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Europa desenhada pelo cartógrafo antuérpio Abraham Ortelius em 1595

A História da Europa descreve a passagem do tempo desde os primeiros humanos que habitaram o continente europeu até os dias de hoje. A primeira evidência do Homo Sapiens na Europa data de 35000 a.C. O relato mais antigo da Europa é a Ilíada de Homero da Antiga Grécia que data de 700 a.C. A república romana foi estabelecida em 509 a.C., e usurpada pelo Novo Império de Otaviano na metade do primeiro século. A religião cristã foi adotada no século IV e organizada no sexto, dentro do Império, pelo Imperador Justiniano I (527-565) como uma Pentarquia em suas cinco cidades mais importantes: Roma, Constantinopla, Antioquia, Jerusalém e Alexandria. Confrontado com ataques bárbaros e a praga, o Império foi dividido entre Leste e Oeste, e a Idade Negra se instalou no coração da Europa Ocidental. O Império Bizantino manteve a luz da civilização queimando no Leste. O cisma dentro da autoridade da igreja em 1054 aconteceu em seguida à divisão anterior de 451, e foi prosseguida das Cruzadas do oeste para recuperar o leste da Invasão dos Muçulmanos. A sociedade feudal começava a ruir enquanto os invasores mongóis carregavam a peste negra[1] com eles. Os muros de Constantinopla caem em 1453[2], e ainda o Novo mundo é descoberto em 1492. A Europa acorda do período medieval através do redescobrimento do ensinamento clássico. A Renascença foi seguida da Reforma Protestante, do padre alemão Martin Lutero, que atacou a autoridade papal. A guerra dos 30 anos[3], o Tratado de Vestfália e a revolução Gloriosa deram a base para uma nova era de expansão e o Iluminismo.

A revolução industrial, começando na Grã-Bretanha, permitiu às pessoas, pela primeira vez, não dependerem mais de material de subsistência [4]. O recente Império Britânico dividiu-se assim como suas colônias na América revoltadas para estabelecer um governo representativo. Uma mudança política na Europa aconteceu a partir da Revolução Francesa, quando as pessoas gritavam “Liberté, Egalité, Fraternité”. O próximo líder francês, Napoleão Bonaparte, conquistou e reformou a estrutura social do continente através de guerras até 1815. Quanto mais e mais donos de pequenas propriedades ganhavam poder de voto, na França e no Reino Unido, a atividade socialista e dos sindicatos desenvolveu-se e a revolução se instalou na Europa em 1848. Os últimos vestígios de servidão foram abolidos da Áustria-Hungria no mesmo ano. A servidão russa foi abolida em 1861 [5]. As nações balcânicas começaram a reganhar suas independências do Império Otomano. Depois da Guerra Franco-Prussiana, Itália e Alemanha foram formados de grupos de principados em 1870 e 1871. Conflitos desencadearam-se ao redor do globo, em uma série de impérios, até que a procura do lugar ao sol acabou com o início da Primeira Guerra Mundial. No desespero da guerra, a Revolução Russa prometia ao povo “paz, pão e terra”. A derrota da Alemanha veio com o preço da destruição econômica, codificada no Tratado de Versalhes, manifestado na Grande Depressão e com o retorno da Segunda Guerra Mundial. Com a vitória do capitalismo e do comunismo sobre o fascismo, uma fria nova ordem global tomou lugar. A Europa Ocidental formou uma área de livre comércio, dividida pela Cortina de Ferro da União Soviética. Quando o muro de Berlin caiu em 1989, a Europa assinou um novo tratado de união, que em 2007, compreendia 27 países europeus.


Pré-história[editar | editar código-fonte]

Mapa do Relevo Europeu

Homo erectus e os Neanderthais habitavam a Europa bem antes do surgimento dos humanos modernos, os Homo Sapiens. Os ossos dos primeiros Europeus foram achados em Dmanisi, Geórgia, datado de 1,8 milhões de anos. O primeiro aparecimento do povo anatomicamente moderno na Europa é datado de 35.000 a.C. Evidências de assentamentos permanentes datam do 7º milênio a.C. na Bulgária, Romênia e Grécia. O período neolítico chegou na Europa central no 6º milênio a.C. e em partes da Europa Setentrional no 5º e 4º milênio a.C. A civilização Tripiliana(5508-2750 a.C.) foi a primeira grande civilização da Europa e uma das primeiras do mundo; era localizada na Ucrânia moderna e também na Moldávia e Romênia. Foi provavelmente mais antiga que os Sumérios no Oriente Próximo. Os Tripilianos tinham cidades com 15000 pessoas, 6000 anos atrás que cobriam 450 hectares.

Começando no Neolítico, tem-se a civilização de Camunni no Valle Camonica, Itália, que deixou mais de 350000 petróglifos, o maior sítio arqueológico da Europa.

Também conhecido como Idade do Cobre, o Calcolítico Europeu foi um tempo de mudanças e confusão. O fato mais relevante foi a infiltração e invasão de imensas partes do território por povos originários da Ásia Central, considerado pelos principais historiadores como sendo os originais Indo-Europeus, mas hão ainda diversas teorias em debate. |Outro fenômeno foi a expansão do Megalitismo e o aparecimento da primeira significante estratificação econômica e, relacionado à isso, as primeiras monarquias conhecidas da região dos Balcãs. A primeira civilização bem conhecida da Europa foi as do Minóicos da ilha de Creta e depois os Micenas em adjacentes partes da Grécia, no começo do 2º milênio a.C.

O uso do ferro era conhecido pelos povos Egeus em 1100 a.C., mas não alcançou a Europa Central antes de 800 a.C., através da Cultura de Hallstatt, uma evolução cultural aconteceu na Idade do Ferro. Provavelmente como um resultado direto dessa superioridade tecnológica dos Indo-Europeus, pouco depois, eles consolidaram suas posições na Itália e na Ibéria, penetrando profundamente nessas penínsulas (Roma foi fundada em 753 a.C.).

Mundo Clássico[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Antiguidade Clássica
Expansão romana por etapas, de 264 a.C. à 180 d.C.

Os gregos e romanos deixaram um legado na Europa o que é evidente nas línguas atuais, pensamentos, leis e mentes. A Grécia Antiga foi uma união de cidades-estado, na qual uma primitiva forma de democracia se desenvolveu. Atenas foi a cidade mais poderosa e desenvolvida, e um berço de ensinamento nos tempos de Péricles. Fóruns de cidadãos aconteciam e o policiamento do estado deu ordem ao aparecimento dos mais notáveis filósofos clássicos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, o último deles foi Alexandre o grande. Como rei do Reino Grego da Macedônia, as campanhas militares de Alexandre espalharam a cultura Helenística e os ensinamentos até as nascentes do rio Indo. Mas a república romana, alicerçada pela vitoria sobre Cartago nas Guerras Púnicas, estava crescendo na região. A sabedoria grega passada às instituições Romanas, assim como a própria Atenas foi absorvida sob a bandeira do Senado e do Povo de Roma. Os romanos expandiram desde a Arábia até a Bretanha. Em 44 a.C. quando atingiu o seu ápice, seu líder Julio César foi morto em suspeitas de estar revertendo a República, para se tornar ditador. Na sucessão, Otaviano usurpou as raízes do poder e dissolveu o senado romano. Quando proclamou o renascimento da república, ele de fato, transferiu o poder do senado Romano quando República para um Império, o Império Romano.

