquista definitiva da terra[editar | editar código-fonte]

Igreja Matriz de São Pedro, São Pedro da Aldeia, uma das igrejas construídas nos aldeamentos jesuítas no litoral fluminense no período da União Ibérica.

A criação em caráter decisivo da atual cidade do Rio de Janeiro, a fragmentação política interna da colônia em 1572, com a capital do governo do sul no Rio de Janeiro, a punição aos piratas estrangeiros e a luta contra os índios seus partidários foram razões definitivas para a colonização de diversas regiões da costa e da baixada fluminense. Esse povoamento é confirmado pela fundação de diferentes povoados, aldeias, vilas e freguesias, tais como Angra dos Reis, Cabo Frio, Atafona. São João de Itaboraí, Macaé, São Pedro da Aldeia. Parati, São Gonçalo de Guaxindiba e São Salvador dos Campos dos Goitacases. A antiga capitania de Pero de Góis foi entregue à coroa no século XVII e foi anexada à capitania do Rio de Janeiro.[11]

Rua da cidade histórica de Paraty inundada pela maré alta. Ao fundo, a Igreja de Santa Rita de Cássia.

No panorama das fontes de renda dessa época, recorda-se a continuidade de atividades extrativistas — pau-brasil e sal —, esta última especialmente em Cabo Frio, apesar das dificuldades causadas pela metrópole. O governo incentivou enormemente a pesca. Ovas salgadas e secas seriam exportadas à Bahia. A atividade baleeira também foi estimulada, bem como o plantio da mandioca e a preparação da farinha. O cultivo da cana-de-açúcar firmou-se após o insucesso do período das capitanias.[11]

No desfecho do século XVI existiam somente três engenhos na capitania. No começo do século seguinte, essas casas começaram a se multiplicar ao redor do recôncavo da cidade do Rio de Janeiro e, desde 1650, na região de Campos. No fim do século XVII já havia nesses dois núcleos canavieiros cerca de cem engenhos. Também iria se expandir a criação de gado, associada sobretudo à demanda do cultivo da cana-de-açúcar (subsistência e força de tração) e à distribuição de alimentos e bebidas na cidade do Rio de Janeiro. Seu núcleo era a planície dos Goitacases. Apesar da expansão dessas fontes de renda, a região possuía então pouca importância no cenário da economia colonial, que compreendeu no Nordeste e no Recôncavo Baiano os centros principais. A mão-de-obra continuou a ser sobretudo a indígena, cujo abastecimento é assegurado pelos paulistas.[11]

Os sete capitães[editar | editar código-fonte]

Por pedido de Miguel Aires Maldonado, Miguel da Silva Riscado, Antonio Pinto Pereira, João de Castilho, Gonçalo Correia de Sá, Manuel Correia e Duarte Correia, pessoas de grande influência no Rio de Janeiro, que já haviam prestado serviços ao monarca, foi-lhes doada uma sesmaria, em 1627, a partir do rio Macaé até o Iguaçu, em solos abandonados da capitania de São Tomé. Partilhados seus lotes, começaram os primeiros currais de pecuária e começaram a alugar terras a novos residentes, que nelas se estabeleceram, ocupando-se da criação de gado. O principal centro dessa colonização era Campos, que os "vizinhos" procuraram promover à condição de vila.[12]

Forte de São Mateus, em Cabo Frio, uma das fortificações construídas pelos portugueses no litoral fluminense.

Salvador Correia de Sá e Benevides, governador do Rio de Janeiro, tomou posse de parte do território, criou em 1650 o primeiro engenho da região e repeliu vários dos habitantes, que tentaram fundar pela segunda vez a vila. Em 1674, enfim, alcançou Salvador de Sá a recuperação da donataria de São Tomé em nome de seus herdeiros. Os filhos dos "sete capitães" não conseguiriam impedir a concessão. A vila foi criada em 1677, porém, os direitos de seus representantes não foram aceitos pelos donatários. No decorrer de quase um século combateriam os residentes e diversos descendentes dos viscondes de Asseca, herdeiros de Salvador de Sá. Por duas vezes a capitania foi tomada pela coroa, mas voltou à administração dos Assecas.[12]

Sob a ótica historiográfica, há um motivo mais intenso para a resistência campista, fora do precoce espírito de autonomia, de que tanto se vangloriam os fluminenses. Nas capitanias particulares de enorme relevância, como Pernambuco, o crédito de alguns impostos, por intermédio de funcionários, em favor de um senhorio distante, pouco representava para o governo da coroa e o dinamismo dos povoadores. Quase nada significava a real de a desenvolvida província então possuir um donatário no princípio do século XVIII. No caso, entretanto, das pequenas capitanias, destacava-se a semelhança de exploração entre senhor e habitantes. Daí a presença de lutas, como os de Campos dos Goitacases.[12]

O último esforço de combate campista, em que salientavam as heroínas Benta Pereira e Mariana Barreto, acontece na mesma época dos anseios governamentais do marquês de Pombal, no sentido de acabar com esses traços do feudalismo. Para satisfazer às reclamações do povo campista, o poderoso ministro português integrou quase todas as donatarias então presentes na colônia.[12]

Época de mineração[editar | editar código-fonte]

A mineração foi responsável por enormes mudanças mencionadas no cotidiano político e socioeconômico do Brasil e a região fluminense foi diretamente impactada por essas mutações. O crescimento populacional, a expansão do trabalho livre, a elevada rentabilidade e a especialidade que lhe é peculiar, além da distribuição de renda, desenvolveram significativamente o comércio interno. Embora o estímulo variável provocado pela mineração se encaminhasse em parte para o estrangeiro, expandiu-se ao mesmo tempo uma momentosa vertente de mercado interno, de que nasceram as primeiras propriedades de policultura, dirigidas para o comércio embrionário.[13]

Diversas municipalidades fluminenses tiveram sua procedência como pontos de hospedagem e abastecimento de tropeiros. Esse incentivo é uma consequência, principalmente, do abandono do tradicional caminho das minas, que passava por volta de Paraty e Taubaté, e da construção de novas estradas que conectavam diretamente a zona das minas à baía de Guanabara. O porto do Rio de Janeiro começou a se equipar e a adquirir relevância, especialmente após o encerramento das atividades do porto de Santos, para melhor controle dos quintos. A época da mineração foi responsável pela transferência do núcleo econômico para o centro-sul e pela transferência da capital brasileira para a cidade do Rio de Janeiro, em 1763.[13]

Desde 1808, com o estabelecimento da corte portuguesa no Rio de Janeiro, as atividades agrárias e pecuárias se expandiram na região fluminense, com vistas ao abastecimento da cidade. Diversas providências administrativas possibiltaram essa expansão, entre elas o saneamento da região dos Campos dos Goytacazes e o povoamento realizado por D. João VI na região de Cantagalo, com a instalação de uma comunidade suíça na área. Em 1819 foi promovida à condição de vila o povoado de São Domingos da Praia Grande, com a denominação de Vila Real da Praia Grande, a vindoura Niterói.[13]

Período imperial[editar | editar código-fonte]

Paço Imperial, palácio do século XVIII que serviu como sede para o governo colonial, o rei de Portugal D. João VI e os dois imperadores do Brasil.
Cidade do Rio de Janeiro em 1895.
Fazenda de café em Paty do Alferes.
Lei Áurea, ratificada em 13 de maio de 1888.

