Axé (bebida)
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Axé ou axé de fala é uma bebida produzida de modo independente encontrada em Olinda, Pernambuco, Brasil. Devido ao seu baixo custo, gosto adocicado e alto poder de embriaguez, está entre as bebidas mais consumidas pela população jovem, especialmente no período do Carnaval, onde dezenas de centenas de litros de Axé são comercializados por dia.
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História[editar | editar código-fonte]
As origens de fabricação do Axé são relativamente obscuras. A família Axé reclama para si a criação da receita mais tradicional da bebida. Segundo Taty Axé, a produção data do final dos anos 80 e começo dos anos 90.[1] O perfil da bebida, entretanto, sugere que ela já exista há muito mais tempo. A barata cachaça de cabeça misturada com ervas rústicas já era popular entre populações de baixa renda brasileiras desde o final do século XIX.[2] Também podemos observar, no começo da década de 70, o aparecimento do Pau do Índio, também de origem olindense, que é comercializado numa estrutura familiar pelo clã Cardoso. A casa do Pau do Índio curiosamente também fica na Rua do Amparo, sugerindo que o Axé tenha se inspirado no Pau do Índio em seu gênese.[3]
Composição e feitura[editar | editar código-fonte]
É difícil precisar a composição exata, como o número e a listagem de ervas usadas em cada Axé, pois vários produtores utilizam suas próprias receitas e ingredientes, sem haver qualquer fiscalização sobre isso. O Axé considerado mais tradicional, vendido pela família Axé no Palácio do Axé, na Rua do Amparo, contém 27 ervas, que são misturadas com cachaça, mais especificamente cana-de-cabeça (os primeiros 10% que saem na destilação, considerados impuros e maléficos à saúde mental) e deixados em um barril por um mês. A bebida é posta em garrafas de plástico, refrigerada e vendida com sementes de guaraná e um sachê de mel. Já em algumas localidades no Alto da Sé, a bebida é comercializada em garrafas de vidro pequenas, similares a do Pau do Índio, e em temperatura ambiente (39 graus no carnaval, 30 graus no resto do ano).
Efeitos[editar | editar código-fonte]
O Axé é conhecidamente embriagante e isto, junto ao seu preço módico, constitui a principal razão de ser tão buscado entre os foliões olindenses. Muitos necessitam desse poder que emana da bebida, que faz jus à origem iorubá de seu nome, que denota "força, mágica". É uma bebida doce, suave ao palato, que reanima e aquece. Talvez seja uma precisa definição do que se convencionou chamar de travesseiro de pedra - uma bebida de fácil e rápida absorção que leva seu usuário a estágios elevados de embriaguez rápida e inadvertidamente. No dia seguinte, a veisalgia pode ser pesada, envolvendo desidratação e acessos de culpabilidade moral. Os efeitos colaterais, entretanto, dependem de quais substâncias foram ingeridas junto com o Axé.
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