Academia Fluminense de Letras

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Biblioteca Parque de Niterói, sede da Academia Fluminense de Letras

A Academia Fluminense de Letras é uma instituição literária situada em Niterói, no estado brasileiro do Rio de Janeiro.

História[editar | editar código-fonte]

Placa de inauguração da sede da Academia Fluminense de Letras em 1935, em Niterói.

A Academia Fluminense de Letras, fundada em 22 de julho de 1917, surgiu pela vontade de intelectuais idealistas que desejavam fazer a Renascença Fluminense, tendo entre seus objetivos: estimular e promover a cultura, as ciências sociais e as artes, a valorização do Idioma e das Letras Nacionais; contribuir para a preservação da memória dos vultos que se distinguiram na história literária, especialmente a do Estado do Rio de Janeiro; apoiar iniciativas e eventos literários, socioculturais e entidades voltadas para o desenvolvimento das publicações literárias e artísticas, a memória e a história do Estado do Rio de Janeiro; fomentar a cooperação e o intercâmbio entre academias e entidades congêneres. Venceram obstáculos e a obra se consolidou como nau capitânia da cultura fluminense, graças à perseverança dos que acreditaram no que faziam para a existência de uma Academia de Letras, nos moldes da Academia Francesa. Agigantou-se para ser a Casa de Amor à Cultura e Templo da Palavra. Em sua trajetória pioneira, admitiu, por méritos, na Classe de Letras, a 1ª mulher Acadêmica – Albertina Fortuna Barros, eleita e depois se tornando a 1ª mulher Presidente de Academia no Brasil. Era composta de 48 cadeiras até 2015 quando, em Assembleia Geral Extraordinária, foram acrescentadas duas cadeiras, chegando-se ao total de 50, homenageando como Patronos Feliciano Sodré e o Almirante Ary Parreiras, governantes que consolidaram a sede própria no prédio em comum construído para receber a Academia, a Biblioteca Universitária e o Arquivo Público – Feliciano Sodré, ao promulgar a Lei nº 2.612/1927, dando a sede, e Ary Parreiras, dando continuidade à construção e a inaugurando em março de 1934. A Biblioteca, atualmente chamada Biblioteca Parque de Niterói, é localizada na Praça da República, s/ número, no Centro de Niterói.

Patronos[editar | editar código-fonte]

Busto da Acadêmica Albertina Fortuna Barros.

As 50 cadeiras, compostas de Patronos importantes vultos nascidos na terra fluminense.[1][2]

Cadeira 1: Alberto Silva Cadeira 2: Alberto de Oliveira Cadeira 3: Alberto Torres Cadeira 4: Alcindo Guanabara Cadeira 5: Andrade Figueira Cadeira 6: Antônio Aguiar Cadeira 7: Azeredo Coutinho (Bispo) Cadeira 8: Azevedo Cruz Cadeira 9: B. Lopes Cadeira 10: Belisário Augusto
Cadeira 11: Benjamin Constant Cadeira 12: Carlos de Lacerda Cadeira 13: Casimiro de Abreu Cadeira 14: Castro Menezes Cadeira 15: Duque de Caxias Cadeira 16: Euclides da Cunha Cadeira 17: Ezequiel Freire Cadeira 18: Fagundes Varela Cadeira 19: Felisberto de Carvalho Cadeira 20: Firmino Silva
Cadeira 21: Francisco de Lemos (Bispo) Cadeira 22: Guilherme Briggs Cadeira 23: Joaquim Manuel de Macedo Cadeira 24: José do Patrocínio Cadeira 25: Júlio Maria (Padre) Cadeira 26: Lúcio de Mendonça Cadeira 27: Luiz Pistarini Cadeira 28: Macedo Soares (Conselheiro) Cadeira 29: Manuel Carneiro Cadeira 30: Martins Teixeira
Cadeira 31: Paulo da Silva Araújo Cadeira 32: Pedro Luiz Cadeira 33: Pedro II Cadeira 34: Pereira da Silva (Conselheiro) Cadeira 35: Quintino Bocaiúva Cadeira 36: Raja Gabaglia Cadeira 37: Raul Pompéia Cadeira 38: Saldanha da Gama Cadeira 39: Salvador de Mendonça Cadeira 40: Silva Jardim
Cadeira 41: Silva Marques Cadeira 42: Soares de Souza Júnior Cadeira 43: Teixeira de Melo Cadeira 44: Teixeira e Souza Cadeira 45: Visconde de Araguaia Cadeira 46: Visconde de Beaurepaire Rohan Cadeira 47: Visconde de Itaboraí Cadeira 48: Visconde de Sepetiba Cadeira 49: Feliciano Sodré Cadeira 50: Almirante Ary Parreiras