Após a emancipação nacional, por que tanto desejara e para cuja declaração o grupo político fluminense colaborara significativamente, a província do Rio de Janeiro não adquiriu a condição de entidade territorial do gênero das outras que ainda se estruturaram e formaram a organização unitária do império. Na época de D. João, o ministro do Reino, como que sucedendo o vice-rei, governava o território. Então seria o Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império o qual, por intermédio de comunicados, encaminhados às câmaras municipais, controlava o cotidiano político-administrativo, estabelecendo regras e métodos. A província fluminense era, dessa forma, entidade territorial sui generis no cenário imperial. E o Rio de Janeiro, como a maior cidade do país e por sua categoria de sede do império, chamava as atenções genéricas e liderava o cotidiano nacional. Desenvolvia-se e ainda se requintava social e culturalmente.[14]

Com o ato adicional de 12 de agosto de 1834, a província do Rio de Janeiro começou a pertencer ao sistema político-administrativo vigente para as outras entidades territoriais do império, com presidente (indicado pelo imperador) e Assembléia Legislativa Provincial. Terminado assim o regime de exceção a que se encontrara subordinado a partir do começo da independência do Brasil. Por meio do ato adicional, no entanto, a cidade do Rio de Janeiro, não deixando de pertencer à província, voltava, como "Município Neutro", à categoria peculiaríssima do passado, com câmara Municipal, mas sem intervenção de qualquer gênero, em sua existência, da presidência da província. Era capital da monarquia e de todo o governo central do país.[14]

O primeiro presidente da província, designado pela regência, era Joaquim José Rodrigues Torres, posteriormente visconde de Itaboraí. A primeira assembléia provincial se congregou em 1835 e no mesmo ano a Vila Real da Praia Grande foi promovida à condição de cidade com a designação de Niterói e eleita como capital da província. No cotidiano político do império iriam exercer influência definitva fluminenses notórios, sob a clara chefia da oligarquia saquarema, a que pertencem além de Itaboraí, os vultos de Paulino José Soares de Sousa, visconde do Uruguai, e de Eusébio de Queirós.[14]

No período da emancipação nacional, a economia colonial se encontrava em crise, em virtude do declínio dos campos tradicionais de exportação. Em consequência da falta de possibilidade do expansão das atividades industriais, permaneceu no país a organização colonial de economia agrária, monocultora, extensiva, exportadora de matéria-prima e escravista, ao passo que só se introduzia no antigo cenário uma nova riqueza: o café.[14]

No Rio de Janeiro, além do declínio da mineração, era grande a existência de motivos improdutivos, dentre os quais a própria terra, que possibilitaram o desenvolvimento da cafeicultura: a mão-de-obra escrava inutilizada, a organização mercantil, as caravanas de mulas e o porto. O café, além de carro-chefe da fonte de renda provincial, seria o principal alicerce da economia do Império. A exportação brasileira centralizou-se gradualmente nesse produto: nos meados do século, o café atingiu quase 50% da importância total da exportação e a produção fluminense colaborou, até os anos 1860, com cerca de setenta por cento dessa totalidade.[14]

O cultivo de açúcar também se desenvolveu significativamente e em 1870 nasceram os primeiros engenhos centrais. Os ganhos da cafeicultura, entretanto, eram muito grande, em função dos valores, da demanda crescente e principalmente ao menor acúmulo de capital de que precisava, já que sua limpeza era muito mais barato que o do açúcar, com a utilização de instrumentos menores e, na maioria dos casos, de fabricação local.[14]

Ao lado do desenvolvimento econômico da província, destacou-se a influência política dos barões do café, o aprimoramento da sociedade e a ocupação urbana crescente. Essa fase caracterizou, também, o começo da abertura das estradas de ferro. A primeira ferrovia da região, de iniciativa do barão (mais tarde visconde) de Mauá, foi instalada em 1854, e ia do porto da Estrela a Raiz da Serra, rumo a Petrópolis, a cidade que, na monarquia imperial, seria uma extensão da corte e onde, na república, os presidentes possuiriam sua residência de verão. Demais localidades, como Barra do Piraí, Vassouras, Itaboraí, São Fidélis, Rio Bonito e Campos, foram também atendidas por ferrovias.[14]

No final do império a cafeicultura fluminense já estava em declínio. Após a supressão do tráfico negreiro, a questão da compensação do trabalho escravo, que necessitava enormes reinvestimentos, foi resolvido, em parte, pelo comércio interprovincial. A Lei Áurea provocou as mais catastróficas consequências para a economia fluminense. Haviam malogrado as tentativas de contratar trabalhadores livres na agricultura tradicional; e os proprietários rurais fluminenses prendiam-se à escravidão, ainda que no momento já tomavam conhecimento de sua irremediável abolição. A fragilidade econômico-financeira dos cafeicultores da província do Rio de Janeiro, no fim do império, é confirmada pela enorme quantidade de propriedades, algumas de forte relevância, penhoradas ao Banco do Brasil e com suas dívidas pagas nessa época.[14]

Período republicano[editar | editar código-fonte]

Mapa do Estado do Rio de Janeiro, 1892. Arquivo Nacional.
Vista da Avenida Central (atual Avenida Rio Branco) em 1909. À esquerda, vê-se a Praça Marechal Floriano e o Theatro Municipal do Rio de Janeiro; à direita, o Museu Nacional de Belas Artes. Foto de Marc Ferrez.

