Estação Ferroviária de Sernada do Vouga
Sernada do Vouga
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edifício de passageiros da estação de Sernada do Vouga, em 2010 | |||||||||||
Identificação: | 43000 SVO (Sernada Voug)[1] | ||||||||||
Denominação: | Estação de Sernada do Vouga | ||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (norte)[2] | ||||||||||
Classificação: | E (estação)[1] | ||||||||||
Tipologia: | D [3] | ||||||||||
Linha(s): |
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Altitude: | 23.10 m (a.n.m) | ||||||||||
Coordenadas: | 40°40′19.68″N × 8°27′9.5″W (=+40.67213;−8.45264) | ||||||||||
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Município: | Águeda | ||||||||||
Serviços: | |||||||||||
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Conexões: | |||||||||||
Equipamentos: | |||||||||||
Endereço: | Rua Professora Alda Marques Castilho, s/n Sernada do Vouga PT-3750-600 Macinhata do Vouga AGD | ||||||||||
Inauguração: | 8 de setembro de 1911 (há 113 anos) | ||||||||||
Website: |
A Estação Ferroviária de Sernada do Vouga, por vezes designada apenas de Sernada (nome ocasionalmente dado por "Sarnada")[4][5] é uma gare da Linha do Vouga que funciona como interface com o Ramal de Aveiro, e que serve a localidade de Sernada do Vouga, no Distrito de Aveiro, em Portugal.
O troço da Linha do Vouga de Estação de Albergaria-a-Velha a Sernada do Vouga foi inaugurado em 8 de Setembro de 1911, junto com o Ramal de Aveiro, tendo a Linha do Vouga sido concluída em 5 de Fevereiro de 1914.[6] A circulação dos comboios entre Sernada do Vouga e Viseu foi encerrada em 1990, tendo permanecido em funcionamento os lanços de Aveiro a Sernada e daqui a Espinho;[7] esta última ligação foi por sua vez parcialmente suspensa em 2013, ficando Sernada do Vouga como término do serviço ferroviário que a liga a Aveiro.[8]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Localização e acessos
[editar | editar código-fonte]Esta interface tem acesso pela Rua Professora Alda Marques Castilho, na localidade de Sernada do Vouga.[9]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]O edifício de passageiros situa-se do lado norte da via (lado direito do sentido ascendente, a Aveiro).[10][11] A superfície dos carris (plano de rolamento) ao PK 61+600 situa-se à altitude de 2310 cm acima do nível médio das águas do mar.[4]
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O ponto fulcral da Linha do Vouga é a estação de Sernada,[12] onde a linha oriunda de Aveiro se bifurca — seguindo para Viseu, à direita, e para Espinho, à esquerda.[4] No entanto, desde a fase de planeamento (década de 1890)[13] até 1992,[14] a nomenclatura das linhas contrariava a sua topologia, designado-se o trajeto Espinho-Viseu (incl. infleção em Sernada) como Linha do Vouga, sendo o segmento remanescente (Aveiro-Sernada) identificado como Ramal de Aveiro. Só em 1992 foi esta nomenclatura retificada,[14] passando a designar-se Linha do Vouga o trajeto contínuo Espinho-Aveiro, ficando o restante segmento, Viseu-Sernada (entretanto extinto em 1990),[15] com o nome Ramal de Viseu;[1] no entanto, a igualmente já extinta Linha do Dão (S.C.Dão-Viseu) foi também integrada sob esta nóvel designação.[1]
Serviços
[editar | editar código-fonte]Em dados de 2022, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo regional, com oito circulações diárias em cada sentido, entre Aveiro e Sernada do Vouga.[16] Esta interface é também ponto terminal dos serviços da C.P. de tipo regional, com duas circulações diárias em cada sentido, ligando a Oliveira de Azeméis:[16] tal como nos restantes interfaces deste segmento da Linha do Vouga, encerrado desde 2013, este serviço é prestado por táxis ao serviço da C.P.[8][16]
História
[editar | editar código-fonte]Planeamento e inauguração
[editar | editar código-fonte]Em 11 de Julho de 1889, um alvará autorizou Francisco Palha a construir um caminho de ferro entre Espinho, na Linha do Norte, até Torredeita, na linha de Santa Comba Dão a Viseu, com um ramal de Sever do Vouga até Aveiro.[17] Em 1900, o ponto de entroncamento para Aveiro já tinha sido modificado para o Carvoeiro,[18] e em 1903 o Ministro das Obras Públicas, o Conde de Paçô Vieira, aprovou o projecto, com uma segunda alteração no local de entroncamento, que foi fixado em Sernada do Vouga.[17]
Em 8 de Setembro de 1911, foi inaugurado o troço de Albergaria-a-Velha a Aveiro, incluindo desde logo a estação de Sernada do Vouga.[6]
Continuação da Linha do Vouga
[editar | editar código-fonte]O troço seguinte da Linha do Vouga, de Sernada a Foz do Rio Mau, entrou ao serviço em 5 de Maio de 1913.[6]
Em 5 de Setembro de 1913, entrou ao serviço o troço entre Bodiosa e Viseu; a Linha do Vouga só foi, no entanto, concluída com a abertura do troço entre Vouzela e Bodiosa, em 5 de Fevereiro de 1914.[12] Este caminho de ferro foi construído pela Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger.[12]
Em 9 de Maio de 1917, os ferroviários da rede do Vouga entraram em greve, tendo concentrado o material circulante em Sernada do Vouga.[19]
Em 1936, entraram ao serviço quatro novas carruagens, que foram construídas a partir de carruagens antigas, nas oficinas de Sernada do Vouga.[20] Na Década de 1940, a Companhia do Vouga construiu várias automotoras nas oficinas de Sernada.[21]
Transição para a C.P.
