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Artur Bernardes
Na infocaixa: nascimento em Santa Rita do Turvo, religião católica, profissão de advogado, jornalista e fazendeiro
Família e primeiros anos[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/cd/Casa_de_Artur_Bernardes.jpg/220px-Casa_de_Artur_Bernardes.jpg)
Artur da Silva Bernardes nasceu em 8 de agosto de 1875 na Vila de Santa Rita do Turvo, atual Viçosa,[1] conforme reconhecido nos livros de história. Este local de nascimento é disputado no município de Cipotânea, onde se afirma que o futuro presidente teria nascido no local, então parte de Alto Rio Doce, e mudado para Viçosa, uma cidade já constituída, aos 5 anos de idade.[2] Ele era o quarto dos nove filhos de Antônio da Silva Bernardes e Maria Aniceta Bernardes.[3] Um de seus irmãos, Olegário, viria a ser ministro do Tribunal de Contas da União, deputado estadual no Rio de Janeiro e prefeito de Teresópolis.[4]
Sua mãe descendia dos Vieira de Sousa, uma das famílias da nobreza do café da Zona da Mata Mineira, e seu pai, um português de Castanheira de Pera, coronel da Guarda Nacional e solicitador nas comarcas de Alto Rio Doce, Piranga e Viçosa. Nesta última ele foi o primeiro advogado provisionado e depois promotor de justiça.[5][6] Conforme algumas biografias, Antônio Bernardes não cursou mais que a escola primária em Portugal.[7] Esta família era rica o suficiente para financiar a educação do filho, mas não pertencia ao grupo político local.[8]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/41/Sal%C3%A3o_dos_meninos_do_Col%C3%A9gio_do_Cara%C3%A7a_1888.jpg/220px-Sal%C3%A3o_dos_meninos_do_Col%C3%A9gio_do_Cara%C3%A7a_1888.jpg)
A educação famíliar rígida foi complementada pelo tradicional Colégio do Caraça,[9][10] onde foi matriculado para estudos secundários em fins de 1887, aos 12 anos de idade. O Caraça era um dos educandários mais prestigiados do país.[11] Gilberto Freire chamou-o de "casarão triste nas montanhas". O controle de horários, restrição de visitas, vigilância e punições deixavam sua marca nos filhos da elite mineira.[12] Os professores viviam em claustro e penitência e "a palmatória passava de aula em aula, de salão em salão, de recreio em recreio, nivelando a todos com o seu avassalador domínio".[9]
Esta experiência permitiu a Bernardes "valorizar o poder disciplinar como formador de mentes e corpos para a nação",[12] além de fixar sua religiosidade católica para o resto da vida, enquanto muitos de seus contemporâneos flertaram com o positivismo e evolucionismo.[11] Uma biografia favorável no Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, do qual Bernardes é patrono de uma cadeira, afirma que os ensinamentos no Caraça "muito influíram na sua formação moral, religiosa e pública: o zelo pela causa pública, o escrúpulo na distribuição do dinheiro do governo, o espírito de disciplina, de ordem e de economia".[3] No outro extremo o livro antibernardista Terra Desumana (1926), de Assis Chateaubriand, argumentou que o colégio incutiu no jovem Bernardes uma personalidade autoritária, mais interessada na letra da lei do que nos sentimentos humanos.[9]
Em fins de 1889 sua família não teve mais condições de mantê-lo no Caraça devido ao abalo da abolição da escravatura na economia cafeeira.[11] A solução veio por seu cunhado José da Graça Sousa Pereira, sócio da firma Pena e Graça, onde ele conseguiu emprego. Esta firma do distrito viçosense de Coimbra intermediava o comércio de café entre produtores e exportadores, expondo Bernardes ao mundo rural. Esta experiência continuou no seu emprego seguinte, na firma Adriano Teles, em Visconde do Rio Branco, onde ele chegou aos 18 anos, em 1894, à posição de guarda-livros (contador). O cargo era o mais alto que um empregado poderia alcançar[13][14] e dava acesso a informações confidenciais, provando que ele era um empregado de confiança. Sua vida em Rio Branco o expôs à problemática da modernização das técnicas agrícolas, pois o grupo empresarial propagandeava os produtos brasileiros no exterior.[15]
Direito e jornalismo[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/08/Arthur_Bernardes_e_outros_professores_do_Instituto_de_Ci%C3%AAncias_e_Letras.jpg/220px-Arthur_Bernardes_e_outros_professores_do_Instituto_de_Ci%C3%AAncias_e_Letras.jpg)