Declarada a república, Francisco Portela foi designado governador do estado do Rio de Janeiro. Era uma pessoa que aparentava harmonizar os dois grupos políticos do Partido Republicano Fluminense: os radicais da facção de Silva Jardim e os evolucionistas liderados por Quintino Bocaiúva. Durante a eleição dos representantes ao congresso constituinte de 1890, a separação revelou-se de maneira inevitável. Houve separação entre os candidatos do governador (Quintino Bocaiúva e Nilo Peçanha) e os candidatos do partido conhecido como "histórico", seguidores dos restantes conservadores (Silva Jardim, Alberto Torres, Paulino José Soares de Sousa Júnior e José Tomás da Porciúncula). Saiu vitoriosa a chapa do governador.[15]

Ratificada a constituição brasileira, em 1891, Portela congregou sem adversários a assembléia que promulgou a primeira constituição estadual, a 29 de junho de 1891. Com a exoneração de Deodoro da Fonseca, e com ele irmanado, viu-se forçado a se demitir, a 10 de dezembro do mesmo ano, caindo no esquecimento.[15]

Para suceder Portela, Floriano Peixoto apontou o contra-almirante Carlos Baltasar da Silveira, natural da Bahia, veterano da guerra do Paraguai e desligado da política. Uma nova assembléia, com a presença de todas as facções e sob a presidência de Porciúncula, ratificou a segunda constituição do estado, a 9 de abril de 1892, e escolheu o antigo divergente para o poder executivo do Rio de Janeiro.[15]

Após exercer o mandato no poder executivo estadual, Porciúncula foi eleito deputado federal em 1895. No mesmo ano, foi indicado embaixador do Brasil no Uruguai, onde manteve-se até 1897, quando foi levado ao Senado Federal. Teria apoiado Prudente de Morais contra Francisco Glicério e seria um dos principais alquimistas da denominada "concentração", em dissidência com o Partido Republicano Federal e que assegurou a escolha de Campos Sales à presidência da república.[15]

Porciúncula tornara-se o líder de maior influência da política estadual e elegeu os dois presidentes subsequentes: Joaquim Maurício de Abreu (entre 1894 e 1897) e Alberto de Seixas Martins Torres (entre 1897 e 1900). Ambos comandaram de Petrópolis, terra natal de Porciúncula, para onde a capital do estado se mudou devido à revolta da Armada e dos protestos no Rio de Janeiro e em Niterói por ocasião da gestão de Floriano Peixoto, em 1894.[15]

Por determinação de Porciúncula, Alberto Torres havia desempenhado o cargo de ministro da Justiça na gestão de Prudente de Morais. Por ocasião do interregno de Manuel Vitorino, entre novembro de 1896 e março de 1897, mudou a política, e Alberto Torres foi demitido do cargo por um tema doméstico, o dualismo de câmaras municipais em Campos. Ao reassumir Prudente, Porciúncula desafrontou o partidário e escolheu-o para o governo do estado.[15]

Subida de Nilo Peçanha[editar | editar código-fonte]

Nilo Peçanha.

A vizinhança com a capital da república, núcleo da política brasileira, impedia as formações de diretoria. Ao desfecho do mandato, Alberto Torres brigou com Porciúncula. Astuciosamente dominado por Nilo Peçanha, apareceu a figura de Quintino Bocaiúva como conciliador. O líder republicano, naquela época com 64 janeiros, demonstrou-se incrédulo ao tomar posse do governo. Segundo disse, não era mais que "administrador de uma massa falida". Restringiu-se a rigorosas medidas econômicas e a instaurar a sede em Niterói, em 1902.[16]

Com o falecimento de Porciúncula em 1901 e a queda de Quintino, que se negou a retornar ao Senado, firmou-se a posicionamento de Nilo Peçanha, o qual em 1903 foi eleito senador e logo em seguida presidente do estado, para exercer um mandato de três anos, a ser terminado no final de 1906. O novo estadista organizou a emenda da constituição do estado e aumentou o mandato presidencial para um período quadrienal, em uma reforma que acarretou nova crise.[16]

Em meio a excelente gestão, a figura de Nilo Peçanha foi reconhecida como candidato a vice-presidente do Brasil na chapa de Afonso Pena, na substituição de Rodrigues Alves. Quando se afastou do poder, gostaria que seu período de governo (até 1907 e não mais até 1906) fosse terminado pelo primeiro de seus três vice-presidentes, Oliveira Botelho. Teve, entretanto, de aceitar a facção mais poderosa, que escolheu o secretário-geral e ex-prefeito de Macaé, Alfredo Augusto Guimarães Backer. Foi promulgado o decreto n.º 960, que emendava uma vez mais a constituição do estado e solicitava novas eleições para o mandato a começar no fim de 1906.[16]

Hermes da Fonseca.

Escolhido e empossado presidente do estado, Alfredo Backer tentou livrar-se da chefia de Nilo Peçanha. Aliou-se a Afonso Pena, a qem sempre obedeceu, seja nos desentendimentos acontecidos no que diz respeito à aprovação do convênio de Taubaté, em 1906, no empréstimo internacional para a elevação do preço do café, ou no assunto, mais tarde motivado, das candidaturas presidenciais. Após o falecimento de Afonso Pena, em uma clara disputa, aderiu à campanha civilista e lançou candidato próprio a sua substituição: Manuel Edwiges de Queirós Vieira.[16]

Ao ser empossado da presidência da república, em sucessão a Afonso Pena, Nilo Peçanha diminuiu a desinteligência com Backer e disse que sua política seria de "paz e amor". Mas não se absteve de opor à pessoa de Edwiges de Queirós a candidatura do ex-vice-presidente Oliveira Botelho e se dedicou à sua campanha. O fruto desse conflito foi o dualismo de assembléias legislativas e também de presidentes. O Supremo Tribunal Federal viria a ceder habeas corpus para assegurar a investidura do candidato de Backer. O marechal Hermes da Fonseca, no entanto, recém-empossado, apoiou a corrente nilista, que venceu.[17] Novo dualismo de assembléias legislativas aconteceu em 1914, no final da gestão de Oliveira Botelho, entretanto, o presidente Venceslau Brás resolveu cumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal em nome de Nilo Peçanha, que pela segunda vez foi empossado do poder executivo do estado do Rio de Janeiro, em dezembro de 1914. Como na oportunidade anterior, Nilo Peçanha não terminou o mandato, porque em maio de 1917 foi nomeado para o Ministério das Relações Exteriores. Sucedeu-o interinamente Francisco Guimarães e, em seguida, Agnelo Collet, que continuou no posto até o final do mandato, em dezembro de 1918.[16]

Feliciano Sodré.