Grécia Antiga[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Grécia Antiga e Período Helenístico
Um mosaico mostrando Alexandre o Grande lutando contra Dário III.

A civilização helênica tinha a forma dum conjunto de cidades-estado, ou polis (as mais importantes eram Atenas, Esparta, Tebas, Corinto e Siracusa), tendo tipos diferentes de governo e culturas, incluindo o desenvolvimento, até então jamais visto, desenvolvimento de várias formas governamentais, filosofias, ciências, matemática, políticas, esportes, teatro e música. Atenas, a cidade-estado mais poderosa, era governada com um tipo primitivo de democracia direta fundada pelo nobre ateniense Clístenes. Na democracia ateniense, os cidadãos de Atenas votavam neles mesmo para cargos executivos e legislativos, dentro do seu próprio direito. Daqui surgiu Sócrates, considerado um dos fundadores da filosofia ocidental[6]. Sócrates também criou o método Socrático, um tipo de pedagogia usada até hoje no aprendizado filosófico, no qual uma série de questões é feita não apenas para obter respostas individuais, mas também para encorajar a compreensão fundamental dos problemas. Devido a essa filosofia, Sócrates foi condenado à morte por estar “corrompendo a juventude” de Atenas, com suas discussões que entravam em conflito com as crenças religiosas da época. Platão, um pupilo de Sócrates e fundador da Academia Platônica, escreveu sobre esse episódio em suas escrituras, e desenvolveu sua própria filosofia, o Platonismo.

O Parthenon, antigo templo ateniense na Acrópole (topo da cidade), caiu sob o domínio de Roma em 176 a.C.

As cidades-estado helênicas fundaram um grande numero de colônias nas costas do Mar Negro e no Mar Mediterrâneo, Ásia Menor, Sicilia e no sul da Itália na Magna Grécia, mas no século V a.C., sua expansão rumo ao leste levou a uma retaliação do Império Persa Aquemênida. Nas guerras Greco-persas, as cidades-estado helênicas formaram uma aliança e derrotaram o Império Persa na Batalha de Platéias, afastando as invasões persas. Os gregos formaram a Liga de Delos para continuar lutando contra a Pérsia, mas a posição de Atenas como líder desta liga levou Esparta a criar a rival Liga do Peloponeso. As duas ligas começaram então a Guerra do Peloponeso pela liderança da Grécia, tendo a Liga do Peloponeso saído vitoriosa. Descontente com a hegemonia espartana sobre a Grécia deu-se início a Guerra Corintiana, onde uma aliança liderada por Tebas bateu Esparta na batalha de Leuctra. As contínuas batalhas helênicas tornaram a Grécia alvo fácil para o Rei Filipe II, que uniu Macedônia e Grécia sob o mesmo domínio. As campanhas de seu filho Alexandre o Grande espalharam a cultura grega pela Pérsia, Egito e Índia, mas também permitiu o contato com os antigos ensinamentos desses países, abrindo uma nova era de desenvolvimento, conhecido como Helenismo. Alexandre morreu em 323 a.C., decompondo o seu império em diversas civilizações helenísticas.

A Ascensão de Roma[editar | editar código-fonte]

Cícero dirige-se ao Senado Romano para denunciar a conspiração de Catiline sobre a República, por Cesare Maccari.

Muito do ensinamento grego foi assimilado pelo então novo estado romano, assim que ele se espalhou pela Itália, aproveitando-se da vantagem da não-união de seus inimigos: o único desafio real da ascendente Roma foi a colônia Fenícia de Cartago, e sua derrota no fim do século III a.C. marcou o início da hegemonia romana. Primeiro governado por reis, depois numa república senatorial (a República Romana), Roma finalmente tornou-se um império no fim do século I a.C., sob Augusto e seus sucessores autoritários. O Império Romano teve seu centro no Mar Mediterrâneo, controlando todos os países margeados por ele; o limite norte do território era marcado pelos rios Reno e Danúbio. Sob o imperador Trajano (século II) o império alcançou o máximo de sua expansão territorial, controlando aproximadamente 5 900 000 km², incluindo a Bretanha, Romênia e partes da Mesopotâmia. O império trouxe paz, civilização e um eficiente governo centralizado para os territórios dominados, mas no século III uma série de guerras civis confrontando sua força econômica e social. No século IV, os imperadores Diocleciano e Constantino foram capazes de diminuir o processo de declínio dividindo o império em uma parte Ocidental e outra Oriental. Diferente de Diocleciano que condenava ferozmente o cristianismo, Constantino declarou o fim da perseguição dos cristãos em 313 com o Édito de Milão, prosseguindo com a oficialização do cristianismo em 380.

Era Negra[editar | editar código-fonte]

Em 526, a Europa sob domínio gótico, e em 600 com Bizâncio no seu ápice.

Quando o Imperador Constantino reconquistou Roma sob a bandeira da Cruz em 312, ele rapidamente editou o Édito de Milão em 313, declarando legal o cristianismo no Império Romano. Além disso, Constantino mudou oficialmente a capital de Roma para a colônia grega de Bizâncio, que ele renomeou para Constantinopla (“Cidade de Constantino”). Em 395 Teodósio I, que tornou o cristianismo religião oficial do Império Romano, iria ser o último imperador a comandar o Império Romano em toda a sua unidade, sendo depois o Império dividido em duas partes: O Império Romano do Ocidente, centrado em Ravenna, e o Império Romano do Oriente (depois referido como Império Bizantino) centrado em Constantinopla. A parte ocidental foi seguidamente atacada por tribos nômades germânicas, e em 476 finalmente caiu sob a invasão dos Hérulos comandados por Odoacro. A autoridade romana no Oeste entrou em colapso e as províncias ocidentais logo tornaram se um pedaço de reinos germânicos. Entretanto, a cidade de Roma, sob o comando da Igreja Católica Romana permaneceu como um centro de ensino, e fez muito para preservar o pensamento clássico romano na Europa Ocidental. Nesse meio-tempo, o imperador romano em Constantinopla, Justiniano I, conseguiu com sucesso, montar toda a lei romana no Corpus Juris Civilis(529-534). Por todo o século VI, o Império Romano do Oriente esteve envolvido numa série de conflitos sangrentos, primeiro contra o Império Persa dos Sassânidas, depois pelo Califado Islâmico (Califado Omíada). Em 650, as províncias do Egito, Palestina e Síria foram perdidas para forças muçulmanas. Na Europa Ocidental, uma estrutura política surgia: no vácuo do poder deixado pelo colapso de Roma, hierarquias locais foram construídas sob a união das pessoas nas terras cujo trabalhavam. Dízimos eram pagos ao senhor da terra, e este senhor devia tributos ao príncipe regional. Os dízimos eram usados para financiar o estado e as guerras. Esse foi o sistema feudal, no qual novos príncipes e reis apareceram, no qual o maior deles foi o líder Franco Carlos Magno. Em 800, Carlos Magno, após suas grandes conquistas territoriais, foi coroado Imperador dos Romanos (“Imperator Romanorum”) pelo Papa Leão III, afirmando efetivamente seu poder na Europa Ocidental. O reinado de Carlos Magno marcou o começo de um novo Império Germânico no oeste, o Sacro Império Romano. Além de suas fronteiras, novas forças estavam crescendo. O Principado de Kiev estava delimitando seu território, a Grande Morávia estava crescendo, enquanto os Anglos e os Saxões estavam confirmando suas fronteiras.

