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Uso do prefixo "Dom" (2set2016)
Recentemente surgiu uma discordância entre mim e o Darwinius sobre o uso do prefixo honorífico Dom (título) em artigos sobre realeza portuguesa e brasileira (podem ver a discussão aqui e aqui). Assim, nós decidimos que seria melhor trazer o debate para a Esplanada e ver o que outros editores pensam.
A posição do Darwinius é que a falta do prefixo Dom (ou sua abreviação "D.") faz com que o monarca ou outros membros de sua família soem como pessoas quaisquer, pois como não possuem sobrenome precisam ser tratados pelo nome próprio. Além disso, o Dom (ou Dona) é comumente usado em livros a seus respeitos e monumentos em suas homenagens e assim deve ser usado também nos artigos aqui na Wikipédia (Darwinius, me corrija ou acrescente se deixei algo de sua opinião de fora).
Minha posição é que o uso do Dom ou D. em todo artigo é uma repetição desnecessária, como ficar chamando Sir Patrick Stewart de "Sir Patrick" ou "Sir Stewart" durante todo seu artigo. Além disso, em um artigo sobre, por exemplo, Pedro I do Brasil, sabe-se que toda vez que o nome "Pedro" é citado refere-se ao biografado, portanto é desnecessário ficar repetindo o Dom. (Nota pessoal: nos artigos que edito, sempre coloco o "D." na primeira citação da pessoa no artigo, depois sigo apenas pelo nome. Até hoje nunca houve uma reclamação a esse respeito).
Colocados os dois lados, queremos saber a opinião de outros editores. É necessário sempre incluir pelo menos a forma abreviada "D."? Ou é uma repetição desnecessária e citar o prefixo apenas uma vez basta? Ou ainda, uma terceira opção: como outras coisas aqui na Wikipédia, o uso ou não do D. fica à critério do editor e nenhum dos pontos de vista expressados anteriormente está incorreto? Cléééston (discussão) 16h09min de 2 de setembro de 2016 (UTC)
- Discussão similar já ocorreu anos atrás. Entendo a opinião digamos mais tradicional de Darwinius bastante comum na historiografia da nobreza luso-brasileira (muito mais na portuguesa, pelo fato de ter sido uma monarquia por muitos séculos enquanto a monarquia brasileira durou menos de um século com apenas dois imperadores). Alguns também pensavam em aplicar isso a todas autoridades da Igreja Católica (bispos, arcebispos, cardeais, etc.)
- Mas pensemos que também imperadores romanos tinham no seu tempo uma série de títulos e não os usamos em enciclopédias e livros de história (Júlio César, Cláudio, Tibério, Constantino).
- Da mesma forma quase toda figura histórica inglesa tornou-se cavaleiro do Império Britânico e faz jus uso de "sir" (sir Isaac Newton, sir Francis Drake - para nós um notório pirata - e outros).
- Para as autoridades da Igreja Católica já é prática e consenso, na Wikipédia, citar uma única vez o uso de "Dom", da mesma forma que para a nobreza britânica (ressalto que o "sir", ou "conde", "duque", "presidente", "engenheiro", "doutor", etc. antecendendo o nome é em minúsculas).
- No início de artigos biográficos parece não haver dúvida (Wikipédia:Livro_de_estilo/Biografias) de omitir "Grau acadêmico, títulos de nobreza, patentes militares, etc. não aparecem nem no título do artigo nem antes do nome nas primeiras sentenças. Promoções, habilitações etc. são citadas no texto do artigo mas naturalmente em local adequado."
- Assim a meu ver a repetição de "Dom" ou "D." a cada citação do biografado não contribui para um estilo leve e de fácil leitura. A omissão do D. após uma primeira citação não traz nenhum prejuízo à compreensão ou à dignidade do biografado. Pedrassani (discussão) 19h24min de 2 de setembro de 2016 (UTC)
- @Pedrassani: Eu não vejo com estranheza a omissão do D. no próprio biografado ao longo do texto, embora em alguns contextos isso me pareça de facto estranho (e.g.: "a aclamação de Pedro foi em ..."). O que não me parece bem é referir-se ao pai no contexto de monarca como "João". Por exemplo, algo como "Pedro não concordava com João sobre a lei X". É possível que o problema seja meu, talvez porque as fontes que consulto de maneira geral usam esse tratamento sistematicamente para os monarcas portugueses. Creio que é a norma usada nas principais obras de referência, daí ter ficado surpreso ao ler o texto escrito daquele modo, "à inglesa".
- Resta dizer que eu não olho para esse tratamento como letra de lei, eu sei que é um mero formalismo, mas a meu ver o "Dom" dos reis está mais ou menos na mesma categoria dos "Santo" e "São" dos santos: fica estranhíssimo falar-se de "António de Lisboa", e duvido que quem lesse uma coisa dessas percebesse de quem se estava a falar, pelo menos sem algum esforço. Igualmente é bastante estranho o "Afonso, o Gordo" que está no artigo Afonso II de Portugal.--- Darwin Ahoy! 21h39min de 2 de setembro de 2016 (UTC)
o uso do Dom está tão arraigado que não conheço uma única pessoa que não se refira aos monarcas sem usar invariavelmente o título antes do nome, a tal ponto que na prática faz parte do próprio nome. temos que reconhecer que a lusofonia tem tradições específicas. Tetraktys (discussão) 02h10min de 3 de setembro de 2016 (UTC)
- Mas acho que a prática de se usar o Dom está ligada com referências em monumentos e em diálogos comuns entre pessoas. Eu tenho uma biografia de Pedro II do Brasil que nunca usa o Dom durante o livro inteiro. Cléééston (discussão) 15h18min de 3 de setembro de 2016 (UTC)
- Eu estou fazendo a experiência de tentar me desligar do hábito de colocar o sempre o D. nos reis, embora não dispense o uso do título quando o nome próprio surge sozinho ("D. Diniz", por exemplo). Em todo o caso, penso que a utilização deve ser no mínimo opcional nestes casos dos títulos "dom", como já foi dito, muitas vezes funciona como extensão do nome, do mesmo modo que os santos.--- Darwin Ahoy! 21h11min de 18 de setembro de 2016 (UTC)
- Considero assim mesmo: opcional. Apenas não deve ser colocado no título do artigo. Sendo opcional, é uma questão de estilo: a repetição todas as vezes pode tornar o texto um tanto pesado. Pedrassani (discussão) 21h49min de 18 de setembro de 2016 (UTC)
- Concordo que não deve ser colocado no título do artigo, até no caso dos santos se deve evitar isso. E é bem verdade que a repetição constante torna o texto pesado, deve ser usado com algum cuidado para que isso não aconteça.--- Darwin Ahoy! 22h01min de 18 de setembro de 2016 (UTC)
- Considero assim mesmo: opcional. Apenas não deve ser colocado no título do artigo. Sendo opcional, é uma questão de estilo: a repetição todas as vezes pode tornar o texto um tanto pesado. Pedrassani (discussão) 21h49min de 18 de setembro de 2016 (UTC)
- Eu estou fazendo a experiência de tentar me desligar do hábito de colocar o sempre o D. nos reis, embora não dispense o uso do título quando o nome próprio surge sozinho ("D. Diniz", por exemplo). Em todo o caso, penso que a utilização deve ser no mínimo opcional nestes casos dos títulos "dom", como já foi dito, muitas vezes funciona como extensão do nome, do mesmo modo que os santos.--- Darwin Ahoy! 21h11min de 18 de setembro de 2016 (UTC)