Eleições estaduais em Goiás em 1960

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1958 Brasil 1962
Eleições estaduais em  Goiás em 1960
3 de outubro de 1960
(Turno único)
Candidato Mauro Borges José Ludovico de Almeida
Partido PSD PSP
Natural de Rio Verde, GO Itaberaí, GO
Vice Rezende Monteiro José Fleury
Votos 160.365 130.988
Porcentagem 55,04% 44,96%

Eleito
Mauro Borges
PSD

As eleições estaduais em Goiás em 1960 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em onze estados cujos governadores exerciam um mandato de cinco anos.[nota 1][nota 2][1]

Graças à Revolução de 1930, o médico Pedro Ludovico Teixeira assumiu o cargo de interventor federal em Goiás mantendo-o em suas mãos durante os quinze anos da Era Vargas. Senador da República no exercício do segundo mandato consecutivo, transformou a seção estadual do PSD num poderoso agrupamento político que venceu três das quatro eleições diretas pelo Palácio das Esmeraldas[2] e agora o vetusto líder testemunha a ascensão de seu progênito no cenário estadual.

Nascido em Rio Verde, o militar e agropecuarista Mauro Borges cursou a Escola Militar do Realengo e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, dela saindo como oficial de transportes. Após servir em Santa Maria dirigiu a Estrada de Ferro Goiás no segundo governo do presidente Getúlio Vargas e na presidência de Café Filho esteve próximo ao Marechal José Pessoa na Comissão de Estudos e Localização da Nova Capital do Brasil. Integrante do conselho fiscal da Companhia Urbanizadora da Nova Capital, deixou o mesmo a fim de eleger-se deputado federal pelo PSD e dois anos mais tarde foi eleito governador já na reserva sob a patente de coronel.[3] Em 1950 seu pai, Pedro Ludovico Teixeira, foi eleito governador e em 1954 foi a vez de seu primo, José Ludovico de Almeida, a quem Mauro Borges derrotaria para chegar ao executivo goiano. Para que isso ocorresse, entretanto, foi preciso romper a tradição de conceder mandatos quadrienais aos governadores numa regra vigente após a Constituição de 1946, afinal José Feliciano Ferreira teve o mandato encerrado após dois anos.[nota 3]

O vice-governador eleito é o advogado Rezende Monteiro. Formado pela Universidade Federal Fluminense, ele nasceu em Caiapônia e fez carreira política no PTB elegendo-se deputado estadual em 1954 e deputado federal em 1958.[4]

Em 4 de junho de 1961 houve uma eleição extraordinária para senador e suplente devido à renúncia dos titulares eleitos em 1958 e assim foram escolhidos Juscelino Kubitschek e José Feliciano Ferreira, nessa ordem.[5][6]

Resultado da eleição para governador[editar | editar código-fonte]

Informações colhidas junto ao Tribunal Superior Eleitoral relatam 291.353 votos nominais.[1]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Mauro Borges
PSD
Ver abaixo
-
-
PSD, PTB
160.365
55,04%
José Ludovico de Almeida
PSP
Ver abaixo
-
-
PSP, UDN
130.988
44,96%
  Eleito

Resultado da eleição para vice-governador[editar | editar código-fonte]

Informações colhidas junto ao Tribunal Superior Eleitoral relatam 268.978 votos nominais.[1]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Ver acima
-
Rezende Monteiro
PTB
-
PSD, PTB
138.742
51,58%
Ver acima
-
José Fleury
UDN
-
PSP, UDN
130.236
48,42%
  Eleito

Resultado da eleição suplementar para senador[editar | editar código-fonte]

Conforme o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás foram apurados 173.166 votos nominais na eleição extraordinária de 4 de junho de 1961. Não estão disponíveis no momento o total de votos em branco e o de votos nulos.[nota 4]

Candidatos a senador da República
Primeiro suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Juscelino Kubitschek[nota 5]
PSD
José Feliciano Ferreira[nota 6]
PSD
-
PSD (sem coligação)
146.366
84,52%
Wagner Estelita
PDC
Waldir Quinta
PDC
-
PDC (sem coligação)
26.800
15,48%
  Eleito

Notas

  1. Alagoas, Goiás, Guanabara, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
  2. Os governadores eleitos em 1947 terminariam seus mandatos no mesmo dia que o presidente Eurico Gaspar Dutra e a partir de então alguns estados fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores na ausência de uma vedação constitucional, e assim os estados acima faziam eleições a cada lustro. Goiás aderiu à regra do quinquênio em 1960, bem como a Guanabara, criada no referido ano.
  3. Os integrantes do "grupo dos quatro anos de mandato" passaram a ser: Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe, além de receber a adesão do Acre quando de sua elevação ao patamar de estado.
  4. Os dados quanto ao total de votos apurados para senador são oriundos do Diário do Congresso Nacional (seção II) de 13/07/1961, página 1.283.
  5. Teve o mandato cassado em 8 de junho de 1964 pelo Ato Institucional Número Um e como o seu suplente fora eleito senador dois anos antes, a bancada goiana ficou com uma cadeira vaga.
  6. Foi eleito senador em 1962 e assim renunciou à condição de suplente na chapa de Juscelino Kubitschek.

Referências

  1. a b c «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 16 de julho de 2016 
  2. «CPDOC – O Governo de Juscelino Kubitschek: biografia de Pedro Ludovico Teixeira». Consultado em 16 de julho de 2016 
  3. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Mauro Borges». Consultado em 16 de julho de 2016 
  4. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Rezende Monteiro». Consultado em 16 de julho de 2016 
  5. Nasser, na oposição, diz que Juscelino terá 90 por cento de votos em Goiás (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 04/06/1961. Primeiro caderno, p. 03. Página visitada em 22 de maio de 2017.
  6. JK será diplomado e empossado dia 12 (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 05/07/1961. Primeiro caderno, p. 04. Página visitada em 16 de julho de 2016.