Memorial de 32
Memorial de 32 - Centro de Estudos José Celestino Bourroul | |
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Sede da instituição. | |
Tipo | Memorial |
Inauguração | 09 de julho de 2005 (19 anos) |
Diretor(a) | Alexandre Camillo Sabatel Bourroul e Frederico Octavio Sabatel[1] |
Página oficial | www |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | São Paulo |
Coordenadas | 23° 32′ 59″ S, 46° 38′ 08″ O |
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O Memorial de 32 - Centro de Estudos José Celestino Bourroul foi inaugurado em 9 de julho de 2005 e fica localizado no edifício do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. O local possui diversas memórias, documentos, pesquisas históricas e diversos objetos e artefatos bélicos referentes à Revolução Constitucionalista de 32.[2]
Conhecida também como Guerra Paulista, esse movimento armado, foi organizado com o objetivo de derrubar o Governo Provisório de Getúlio Vargas e proclamar uma nova constituição, que foi ocorrer somente dois anos depois.[2]
O centro de estudos contém ao todo 256 itens, com fuzis, armas, matracas, bomba aérea, além de 4.800 documentos históricos. O acervo do museu foi doado pela família de José Celestino Bourroul, que foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e colecionador de peças relacionadas ao movimento.[2]
História
[editar | editar código-fonte]Revolução Constitucionalista de 1932
[editar | editar código-fonte]A Revolução Constitucionalista de 1932, conhecida também como Revolução de 32 ou Guerra Paulista, ocorreu no Estado de São Paulo com o objetivo de derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e a solicitar uma Assembleia Constituinte.[3]
Foi uma rebelião contrária ao novo quadro político que surgiu no país após a Revolução de 30, a qual derrubou o presidente Washington Luís e impediu a posse do paulista Júlio Prestes. Dessa forma por meio de um golpe de estado articulado com os estados da Paraíba e do Rio Grande do Sul, colocam Getúlio Vargas no poder. Como primeira medida, o novo presidente fecha o Congresso Nacional, anula a Constituição de 1891 e nomeia interventores para diversos estados. Essas medidas descontentaram as elites paulistas, já que esses grupos eram ligados ao Partido Republicano Paulista (PRP) e haviam sido derrotados pela revolução de 30, passam a trabalhar em oposição ao governo de Getúlio.[4]
Promessas de convocação de novas eleições e a formação de uma Assembleia Nacional Constituinte para a promulgação de uma nova Constituição foram cada vez ficando de lado e assim foi surgindo o acumulo de desgosto contra o governo provisório, principalmente no estado de São Paulo. Os debates surgiram a partir do momento em que os interventores, com o predomínio tenentes, não coincidiram aos interesses dos grupos políticos locais.[4]
Procurando contornar a situação, Vargas nomeou Pedro de Toledo para a interventoria paulista, além de ter tentado acalmar a situação apresentando um novo código eleitoral e marcando eleições para 1933. No dia 23 de maio, um grupo de estudantes da Faculdade São Francisco, que protestavam contra a intervenção de Osvaldo Aranha (representante da ditadura) no governo de Pedro Toledo, tentou invadir o clube 3 de outubro, onde se encontrava os membros da Liga Revolucionária que apoiava a ditadura.[3]
O confronto resultou na morte dos quatro jovens que mais tarde passaram a designar a sociedade secreta MMDC - sigla das iniciais dos quatro jovens assassinados (Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo) - interessada em organizar a derrubada de Vargas. Essas mortes foram a matriz que deu início no dia 9 de julho de 1932 à Revolução Constitucionalista.[3]
Nos poucos meses de conflito, São Paulo viveu um verdadeiro esforço de guerra. Foram quase três meses de batalhas sangrentas, encerradas em 2 de outubro daquele mesmo ano, com a derrota militar dos constitucionalistas. Apesar de ter sido derrotado no campo de batalha, politicamente o movimento atingiu seus objetivos. O governo federal convocou eleições para uma Assembleia Constituinte, que promulgou a Constituição do Brasil em 1934. Foi também quando, pela primeira vez no país, as mulheres participaram do processo eleitoral.[4]
Patrono - José Celestino Bourroul
