Gabinete Caxias (1861)

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Marquês de Caxias, presidente do Conselho de Ministros (1861-62).

O Gabinete Caxias (1861) foi o ministério formado pelo Partido Conservador em 2 de março de 1861 e dissolvido em 24 de maio de 1862. Foi chefiado por Luís Alves de Lima e Silva, Marquês de Caxias, sendo o 12º gabinete do Império do Brasil, durando 1 ano e 83 dias. Foi antecedido pelo Gabinete Ferraz e sucedido pelo Gabinete Zacarias (1862).

Contexto[editar | editar código-fonte]

Segundo Sérgio Buarque de Holanda (2004)[1]:

A convocação do militar para o alto posto foi interpretada como resposta do Imperador à vitória liberal, anúncio de repressão - hipótese sem fundamento, seja por D. Pedro II, seja por Caxias. [...] Não havia homogeneidade de vistas, como se nota na presença de um Saraiva ao lado de um Saião Lobato, aquele moderado, este conservador histórico, intransigente - vermelho ou puritano, como se dizia. [...] Pela primeira vez era nomeado alguém para a Agricultura: a escolha recaiu em um oficial da Armada, que era ministro da Marinha, para logo passar a Manuel Felizardo, conhecido chefe conservador que já fora Ministro da Guerra. Não era bom começo para a pasta.

Composição[editar | editar código-fonte]

O gabinete foi composto da seguinte forma:

Imagem comemorativa ao Gabinete Caxias feita por Sébastien Auguste Sisson em 1861.

Programa de governo[editar | editar código-fonte]

  • O gabinete apresentou o seguinte programa de governo[2]:
  • Melhorar o sistema administrativo das províncias.
  • Reformar a legislação do Exército e da Armada.
  • Melhorar os meios de comunicação.
  • Incentivar a imigração.
  • Fundar escolas práticas de agricultura.
  • Aperfeiçoar a administração da Justiça.

Legislação aprovada[editar | editar código-fonte]

O gabinete aprovou a seguinte legislação:

  • Decreto nº 2.778 de 20 de abril de 1861: Concede aos oficiais generais do Exército e Armada, que tiverem certo tempo de serviço efetivo, a comenda e grã-cruz da Ordem de São Bento de Avis.
  • Decreto nº 2.787 de 26 de abril de 1861: Promulga a convenção consular entre o Brasil e a França.
  • Decreto nº 2.790 de 1 de maio de 1861: Estabelece uma escola prática de artilharia e mais armas de fogo, etc., no serviço da Armada.
  • Decreto nº 2.853 de 7 de dezembro de 1861: Regula a concessão de condecorações das ordens honoríficas do Império.
  • Decreto nº 2.898 de 12 de março de 1862: Alterna os decretos nº 39 de 15 de janeiro de 1840 e nº 295 de 17 de maio de 1843, estabelecendo a maneira de se concederem águas dos aquedutos públicos da Corte para a serventia das casas e chácaras particulares.
  • Decreto nº 2.899 de 15 de março de 1862: Altera algumas das disposições do regulamento dos telégrafos elétricos, etc., aprovado por Decreto nº 2.614 de 21 de julho de 1860.
  • Decreto nº 2.920 ·de 7 de maio de 1862: Aprova o novo contrato celebrado com o Barão de Mauá para iluminação a gás da cidade do Rio de Janeiro.
  • Decreto nº 2.921 de 7 de maio de 1862: Promulga o tratado celebrado pelo Brasil e várias potências da Europa com o Reino de Hanôver para abolição definitiva, por meio de resgate, do direito de Stade ou Brunshausen.
  • Decreto nº 2.922 de 10 de maio de 1862: Cria um corpo de engenheiros civis do Ministério da Agricultura, etc., e aprovando o seu regulamento.
  • Decreto nº 2.925 de 11 de maio de 1862: Aprova o regulamento para o serviço de inspeção das obras públicas do município da Corte.
  • Decreto nº 2.926 de 14 de maio de 1862: Aprova o regulamento para as arrematações dos serviços a cargo do Ministério da Agricultura, etc.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Referências