Nos doze anos subsequentes o Rio de Janeiro prosperou economicamente e viu crescer sua rede viária, todavia a política voltou a perturbar o estado. O substituto de Collet, Raul de Morais Veiga, foi igualmente designado por Nilo Peçanha, que aparentava então confiante no governo do estado. Apesar disso, na eleição subsequente, em que prestigiou Raul Fernandes, os adversários apresentaram nova candidatura de Feliciano Sodré, ocorrendo novamente em 1922 o dualismo das assembléias acontecida em 1910 e 1914. O presidente Artur Bernardes decidiu ainda indicar Aurelino Leal como interventor federal no estado do Rio de Janeiro.[16]

O falecimento de Nilo Peçanha, em 1923, conduziu seus seguidores ao descrédito político, fazendo-se necessária uma nova direção no estado, a de Feliciano Sodré, escolhido e empossado de maneira pacífica em 1923. Seu governo foi laborioso, sobressaindo nos campos da direção da capital, a edificação dos portos de São Lourenço e Angra dos Reis e a inauguração de usinas produtoras de energia elétrica.[16]

Manuel Duarte sucedeu Sodré na presidência do estado do Rio de Janeiro. No panorama da República Velha, o estado do Rio de Janeiro seria um exemplo de sequência de oligarquias (Portela, Porciúncula, Nilo Peçanha, Feliciano Sodré), cujo maior ou menor intervalo de tempo foi sempre estipulada pela subordinação orgânica do estado no que diz respeito ao ex-Distrito Federal, o que justifica o desequilíbrio dos grupos dirigentes, a instabilidade política do estado e as sucessivas intervenções.[16]

Síntese econômica[editar | editar código-fonte]

Cana-de-açúcar (Saccharum officinarum).
Cafeeiro (Coffea arabica).

No decorrer da Primeira República piorou no estado do Rio de Janeiro a crise econômica começada no apagar das luzes do império. As plantações tradicionais — café e cana-de-açúcar — encontravam-se em declínio. Várias enormes fazendas rurais possuíam reduzido grau de fertilidade, com solos pobres e por esterilizar. A produção de café começou a centralizar-se nos vales dos rios Pomba, Muriaé e Itabapoana, especialmente na municipalidade de Itaperuna, que se transformou no maior cultivador do gênero. Nas regiões produtoras de café tradicionais, como Cantagalo, Vassouras, Valença e outras, a criação de gado extensiva passou a utilizar os solos esgotados, gradualmente transformados em pastagens.[18]

A cultura de frutos em escala econômica, principalmente banana e laranja, começou na baixada do Rio de Janeiro. Entretanto, desde 1926, a exportação de frutas brasileiras para os mercados da Europa ocidental, mormente o britânico, tornou-se significativa devido à grande demanda por frutas cítricas.[18]

A produção manufatureira não era alvo de incentivo nenhum, o que, ultrapassando os limites do estado do Rio de Janeiro, tornou-se um desafio nacional no decorrer da República Velha. Sobressaíram centros artesanais e industriais, reduzidos e limitados, habitualmente dirigidos para o consumo local. A indústria de laticínios atingiu um crescimento estável, mesmo com seu baixo nível tecnológico. Na produção açucareira desde 1915, principalmente na região de Campos dos Goytacazes, era possível notar a transição para a grande usina, com a compreensão de pequenas fazendas e o avanço da organização técnica do engenho.[18]

Algumas atividades extrativas eram praticadas na região, como a pesca em Cabo Frio e a extração de sal em Araruama, além da extração de matas em larga escala para obtenção de madeira, lenha e carvão. Essas atividades não tinham um significado econômico relevante. Em função disso, o estado do Rio de Janeiro sofria uma perda em sua reputação na exportação. Simultaneamente, ocorria o crescimento gradual de regiões distintas, como São Paulo e Minas Gerais. A liderança política e econômica que os fluminenses tinham no período imperial foi cada vez mais enfraquecida.[18]

Distrito Federal[editar | editar código-fonte]

Localização do antigo Distrito Federal do Brasil (1891–1960).

A perda de importância política que atingiu a província fluminense após a declaração da república não afetou a cidade do Rio de Janeiro, que foi convertida em Distrito Federal e permaneceu como capital do Brasil. A sede do governo federal era comandada por um prefeito, indicado pelo presidente do Brasil, entretanto, a Câmara Municipal era, como nas outras cidades, escolhida democraticamente. Na época em que o Rio de Janeiro foi Distrito Federal, 43 cidadãos assumiram a prefeitura e por duas vezes — em dezembro de 1930 e em março de 1932 — houve a intervenção federal.[19]

O progresso garantiu grandes mudanças para a cidade, que passou por ações de saneamento lideradas por Oswaldo Cruz e teve sua aparência alterada pelas mudanças implementadas pelo prefeito Pereira Passos. A quantidade de habitantes aumentou e um parque industrial foi estabelecido, tornando-se o segundo mais importante do país. Como centro das determinações políticas e da difusão cultural, o Rio de Janeiro recebia pessoas de todos os estados do Brasil, bem como estrangeiros que nele estabeleceram seus negócios.[19]

Revolução de 1930[editar | editar código-fonte]

Bondinho do Pão de Açúcar, na cidade do Rio de Janeiro, em 1940.

Entre outubro de 1930 a dezembro de 1931, seguiram-se quatro interventores no poder executivo estadual, dos quais apenas dois, Plínio Casado e o general João de Deus Mena Barreto, ficaram cerca de cinco meses no posto. Em seguida, o almirante Ari Parreiras comandou mais de quatro janeiros. Seu substituto era o almirante Protógenes Guimarães, eleito, que administrou dois janeiros, com uma suspensão por razão de saúde, durante a qual foi sucedido provisoriamente por Heitor Collet.[19]

Era das mais difíceis, nesta época, a condição econômico-financeira do estado, restrita a seus próprios recursos em função do crescimento de dificuldades experimentadas pelo país e pioradas pelas revoltas políticas que na época aconteciam (Revolução de 1930, a Revolta Constitucionalista de 1932 e a Intentona Comunista) e pelos consequências da Grande Depressão. O plantio de café diminuiu significativamente de 1930 a 1937, ao passo que o de cana-de-açúcar quase dobrou. Entretanto, expandiram-se a indústria de cimento, desde 1933, e principalmente a do aço, nos anos 1940.[19]

Com a implantação do Estado Novo, em 1937, foi designado interventor o comandante Ernâni do Amaral Peixoto, que comandou por praticamente oito janeiros. Aplaudido por ser genro do presidente Getúlio Vargas, realizou muito pelo estado, que naquela época concedeu estímulo determinante para a passagem à produção industrial, especialmente no vale do Paraíba, em que começou, em 1942, a edificação da imensa Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda. Além disso, Amaral Peixoto reestruturou o sistema tributário, fundou novas secretarias e executou um enorme projeto de abertura de rodovias.[19]

Governo constitucional[editar | editar código-fonte]

Inauguração pelo Presidente Eurico Gaspar Dutra da Companhia Siderúrgica Nacional, 1946. Arquivo Nacional.