[editar | editar código-fonte]José Celestino Bourroul (São Paulo, 29 de março de 1923 - São Paulo, 5 de março de 2004). Filho do professor Celestino Bourroul (médico) e D. Maria da Conceição Monteiro de Barros Bourroul, aos 9 anos de idade ajudou escoteiros nas atividades auxiliares do Movimento Constitucionalista, junto à Santa Casa e à Associação das Mães Cristãs. Quando estudante, como Diretor e Presidente do Centro Acadêmico Horácio Lane, Bourroul introduziu o patrocínio dos festejos evocativos da data de 9 de Julho, construída em homenagem aos Heróis Mackenzistas, implantado no "campus" do Mackenzie, na esquina das Ruas Itambé e Maria Antônia. Posteriormente, como Presidente da Associação dos Antigos Alunos, incluiu as comemorações dessa data no calendário da entidade. Bourroul se formou em Engenharia Civil pelo Mackenzie em 1946.[5]
Foi sócio da Sociedade Veteranos de 32 - MMDC e a sua grande paixão foi colecionar publicações da Revolução de 1932, cujo conjunto conta com um acervo de mais de 4.000 títulos, dentre jornais, livros e documentos referentes a esse incomparável Movimento Cívico, principiado por São Paulo. Após o término do seu mandato na COHAB, o biografado praticamente encerrou a sua participação profissional, quer na área empresarial, quer na vida pública, passando a trabalhar, exclusivamente na Irmandade da Santa Cada de Misericórdia de São Paulo. Casou-se com Cárbia Sabatel Bourroul e teve dois filhos - Frederico Octávio e Alexandre Camillo.[5]
Bourroul contribuiu com grande parte do acervo do Memorial de 32, agregando publicações, objetos utilizados na Revolução, jornais, livros e documentos e ajudando a constituir o rico material existente hoje no memorial.[5]
Edifício
[editar | editar código-fonte]Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
[editar | editar código-fonte]O Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP) foi fundado em 1° de novembro de 1894 e em 25 de janeiro de 1954, no bairro da Sé, em São Paulo, foi inaugurado o edifício sede Ernesto Sousa Campos para abrigar o Instituto.[6]
O IHGSP, é uma instituição científica e cultural, sendo importante para a pesquisa e divulgação das produções nas áreas de história e geografia paulistas.[6][7]
“A história de São Paulo é a história do Brasil” (frase que se encontra no primeiro volume da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP) e resume bem o pensamento e conhecimento produzidos nesta instituição).[6][7]
Sem fins lucrativos, o Instituto promove cursos e sessões abertas ao público, publica uma revista cultural que leva o próprio nome do instituto e possui um rico acervo, aberto ao público e a pesquisadores.[6][7]
O edifício conta com salas de exposições para um maior conhecimento histórico da população. Algumas temáticas como cultura indígena, obras do Belmonte e trilhas paulistas são abordadas no Instituto, além claro, de uma sala reservada para apresentar os materiais da Revolução Constitucionalista de 1932.[6][8]
Acervo
[editar | editar código-fonte]O acervo do Memorial de 32 teve origem em uma coleção particular reunida pelo engenheiro José Celestino Bourroul e reúne 256 peças da Revolução, como vestimentas, documentos históricos, quadros, armamentos, medalhas, pinturas e fotografias, além de uma rica biblioteca que contém um vasto volume de livros e periódicos.[carece de fontes]
As publicações do acervo nos ajudam a entender a história brasileira desde a colonização, além de nos aproximar de biografias e perfis importantes da Revolução Constitucionalista e nos fazer emergir nessa batalha sangrenta. [8][9]
Artefatos bélicos
[editar | editar código-fonte]Foram realizados verdadeiras técnicas, produzindo munições, canhões pesados e leves, granadas de mão e de fuzil, máscaras antigases, lança-chamas, capacetes, cartuchos e bombas aéreas. Foram blindados trens, automóveis, e montados canhões pesados sobre vias férreas. Uma técnica bem curiosa que os paulistas utilizaram foram as matracas. Durante dois meses, mineiros e cariocas foram enganados, pois o objeto feito de madeira e aço fazia barulho de tiro, mas não cumpriam com essa função, elas apenas assustavam e despistavam os inimigos.[carece de fontes]
Vestimentas
[editar | editar código-fonte]Entre as vestimentas, o memorial reúne indumentárias militares e apetrechos de campanha, poncho de lã pertencente a um soldado voluntário, equipamento da cavalaria ( que prestou importantes serviços para o exército constitucionalista), máscaras contra gases usada na Primeira Guerra de 1914 e que serviu de modelo para fabricação de outras máscaras durante o Movimento Constitucionalista de 32 e capacetes de aço do exército.[8]
Documentos