Com sua família em melhor condição financeira, pôde ao final de 1894 matricular-se no Externato do Ginásio Mineiro em Ouro Preto, aproveitando um decreto do governo estadual que abria matrículas avulsas. Ali estudou para os exames preparatórios (equivalentes ao vestibular) enquanto morava numa pensão e trabalhava em vários jornais e brevemente como estafeta dos Correios e Telégrafos. Por influência do pai e do Caraça, matriculou-se na Faculdade Livre de Direito, inicialmente como aluno ouvinte, em 1896, antes de passar nos exames e entrar no segundo ano em 1897.[14][5]
Como estudante do Direito, fez amizade com seu colega e futuro aliado político Raul Soares de Moura, além de conhecer outras figuras de futura relevância política como Fernando de Melo Viana e José Vieira Marques. Em março ele se voluntariou ao Batalhão Patriótico Bias Fortes, no contexto da Guerra de Canudos, mas a unidade nunca saiu para a luta. Politicamente, Bernardes estava entre os admiradores de Floriano Peixoto, Presidente da República, de 1891 a 1894. A data da Abolição foi comemorada com a criação do jornal Academia, do qual ele foi redator. No ano seguinte a Faculdade de Direito foi transferida para a Cidade de Minas, atual Belo Horizonte, mas Bernardes, Raul Soares e outros preferiram a transferência à Faculdade de Direito de São Paulo, que oferecia oportunidades muito melhores na vida pública; a única alternativa para a elite política com formação em Direito era a Faculdade de Direito do Recife.[16][17] Dos doze presidentes da Primeira República, sete tiveram diplomas da Faculdade paulista.[18]
Em São Paulo, sustentou-se como revisor do Correio Paulistano, fiel no Cartório de Notas do pai do senador Álvaro de Carvalho e professor de português e latim no Instituto de Ciências e Letras de São Paulo.[19] Bernardes e Raul Soares fizeram amizade com mais um mineiro na Faculdade, Arduíno Bolívar, e possivelmente integraram uma sociedade secreta acadêmica, a Bucha. Nas férias, o contato era mantido através de cartas, e num desses períodos, em 1899, Bernardes ganhou fama defendendo um réu no foro criminal de Viçosa. O acusador era seu pai. Ao receber o título de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, em dezembro de 1900, ele optou pela carreira na advocacia. Prestigiado entre os colegas, foi escolhido para o discurso de encerramento. Chegando a Viçosa, foi recebido com uma manifestação na estação ferroviária e um baile.[19][16] O título de bacharel em Direito elevou seu status social. A comarca tinha poucos advogados diplomados, e seus companheiros de profissão tinham forte presença no Estado republicano, pois intermediavam os interesses públicos e privados.[20]
Aos 25 anos, ainda em 1900, ele abriu um escritório em Viçosa. Pouco depois seu pai exonerou-se do cargo de promotor de justiça para evitar o conflito de interesse com a carreira do filho. Os dois anos seguintes foram de viagens constantes às comarcas vizinhas. Além da advocacia, Bernardes passou a trabalhar no semanário Cidade de Viçosa, de propriedade de um chefe político local, o senador Carlos Vaz de Melo,[21] líder de diretórios e correligionários locais do Partido Republicano Mineiro (PRM), o único no estado.[22] O PRM representava os interesses do sul mineiro e da Zona da Mata,[23] e Viçosa era um município de significativa produção agrícola na Mata, embora não fosse um dos maiores na região.[24] O interesse de Bernardes pela política era visível. Desde sua época acadêmica, o Cidade de Viçosa apresentava-o como membro da elite local e representante de valores burgueses, e ele publicou diversos artigos no periódico,[25] entre eles uma matéria sobre a revisão da Constituição em 1901.[26]
Casamento e filhos[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/bc/Fam%C3%ADlia_de_Artur_Bernardes_1932.jpg/220px-Fam%C3%ADlia_de_Artur_Bernardes_1932.jpg)
A paixão por Clélia Vaz de Melo, filha de Carlos Vaz de Melo, abriu as portas ao mundo político quando o senador autorizou o casamento, que ocorreu em 15 de julho de 1903. Artur Bernardes agora era o herdeiro político do sogro.[8] O namoro já durava uma década, mas Carlos não permitiu o casamento antes do final do curso.[27] O casal teve oito filhos: Clélia, Artur, Maria da Conceição, Dhalia, Rita, Sylvia, Geraldo e Maria de Pompeia.[28] Destes, Artur Bernardes Filho seguiu na carreira do pai e foi deputado federal, constituinte, senador e vice-governador de Minas Gerais, chegando à posição de ministro da Indústria e Comércio em 1961.[29]