Presidentes[editar | editar código-fonte]

Epaminôndas de Carvalho (1917-1918)

Honero Pinho (1918-1919)

Belisário de Sousa (Data)

Joaquim Peixoto (1919-1920)

Cônego de Olímpio de Castro (1920-1922)

Epaminôndas de Carvalho (1922-1923)

Quaresma Júnior (1923-1926)

Cônego de Olímpio de Castro (1926-1928)

Carlos Maul (1928-1930)

Tomé Guimarães (1930-1932)

Figueira de Almeida (1932-1934)

Horácio Campos (1932-1936)

Júlio Eduardo da Silva Araujo (1936-1938)

Alberto Fortes (1938-1940)

Júlio Eduardo da Silva Araujo (1940-1944)

Alberto Fortes (1948-1952)

Carlos Maul (1952-1954)

Alberto Fortes (1954-1962)

Alberto Francisco (1962-1970)

Geraldo M. Bezerra de Menezes (1970-1974)

Albertina Fortuna Barros (1974-1978)

Lya de Almeida (1978-1979)

Edmo Rodrigues Lutterbach (1979-2011)

Waldenir de Bragança (2012-2018)

Lei nº 2.612/1927: Sede da AFL[editar | editar código-fonte]

Banner expondo a Lei 2.612/1927, exposto na Academia Fluminense de Letras.

Lei nº 2.162 de 07 de novembro de 1927

"O povo do Estado do Rio de Janeiro, por seus representantes, decretou e eu promulgo a seguinte lei:
Art. 1º - O Governo instalará a Academia Fluminense de Letras no corpo central do pavimento superior do edifício da Biblioteca Pública do Estado, que será para esse efeito convenientemente adaptada.
Art. 2º - A administração da sede, que será privada da Instituição, competirá à sua diretoria, cabendo a sua conservação à Biblioteca.
Art. 3º - Para o custeio do expediente e auxílio à publicação da sua revista, o Governo subvencionará a Academia com a importância de Cr 7.200$000 anuais em quotas de 600$000.
Art. 4º - O Governo poderá solicitar da Academia, em assuntos que se relacionem, pareceres que se tornarem necessários.
Art. 5º - A Academia Fluminense de Letras apresentará anualmente à Secretaria do Interior e Justiça, relatório sintético do movimento literário estadual, bem assim, a da sua atividade social.
Art. 6º - Ficam abertos os necessários créditos, revogadas as disposições em contrário.
Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e a execução desta lei competirem, que a executem, e façam executar e observar fiel e inteiramente como nela se contém.
Publique-se e cumpra-se em todo o território do Estado.
Palácio do Governo, em Nictheroy, 7 de novembro de 1927
Feliciano Pires de Abreu Sodré]] - Arnaldo Tavares"

Projetos[editar | editar código-fonte]

Na ONU[editar | editar código-fonte]

A Academia Fluminense de Letras vem desenvolvendo ações conjugadas para tornar o Idioma Português o 7º idioma oficial da Organização das Nações Unidas, ao lado do Árabe, do Chinês, do Espanhol, do Francês, do Inglês e do Russo. Neste sentido, encaminhou Memorial ao Secretário-Geral da instituição, com o apoio do Rotary Internacional e do Elos Clube da Comunidade Lusíada, entre outras entidades culturais, fundamentando a proposta e ressaltando que a Língua Portuguesa é hoje a 5ª mais falada no mundo (em números absolutos), a 3ª entre as consideradas línguas universais de cultura, a 5ª mais usada na internet e uma das 4 faladas nos seis continentes, com mais de 290 milhões de lusófonos distribuídos ao redor do mundo.

