Eleições estaduais no Paraná em 1960

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1958 Brasil 1962
Eleições estaduais no  Paraná em 1960
3 de outubro de 1960
(Turno único)
Candidato Ney Braga Nelson Maculan
Partido PDC PTB
Natural de Lapa, PR Santana de Parnaíba, SP
Vice Não havia Não havia
Votos 253.552 225.589
Porcentagem 37,69% 33,53%
Resultado por município:
Plínio Costa
(31 municípios)
  30–39% (9)
  40–49% (17)
  50–59% (5)


Eleito
Ney Braga
PDC

As eleições estaduais no Paraná em 1960 aconteceram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em onze estados cujos governadores exerciam um mandato de cinco anos.[nota 1][nota 2][1]

Apurados os votos na eleição para governador a vitória coube a Ney Braga, militar e político nascido em Lapa.[2] Sua trajetória profissional começou em 1935 ao ingressar na Escola Militar do Realengo e algum tempo depois serviu nos estados do Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Ao obter a patente de Major do Exército Brasileiro comandou o 3º Regimento de Artilharia Montada em Curitiba. Cunhado do então governador Bento Munhoz da Rocha, foi chefe de polícia e estreou na política em 1954 ao disputar a prefeitura da capital paranaense via PL. Após romper politicamente com seu cunhado, Ney Braga foi eleito deputado federal pelo PDC em 1958[3] num pleito marcado pela ausência do falecido Abilon de Sousa Naves. Durante sua estadia no Palácio Iguaçu irrompeu o Regime Militar de 1964 e nele o governador Ney Braga ingressou na ARENA e foi escolhido ministro da Agricultura pelo presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, a quem conheceu na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. O predomínio do novo governador sobre a política estadual só arrefeceria após as eleições de 1982.[4][nota 3]

No dia 20 de março de 1964 a linha sucessória estadual mudou com a posse do engenheiro civil Afonso Camargo como o primeiro vice-governador da história paranaense.[5] Graduado na Universidade Federal do Paraná, ele nasceu em Curitiba e foi sócio-fundador de uma construtora. Ingressou na política em 1956 e com o tempo assumiu a presidência do diretório estadual do PDC. Após a eleição de Ney Braga em 1960, ocupou a direção da Departamento de Águas e Energia Elétrica do Paraná e foi o primeiro presidente da Companhia de Desenvolvimento do Paraná até ser escolhido secretário de Justiça, último cargo antes de ascender à vice-governadoria por eleição indireta na qual seu nome foi sufragado por vinte e oito votos dentre os trinta e nove deputados estaduais presentes.[6][7]

Embora Afonso Camargo tenha sido eleito vice-governador do estado, renunciou ao mandato em 1965 ao romper politicamente com o titular e assim quando Ney Braga assumiu o cargo ministerial supra mencionado, o governo foi exercido por Antônio Rüppel durante três dias até que a Assembleia Legislativa do Paraná elegeu o engenheiro civil Algacir Guimarães para a chefia do Executivo.[nota 4][8][9][10]

Resultado da eleição para governador[editar | editar código-fonte]

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 672.754 votos nominais.[1]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Ney Braga
PDC
Não havia[nota 5]
-
-
PDC, PL
253.552
37,69%
Nelson Maculan
PTB
Não havia[nota 5]
-
-
PTB (sem coligação)
225.589
33,53%
Plínio Costa
PSD
Não havia[nota 5]
-
-
PSD (sem coligação)
193.613
28,78%
  Eleito

Resultado da eleição para vice-governador[editar | editar código-fonte]

Numa eleição realizada pela Assembleia Legislativa do Paraná estiveram presentes trinta e nove parlamentares. Além dos vinte e nove votos nominais houve oito votos em branco e duas abstenções, sendo que seis deputados não compareceram à sessão especial destinada a eleger o vice-governador.[7]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Não havia
-
Afonso Camargo
PDC
-
PDC (sem coligação)
28
96,55%
Não havia
-
Paulo Pimentel[nota 6]
PTN
-
PTN (sem coligação)
01
3,45%
  Eleito

Notas

  1. Alagoas, Goiás, Guanabara, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
  2. Os governadores eleitos em 1947 terminariam seus mandatos no mesmo dia que o presidente Eurico Gaspar Dutra e a partir de então alguns estados fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores na ausência de uma vedação constitucional, e assim os estados acima faziam eleições a cada lustro. Goiás aderiu à regra do quinquênio em 1960, bem como a Guanabara, criada no referido ano.
  3. A eleição de Ney Braga ao governo estadual ocasionou a efetivação de Estefano Mikilita, suplente de deputado federal eleito em 1958 pelo PDC.
  4. Não confundir o Afonso Camargo mencionado nesta página com seu avô, também chamado Afonso Camargo.
  5. a b c O cargo de vice-governador seria instituído no Paraná apenas em 1964 conforme assevera o texto acima.
  6. O voto destinado a Paulo Pimentel consta aqui para efeito de registro, pois o mesmo sequer participou da disputa.

Referências

  1. a b «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 6 de julho de 2017 
  2. «Senado Federal do Brasil: senador Ney Braga». Consultado em 6 de julho de 2017 
  3. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Ney Braga». Consultado em 6 de julho de 2017 
  4. «PARANÁ, Casa Civil: biografia de Ney Braga». Consultado em 6 de julho de 2017 
  5. Novo encontro amanhã de Lacerda com Nei (sic) Braga para tratar de sucessão (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 06/03/1964. Primeiro caderno, pág. 04. Página visitada em 6 de julho de 2017.
  6. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Afonso Camargo». Consultado em 6 de julho de 2017 
  7. a b Eleito Afonso Camargo Neto vice-governador do Paraná (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 28/02/1964. Primeiro caderno, pág. 05-G. Página visitada em 7 de julho de 2017.
  8. Nei (sic) renuncia ao governo para assumir ministério (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 17/11/1965. Primeiro caderno, pág. 07. Página visitada em 7 de julho de 2017.
  9. «PARANÁ, Casa Civil: biografia de Antônio Rüppel». Consultado em 6 de julho de 2017 
  10. «PARANÁ, Casa Civil: biografia de Algacir Guimarães». Consultado em 6 de julho de 2017