Os Vaz de Melo-Bernardes tornaram-se um dos grupos familiares que dominavam, com certa estabilidade, as zonas, regiões, distritos eleitorais ou municípios de Minas Gerais.[30] As propriedades rurais da família foram diretamente beneficiadas por algumas das decisões fiscais, orçamentárias e tributárias elogiadas no Cidade de Viçosa, como a redução dos preços na Estrada de Ferro Leopoldina.[31] Artur Bernardes apareceu no Almanaque Laemmert de 1907 como fazendeiro da região de Viçosa,[32] e ao longo da vida foi cafeicultor e diretor-proprietário de uma usina de açúcar em Ponte Nova.[33]
Ascensão política[editar | editar código-fonte]
Vereador[editar | editar código-fonte]
A participação nas eleições não foi imediata, e Bernardes recusou uma oferta do sogro para apoiar uma candidatura a deputado federal. Em vez disso, Vaz de Melo designou seu genro para recepcionar o Presidente do Estado (governador) Francisco Sales e outros políticos. Bernardes gradualmente fez contatos e demonstrou sua retórica.[34] Em 1904 ele concorreu a vereador especial pelo distrito viçosense de Teixeiras. Apesar de suas declarações prévias sobre a reforma da Constituição, em outubro ele alegou no Cidade de Viçosa que não desejava cargos eletivos e só figurou na chapa do PRM em última hora, "cedendo às ordens de amigos do Distrito".[35]
Em 19 de novembro os 52 eleitores do Distrito o elegeram por unanimidade. Carlos Vaz de Melo morreu três dias depois, e em janeiro Bernardes sucedeu-o na direção do Cidade de Viçosa, que passou a cobrir temas extramunicipais e sustentar as opiniões políticas do vereador. No primeiro dia do ano ele publicou mais uma defesa de reforma da Constituição, prometendo que "dará esta folha encarniçado e impiedoso combate à ideia, propugnada por alguns, de nada se alterar nessa lei fundamental". Esta ambição seria concretizada duas décadas depois, quando ele assumiu a Presidência.[36][37] O programa apresentado no artigo era de valorização do município e defesa dos interesses da lavoura, comércio e indústria.[38] Outros artigos discutiam os problemas da cafeicultura local e alternativas de produção, representando os interesses dos produtores e comerciantes.[39] Seu discurso era compatível ao do governador João Pinheiro, cujas pautas incluíam o incentivo à educação e à policultura.[40]
Em junho de 1905 ele foi nomeado coronel da Guarda Nacional, o que legitimava seu poder local e conferia honras e regalias.[41] Eleito presidente da Câmara Municipal no mês seguinte, preferiu permanecer na vice-presidência. No ano seguinte ele foi novamente eleito, aceitou e foi investido como agente executivo, equivalente a prefeito.[42] O agente executivo era escolhido pela Câmara.[43] Num Congresso de Municipalidades em Leopoldina, em outubro de 1907, foi convidado pelo deputado Ribeiro Junqueira para discursar em nome dos chefes do Executivo na região.[44][42]
Esta rápida ascensão não foi aceita por todos os veteranos; José Teotônio Pacheco, chefe político viçosense e antigo aliado de Vaz de Melo, rompeu suas ligações com Bernardes e liderou a oposição municipal. Os "bernardistas" e "pachequistas" disputaram o poder em Viçosa por uma década. Na eleição de um vereador em 1906 e na renovação de toda a Câmara no final do ano seguinte, os bernardistas ganharam com pequena margem de votos.[44][45] O Cidade de Viçosa acusava os pachequistas e seu jornal A Reação de falta de patriotismo e republicanismo.[46] Bernardes correspondia-se com João Pinheiro, jurando seu apoio e fazendo diversos pedidos para Viçosa.[47]
Deputado e Secretário de Finanças[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d6/Heitor_de_Souza_Artur_Bernardes_e_Ant%C3%B4nio_Martins_Sobrinho.jpg/180px-Heitor_de_Souza_Artur_Bernardes_e_Ant%C3%B4nio_Martins_Sobrinho.jpg)
O prestígio do sogro falecido ainda foi suficiente para que Bernardes fosse incluído na lista de candidatos a deputado estadual pelo PRM e eleito pela segunda circunscrição em março de 1907. Na Câmara estadual, foi eleito secretário da mesa em 1907 e 1908, discursou sobre os problemas da agricultura e ajudou a aprovar a reforma tributária de João Pinheiro. Este último posicionamento facilitou sua indicação à concorrência para deputado federal em 1909.[32][42] Os candidatos à bancada federal mineira eram coronéis ou intelectuais, ambos escolhidos pelo governador e a Comissão Executiva do PRM, a "Tarasca", composta em sua maioria de políticos do sul mineiro. O partido orgulhava-se de promover a carreira de jovens talentos.[48] Seu domínio era elitista e centralizado, controlando as nomeações políticas, pressionando a imprensa, cooptando grupos de pressão e garantindo seus votos através do coronelismo, o voto de cabresto e a fraude.[49] Ser escolhido como candidato do PRM era equivalente a ser eleito.[8]