Uma luz Bizantina[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Império Bizantino
Constantino I e Justiniano I oferecendo sua fidelidade para a Virgem Maria dentro da Hagia Sophia.

O Imperador Constantino I (reinante em 306-337) é considerado o primeiro “Imperador Bizantino”. Foi ele que moveu a capital do Império em 324 de Nicomédia para Bizâncio, refundada como Constantinopla, ou Nova Roma[7]. A cidade de Roma não servia de capital desde o reinado de Diocleciano. Alguns consideram o começo do império no reino de Teodósio I (379-395) quando o oficial cristianismo substituiu a religião pagã romana, ou sua posterior morte em 395, quando a divisão política entre leste e oeste se tornou permanente. Outros ainda colocam 476 como o início, quando Rômulo Augusto, tradicionalmente considerado como o último imperador, foi deposto, deixando a única autoridade imperial no Leste. Outros apontam ainda para a reorganização do império nos tempos de Heráclio quando os usos e títulos latinos foram oficialmente trocados pelas suas versões gregas. Em todo caso, a mudança foi gradual desde 330, quando Constantino inaugurou a nova capital, o processo de helenização e a crescente Cristianização estavam acontecendo. O Império é geralmente dado como acabado com a queda de Constantinopla pelos Turcos Otomanos em 1453, o que também decreta o fim da Idade Média.

A praga de Justiniano foi uma pandemia que afetou o Império Bizantino, incluindo sua capital Constantinopla, nos anos 541-542. Estima-se que a praga matou mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo[8][9]. Causou também a queda da população européia em 50% entre 541-700[10] e também deve ter contribuído para o sucesso das conquistas árabes[11].

O crescimento do sistema feudal[editar | editar código-fonte]

Em 814 o Império Franco alcançou o seu ápice, enquanto Bizâncio passou por uma conquista islâmica.
Papa Adriano I pede ajuda a Carlos Magno, Rei dos Francos, contra a invasão de 772.

O Sacro Império Romano Germânico surgiu em 800, quando Carlos Magno, rei dos Francos, foi coroado pelo papa como imperador. Seu império, baseado na moderna França, Países Baixos e Alemanha, expandiu-se para as modernas Hungria, Itália, Boêmia, Baixa Saxônia e Espanha. Ele e seu pai receberam substancial ajuda de uma aliança com o Papa, que pediu ajuda contra os Lombardos. O papa era oficialmente um vassalo do Império Bizantino, mas o imperador Bizantino nada podia fazer contra os Lombardos.

No leste, a Bulgária foi estabelecida em 681 e tornou-se o primeiro país eslavo. O poderoso Império Búlgaro foi o principal rival de Bizâncio no controle dos Balcãs por séculos e desde o século IX tornou-se o centro cultural da Europa Eslava. Dois estados, a Grande Morávia e o Principado de Kiev emergiam respectivamente dentre os eslavos ocidentais e orientais ainda no século IX. No final do mesmo século e no seguinte, o norte e o oeste da Europa perderam seu crescente poder e influência para os Vikings que invadiram, conquistaram e se estabeleceram rápida e eficientemente com seus avançados barcos de guerra (“revisar advanced sea-going vessels such as the longships). Os húngaros pilharam os principais territórios da Europa, enquanto os Pechenegues invadiram a Europa Oriental e os Árabes o sul. No século X reinos independentes foram estabelecidos na Europa Central, por exemplo, a Polônia e o Reino da Hungria. Nisso os húngaros pararam com as suas campanhas devastadoras e relevantes nações como a Croácia e a Sérvia surgiram nos Balcãs. O período seguinte, que acabou por volta do ano 1000, viu o crescimento o feudalismo, que enfraqueceu o Sacro Império Romano.

Alto feudalismo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Idade Média e Alta Idade Média
Em 1097, começa a primeira Cruzada para a Terra Santa.

A adormecida era negra foi sacudida pela crise na Igreja. Em 1054 um cisma acontece entre os dois centros cristãos remanescentes, em Roma e Constantinopla.

A Igreja dividida[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Cisma do Oriente e Invasão Normanda
A Tapeçaria de Bayeux mostra a Batalha de Hastings e os eventos que levaram à ela.

A Grande Cisma entre as Igrejas Cristãs Ocidental e Oriental ocorreu em 1054 pelo Papa Leão IX, declarando autoridade sobre três dos cinco centros da Pentarquia, em Antioquia, Jerusalém e Alexandria. Desde a metade do século VIII, as fronteiras do Império Bizantino enfrentavam uma eminente expansão islâmica. Antioquia passou para controle bizantino de volta em 1045, mas o fortalecido poder dos sucessores romanos do Ocidente clamou o direito e dever os lugares perdidos na Ásia e na África. Então, o Papa Leão criou uma disputa se baseando em uma clausula filosófica no “Nicene Creed” no qual o Oeste sumariamente adotou. Os ortodoxos orientais afirmaram que no 28º artigo do Quarto Conselho Ecumênico explicitamente afirma a igualdade entre os bispados de Roma e Constantinopla. Os ortodoxos também afirmaram que o Bispado de Roma tem autoridade apenas sobre sua própria diocese e não tem nenhuma autoridade fora dela. Tiveram também outros motivos menos significantes para a Cisma, incluindo a variação sobre a liturgia. A Cisma entre católicos e ortodoxos prossegue-se até hoje com a divisão entre os mundos latino e grego.

Mudanças posteriores ocorreram com uma redivisão na Europa. Guilherme o Conquistador, duque da Normandia, invadiu a Inglaterra em 1066. A conquista normanda foi crucial na história inglesa por diversas razões. Essa conquista aproximou a Inglaterra da Europa continental através da introdução da aristocracia normanda e, portanto diminuindo a influência escandinava. Assim cria-se uma das mais poderosas monarquias na Europa num sofisticado sistema governamental.

Guerras santas[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Cruzadas, Reconquista e Carta Magna
Adhémar de Monteil carregando a Lança Sagrada em uma das batalhas da Primeira Cruzada.