[editar | editar código-fonte]Em 1 de Janeiro de 1947, a exploração da rede ferroviária do Vouga passou a ser feita pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[22]
Declínio e encerramento parcial
[editar | editar código-fonte]Já em 31 de Julho de 1969, o Conselho de Administração da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses tinha deliberado o encerramento de vários caminhos de ferro que apresentavam um reduzido movimento, como a Linha do Vouga.[23]
A circulação ferroviária entre Sernada do Vouga e Viseu foi encerrada pela empresa Caminhos de Ferro Portugueses em 2 de Janeiro de 1990,[15] ficando a estação de Sernada do Vouga apenas como parte do lanço entre Espinho e Aveiro.[7]
Em 2013 os serviços ferroviários foram suspensos no troço entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga, por motivos de segurança, circulando apenas composições com fins técnicos (inspeção, manutenção, etc.), sendo o transporte de passageiros neste trajeto efetuado por táxis ao serviço da C.P. que frequentam locais próximos de cada estação e apeadeiro para tomadas e largadas.[8][16]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b c d (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
- ↑ Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- ↑ a b c Linha do Vale do Vouga. Companhia Portugueza para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro: s.l., s.d. (Mapa e tabela de distâncias e altitudes.)
- ↑ “No I Congresso Regional Ferroviário” Gazeta dos Caminhos de Ferro 1105 (1934.01.01): p.17
- ↑ a b c «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 28 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b SILVA e RIBEIRO, 2007:69
- ↑ a b c “CP transportou 337.270 clientes na Linha do Vouga em 2020”. Azeméis.Net / Agência Lusa
- ↑ «Sernada do Vouga - Linha do Vouga». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 21 de Dezembro de 2015
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
- ↑ a b c TORRES, Carlos (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 21 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (382). 16 de Novembro de 1903. p. 378. Consultado em 3 de Março de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b Decreto-lei 116/92
- ↑ a b «CP encerra nove troços ferroviários». Diário de Lisboa. Ano 69 (23150). Lisboa: Renascença Gráfica. 3 de Janeiro de 1990. p. 17. Consultado em 15 de Fevereiro de 2021 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
- ↑ a b c d Horário Comboios : Aveiro ⇄ Sernada ⇄ Espinho (em vigor desde 2018.09.09)
- ↑ a b SOUSA, José (16 de Dezembro de 1933). «As Linhas do Vale do Vouga e o seu Congresso Ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1104). p. 643-646. Consultado em 28 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ CORDEIRO, Xavier (6 de Janeiro de 1950). «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1489). p. 743. Consultado em 6 de Abril de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ SOUSA, José (16 de Março de 1935). «Greves e caminhos de ferro 1910-1926» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1134). p. 119-120. Consultado em 28 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Linhas Portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1164). 16 de Junho de 1936. p. 326-327. Consultado em 28 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ REIS et al, 2006:93
- ↑ AGUILAR, Busquets de (1 de Junho de 1949). «A Evolução História dos Transportes Terrestres em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1475). p. 383-393. Consultado em 28 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ MARTINS et al, 1996:272
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X
- SILVA, José; RIBEIRO, Manuel (2007). Os Comboios em Portugal. III 1.ª ed. Lisboa: Terramar - Editores, Distribuidores e Livreiros, Lda. 203 páginas. ISBN 978-972-710-408-6