Francisco Bernardino Rodrigues Silva, advogado de Juiz de Fora e ocupante passado da vaga, concorreu como independente contra Bernardes, com o apoio dos pachequistas de Viçosa. Em janeiro de 1909 ele conseguiu mais votos do que o rival, mas uma Comissão de Reconhecimento de Poderes cujo relator foi Altino Arantes cassou 2 552 votos de Bernardes em Viçosa e 3 339 de Bernardino em Juiz de Fora. Sob ordens do PRM, a Câmara aprovou a decisão e Bernardes foi diplomado com mais de mil votos acima do concorrente. Segundo Afonso Arinos de Melo Franco, o PRM confirmou Bernardes por ser ele "um jovem e enérgico chefe", "experimentado comandante do oficialismo em uma das mais duras lutas municipais da Zona da Mata".[50][42]
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Neste primeiro período na Câmara federal, Bernardes não teve destaque nem participou das comissões técnicas. Sua maior realização foi em Viçosa, onde garantiu ao presidenciável Hermes da Fonseca a maioria dos votos na eleição de 1910.[50][42]
Em 7 de setembro de 1910 renunciou ao mandato e retornou a Belo Horizonte para assumir a Secretaria de Finanças estadual, por nomeação do governador Júlio Bueno Brandão. Minas Gerais era uma das maiores economias do país, e portanto o cargo impulsionou ainda mais sua carreira. Sua gestão concentrou-se em aumentar a arrecadação, criando coletorias de impostos, negociando a taxação dos produtos mineiros escoados por São Paulo e Espírito Santo e reorganizando a Recebedoria de Minas Gerais no Rio de Janeiro.[51][52] Essas medidas não deixaram de ter um viés regionalista, evitando ferir os interesses da cafeicultura da Zona da Mata.[53] Nesse período foram criados a Caixa Beneficiente dos Funcionários do Estado e o Banco Hipotecário e Agrícola, futuro Banco do Estado de Minas Gerais. Em 1911, novas modalidades de empréstimos a longo prazo aos municípios beneficiaram administrações na Zona da Mata e sul mineiro, numa política municipalista que renderia dividendos eleitorais. Bernardes deixou a Secretaria ao final do governo de Bueno Brandão, em setembro de 1914, e em janeiro seguinte foi o candidato a deputado federal com mais votos na circunscrição. Neste segundo período na Câmara federal ele presidiu a Comissão Especial do Código de Contabilidade.[51][52]
Governo de Minas Gerais[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0a/Discurso_de_Arthur_Bernardes_durante_o_banquete_dos_candidatos_ao_governo_de_Minas_Gerais%2C_1918.png/220px-Discurso_de_Arthur_Bernardes_durante_o_banquete_dos_candidatos_ao_governo_de_Minas_Gerais%2C_1918.png)
O deputado Gomes Lima encontrou Bernardes em Viçosa, no início de 1917, para relatar a escolha de Américo Lopes, secretário do Interior do governador Delfim Moreira, como candidato do PRM ao Executivo estadual. Bernardes confirmou sua aceitação numa carta ao governador.[54] Américo Lopes era o candidato do senador ex-governador Francisco Sales,[54][55] presidente da Comissão Executiva do PRM[56] e líder de uma das três facções existentes no Partido até 1918. As outras duas eram os biistas de Bias Fortes e os "viuvinhas" de Silviano Brandão. Os políticos da Mata eram normalmente salistas.[57] O nome de Américo Lopes foi contestado por Raul Soares, o secretário da Agricultura, que sentia que sua região da Mata (ele era de Ubá) estava desprestigiada. Argumentando a incapacidade moral da candidatura dos secretários, especialmente o do Interior, ele convenceu o Presidente da República, o mineiro Venceslau Brás, a vetar a candidatura. O resultado foi uma lista de candidatos, mas ela omitia Bernardes. Ainda sentindo que a Mata foi preterida, ele convenceu o presidente a apoiar o nome do deputado de Viçosa.[58][59]
O nome foi acatado pelo governador e oficializado pela Comissão Executiva em junho, reunificando o partido. O vice-governador foi o senador estadual Eduardo Amaral.[58][59] Embora eleito novamente deputado, Bernardes renunciou ao mandato para tomar posse no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte,[60] em setembro de 1918. O secretariado foi montado com figuras ilustres: Raul Soares e depois Afonso Pena Júnior no Interior, Afrânio de Melo Franco e depois João Luís Alves nas Finanças e Clodomiro de Oliveira na Agricultura, Indústria, Terras, Viação e Obras Públicas.[56]
Hegemonia no PRM[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/29/Quest%C3%A3o_de_paladar_em_Minas.jpg/220px-Quest%C3%A3o_de_paladar_em_Minas.jpg)