[editar | editar código-fonte]O acervo carrega um rico e vasto volume de documentos que fazem referência a Revolução de 32. Entre alguns deles, destaca-se um livro de serviços de publicidade da imprensa nacional da época (boletim de informações), um manual de campanha do voluntário constitucionalista e outro de uso dos armamentos. Também possui a ficha de saúde de alguns soldados, diagrama de tiro de verificação de fuzil, instruções para lançamento de granada, mensagens de perfis importantes da revolução, poemas, dentre outros documentos relevantes para o entendimento da história da revolução.[8]
Medalhas
[editar | editar código-fonte]Entre as medalhas conquistadas no período da Revolução, a principal é a Medalha da Constituição concebida para o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo pelos serviços prestados á Revolução Constitucionalista de 32. Algumas outras importantes medalhas também são apresentadas no memorial, como a Medalha “M. M. D. C”, dedicada a alguns perfis importantes que participaram do Movimento Constitucionalista e que também são homenageados em placas comemorativas.[8]
Objetos
[editar | editar código-fonte]Alguns objetos curiosos são expostos no memorial, como um mapa que assinala os locais de confronto entre as forças legalistas e constitucionais, uma bandeira paulista encontrada durante as manifestações populares, um disco de vinil da época, dentre outros.[8]
Biblioteca José Celestino Bourroul
[editar | editar código-fonte]A Biblioteca José Celestino Bourroul conta com mais de quatro mil volumes de livros e 150 mil títulos de periódicos, todos voltados para o estudo e entendimento da Revolução Constitucionalista de 1932. Ao longo do tempo, a coleção foi ampliada pelo patrono José Celestino Bourroul, um dos divulgadores da causa constitucionalista, e que contribuiu para a formação de grande parte do acervo.[10]
O acervo contém vastas publicações históricas do Brasil, desde a colonização até os dias atuais, destacando biografias de personagens importantes que deixaram uma marca na história nacional. Abrange obras de grandes autores nacionais como Ruy Barbosa, Hebert Balbus e Oliveira Vianna.[10]
O conteúdo da Biblioteca é completo, trazendo a público todas as informações e curiosidades sobre a Revolução Constitucionalista de 32, inclusive trabalhos ainda não publicados, álbuns forjados para campanha e recortes de jornais da época.[10]
As obras do acervo estão disponíveis para consulta no próprio local, não sendo permitida a retirada para empréstimo ou reprodução (art.2°).[10]
Galeria
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Documento do Batalhão Esportivo
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Vestuário militar
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Indumentária militar
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Registros da Revolução de 32
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Fuzis Mauser 1895 calibre 7x57mm
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Bandeira Paulista
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Documentos históricos
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Morteiro compacto lançador de granadas.
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Quadros constitucionalistas
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Perfil do soldado constitucionalista
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Capa-poncho
Referências
- ↑ Memorial de 32, ed. (10 de julho de 2009). «Memorial de 32». Consultado em 31 de maio de 2017
- ↑ a b c «G1 > Edição São Paulo - NOTÍCIAS - Museu reúne peças e documentos sobre Revolução Constitucionalista de 1932». g1.globo.com. Consultado em 31 de maio de 2017
- ↑ a b c «Revolução de 32, Constitucionalista, Brasil Revolução de 32». Portal São Francisco
- ↑ a b c «A revolução constitucionalista de 1932 | CPDOC». cpdoc.fgv.br. Consultado em 6 de junho de 2017
- ↑ a b c «MEMORIAL'32 - Centro de Estudos José Celestino Bourroul». www.memorial32.org.br. Consultado em 7 de junho de 2017
- ↑ a b c d e «O INSTITUTO HISTÓRICO E». www.al.sp.gov.br. Consultado em 7 de junho de 2017
- ↑ a b c Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ a b c d e f «Conheça os museus da Revolução de 1932 – São Paulo Antiga». www.saopauloantiga.com.br. Consultado em 7 de junho de 2017
- ↑ Sampaio, Leandro. «Memorial de 32». www.cidadedesaopaulo.com. Consultado em 7 de junho de 2017. Arquivado do original em 26 de outubro de 2017
- ↑ a b c d «Cidade de São Paulo». intranet.spturis.com.br. Consultado em 7 de junho de 2017. Arquivado do original em 26 de outubro de 2017