Após a exoneração de Getúlio Vargas em 1945, cinco interventores assumiram o governo do estado até a normalização constitucional. A economia do Rio de Janeiro foi impulsionada pelo setor metalúrgico, que teve um ótimo resultado nos anos 1940 no Brasil. Em 1946, passaram a operar os altos-fornos e a aciaria da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Ao passo disso, o setor de laminados começou a funcionar em 1948. Igualmente a produção agropecuária foi incentivada na gestão (1947-1951) do coronel Edmundo de Macedo Soares e Silva, ex-diretor técnico da CSN. Este fomentou o cooperativismo e possibilitou a liberação de créditos rurais.[20]

Nos últimos janeiros que a cidade do Rio de Janeiro era a capital do Brasil, houve uma diminuição rápida, porém gradual, da presença do estado na indústria de transformação do país. O ousado plano rodoviário e o plano de desenvolvimento do setor manufatureiro foram realizados de 1951 até 1954 por Ernâni do Amaral Peixoto. Este retornou eleito ao poder executivo estadual. Mesmo com os projetos ambiciosos desse político niteroiense, a economia fluminense experimentou um período de desaceleração. Apenas com os incentivos do Plano de Metas do poder executivo federal, desde 1957, registrou-se um grande estímulo à indústria, com desenvolvimento da construção naval e implantação das refinarias de petróleo. A rede elétrica foi ampliada para várias municipalidades do interior.[20]

A próxima década agora começa com a partilha da região fluminense e a capital do Brasil em Brasília. Esse momento de instabilidade política no país aconteceu ainda na mesma época que certas crises no estado. Uma das mais graves aconteceu em 1962, no momento que o governador Celso Peçanha renunciou ao cargo para concorrer a uma cadeira no Senado. O Rio de Janeiro mais uma vez vivenciou o dualismo de assembleias, lideradas por José Kezen e José Carvalho Janotti. O Supremo Tribunal Federal concedeu ganho de causa a este último, que tomou posse do governo estadual.[20]

Estado da Guanabara[editar | editar código-fonte]

Localização do antigo estado da Guanabara.

Com a mudança da capital brasileira para Brasília, apareceu a questão das duas unidades desmembradas pelo Ato Adicional de 1834. Uma facção desejava a reunificação, ao passo que outra pleiteava a conservação da liberdade da cidade do Rio de Janeiro, promovida a unidade federativa. Ganhou a última. Em 21 de abril de 1960 foi fundado o estado da Guanabara, cujo seu primeiro governador, indicado, foi o diplomata José Sette Câmara, substituído, em 5 de dezembro do mesmo ano, por Carlos Lacerda, escolhido pelo povo em 3 de outubro. No entanto, a Guanabara permaneceu sendo o centro de atração do movimento migratório na região fluminense, o que piorou a questão da favelização. Mesmo com a sugestão de fundar um parque industrial na periferia, o novo estado continuou a se basear no setor terciário, que significava mais de 80% das fontes de renda.[21]

Reunificação[editar | editar código-fonte]

Niterói foi a capital do estado até 1975, ano da fusão do Estado do Rio de Janeiro com o Estado da Guanabara.

Em 15 de março de 1975 ocorreu a reunificação entre os ex-estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, por meio da lei complementar n.º 20. Um tribunal de justiça formado por desembargadores efetivos dos dois estados, nomeados a critério do governador, começou a desempenhar o poder judiciário. Com a reunificação, o território do ex-estado da Guanabara voltou à categoria de municipalidade. O governador indicou, em comitê, seu prefeito. A Assembléia Constituinte determinou que a bandeira, o hino e o brasão, assim como os outros símbolos da nova unidade federativa, fossem os mesmos do antigo estado do Rio de Janeiro.[17]

A crise econômica do começo dos anos 1980 contribuiu para o empobrecimento da economia fluminense, afetando setores industriais tradicionais do estado, como o da construção naval e o têxtil. No âmbito político, foi o período de predominância da facção associada ao jornalista e advogado Antônio de Pádua Chagas Freitas, que administrou a Guanabara de 1971 até 1975 e tomou posse do poder executivo estadual em março de 1980. Uma análise recente apontou que a segurança era a principal inquietação dos cariocas. O crescimento de investimentos e a instalação de diversos projetos, dentre os quais o das usinas termonucleares na costa sul do estado, têm trazido novas oportunidades para a economia fluminense. Esse momento foi caracterizado por manifestações contrárias à edificação de usinas atômicas e a crescente preocupação da população com a questão ambiental. A região metropolitana do Rio de Janeiro foi classificada como uma das áreas mais ecologicamente perigosas no Brasil pela Secretaria Especial do Meio Ambiente em 1981.[17]

CIEP Nelson Rodrigues, em Nova Iguaçu.

As crises econômicas se tornaram mais graves durante o ano de 1982, que foi caracterizado pela escolha popular do engenheiro e ex-governador do Rio Grande do Sul, Leonel de Moura Brizola. A questão da segurança se tornou especialmente preocupante, com o aumento de assaltos e roubos e o crescimento da criminalidade em geral. No entanto, teve grande destaque o programa dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), comandado pelo então vice-governador e secretário de Ciência e Cultura, Darcy Ribeiro. Em 1985 foi promulgado projeto de lei pelo qual a Petrobrás se viu forçada a repassar aos estados, aos municípios vizinhos e à Marinha royalties de cinco por cento sobre o preço do petróleo explorado na plataforma continental. Dois anos após, já no governo de Wellington Moreira Franco, o poder executivo do estado passou a ganhar os royalties pela extração de petróleo e gás natural.[17]

A cobertura da mídia mundial sobre as questões de urbanização precária e violência nos anos 1990 afetou negativamente o turismo na capital do estado. Não obstante, a segunda gestão de Leonel Brizola teve alguns efeitos positivos, como a abertura da Linha Vermelha, conexão da capital com os municípios da área metropolitana. No final da década, a economia do Rio de Janeiro passou por uma nova transformação no decorrer da gestão de Marcelo Alencar, com a desestatização das maiores empresas públicas e a implantação de grandes indústrias automobilísticas no interior do estado.[17]

Eleição municipal de 2000, "banda podre" da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e desentendimento entre Leonel Brizola e Anthony Garotinho[editar | editar código-fonte]

Em 2000, o desligamento do Partido dos Trabalhadores (PT) do poder executivo estadual e a crise vivenciada pelo governador no interior de sua agremiação política, o Partido Democrático Trabalhista (PDT), transformou o destino político de Anthony Garotinho em um mistério. Embora tenha sido acusado pelo insucesso de alguns de seus correligionários na eleição municipal do Rio de Janeiro daquele ano, o desfecho das urnas derrubou a confiança política do então governador.[22][23]

Cesar Maia.