Tão logo assumiu, o novo governador rompeu com o "salismo",[61] visto por ele e Raul Soares como símbolo da velha política coronelística, e portanto, alvo a ser erradicado.[56] De posse da máquina do Estado, os postos da administração foram entregues a elementos leais.[62] Nas eleições, 72% da Câmara e 50% do Senado estadual foram renovados.[63] Deputados e senadores salistas foram "degolados", isto é, seus votos não foram reconhecidos pela Câmara.[64] Em fevereiro de 1919 o governador fez a "Tarasca" aceitar sua lista de candidatos para um quarto dos senadores e todos os deputado.[65] A partir da convenção de 17 de setembro, cada delegado não poderia representar mais de cinco distritos locais. Na Comissão Executiva, todos os ex-governadores tornaram-se membros perpétuos, criaram-se três novos lugares e a presidência e secretaria teriam que mudar anualmente.[66]
Dentro de dois anos, Bernardes impôs sua autoridade sobre a Tarasca e os coronéis.[62] O combate ao coronelismo obviamente não afetou seus aliados,[66] mas estes eram líderes mais jovens, intelectualizados, com algumas ligações ao setor industrial[61] e concentrados no desenvolvimento econômico.[67] Efetuou-se uma verdadeira transição de gerações no PRM. A primeira geração, responsável pela consolidação da República em Minas Gerais, foi substituída por outra que entrou na vida pública por volta dos anos 1910. O sul mineiro perdeu sua predominância na política estadual e a Zona da Mata ganhou espaço.[61] Os membros do governo passaram a dever fidelidade ao governador e não à Comissão Executiva.[62] mas esta era do poder pessoal não durou; assim que Bernardes deixou o governo estadual, o PRM voltou ao sistema colegiado da Tarasca.[67] Nos anos seguintes a estrutura partidária bernardista esteve imune ao racha ocorrido no Partido Republicano Paulista, que enfrentou a dissidência do Partido Democrático, mas encontrou divisões a partir de 1930.[61]
Eleição presidencial de 1919[editar | editar código-fonte]
Dois mineiros, Artur Bernardes e Melo Franco, foram cogitados para concorrer à Presidência na eleição agendada para abril de 1919.[68] Por motivos de saúde o vencedor do pleito de 1918, Rodrigues Alves, nunca chegou a assumir, e seu vice Delfim Moreira governou por cerca de oito meses até que fosse escolhido um sucessor.[69][70] Bernardes recusou uma candidatura própria, que seria de interesse às elites mineiras, e insistiu que os três estados mais fortes (Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul) decidissem um novo nome. Especulam-se vários motivos para sua recusa, como temores de falta de apoio paulista e rio-grandense ou má reação da opinião pública, pois um mineiro já ocupava a Presidência, e a inconveniência de interromper uma administração recém-empossada.[71] Seria preciso primeiro acumular prestígio no governo estadual.[72][73]
Mesmo sem concorrer, Bernardes conseguiu posicionar-se como o árbitro da sucessão.[74][75] A 9 de fevereiro a Tarasca investiu-o da liderança das negociações mineiras. João Luís Alves e Raul Soares foram seus emissários.[76] No dia 25[77] ele presidiu no prédio do Senado, no Rio de Janeiro, a Convenção para oficializar o paraibano Epitácio Pessoa como candidato situacionista. Os políticos paulistas ressentiram-se do líder mineiro por sua recusa em apoiar uma candidatura de Altino Arantes, governador de São Paulo.[78] Epitácio, candidato neutro entre os três maiores estados, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, foi o resultado da rejeição dos dois últimos a Altino. A proposta de seu nome partiu dos mineiros e foi acatada pelos paulistas. Sua vitória na eleição não foi nenhuma surpresa.[79][77] A aliança mineiro-paulista, no poder desde 1914, ainda se manteve.[80]
Reformas e obras[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fc/Universidade_Federal_de_Vi%C3%A7osa_-_Pr%C3%A9dio_principal%2C_2015.jpg/220px-Universidade_Federal_de_Vi%C3%A7osa_-_Pr%C3%A9dio_principal%2C_2015.jpg)
A administração Bernardes privilegiou a Zona da Mata.[81] A educação foi prioridade no programa e avanços efetivos foram obtidos no ensino público médio e superior.[82] Construíram-se 13 grupos escolares e 421 escolas isoladas no ensino primário e secundário.[81] Um novo regulamento para o ensino agropecuário ambulante, em 12 de julho de 1920, reforçou o ensino prático ministrado pelas escolas distritais e rurais.[83] No ensino superior o governo criou o Instituto de Química Industrial e ampliou as clínicas da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte.[81]