Depois da Cisma Ocidente-Oriente, a cristandade ocidental foi adotada nos recém-criados reinos da Europa Central: Polônia, Hungria e Boêmia. A Igreja Católica Romana, virou poder supremo, levando a guerras entre o Papa e o Imperador. Em 1129, a Igreja Católica Romana estabeleceu o uso da Inquisição para fazer o Ocidente, católicos pela força. A Inquisição punia todos aqueles que praticavam a heresia para fazer eles se arrependerem e se converterem. Se não o fizessem, a punição era a morte. Durante este tempo muitos senhores e nobres se converteram à Igreja. Os Monges de Cluny batalharam para instituir a Igreja onde não tinham nobres a fazendo. O Papa Gregório VII continuou o trabalho dos monges com mais dois objetivos alcançados, “rid” a Igreja do controle de reis e nobres e aumentar o poder do Papa. A área de influência da Igreja Católica Romana aumentou enormemente devido às conversões de reis pagãos (Escandinávia, Lituânia, Polônia e Hungria), à reconquista da Andaluzia, e às Cruzadas. A maior parte da Europa era católica romana no século XV.

Sinais do renascimento da civilização na Europa ocidental começaram a aparecer já no século XI com o início do comércio ainda na Itália, levando a um crescimento cultural e econômico de cidades-estado independentes como Veneza e Florença; no mesmo tempo estados-nação começaram a formar-se como França, Inglaterra, Espanha e Portugal, mas o processo de formação geralmente demorou séculos. Esses recém criados estados-nação começaram a se comunicar com seus idiomas culturais, ao invés do tradicional Latim. Figuras notáveis do movimento incluem Dante Alighieri e Cristina de Pisano (nascida Christina da Pizzano), primeiro escritora em italiano, e depois de sua mudança de Veneza para a França, escreveu em francês. Por outro lado, o Sacro Império Romano Germânico, essencialmente baseado na Alemanha e Itália, mas fragmentado em um conjunto de principados e pequenas cidades-estado, cuja subjugação ao imperador era apenas formal.

Durante os séculos XIII e XIV, quando o Império Mongol subiu ao poder, o período é freqüentemente chamado de Era dos Mongóis. Os exércitos mongóis expandiram se em direção ao oeste sob o comando de Batu Khan. Suas conquistas no ocidente incluem quase toda a Rússia (salvo Novgorod, que se tornou um vassalo)[12], Kiptchak, a Hungria, e a Polônia (que permaneceu como um estado autônomo). Documentos mongóis sugerem que Batu Khan estaria planejando a completa conquista dos poderes europeus remanescentes, começando com um ataque no inverno sobre a Áustria, Itália e Alemanha, quando foi chamado de volta para a Mongólia devido à morte do Grande Khan Ogedei. Muitos históriadores acreditam que sua morte preveniu a conquista completa da Europa. Na Rússia, entretanto, os mongóis da Horda Dourada governaram por quase 250 anos.


Monges infectados com a praga pedindo a benção de um padre.

A Peste Negra[editar | editar código-fonte]


Uma das maiores catástrofes que atingiu a Europa foi a peste negra. Tiveram diversas epidemias, mas a pior de todas foi na metade do século XIV e estima-se que tenha matado um terço da população européia.

No começo do século XIV o Mar Báltico tornou-se uma das rotas comerciais mais importantes. A Liga Hanseática, uma aliança de cidades comerciais, facilitou a absorção de vastas áreas da Polônia, Lituânia e outros países bálticos para a economia européia. Isso alimentou o crescimento de poderosos estados na Europa Oriental como Polônia, Hungria, Boêmia e a Muscóvia. O fim da Idade Média é convencionalmente associado à queda de Constantinopla e do Império Bizantino pelos Turco-Otomanos em 1453. Os turcos fizeram a cidade capital do Império Otomano, que sobreviveu até 1922 e incluía Egito, Síriae grande parte dos Balcãs. As guerras otomanas na Europa, também referidas como Guerras turcas, marcaram uma essencial parte da história do sudeste europeu.

O Despertar da Europa[editar | editar código-fonte]

O Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci demonstra a sua visão para o homem perfeitamente proporcional.

Renascimento[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Renascimento

O Renascimento foi um movimento cultural que afetou profundamente a vida intelectual européia no seu período pré-moderno. Começando na Itália, e espalhando-se de norte ao oeste durando aproximadamente 250 anos e sua influência afetou a literatura, filosofia, arte, política, ciência, história, religião e outros aspectos de “enquiry” intelectual. O italiano Francesco Petrarca (Francesco di Petracco), suposto primeiro legítimo humanista, escreveu em na década de 1330: “Estou vivo agora, ainda que eu prefira ter nascido em outro tempo.” Ele era admirado pela antiguidade romana e grega. Nos séculos XV e XVI, o contínuo entusiasmo pela antiguidade clássica foi reforçado pela idéia que a cultura herdada tinha sido dissolvida e na época existia um conjunto de idéias e atitudes que queriam reconstruir essa cultura. Matteo Palmieri escreveu em 1430: “Agora, com certeza, todo espírito pensante deve agradecer a Deus que a ele foi permitido de nascer numa nova era.” O renascimento era esse nascimento: uma nova era onde aprender era muito importante.

O renascimento foi inspirado pelo crescimento dos estudos de textos latinos e gregos e a admiração da era Greco-Romana como uma época dourada. Isso entusiasmou muitos artistas e escritores a começar a buscar exemplos gregos e romanos para suas obras, mas esse foi também um período de muita inovação, especialmente com artistas multifacetados como Leonardo da Vinci. Muitos textos gregos e romanos existiam ainda na Idade Média européia. Os monges copiaram e recopiaram os textos antigos e os guardaram por todo um milênio, mas eles o fizeram sob outra linha de pensamento. Muitos mais surgiram em uma onda de migração de livros e textos gregos para a Itália seguindo a queda de Constantinopla quando outros textos gregos e romanos vieram de fontes islâmicas. Com o orgulho natural de pensadores avançados, os Humanistas viram o ressurgimento desse grande passado como uma Renascença – o renascimento da civilização. Importantes precedentes políticos aconteceram neste período.

O político Nicolau Maquiavel escreveu "O Príncipe" que influenciou o posterior absolutismo. Importante também é ressaltar que diversos governantes que comandaram estados nessa época usaram a arte ressurgida da Renascença como sinal de seus poderes.

Além de tudo, a Renascença pode ser vista como um esforço de intelectuais para estudar e melhorar o “secular” e “wordly”, ambos reviveram idéias da antiguidade, e novas idéias de pensamento -- a Idade Média foi vista como muito “gótica” em linguagem, pensamento e sensibilidade.

Reformas[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Reforma Protestante
As 95 Teses do monge alemão Martin Lutero que quebraram a autocracia papal.

Durante esse período, a corrupção da Igreja Católica levou a uma dura reação, na Reforma Protestante. E ela ganhou muitos seguidores, especialmente entre príncipes e reis buscando um estado forte para acabar com a influência da Igreja Católica. Figuras como Martin Lutero começaram a surgir, assim também como João Calvino com o seu Calvinismo que teve influência em muitos países e o Rei Henrique VIII da Inglaterra que rompeu com a Igreja Católica e fundou a Igreja Anglicana. Essas divisões religiosas trouxeram uma onda de guerras inspiradas e conduzidas religiosamente, mas também pela ambição dos monarcas na Europa Ocidental que se tornavam cada vez mais centralizadas e poderosas.