O pior infortúnio de Garotinho se deu na área metropolitana, começando pela capital, onde defendeu de maneira formal o candidato do Partido da Frente Liberal (PFL), Luiz Paulo Conde. Apesar de ter mantido no decorrer de quase toda a campanha uma grande margem de votos acima dos demais proponentes, Conde acabou derrotado, no segundo turno, pelo concorrente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o ex-prefeito Cesar Maia, que conseguiu 51,6% dos votos válidos, contra 48,94% de seu rival. Além de não haver possuído uma excelente conduta nas discussões do segundo turno, o requerente do PFL foi bastante derrotado na zona sul e na Barra da Tijuca por sua persistência em apoiar a legislação que possibilita o erguimento de apart-hotéis com unidades de 30 metros cúbicos. Com a supervisão da hipótese de boa parte das autoridades em meio ambiente urbano, a população não queria que essas edificações fizessem crescer a poluição e a densidade demográfica em áreas já lotadas, como Copacabana e Botafogo, e encobrissem as áreas verdes da cidade.[24][23]

Luiz Eduardo Soares.

Em Niterói, o então governador sofreu outro desastre eleitoral quando defendeu reservadamente o peemedebista Sérgio Zveiter contra o oponente de seu próprio partido, Jorge Roberto Silveira, o qual se reelegeu. Em Duque de Caxias, São Gonçalo e Belford Roxo, os opositores de Garotinho — José Camilo Zito dos Santos, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Henry Charles, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), e Waldir Zito, do Partido Popular Socialista (PPS), nessa ordem, também ganharam as eleições.[23]

A instável coligação constituída com o PT nas eleições de 1998 veio ao fim após uma situação estressante para o poder executivo. O princípio causador era a incumbência do coordenador de Segurança, Luiz Eduardo Soares, que criticava os comportamentos embaraçosos do qual denominou de "banda pobre" da cúpula da polícia. O PT começou a realizar várias imposições para continuar a defender o poder executivo, dentre os quais o licenciamento dos policiais denunciados de corrupção, entretanto, fora desconsiderado. Interpretado como uma divisão amistosa, a exoneração foi oficializada em abril num congresso no palácio das Laranjeiras que dispôs da participação do presidente nacional do PT, José Dirceu, e de uma série de líderes regionais. No final de novembro, o pivô da situação — o mandatário da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Rafik Louzada — veio a ser demitido pelo governador, suspeito de ineficiência na luta contra a violência.[25][26][23]

No interior do PDT, a situação embaraçosa teve um final bastante hostil para Garotinho. O esforço pela liderança política e as sucessivas permutas de denúncias entre o governador e o presidente nacional do partido, Leonel Brizola, provocou uma separação imperdoável no interior do PDT. Com uma série de processos de extrusão transitando contra ele no interior do partido, Garotinho disputou seus fichamentos na eleição de uma nova comissão nacional, no entanto, sem a supervisão de Brizola, todavia, abandonou o partido.[27][28][23]

Candidatura de Anthony Garotinho à presidência do Brasil, Escândalo dos Precatórios, pesquisa do Datafolha e indicadores sociais[editar | editar código-fonte]

Desvinculado do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e salvo da união com Partido dos Trabalhadores (PT), o governador Anthony Garotinho aprontou-se para decolar na política do Brasil. Entretanto, sua candidatura à presidência brasileira sofreu grande oposição, principalmente no próprio Partido Socialista Brasileiro (PSB), ao qual se juntou em janeiro de 2001. Várias acusações anunciadas a seu nome caracterizaram igualmente um ano perturbado na política do estado do Rio de Janeiro.[29][30][31]

Anthony Garotinho.

Vários políticos do PSDB desejavam impedir a transformação da filiação de Garotinho em grupo no interior do partido, porque o governador trazia consigo diversos deputados federais e estaduais, vereadores e prefeitos. Além disso, o governador do Amapá, Alberto Capibaribe, cuja pré-candidatura igualmente foi apresentada pelo governador Ronaldo Lessa, de Alagoas, assumia o compromisso de lutar, no interior do partido, pela defesa aos políticos históricos do PSB. Apesar de tanta oposição, congresso nacional do partido, promovido em dezembro, confirmou a candidatura à presidência, o que se encontrava prestes a ocasionar uma briga no PSB.[32][31]

Para dificultar a situação política do governador, tornou-se público em julho o conteúdo de fitas gravadas com diálogos telefônicos do então radialista Garotinho que aconselhou uma tentativa de propina, a qual traria benefícios para um superintendente da Receita Federal, com a finalidade de obter permissão para realizar sorteios em seu programa. Garotinho afirmou que as gravações haviam sido construídas para prejudicá-lo e criticou a presença de um hábito político para evitar sua concorrência.[33][31]

Uma excelente novidade para Garotinho foi o desfecho de um estudo realizado pelo Datafolha, que o localizou na hegemonia dentre os governadores mais confiáveis do Brasil, com avaliação média de 7,2. Por intermédio do estudo, publicado em julho, 61% dos habitantes do Rio de Janeiro elogiaram o governo de Garotinho, contra 29% que o tiveram como regular e somente 8% que o desaprovaram.[34][31]

Entretanto, uma pesquisa publicada pelo Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (Fundação Cide), apontou que existia muita coisa por fazer para diminuir as consequências da situação vivenciada nos últimos decênios. Conforme o inquérito, 84 municípios do estado do Rio de Janeiro, dos 91 estudados, possuíram indicadores inferiores de qualidade de vida e mostrou défice em grande parte dos índices infraestruturais como educação, saúde, habitação, saneamento, renda, mercado de trabalho e transporte.[35][31]

Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 2002[editar | editar código-fonte]

Rosinha Garotinho.