Reforma[editar | editar código-fonte]

Em 2011, a Biblioteca Pública de Niterói é reinaugurada após restauração e modernização.

Lei nº 7588/17: Reconhecimento como Academia de Letras oficial do Estado do Rio[editar | editar código-fonte]

A lei nº 7588/17, de 17 de maio de 2017, reconhece a Academia Fluminense de Letras a Academia de Letras oficial do Estado do Rio de Janeiro.[3]

Diz a Lei 7588/17:

RECONHECE A ACADEMIA FLUMINENSE DE LETRAS COMO A ACADEMIA DE LETRAS OFICIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - A Academia Fluminense de Letras, fundada em 1917 e formalmente instituída pela Lei Estadual nº 2.162/27, de 07 de novembro de 1927, fica reconhecida como a academia de letras oficial do Estado do Rio de Janeiro.
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Rio de Janeiro, em 17 de maio 2017.
LUIZ FERNANDO DE SOUZA

I Congresso Brasileiro de Academias de Letras[editar | editar código-fonte]

Abertura do I Congresso Brasileiro de Academias de Letras.

Nos dias 20, 21 e 22 de julho de 2017, a Academia Fluminense de Letras promoveu, em parceria com a Secretaria de Cultura de Niterói e a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal Fluminense, o I Congresso Brasileiro de Academias de Letras, marcando o Centenário da AFL, que abordou os temas "Educação, Cultura e Ética – Instrumentos Básicos para Fortalecer o Sentimento Nacional”.

O evento buscou congregar as Academias de Letras das cidades brasileiras para estimular e desenvolver ações socioculturais e educacionais vinculadas à ética, estimular a produção de livros e a difusão da leitura, valorizar o idioma nacional e intensificar a campanha para a sua oficialização na Organização das Nações Unidas. Ao final das exposições e debates, foram colhidas sugestões, propostas e recomendações para a elaboração de documento intitulado “Carta de Educação, Cultura e Ética de Niterói”, a ser amplamente divulgado. A missão da Academia tem sido, sobretudo, o reconhecimento de que o patrimônio cultural é de fundamental importância para a memória, a identidade e a criatividade, riquezas naturais de nosso povo. Luta para preservar o patrimônio imaterial ou intangível – como expressão de vida e tradições que a comunidade, grupos e indivíduos no Estado recebem de seus ancestrais e passam para seus descendentes. Neste sentido, reúne representantes de congêneres das cidades fluminenses, propondo a criação de entidade congregadora para apoiar, incentivar e promover o intercâmbio e a mútua colaboração.

A adesão dos presentes resultou na fundação da Federação das Academias de Letras do Estado do Rio de Janeiro - FALERJ, visando fortalecer o movimento cultural no Estado do Rio de Janeiro.

FALERJ[editar | editar código-fonte]

A Federação das Academias de Letras do Estado do Rio de Janeiro foi fundada no dia 22 de julho de 2017, em Niterói, durante os trabalhos do I Congresso Brasileiro de Academias de Letras. Sua diretoria foi eleita em 5 de novembro de 2017, em Teresópolis, durante Jornada Comemorativa ao Dia Nacional da Cultura e da Língua Portuguesa no Brasil. Buscará apoiar o movimento cultural fluminense, promovendo um esforço conjunto para aprofundar nossas raízes culturais. Entre seus objetivos: congregar, estimular e apoiar as Academias de Letras e Artes sediadas no Estado; promover intercâmbio e mútua colaboração em atividades socioculturais; zelar pela melhoria constante da Educação Literária e Artística; incentivar a criação de Academias de Letras e Artes em cidades que ainda não as possuam.

Referências

  1. DE BARROS, Albertina Fortuna, Patronos da Academia Fluminense de Letras, Editora La Cava Santos1975
  2. «Patronos». acadfluletras. Consultado em 16 de maio de 2022 
  3. «Lei 7588/17 | Lei nº 7588 de 17 de maio de 2017. do Rio de janeiro, Governo do Estado do Rio de Janeiro». Jusbrasil. Consultado em 24 de maio de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]