Um destaque foi a Escola Superior de Agricultura e Veterinária (ESAV), futura Universidade Federal de Viçosa.[84] Em 6 de setembro de 1920 o governador iniciou com um decreto o processo de criação.[10] A sede seria numa região de predominância de pequenas e médias propriedades cafeicultoras na Zona da Mata, que dependeriam da modernização agrícola para resistir às pressões das políticas de valorização do café. A cidade escolhida foi Viçosa, justamente a origem do governador.[84] Segundo o livro A Universidade Federal de Viçosa no Século XX, publicado pela Editora UFV, a localização da escola não foi decisão arbitrária do governador e levou em conta a topografia, disponibilidade de água e proximidade à Estrada de Ferro Leopoldina. O ensino seria em moldes americanos. A inauguração só ocorreu em 1926.[85] Nos anos seguintes a ESAV não impediu a crise da cafeicultura da Mata, mas se tornou referência nacional,[86] cultivando uma elite intelectual agronômica na administração pública, setor privado e academia.[87]
Na agricultura, a administração Bernardes deu favores ao Banco de Crédito Real de Minas Gerais e ao Banco Hipotecário e Agrícola, esperando atenuar a insolvência das cooperativas rurais.[88] A administração reduziu os impostos de exportação de café, gado e cereais e manteve a garantia de preços do café,[81] que segundo o governador, merecia mais atenção.[89] Por sugestão do Executivo, em 20 de setembro de 1919 os legisladores aprovaram uma reforma do imposto territorial, buscando coibir fraudes e subterfúgios na declaração dos valores da terra.[90] Há muitos anos esse imposto era discutido em Minas Gerais como forma de desincentivar o latifúndio improdutivo,[91] e um dos pontos do programa econômico do PRM era a "remodelação do regime tributário, assentado no imposto territorial e no de renda, com a supressão gradual do da exportação à receita orçamentária do Estado".[92]
Uma lei sobre o fornecimento de máquinas agrícolas pela Secretaria da Agricultura foi aprovada em 1919, mas só seria efetivamente posta em prática no governo seguinte.[93] Para outro ponto do programa, o "povoamento do território do Estado",[92] fundaram-se quatro grandes colônias mistas de imigrantes alemães e agricultores nacionais: Álvaro da Silvera, Bueno Brandão, David Campista e Francisco Sá.[94] A expansão da rede viária, mencionada no programa,[92] incluiu a construção de 1 498 quilômetros de estradas de rodagem, 138 pontes, subvenção a outras estradas de rodagem e a aquisição pelo governo das Estradas de Ferro Paracatu e Goiás.[95]
A Força Pública de Minas Gerais recebeu investimentos no treinamento e equipamento. Antevendo a turbulência política dos anos seguintes, em setembro de 1922 Bernardes fixou em quatro mil homens o efetivo, um aumento de mil em relação ao existente, e promoveu numerosos oficiais. A oficialidade desta força militar recebeu os investimentos com simpatia e permaneceria leal ao presidente nos anos seguintes, quando seus inimigos em combate apelidariam seus policiais de "esbirros de Bernardes".[96][97]
A questão do ferro[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/56/Chegada_dos_reis_da_B%C3%A9lgica_em_Belo_Horizonte.jpg/220px-Chegada_dos_reis_da_B%C3%A9lgica_em_Belo_Horizonte.jpg)
A ambição industrial bernardista era transformar o vale do Rio Doce no "vale do Ruhr" brasileiro, um complexo de mineração, ferrovias, siderúrgicas e portos entre Minas Gerais e Espírito Santo.[98] A produção siderúrgica nacional era incipiente,[99] e Minas Gerais tinha grandes jazidas não aproveitadas de minério de ferro.[100] Bernardes e Raul Soares queriam uma indústria siderúrgica e eram contrários à simples exportação do minério.[101] O modelo pretendido pelo secretário de Agricultura Clodomiro de Oliveira era de pequenas usinas movidas a energia elétrica, carvão vegetal e carvão mineral de Santa Catarina.[102] O carvão vegetal trazia o problema do desmatamento, do qual Bernardes estava ciente. Seus discursos esboçaram preocupação com a "conservação das selvas e rearborização do Estado, ameaçado de ver grandes porções de seu território transformadas em zonas descalvadas e estéreis".[93]