A reforma protestante também levou a um forte movimento reformista na Igreja católica chamada Contra-Reforma, que tinha como objetivo reduzir a corrupção assim como aumentar e fortalecer o dogma católico. Um importante grupo da Igreja Católica que surgiu nessa época foi os Jesuítas que ajudaram a manter a Europa Oriental na linha Católica de pensamento. Mesmo assim, a Igreja Católica foi fortemente enfraquecida pela Reforma, grande parte da Europa não estava mais sob sua influência e os reis nos países que continuaram no catolicismo começaram a anexar as terras da Igreja para seus próprios domínios.

Diferentemente da Europa Ocidental, os países da Europa Central, a Comunidade Polaco-Lituana e a Hungria, foram mais tolerantes. Enquanto aumentava-se a predominância do catolicismo, eles ainda permitiam que um grande número de minorias religiosas cultivasse suas crenças. Assim, a Europa Central manteve-se dividida entre católicos, protestantes, ortodoxos e judeus. Outro importante acontecimento desta época foi o crescimento do sentimento de união do povo europeu. Eméric Crucé (1623) formulou a idéia do Conselho Europeu, com a intenção de acabar com as guerras na Europa; visto que a ultima tentativa de criar paz na Europa não obteve sucesso, quando todos os países europeus (exceto a Rússia e o Império Otomano, vistos como estrangeiros) fizeram um tratado de paz em 1518 no Tratado de Londres. Muitas guerras estouraram de novo em poucos anos. A Reforma proporcionou a paz impossível na Europa por muitos séculos ainda.

Outro desenvolvimento foi a idéia da superioridade européia. O ideal de civilização foi baseado dos antigos gregos e romanos: disciplina, educação e viver em uma cidade eram requeridos para tornar o povo civilizado; europeus e não europeus eram julgados por sua civilidade, e a Europa olhava-se como sendo superior aos outros continentes. “Post services” eram encontradas por toda a Europa, o que permitiu uma rede humanística de intelectuais interconectada pela Europa, mesmo com as divisões religiosas. Entretanto, a Igreja Católica Romana proibiu e baniu muitos trabalhos científicos promissores; isso levou a uma vantagem para os países protestantes, onde o banimento de livros era organizado regionalmente. Francis Bacon e outros lideres da ciência tentaram criar uma unidade na Europa focando-se na unidade pela natureza. No século XV, no fim da Idade Média, poderosos estados apareceram, construídos por novos monarcas, que centralizaram o poder na França, Inglaterra e Espanha. Por outro lado, o Parlamento da Comunidade Polaco-Lituana ganhou poder, tirando os direitos legislativos do rei polonês. O poder do novo estado foi contestado por parlamentares em outros países, especialmente a Inglaterra. Novos tipos de estados surgiam com a cooperação entre governantes de terras, cidades, repúblicas de fazendas e guerreiros.

A Era dos Descobrimentos[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Mercantilismo e Era dos Descobrimentos
O porto marítimo de Villa Medici em 1638, por Claude Lorrain.

As numerosas guerras não impediram que os novos estados explorassem e conquistassem largas porções do mundo, particularmente na Ásia (Sibéria) e a recém-descoberta América. No século XV, Portugal liderou a exploração geográfica, seguido pela Espanha no começo no século XVI. Eles foram os primeiros estados a fundar colônias na América e estações de troca nas costas da África e da Ásia, mas eles logo foram seguidos por França, Inglaterra e a Holanda. Em 1552, o czar Russo Ivan o Terrível conquistou os dois maiores khanatos Tártaros, Kazan e Astrakhan, e a viagem de Yermak em 1580 levou a anexação da Sibéria pela Rússia.

A expansão colonial prosseguiu-se nos anos seguintes (mesmo com alguns reveses, como a Revolução Americana e as guerras pela independência em muitas colônias americanas). A Espanha controlou parte da América do Norte e a maior parte da América Central e do Sul, o Caribe e as Filipinas. Os britânicos mandavam na Austrália, Nova Zelândia, a maior parte da Índia e uma grande parte da África e da América do Norte; a França comandou partes do Canadá e da Índia (quase tudo foi perdido para os britânicos em 1763), a Indochina, grandes terras na África e Caribe; a Holanda ganhou as Índias Orientais (hoje Indonésia) e algumas ilhas no Caribe; Portugal teve em suas mãos o Brasil e diversos territórios na África e na Ásia; e depois, países como Alemanha, Bélgica, Itália e Rússia conquistaram colônias depois.

Essa expansão ajudou a economia dos países que a fizeram. O comércio prosperou, por causa da menor estabilidade entre os impérios. No final do século XVI, a prata americana era responsável por 1/5 de todo o comércio da Espanha[13]. Os países europeus travaram guerras que foram pagas através do dinheiro conseguido com a exploração das colônias. No entanto, os lucros com o tráfico de escravos e as plantações das Índias Ocidentais, a mais rentável das colônias britânicas naquele momento, representavam apenas 5% de toda a economia do Império Britânico no final do século XVIII, tempo da Revolução Industrial.

Iluminismo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Iluminismo
A Batalha de Nördlingen na Guerra dos 30 anos.

A partir do início deste período, o capitalismo substituía o feudalismo como principal forma de organização econômica, ao menos no oeste da Europa. A expansão das fronteiras às colônias resultou em uma Revolução Comercial. Nota-se no período o crescimento da ciência moderna e a aplicação de suas descobertas em melhorias tecnológicas, que culminaram na revolução Industrial. Descobertas ibéricas do Novo Mundo, que começaram com a jornada de Cristovão Colombo ao oeste na busca de uma rota fácil para as Índias Orientais em 1492, foram logo adaptadas por explorações inglesas e francesas na América do Norte. Novas formas de comércio e a expansão dos horizontes fizeram necessária uma mudança no direito internacional.

A Reforma Protestante produziu efeitos profundos na unidade da Europa. Não apenas dividindo as nações uma das outras pela sua orientação religiosa, mas alguns estados foram afetados internamente por lutas religiosas, fortemente encorajadas por seus inimigos externos. A França sofreu destes conflitos no século XVI numa série de conflitos como as Guerras religiosas na França, que culminaram no triunfo da Dinastia Bourbon. A Inglaterra preveniu-se desse fato com a consolidação sob a Rainha Elizabeth do moderado Anglicanismo. Quase toda parte da atual Alemanha estava dividida em inúmeros estados sob o comando teórico do Sacro Império Romano Germânico, que também estava dividido dentro do próprio governo. A única exceção a isso era a Comunidade Polaco-Lituana, uma união criada pela União de Lublin, expressando uma grande tolerância religiosa. Esse embate religioso aconteceu até a Guerra dos Trinta Anos quando o nacionalismo substituiu a religião como principal motor dos conflitos na Europa.