O triunfo da peessebista Rosângela Mateus, com 51,2% dos votos válidos no primeiro turno, não veio a ser um imprevisto em terras fluminenses. Esposa do ex-governador, Anthony Garotinho (PSB), postulante vencido no primeiro turno à presidência do Brasil, encabeçava os estudos de intenção de voto a partir da apresentação de sua candidatura. No entanto, esperava-se que seu principal candidato, a então governadora Benedita da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), chegasse a conduzir a concorrência para o segundo turno.[36]

Nas eleições estaduais no Rio de Janeiro em 2002, participaram três mulheres dentre os quatro candidatos mais poderosos, a deputada estadual e secretária municipal de Habitação, a pefelista, Solange Amaral (PFL), a quem aderiu o prefeito municipal do Rio de Janeiro, César Maia, realizou campanha apoiada na importância de uma nova política de segurança pública, uma das principais responsabilidades do cidadão do fluminense e, particularmente, do carioca. O oponente do Partido Democrático Trabalhista, Roberto Silveira, a quem aderiu Leonel Brizola, criador do PDT e um dos mais antigos chefes da política do Rio de Janeiro, foi o único homem forte na rivalidade.[36]

As escolhas democráticas para senador causaram admiração inesperada. Brizola, duas vezes governador do estado do Rio de Janeiro, não chegou a ser eleito, e Artur da Távola, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), perdera a cadeira. Em sexto e quinto lugar dentre os candidatos que receberam o maior número de votos, nesta ordem, ficaram bem abaixo de pessoas muito pouco famosas na política. Elegeram-se Sérgio Cabral, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), deputado estadual com vários períodos de governo e presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, e Marcelo Crivella, do Partido Liberal (PL), postulante evangélico que mais tarde exerceu os cargos de deputado federal, senador, prefeito do Rio de Janeiro e ministro da Pesca e Aquicultura. A governadora eleita manifestou-se a favor à nova negociação do pagamento a dívida do estado com a União, explicando que, embora os pagamentos se encontrassem com todos os deveres cumpridos, a dívida continuava subindo. Entre novembro de 1999, após ter realizado uma nova renegociação dos débitos, setembro de 2002, o estado quitou mais de 3 bilhões de reais em juros e amortizações, entretanto, a dívida subiu de 26 bilhões de reais a 28 bilhões de reais, decorrente das elevadas taxas de juros.[36]

Governo Rosinha Mateus[editar | editar código-fonte]

O estado do Rio de Janeiro começou o ano de 2003 com a investidura da governadora Rosinha Mateus, primeira mulher a se eleger para a liderança do poder executivo fluminense. A governadora jamais teria desempenhado posto eletivo nenhum. Sucedeu Benedita da Silva, que houvera sido vice do governador Anthony Garotinho e comandou a administração estadual no decorrer de nove meses, após aquele que se ausentou do cargo para disputar a presidência do Brasil.[37]

Rosinha Matheus com seu marido, Anthony Garotinho.

Rosinha Mateus recebeu como legado um estado com a economia em desarmonia, cujo prejuízo foi de cerca de R$ 30 bilhões, o que impediu que fosse pago o décimo terceiro salário do funcionalismo do estado. Além disso, o poder executivo da União impossibilitou a negociação dos recursos estaduais devido às dívidas obtidas com o governo federal e já expiradas. Em consideração a esta situação, Rosinha enfrentou vários protestos de funcionários inconformados. Apesar de todos esses desafios, assumiu o compromisso de ativar novamente os programas assistenciais que caracterizaram a administração de seu marido, Anthony, como o Cheque Cidadão e o restaurante popular, e participou do desjejum gratuito na estação da Central do Brasil. O primeiro ato público da governadora foi a proposta da campanha pela fundação da Refinaria do Norte Fluminense, porque o Rio de Janeiro extrai 81% do petróleo do Brasil e depura 12% deste aporte.[37]

Pouco após o princípio da gestão, chegou ao conhecimento do público um enorme escândalo relativo à arrecadação de impostos. Dentre os culpados estavam antigos contribuintes de Garotinho. Foi encontrado um desvio de dinheiro público que daria diretamente em contas correntes de inspetores que arrecadavam em bancos suíços. O esquema, construído no ponto culminante da máquina de arrecadação do estado fluminense, começou a ser chamado de propinoduto, porque tem como base principal a cobrança de propinas. Mais de US$ 33,4 milhões foram creditados em um banco suíço em favor de quatro inspetores da Secretaria de Fazenda do Estado e de quatro servidores da Receita Federal. O recurso serviria para pagar 20% da dívida estadual para com seus funcionários. Na experiência de impossibilitar que se instaurasse a crise de credibilidade no governo fluminense, a governadora exonerou de seus deveres nada além de quarenta inspetores. O Ministério Público tomou posse da liderança dos inquéritos e, pouco tempo após, todos os acusados seriam detidos.[37]

Refinamento de urânio, vazamento de óleo na baía da Guanabara, chacina na Baixada Fluminense e eleições estaduais no estado do Rio de Janeiro em 2006[editar | editar código-fonte]

Em 2004, as operações da única unidade fabril de refinamento de urânio, em Resende, no sul do estado, foram aprovadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O governo do Brasil, para não revelar segredo tecnológico, não deixou os fiscais terem contato visual com as centrífugas. A desautorização dividiu opiniões sobre o possível uso do urânio para objetivos militares. O governo desejava alcançar a autossuficiência na depuração de urânio até 2016.[38][39]

Em 2005, foram perdidos 2 mil litros de óleo de uma embarcação proveniente do Caribe. A mancha afetou 50 km de praias de Niterói. Mananciais de despejo ilegal de óleo de fábricas, terminais de combustíveis e postos de gasolina pioram os ataques ao ecossistema.[38][39]

Sérgio Cabral Filho.

Em 2005, uma chacina nas municipalidades de Queimados e Nova Iguaçu na Baixada Fluminense matou 29 pessoas. Ao todo, 11 policiais militares foram indicados como acusados de participação no massacre. No entanto, até outubro de 2006, apenas um deles é condenado: o recruta Carlos Jorge de Carvalho é julgado a um total de 543 janeiros de prisão, em regime fechado, em consequência do envolvimento no crime.[40][39]

Em 29 de outubro de 2006, o senador e jornalista Sérgio Cabral Filho se elegeu governador do Rio de Janeiro no segundo turno, com 5.129.064 votos válidos, o que significou 68% das apurações das urnas (exceto brancos e nulos). A candidata do PPS, Denise Frossard, aceitou, naquele dia, a derrota e assumiu o compromisso de fundar um grupo para controlar a gestão do peemedebista.[41]

Cabral obteve 68% dos votos válidos, ao passo que Denise Frossard somou 32%. Nesse segundo turno, apenas Eduardo Campos, do PSB, em Pernambuco, se aproximou — ele ficara com 65,36%. Cabral ficou com 5.129.064 votos, Campos conquistou 2.623.297 votos.  A união com o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva assegurou ao petista 69,93% dos votos válidos no estado. Lula somou 5.532.284 votos no Rio de Janeiro contra 2.406.487 de Geraldo Alckmin, a quem aderira Frossard.[41]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

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  38. a b Folha Online (24 de novembro de 2004). «Entenda a polêmica sobre o enriquecimento de Urânio no Brasil - 24/11/2004». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 5 de dezembro de 2023. Arquivado do original em 19 de agosto de 2022 
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  40. «Em 2005, Baixada registrou a maior chacina da História do estado». O Globo. 10 de setembro de 2012. Consultado em 5 de dezembro de 2023. Arquivado do original em 7 de outubro de 2022 
  41. a b Baima, César (29 de outubro de 2006). «Cabral é eleito no Rio de janeiro com maioria absoluta dos votos». g1.globo.com. Consultado em 5 de dezembro de 2023. Arquivado do original em 18 de novembro de 2023 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Enciclopédias[editar | editar código-fonte]

  • Arruda, Ana (1988). «Rio de Janeiro (estado)». Enciclopédia Delta Universal. 13. Rio de Janeiro: Delta 
  • Benton, William; Neiva, Artur Hehl (1973). «Rio de Janeiro (estado)». Enciclopédia Barsa. 12. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda 
  • Frias Filho, Otávio (1996). «Rio de Janeiro (estado)». Nova Enciclopédia Ilustrada Folha. 2. São Paulo: Folha da Manhã 
  • Garschagen, Donaldson M. (2002a). «Rio de Janeiro (estado)». Nova Enciclopédia Barsa: Macropédia. 12. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. 
  • Houaiss, Antônio; Martins, Ismênia de Lima; Barbosa, Francisco de Assis (1993). «Rio de Janeiro (estado)». Enciclopédia Mirador Internacional. 18. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. 
  • Mascarenhas, Maria Amélia; Biasi, Mauro De; Coltrinari, Lylian; Moraes, Antônio Carlos de Robert de (1998). «Rio de Janeiro (estado)». Grande Enciclopédia Larousse Cultural. 21. São Paulo: Nova Cultural 
  • Verano, Paulo Nascimento (2009). «Rio de Janeiro (estado)». Enciclopédia Barsa Universal. 15. Rio de Janeiro: Barsa Planeta 

Livros do ano[editar | editar código-fonte]

  • Garschagen, Donaldson M. (1981). Livro do ano Barsa 1981: eventos de 1980. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1982). Livro do ano Barsa 1982: eventos de 1981. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1983). Livro do ano Barsa 1983: eventos de 1982. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1984). Livro do ano Barsa 1984: eventos de 1983. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1985). Livro do ano Barsa 1985: eventos de 1984. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1986). Livro do ano Barsa 1986: eventos de 1985. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1987). Livro do ano Barsa 1987: eventos de 1986. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1988). Livro do ano Barsa 1988: eventos de 1987. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1989). Livro do ano Barsa 1989: eventos de 1988. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1990). Livro do ano Barsa 1990: eventos de 1989. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1991). Livro do ano Barsa 1991: eventos de 1990. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1992). Livro do ano Barsa 1992: eventos de 1991. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1993). Livro do ano Barsa 1993: eventos de 1992. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1994). Livro do ano Barsa 1994: eventos de 1993. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1995). Livro do ano Barsa 1995: eventos de 1994. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1996). Livro do ano Barsa 1996: eventos de 1995. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1997). Livro do ano Barsa 1997: eventos de 1996. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1998). Livro do ano Barsa 1998: eventos de 1997. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (1999). Livro do ano Barsa 1999: eventos de 1998. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (2000). Livro do ano Barsa 2000: eventos de 1999. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil 
  • Garschagen, Donaldson M. (2001). Livro do ano Barsa 2001: eventos de 2000. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 
  • Garschagen, Donaldson M. (2002b). Livro do ano Barsa 2002: eventos de 2001. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 
  • Garschagen, Donaldson M. (2003). Livro do ano Barsa 2003: eventos de 2002. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 
  • Garschagen, Donaldson M. (2004). Livro do ano Barsa 2004: eventos de 2003. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 
  • Garschagen, Donaldson M. (2005). Livro do ano Barsa 2005: eventos de 2004. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 
  • Garschagen, Donaldson M. (2006). Livro do ano Barsa 2006: eventos de 2005. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 
  • Verano, Paulo Nascimento (2007). Livro do ano Barsa 2007: eventos de 2006. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 
  • Verano, Paulo Nascimento (2008). Livro do ano Barsa 2008: eventos de 2007. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 
  • Verano, Paulo Nascimento (2009). Livro do ano Barsa 2009: eventos de 2008. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 
  • Verano, Paulo Nascimento (2010). Livro do ano Barsa 2010: eventos de 2009. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 
  • Verano, Paulo Nascimento (2011). Livro do ano Barsa 2011: eventos de 2010. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 
  • Verano, Paulo Nascimento (2012). Livro do ano Barsa 2012: eventos de 2011. São Paulo: Barsa Planeta Internacional 

Edições recentes do Almanaque Abril[editar | editar código-fonte]

  • Civita, Roberto (2007). Almanaque Abril. São Paulo: Abril 
  • Civita, Roberto (2008). Almanaque Abril. São Paulo: Abril 
  • Civita, Roberto (2009). Almanaque Abril. São Paulo: Abril 
  • Civita, Roberto (2010). Almanaque Abril. São Paulo: Abril 
  • Civita, Roberto (2011). Almanaque Abril. São Paulo: Abril 
  • Civita, Roberto (2012). Almanaque Abril. São Paulo: Abril 
  • Civita, Roberto (2013). Almanaque Abril. São Paulo: Abril 
  • Civita Neto, Victor (2014). Almanaque Abril. São Paulo: Abril 
  • Civita Neto, Victor (2015). Almanaque Abril. São Paulo: Abril 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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