Em setembro de 1919 o Congresso mineiro baixou o imposto de exportação do minério para empresas que transformassem em ferro e aço pelo menos 5% da quantia exportada. Caso contrário, a taxa seria cem vezes maior.[103] Diversas usinas de aço foram fundadas nesse período sob o estímulo do governo estadual, todas de baixa produção.[101] A exceção era a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira (CSBM),[104] a primeira siderúrgica integrada de médio porte do país, cuja usina em Sabará iniciou as atividades em 1925. Embora longe de tornar o país autossuficiente, ela fez Minas exportar siderúrgicos aos demais estados. A CSBM foi fruto de negociações iniciadas durante a visita do rei Alberto I da Bélgica ao Brasil em 1920; Bernardes convidou-o a Minas para atrair o capital belga, e o governo estadual fez um acordo com uma empresa brasileira, a Companhia Siderúrgica Mineira, e outra belgo-luxemburguesa, a ARBED [fr].[105][102]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/ac/Trabalhadores_da_lamina%C3%A7%C3%A3o_na_CSBM.jpg/220px-Trabalhadores_da_lamina%C3%A7%C3%A3o_na_CSBM.jpg)
A atitude do governo mineiro foi muito diferente para com o sindicato do investidor americano Percival Farquhar,
o governo mineiro duvidava da promessa de uma grande usina siderúrgica[106]
não era uma posição extremada contra o sindicato americano[102]
Eleições de 1922[editar | editar código-fonte]
Escolha como candidato[editar | editar código-fonte]
Desde a eleição de 1919 era visível que Bernardes poderia ocupar a Presidência, mesmo que tivesse que aguardar a eleição seguinte.[107]
"Porque é mineiro, não se compromete, é tenaz e usa calças sempre bem vincadas"[60]
Campanha presidencial[editar | editar código-fonte]
Semelhança de programas de governo[109]
Reação militar[editar | editar código-fonte]
Presidência[editar | editar código-fonte]
Gabinete[editar | editar código-fonte]
Panorama econômico[editar | editar código-fonte]
de ideias ortodoxas, era contrário à emissão de moeda sem lastro[110]
Criação do imposto de renda[111] Em 1923 o Estado tornou-se acionista majoritário do Banco do Brasil[112]
estendeu ao governo federal as políticas de ensino e aparelhamento agrícola aplicadas em Minas Gerais[113] instituições criadas pelo governo anterior, como o Serviço de Indústria Pastoril e o Serviço de Inspeção e Fomento Agrícolas[113] regulamento do Serviço de Algodão[114] Fomentou o lado econômico e científico de instituições como o Museu Nacional, Jardim Botânico e Instituto Biológico[115]
Legislação trabalhista[editar | editar código-fonte]
Esses foram os primeiros passos na organização de um sindicalismo oficial, que seria implantado depois de 1930.[116]
Intervenção federal no Rio de Janeiro[editar | editar código-fonte]
Guerra no Rio Grande do Sul[editar | editar código-fonte]
Lei de Imprensa[editar | editar código-fonte]
Julgamento dos 18 do Forte[editar | editar código-fonte]
Estado de sítio na Bahia[editar | editar código-fonte]
Relação com a Igreja Católica[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/47/Artur_Bernardes_com_o_cardeal_Arcoverde.jpg/180px-Artur_Bernardes_com_o_cardeal_Arcoverde.jpg)
Em 4 de maio o Presidente da República e todo o ministério compareceram ao jubileu de ouro de D. Arcoverde, arcebispo do Rio de Janeiro e primeiro cardeal brasileiro - uma visita inédita desde a separação entre a Igreja Católica e o Estado brasileiro e uma exposição pública de sua reaproximação, que já começara no governo anterior. Os interesses de ambos nem sempre foram compatíveis ao longo do mandato; após a revolta de julho de 1924, Bernardes criticou como excessiva a proteção da Igreja aos presos políticos, e no ano seguinte seu governo silenciou as reivindicações católicas ao projeto de reforma da Constituição. Ainda assim, em 1925 o Jornal do Commercio pôde afirmar que "nunca os problemas nacionais da instrução e de catequese dos índios tiveram tanto apoio das obras católicas como neste momento. E o governo tem sempre contado, absolutamente, com a colaboração patriótica do Episcopado e do clero em geral".[117]
Revoltas militares[editar | editar código-fonte]
Repressão política[editar | editar código-fonte]
A defesa do café[editar | editar código-fonte]
Ajuste deflacionário[editar | editar código-fonte]
verbas extras tiveram que ser gastas com as revoltas militares[111]
O corte de gastos atingiu os investimentos contra a seca no Nordeste iniciados no governo anterior, sob a justificativa de que as obras haviam tido sucesso. Epitácio Pessoa havia custeado a importação de máquinas, equipamentos e cimento para a construção de açudes e estradas na região, o que não agradava nem aos cafeicultores paulistas e nem aos coronéis locais. Em 1925 somente 3 827 contos de réis foram gastos nesse projeto.[118]