A Guerra dos Trinta Anos aconteceu entre 1618 e 1648, principalmente no território da atual Alemanha, e envolveu os principais poderes europeus. Começou como um conflito religioso entre Protestantes e Católicos no Sacro-Império Romano Germânico, e gradualmente se desenvolveu numa guerra geral, envolvendo boa parte da Europa, por razões não necessariamente ligadas à religião[14]. O maior impacto da guerra, na qual exércitos de mercenários foram largamente utilizados, foi à devastação de regiões inteiras na busca do exército inimigo. Episódios como a disseminação da fome e das doenças devastaram a população dos estados germânicos e, em menor grau, nos Países Baixos e na Itália, onde levou à falência muito dos poderes regionais envolvidos. Entre um quarto e um terço da população alemã pereceu por causas diretamente ligadas à guerra ou ainda de doenças e miséria causadas pela guerra[15]. A guerra durou 30 anos, mas os conflitos que ela deu início ainda continuaram sem solução por muito tempo.

Depois da Paz da Vestfália, as fronteiras da Europa estavam ainda as mesmas em 1708.

Depois da Paz de Vestfália que acabou com a guerra permitindo aos países que eles escolhessem sua orientação religiosa, o Absolutismo tornou-se o padrão do continente, onde partes da Europa experimentaram com constituições mascaradas (foreshadowed) pela Guerra Civil Inglesa e particularmente pela Revolução Gloriosa. Os conflitos militares na Europa não acabaram, mas tiveram menos impacto na vida de seus cidadãos. No noroeste, o Iluminismo deu a base filosófica para um novo ponto de vista na sociedade, e a continua difusão da literatura foi possível com a invenção da prensa, criando novas formas de avanço do pensamento humano. Ainda, nesse segmento, a Comunidade Polaco-Lituana foi uma exceção, com sua única quase democrática Liberdade dourada.

A Europa Oriental era uma arena de conflito disputada por Suécia, a Comunidade Polaco-Lituana e o Império Otomano. Nesse período observou-se um gradual declínio destes três poderes que foram eventualmente substituídos pelas novas monarquias absolutistas, Rússia, Prússia e Áustria. Na virada para o século XIX, eles tornaram-se as novas potências, dividindo a Polônia entre eles, com Suécia e Turquia perdendo territórios substanciais para Rússia e Áustria, respectivamente. Uma grande parte de judeus poloneses emigrou para a Europa Ocidental, fundando comunidades judias em lugares onde foram expulsos na Idade Média.

Revolução e Nacionalismo[editar | editar código-fonte]

Em 1815, as fronteiras da Europa foram refeitas, quando suas raízes foram sacudidas pelos exércitos de Napoleão.

Revolução Industrial[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Revolução Industrial
Céu de Chaminés de Londres em 1870, por Gustave Doré.

A Revolução Industrial foi um período entre o fim do século XVIII e o começo do século XIX, quando ocorreram grande mudanças na agricultura, manufatura e transporte e produziram um profundo efeito socioeconômico e cultural na Grã-Bretanha e posteriormente se espalhou por toda a Europa e América do Norte e depois por todo o mundo, um processo que ainda continua: a Industrialização. Na parte final dos anos 1700 a economia baseada na força manual no Reino da Grã-Bretanha começou a ser substituída por outra dominada pela indústria e as máquinas. Começou com a mecanização das indústrias têxteis, o desenvolvimento de técnicas avançadas de produção do ferro e o aumento do uso do carvão refinado. Uma vez começado espalhou-se. A expansão do comércio foi possibilitada com a introdução de canais, rodovias e auto-estradas. A introdução das máquinas a vapor(abastecidas primeiramente com carvão) e maquinaria bruta (principalmente na manufatura têxtil) deram a base para grandes aumentos na capacidade produtiva inglesa[16]. O desenvolvimento de máquinas de ferramentas nas duas primeiras décadas do século XIX facilitou a produção de mais máquinas para serem utilizadas em outras indústrias. Durante o século XIX, a industrialização se alastrou pelo resto da Europa Ocidental e a América do Norte, afetando posteriormente grande parte do mundo. O impacto disso na sociedade foi enorme.

Revoluções Políticas[editar | editar código-fonte]

A tomada da Bastilha na Revolução Francesa em 1789.

A intervenção francesa na Guerra de Independência dos EUA levou o estado francês à falência. Depois de diversas tentativas falhas de uma reforma financeira, Luis XVI foi forçado à criar os Estados gerais, um corpo representativo do país feito pelas três classes do estado: o clero, os nobres e o povo. Os membros dos Estados-Gerais reuniram-se no Palácio de Versalhes em maio de 1789, mas o debate e a forma de votação que seria usada criaram um impasse. Veio junho, e o terceiro estado, associado à membros dos dois outros estados, declarou-se uma Assembléia Nacional e prometeu não se dissolver até que a França tivesse uma constituição e criasse, em Julho, uma Assembléia Nacional Constituinte. No mesmo tempo, os parisienses revoltaram-se, celebremente derrubando a prisão da Bastilha em 14 de julho de 1789.

Nesse tempo, a assembléia criou uma monarquia constitucional, e nos dois anos que se passaram depois de várias leis criadas como a Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão, a abolição do feudalismo e uma mudança fundamental das relações entre a França e Roma. No início o rei continuou no trono ao longo dessas mudanças e gozou de uma popularidade razoável com o povo, mas a anti-realeza crescia com o perigo de uma invasão estrangeira. Então o rei, sem poderes, decidiu fugir com a sua família, mas ele foi reconhecido de volta para Paris. Em 12 de Janeiro de 1793, sendo convicta sua traição, ele foi executado.

Em 20 de setembro de 1792, a convenção nacional aboliu a monarquia e declarou a França uma república. Devido à eminência das guerras, a convenção nacional criou o Comitê de Salvação Pública controlado por Maximilien Robespierre do Partido dos Jacobinos, para atuar como executivo do país. Sob Robespierre o comitê iniciava o Reino do terror, no qual cerca de 40000 pessoas foram executadas em Paris, na maioria nobres, alguns condenados pelo Tribunal Revolucionário, mas freqüentemente no (flimsiest ) da evidência. Por todo o país, insurreições contra-revolucão foram brutalmente reprimidas. O regime foi posto abaixo no golpe de 9 Termidor (27 de Julho de 1794) e Robespierre foi executado. O regime que se seguiu acabou com o Terror e afrouxou a maioria das regras extremas de Robespierre.

A Batalha de Waterloo, onde Napoleão foi derrotado pelo Duque de Wellington em 1815.

Napoleão Bonaparte foi o general francês que mais obteve sucesso nas guerras da Revolução, tendo conquistado grandes porções da Itália e forçado os Austríacos à paz. Em 1799, retornou do Egito e em 18 de Brumário (9 de Novembro) subjugou o governo, substituindo-o pelo seu Consulado, na qual tornou-se o primeiro Cônsul. Em 2 de Dezembro de 1804, depois duma tentativa de assassinato, ele coroou-se Imperador. Em 1805, Napoleão planejou invadir a Grã-Bretanha, mas a recém-criada aliança entre britânicos com russos e austríacos (Terceira Coalizão), forçou-o a direcionar a atenção para o continente, quando ao mesmo tempo ele tinha falhado em desviar a Armada Superior Britânica para longe do Canal da Mancha, ocasionando uma decisiva derrota francesa na batalha de Trafalgar em 21 de Outubro, colocando um fim nas esperanças de invadir a Grã-Bretanha. Em 2 de Dezembro de 1805, Napoleão derrotou o exército Austro-Russo, numericamente superior, em Austerlitz, forçando a Áustria desistir da coalizão e a fragmentação do Sacro Império Romano Germânico. Em 1806, a Quarta coalizão foi formada; em 14 de Outubro Napoleão derrotou os prussianos na Batalha de Jena-Auerstedt, marchando através da Alemanha e derrotando os russos em 14 de Junho de 1807 em Friedland. Os Tratados de Tilsit dividiram a Europa entre França e o Rússia e criou o Ducado de Varsóvia.

Em 12 de junho de 1812 Napoleão invadiu a Rússia com sua Grande Armée de aproximadamente 700.000 soldados. Depois das vitorias em Smolensk e Borodino, Napoleão ocupou Moscou, apenas para encontrá-la queimada pelo exército russo em retirada. Assim, ele foi forçado a bater com seu exército em retirada. Na volta seu exército foi arrasado pelos cossacos e sofreu de doenças, fome e o rigoroso inverno russo. Apenas 20.000 soldados sobreviveram à essa campanha. Em 1813, começou o declínio de Napoleão, sendo derrotado pelo Exército das Sete Nações na Batalha de Leipzig em Outubro de 1813. Ele foi forçado a abdicar depois da Campanha dos Seis Dias e a ocupação de Paris. Sob o Tratado de Fontainebleau ele foi exilado na Ilha de Elba. Retornou à França em 1º de março de 1815, convocou um exército leal, mas foi compreensivelmente derrotado por forças britânicas e prussianas na Batalha de Waterloo em 18 de junho de 1815.

A Formação das Nações[editar | editar código-fonte]

Populares apoiando a Revolução de 1848 em Berlim.

Depois da derrota da revolucionária França, outras grandes forças tentaram restaurar a situação existente antes de 1789. Em 1815, no Congresso de Viena, as maiores forças da Europa se organizaram para produzir um pacifico equilíbrio de poder entre os impérios depois das Guerras Napoleônicas (embora estivessem ocorrendo movimentos internos revolucionários) sob o sistema de Matternich. Entretanto, seus esforços foram incapazes de parar a propagação de movimentos revolucionários: a classe média foi profundamente influenciada pelos ideais de democracia da Revolução Francesa, a revolução Industrial trouxe importantes mudanças sócio-econômicas, as classes baixas começaram a ser influenciadas pelas idéias socialistas, comunistas e anarquistas (especialmente unidas por Karl Marx no Manifesto Comunista), e a preferência dos novos capitalistas era o liberalismo. Uma nova onda de instabilidade veio da formação de diversos movimentos nacionalistas (na Alemanha, Itália, Polônia, etc.), buscando uma unidade nacional e/ou liberação do domínio estrangeiro. Como resultado, o período entre 1815 e 1871 foi palco de um grande numero de conflitos e guerras de independência. Napoleão III, sobrinho de Napoleão I, retornou do exílio na Inglaterra em 1848 para ser eleito pelo parlamento francês, como o então "Presidente-Principe" e num golpe de estado eleger-se Imperador, aprovado depois pela grande maioria do eleitorado francês. Ele ajudou na unificação da Itália lutando contra o Império Austríaco e lutou a Guerra da Criméia com a Inglaterra e o Império Otomano contra a Rússia. Seu Império ruiu depois duma infame derrota para a Prússia, na qual ele foi capturado. A França então se tornou uma fraca república recusando a negociar e foi derrotada pela Prússia em poucos meses. Em Versalhes, o Rei Guilherme I da Prússia foi proclamado Imperador da Alemanha e a Alemanha moderna nasceu. Mesmo que a maioria dos revolucionários tenha sido derrotada, muitos estados europeus tornaram-se monarquias constitucionais em 1871, e Alemanha e Itália se desenvolveram em estados-nação. Foi no século XIX também que se observou o Império Britânico emergir como o primeiro poder global do mundo devido, em grande parte, à [[[Revolução Industrial]] e a vitória nas Guerras Napoleônicas.

Impérios[editar | editar código-fonte]

Paris e a Feira Mundial em 1884.


A paz iria apenas durar até que o Império Otomano entrasse em declínio o suficiente para se tornar alvo de outros. Isso incitou a Guerra da Criméia em 1854 e começou um tenso período de pequenos conflitos entre as nações dominantes da Europa que deram o primeiro passo para a posterior Primeira Guerra Mundial. Isso mudou uma terceira vez com o fim de varias guerras que transformaram o Reino da Sardenha e o Reino da Prússia nas nações da Itália e da Alemanha, mudando significamente o balanço do poder na Europa. A partir de 1870, a hegemonia Bismarquiana na Europa pôs a França em uma situação critica. Ela devagar reconstruiu suas relações internacionais, buscando alianças com a Grã-Bretanha e Rússia, para controlar o crescente poder da Alemanha sobre a Europa. Desse modo, dois lados opostos se formaram na Europa, aumentando suas forças militares e suas alianças ano a ano.

Guerra e Paz[editar | editar código-fonte]

Trincheiras seriam um dos mais famosos símbolos de combate durante a Primeira Guerra Mundial.

Apocalipse[editar | editar código-fonte]

Depois da relativa paz na maior parte do século XIX, a rivalidade entre as potências européias explodiu em 1914, quando a Primeira Guerra Mundial começou. Mais de 60 milhões de soldados europeus foram mobiliados entre 1914 e 1918[17]. De um lado estavam Alemanha, Áustria-Hungria, o Império Otomano e a Bulgária (Poderes Centrais/Tríplice Aliança), enquanto que no outro lado estavam a Sérvia e a Tríplice Entente – a elástica coalizão entre França, Reino Unido e Rússia, que ganhou a participação da Itália em 1915 e dos Estados Unidos em 1917. Embora a Rússia tenha sido derrotada em 1917 (a guerra foi uma das maiores causas da Revolução Russa, levando à formação da comunista União Soviética), a Entente finalmente prevaleceu no outono de 1918.

No Tratado de Versalhes (1919) os vencedores impuseram severas condições na Alemanha e nos novos estados reconhecidos (tais como Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Áustria, Iugoslávia, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia) criados na Europa Central a partir dos extintos lmpérios Alemão, Austro-Húngaro e Russo, supostamente na base da auto-definição. A maioria desses países entraria em guerras locais, sendo a maior delas a Guerra Polaco-Soviética (1919-1921). Nas décadas seguintes, o medo do comunismo e a Grande Depressão de 1929-1933 levaram grupos extremistas nacionalistas - sob a categoria do fascismo – na Itália (1922), Alemanha (1933), Espanha (depois da guerra civil, terminada em 1939) e em outros países como a Hungria.

