Academia Maranhense de Letras

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Academia Maranhense de Letras
(AML)
Academia Maranhense de Letras
Símbolo oficial da AML
Sede da AML, em São Luís.
.
Tipo Associação literária
Fundação 10 de agosto de 1908 (115 anos)
Sede Brasil São Luís
Membros Cf. Index Academicorum [1]
Línguas oficiais Português
Presidente Lourival Serejo
Sítio oficial http://www.academiamaranhense.org.br/

A Academia Maranhense de Letras (AML) é a entidade literária máxima do Estado brasileiro do Maranhão, fundada a 10 de agosto de 1908.[1][2]

Precursores[editar | editar código-fonte]

Duas agremiações literárias, dentre outras, destacaram-se com o fervilhar cultural na São Luís do fim do século XIX e começo do XX: a Oficina dos Novos e a Renascença Literária. Foram precursoras da Academia Maranhense.[3][4]

Oficina dos Novos[editar | editar código-fonte]

A Oficina, inaugurada a 28 de julho de 1900, tinha uma estrutura similar à das academias de Letras, embora seus membros se denominassem Operários e fosse formada inicialmente por vinte cadeiras. Estas, depois, contando os membros honorários e correspondentes, teve o quadro ampliado para trinta - cada uma delas sob um patronato. Publicava um boletim oficial chamado Os Novos, em cujo frontispício lia-se: periódico evolucionista.

A inspiração maior da Oficina era o poeta local, Gonçalves Dias, que era Patrono Geral da instituição. Os objetivos dos seus integrantes eram organizar uma boa estante gonçalviana, editar a obra do poeta e, mais tarde, renomear a Oficina para Grêmio Literário Gonçalviano.

Parte dos seus patronos, bem como muitos dos Operários, passaram a constituir patronos e imortais da academia - embora ambas as entidades tenham coexistido por algum tempo. (Um jantar que as duas entidades promoveram no Hotel Central em 15 de novembro de 1908 e uma reorganização institucional da Oficina em 1917 revelam a coexistência dos grêmios).[5]

Fundação da academia[editar | editar código-fonte]

A Academia Maranhense de Letras, inaugurada às dezenove horas do dia 10 de agosto de 1908, também demonstrou resolução de escolher o poeta Gonçalves Dias como seu patrono geral. Fundada no salão de leitura da Biblioteca Pública do Estado (o prédio, a partir de 1950, tornou-se sua sede), contou com vinte cadeiras e, inicialmente, doze participantes: Antônio Lobo, Alfredo de Assis Castro, Astolfo Marques, Barbosa de Godois, Corrêa de Araújo, Clodoaldo de Freitas, Domingos Quadro, Fran Paxeco, Godofredo Mendes Viana, Xavier de Carvalho, Ribeiro do Amaral e Vieira da Silva.[2]

Além disso, os estatutos acadêmicos determinavam que mais oito membros seriam acrescentados mediante eleição e também como fundadores.[2]

No dia 7 de setembro desse ano, no mesmo prédio, houve a solenidade da sessão inaugural da academia. Assim, dava-se início às suas atividades.[2]

Seu primeiro presidente foi o professor e historiógrafo Ribeiro do Amaral, por ser, entre seus confrades, o mais velho.[6]

Em seus primeiros passos, a academia contou com a presença marcante de Antônio Lobo, um verdadeiro líder e "agitador de idéias". Graças à sua dedicação intensa, a AML é lembrada hoje pelo cognome Casa de Antônio Lobo.[7]

Sem dispor de sede própria durante muitos anos, os membros da academia reuniam-se amiúde nas residências de seus confrades. Nesse período de dificuldades, houve abandonos e descasos, principalmente por parte da classe política, muito embora alguns dos confrades mais notáveis fossem deputados, senadores, governadores e prefeitos.

Na presidência de Clodoaldo Cardoso, entretanto, deu-se o processo de revigoramento da academia. Entre os acadêmicos então eleitos, o professor e historiador Mário Meireles (que também comandou a AML) muito ajudou a casa a participar decisivamente no desenvolvimento e consolidação do Ensino Superior no Maranhão.[8]

A Academia Maranhense de Letras incentivou a colocação de bustos em homenagem aos grandes escritores maranhenses na Praça do Pantheon, em São Luís. Alguns de seus membros que também foram homenageados foram Clodoaldo Cardoso e Josué Montello.[9][10][11]

Academia atual[editar | editar código-fonte]

Atualmente, a Academia Maranhense de Letras empenha-se na sistematização de diversas atividades culturais, a exemplo da realização de concursos literários e incentivo a produções artísticas que tenham como objetivo principal incentivar os atores da cultura maranhense, em todas as áreas.[12]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Academia Maranhense de Letras completa 113 anos de fundação». Universidade Federal do Maranhão. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  2. a b c d «Fundação – Academia Maranhense de Letras». Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  3. «A OFICINA DOS NOVOS E A AML». Blog do Buzar. 31 de julho de 2017. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  4. Cruz, Mariléia dos Santos; Cruz, Mariléia dos Santos (1 de julho de 2022). «Erudição e racismo na trajetória ascendente de uma família negra do Maranhão». Revista Brasileira de História da Educação. ISSN 2238-0094. doi:10.4025/rbhe.v22.2022.e211. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  5. «Prefácio à 5ª Edição – Academia Maranhense de Letras». Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  6. «Academia Maranhense de Letras é celebrada em seu aniversário». AML. 10 de agosto de 2016. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  7. UFSC-NUPILL, UFSC-INE. «Biblioteca Digital de Literatura de Países Lusófonos». www.literaturabrasileira.ufsc.br. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  8. «São Luís: uma cidade, muitas histórias by Paulo Alves - Issuu». issuu.com (em inglês). Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  9. «Bustos históricos são restaurados e recolocados na Praça do Pantheon, em São Luís». Jornal Pequeno. 28 de setembro de 2022. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  10. Emir, Aquiles. «Conjunto de bustos de intelectuais na Praça do Pantheon em São Luís ganha seis novos homenageados | Maranhão Hoje». Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  11. «Bustos fazem parte da história da Praça do Pantheon». O Imparcial. 21 de dezembro de 2018. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
  12. «Academia Maranhense de Letras atua no fomento à cultura e literatura». O Imparcial. 1 de junho de 2017. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Morais, Jomar. Perfis acadêmicos. 2ª ed. São Luís, Edições AML, 1987.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]