Reforma educacional[editar | editar código-fonte]
Expansão do estado de sítio[editar | editar código-fonte]
Na mensagem presidencial, propôs a restrição das armas de fogo a militares e policiais, mas a ideia não foi levada adiante.[119]
Saída da Liga das Nações[editar | editar código-fonte]
Reforma constitucional[editar | editar código-fonte]
Sucessão presidencial[editar | editar código-fonte]
Carreira pós-presidência[editar | editar código-fonte]
Luís Aranha, irmão de Osvaldo Aranha, o Secretário do Interior do Rio Grande do Sul, visitou Bernardes em abril para informá-lo dos planos. Ele relata que o ex-presidente deixou uma impressão muito forte e não tinha motivo ideológico para apoiar a revolução, mas a considerava necessária e inevitável. Propôs a organização de um conselho de ex-presidentes após a tomada do poder.[121] Segundo o deputado Daniel Serapião de Carvalho, Bernardes foi o político mineiro mais difícil para se conquistar à causa revolucionária, mas permaneceu fiel a ela até o fim.[122]
os bernardistas não puderam impedir a ascensão da geração seguinte da política mineira[123]
Revolução Constitucionalista[editar | editar código-fonte]
Prefeitos e fazendeiros da região de Viçosa aceitaram a liderança do ex-presidente num esforço de guerra, no qual recrutaram voluntários e compraram armas, fardas e alimentos. As tropas governistas suprimiram esta milícia e Bernardes escondeu-se, passando uma noite em cada fazenda. Investigadores prenderam-no numa choupana na mata, de roupas rasgadas e revólver na cintura. Ele não resistiu à prisão, mas pediu para passar mais três dias em Viçosa e prosseguir a Belo Horizonte sem escolta. Ele foi informado que não era "autoridade maior" e embarcado num trem para o Rio de Janeiro.[124]
Retorno do exílio[editar | editar código-fonte]
a exploração do vale do Rio Doce foi desenvolvida sob a estatal epônima, mas a primeira grande siderurgia estatal do país, a Companhia Siderúrgica Nacional, foi instalada no Rio de Janeiro e não em Minas Gerais.[105]
Ideologia e reputação[editar | editar código-fonte]
Alberto Torres e João Pinheiro[125] Pelo florianismo, Bernardes é citado como um jacobino, rótulo ideológico que podia significar radicalismo, nacionalismo e/ou autoritarismo nesse período histórico. As ações de Bernardes nos governos mineiro e federal demonstram simpatia às linhas gerais do programa jacobinio brasileiro: a proteção da indústria, nacionalização do solo, exclusão dos estrangeiros da política, auxílio à pequena propriedade e reforma das tarifas.[126] municipalismo[127]
desenvolvimentismo mineiro[128] Estado Forte[129] "voluntarismo e dirigismo do Estado regulador"[130] permanência no poder das elites agrárias, agora associadas às industriais[131] Executivo forte[82] segundo Afonso Arinos, "se o governo de Bernardes em Minas foi, como se diz, ditatorial, não há dúvida de que se tratava de uma espécie de 'ditadura esclarecida'".[132]
colaboração entre a Igreja e o Estado e retomada da educação moral nas escolas[133]
a historiografia mais favorável prefere apresentar essas medidas como reação às atitudes da oposição. Releitura nacional-autoritária do reformismo de Pinheiro[134]
Disciplinado, diligente, inteligente e bem informado[8] Aparentemente tímido, expressava-se bem e escrevia com correção, embora preferisse ouvir do que falar diante dos ministros. "hábitos austeros, aspecto severo, sempre sisudo; raramente sorria". Podia ser visto todas as tardes a rezar o terço no terraço do Catete.[135] Descrição do comportamento[60]
PR sobreviveu com o culto a Bernardes[136]
Homenagens[editar | editar código-fonte]
Em 1995 o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) de Minas Gerais tombou a Casa Artur Bernardes, localizada na praça Silviano Brandão, em Viçosa. A casa foi construída durante seu mandato presidencial, frequentada esporadicamente por ele e hoje contém um memorial.[85]
Notas e referências[editar | editar código-fonte]
Notas
Citações[editar | editar código-fonte]
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Bibliografia[editar | editar código-fonte]
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- O governo Artur Bernardes no sítio oficial da Presidência da República do Brasil
- Mensagens ao Congresso de Minas Gerais (1919, 1920, 1921, 1922)
- Mensagens ao Congresso Nacional (1923, 1924, 1925, 1926)
- Coleção Arthur Bernardes - Universidade Federal de Viçosa
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