Ficheiro:Soviet Union, Lenin (55).jpg
"Paz, Pão e Terra" foi a mensagem revolucionária do Partido Bolchevique e de Lênin para o povo russo, enraivecido pela guerra.

Depois de aliar-se com a Itália de Mussolini no Pacto de Aço e assinar o pacto de não-agressão com a União Soviética, o ditador alemão Adolf Hitler começou a Segunda Guerra Mundial em 1º de Setembro de 1939 invadindo a Polônia, depois de uma expansão militar ocorrida no final dos anos 1930. Depois de sucessos iniciais (principalmente a conquista do oeste da Polônia, grande parte da Escandinávia, França e os Balcãs antes de 1941), as forças do Eixo começaram a estender-se em 1941. Os principais oponentes ideológicos de Hitler eram os comunistas da Rússia, mas por causa da falha alemã em derrotar o Reino Unido e as falhas italianas no norte da África e no Mediterrâneo, as forças do Eixo se resumiram à Europa Ocidental, Escandinávia e também atacarem a África. Entretanto, o ataque à União Soviética (que junto com a Alemanha dividiu a Europa central em 1939-1940) não foi feita com a força necessária. Apesar de um sucesso inicial, o exército alemão foi parado perto de Moscou em Dezembro de 1941.

Apenas no próximo ano é que o avanço alemão seria parado e eles começariam a sofrer uma série de derrotas, como por exemplo, nas batalhas de Stalingrado e Kursk. Nesse ínterim, o Japão (aliado de Alemanha e Itália desde Setembro de 1940) atacou os britânicos no Sudeste Asiático e os Estados Unidos no Havaí em 7 de Dezembro de 1941; a Alemanha então completou sua expansão declarando guerra aos Estados Unidos. A guerra aumentou a tensão entre o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados (Reino Unido, União Soviética e os Estados Unidos). As forças Aliadas venceram no norte da África e invadiram a Itália em 1943, e a ocupada França em 1944. Na primavera de 1945, a Alemanha foi invadida pelo leste pela União Soviética e pelo oeste pelos Aliados; Hitler cometeu suicídio e a Alemanha se rendeu no começo de maio acabando com a guerra na Europa.

O período foi marcado também por um industrializado e planejado genocídio. A Alemanha começou o sistemático genocídio de mais de 11 milhões de pessoas, incluindo a maioria dos judeus da Europa e ciganos, assim como milhões de poloneses e eslavos soviéticos. O sistema soviético de trabalho forçado, as expulsões e a grande fome da Ucrânia tiveram semelhante carga de mortes. Durante e depois da guerra, milhões de civis foram afetadas pelas forçadas transferências da população.

Guerra Fria[editar | editar código-fonte]

Trabalhadores da Alemanha Oriental construindo o Muro de Berlim, 20 de Novembro de 1961.

A primeira e especialmente a segunda guerra mundial acabaram com a eminente posição da Europa ocidental. O mapa da Europa foi redesenhado na Conferência de Yalta e dividido se tornou a principal zona de contenção na Guerra Fria entre dois blocos, os países ocidentais e o bloco Oriental. Os Estados Unidos e a Europa ocidental (Reino Unido, França, Itália, Países Baixos, Alemanha Ocidental, etc.) estabeleceram a aliança da OTAN como proteção contra uma possível invasão soviética. Depois, a União Soviética e o Leste Europeu (Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária e Alemanha Oriental) estabeleceram o Pacto de Varsóvia como proteção contra uma possível invasão dos EUA.

Na mesma época, a Europa Ocidental lentamente começou um processo de integração política e econômica, desejando uma Europa unida para prevenir outra guerra. Esse processo resultou naturalmente no desenvolvimento de organizações como a União Européia e o Conselho da Europa. O movimento Solidarność que aconteceu na década de 1980 enfraqueceu o governo comunista na Polônia, foi o começo do fim do domínio comunista na Europa Oriental e o declínio da União Soviética. O líder soviético Mikhail Gorbachev instituiu a Perestroika e a Glasnost, que enfraqueceram oficialmente a influência soviética na Europa Oriental. Os governos que davam suporte aos soviéticos entraram em colapso e a Europa Ocidental anexou a Oriental em 1990. Em 1991, a própria União Soviética ruiu, dividindo-se em 15 estados, com a Rússia pegando o lugar da União Soviética no Conselho de Segurança da ONU. A separação mais violenta aconteceu na Iugoslávia, nos Balcãs. Quatro (Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina e Macedônia) das seis repúblicas iugoslavas declararam independência e para a maioria delas uma violenta guerra se seguiu, em algumas partes até 1995. Em 2006, Montenegro se separou e declarou independência, seguido por Kosovo, formalmente uma província autônoma da Sérvia, em 2008. Na era pós-Guerra Fria, OTAN e a União Européia vem gradualmente admitindo a maioria dos antigos estados membros do Pacto de Varsóvia.

Reunificação e Integração[editar | editar código-fonte]


Em 1992, o Tratado de Maastricht foi assinado pelos então membros da União Européia. Isso transformou o ‘Projeto Europeu’ de ser uma comunidade econômica com certos aspectos políticos, numa união com uma intensa cooperação, e prosperar baseado em uma união de soberanias nacionais.

Em 1985, o Acordo de Schengen criou uma área sem fronteiras sem controle de passaporte entre os estados que o assinaram[18].

Uma moeda comum para a maioria dos estados membros da UE, o euro, foi estabelecida eletronicamente em 1999, oficialmente partilhando todas as moedas de cada participante com os outros. A nova moeda foi posta em circulação em 2002 e as velhas foram tiradas de circulação. Apenas três países dos 15 estados-membros decidiram não aderir ao euro (Reino Unido, Dinamarca e Suécia). Em 2004, a UE deu ordem à sua maior expansão, admitindo 10 novos membros (oito dos quais antigos estados comunistas). Dois mais entraram em 2007, num total de 27 nações.

Um tratado estabelecendo uma constituição para a UE foi assinado em Roma em 2004, com a intenção de substituir todos os antigos tratados com apenas um só documento. Entretanto, sua ratificação nunca foi feita devido à rejeição de franceses e holandeses via referendo. Em 2007, concordou-se em substituir aquela proposta com um novo tratado reformado, o Tratado de Lisboa, que iria entrar como uma emenda ao invés de substituir os tratados existentes. Esse tratado foi assinado em 13 de Dezembro de 2007, e vai entrar em vigor em janeiro de 2009, se ratificado até essa data. Isso dará a União Européia seu primeiro presidente permanente e ministro de relações exteriores.

Os Balcãs são a parte da Europa que mais deseja aderir a União Européia, com a Croácia notadamente esperando ser aceita antes de 2010.

Notas e Referências[editar | editar código-fonte]

Veja também[editar | editar código-fonte]

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Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

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