Estação Ferroviária de Monção
Monção
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pormenor da placa da estação | |||
Linha(s): | Linha do Minho (PK 146,217) | ||
Altitude: | 40 m (a.n.m) | ||
Coordenadas: | 42°4′36.96″N × 8°28′57.08″W (=+42.07693;−8.48252) | ||
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Município: | Monção | ||
Serviços: | sem serviços | ||
Inauguração: | 15 de junho de 1915 (há 109 anos) | ||
Encerramento: | 2 de janeiro de 1990 (há 34 anos) |
A Estação Ferroviária de Monção (nome anteriormente grafado como "Monsão")[1], é uma gare encerrada da Linha do Minho, que servia a vila de Monção, no Distrito de Viana do Castelo, em Portugal. Foi inaugurada em 1915[2] e encerrada em 1990.[3]
História
[editar | editar código-fonte]Século XIX
[editar | editar código-fonte]Nos finais do século XIX, já se reconhecia a necessidade de continuar a Linha do Minho de Valença até Monção e Melgaço, devido à riqueza daquela região, e às estâncias termais naquelas localidades.[4] Com efeito, em 1888 já existia um serviço de diligências que unia a estação de Valença às termas de Monção, num percurso de cerca de duas horas e meia.[5] Um relatório de 3 de Julho de 1889 defendeu a construção da linha,[6] que foi definitivamente planeada até Monção em 1895,[7] e classificada como via larga no Plano da Rede de 15 de Fevereiro de 1900.[6] No entanto, os interesses locais discordaram desta decisão, preferindo a utilização de via estreita; com efeito, já em 22 de Novembro de 1894 tinha sido autorizada a construção de um caminho de ferro de bitola estreita, do tipo americano e com via instalada no leito das estradas.[6] Este empreendimento tinha falhado, devido à situação económica do país, que tinha dificultado a obtenção de capitais.[4]
Assim, os protestos foram ignorados, e uma portaria de 5 de Março de 1904 ordenou a realização dos estudos para via larga.[6] Este caminho de ferro foi construído pela divisão de Minho e Douro dos Caminhos de Ferro do Estado, tendo o troço entre Lapela e Monção entrado ao serviço em 15 de Junho de 1915.[8][6] O edifício de passageiros situava-se do lado norte da via (lado direito do sentido descendente, a Ermesinde).[9]
Em 1889, foi apresentado o plano para uma nova linha entre Braga e Monção, no Ministério das Obras Públicas.[10] Este caminho de ferro passaria por Ponte da Barca e Arcos de Valdevez.[4]
Século XX
[editar | editar código-fonte]Em 1930, foi revisto o plano geral da rede ferroviária, tendo um dos troços classificados sido o prolongamento da linha férrea até Melgaço, em via larga.[11][12] Em 1936, estava a ser planeada uma estrada ligando a estação ao Cais da Lodeira.[13] Em 1938, a carreira de camionagem que já existia entre a estação de Monção e Melgaço foi prolongada até São Gregório.[14]
Nos finais de 1989, a empresa Caminhos de Ferro Portugueses anunciou a decisão de encerrar nove lanços da rede ferroviária nacional, incluindo o tramo entre Monção e Valença da Linha do Minho, tendo esta medida entrado em vigor em 2 de Janeiro de 1990.[3]
Século XXI
[editar | editar código-fonte]Em 2017, o edifício da estação já tinha reabilitado, passando a servir como sede para uma banda de música local.[15] Porém, as restantes dependências da estação não tinham passado por obras de remodelação e estavam a degradar-se, tendo sido sugerido o seu aproveitamento como um espaço museológico ou um estabelecimento de restauração.[15]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ Horário de 1916 usando a ortografia anterior
- ↑ AGUILAR, Busquets de (1 de Junho de 1949). «A Evolução História dos Transportes Terrestres em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1475). p. 383-393. Consultado em 28 de Setembro de 2020 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b «CP encerra nove troços ferroviários». Diário de Lisboa. Ano 69 (23150). Lisboa: Renascença Gráfica. 3 de Janeiro de 1990. p. 17. Consultado em 20 de Novembro de 2020 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
- ↑ a b c «Linha do Alto Minho» (PDF). gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 15 (343). 1 de Abril de 1902. p. 97-98. Consultado em 26 de Dezembro de 2013
- ↑ «Guia annunciador do viajante luso-brasileiro: indicador official dos caminhos de ferro e da navegação». Ano 10 (Ano 37). Lisboa: Empreza do Guia Annunciador. 1888. p. 70. Consultado em 25 de Setembro de 2018 – via Biblioteca Nacional Digital
- ↑ a b c d e TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1684). p. 91-95. Consultado em 26 de Dezembro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1226). 16 de Janeiro de 1939. p. 81-85. Consultado em 26 de Dezembro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 26 de Dezembro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1225). 1 de Janeiro de 1939. p. 43-48. Consultado em 26 de Dezembro de 2013
- ↑ SOUSA, José Fernando de (1 de Setembro de 1935). «Linha Férrea do Ave» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1145). p. 373-374. Consultado em 26 de Dezembro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado na Série I do Diário do Governo n.º 83, de 10 de Abril de 1930.
- ↑ «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1158). 16 de Março de 1936. p. 174-176. Consultado em 26 de Dezembro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Linhas Portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 50 (1204). 16 de Fevereiro de 1938. p. 101. Consultado em 26 de Dezembro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b «Antiga estação de comboios de Monção restaurada mas restante património fica esquecido». Porto Canal. 11 de Julho de 2017. Consultado em 28 de Setembro de 2020
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- “Sinalização da estação de Monção” («Diagrama do Anexo n.º 105 à I.T. n.º 28»)
- «Página sobre a antiga estação de Monção, no sítio electrónico Wikimapia»
- Estação Ferroviária de Monção na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural