Bacia de Campos

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Vitória, Limite Superior está localizado em: Brasil
Vitória, Limite Superior
Localização do Limite Superior da Bacia de Campos em Vitória
20° 19′ 08″ S, 40° 20′ 16″ O
Arraial do Cabo, Limite Inferior está localizado em: Rio de Janeiro
Arraial do Cabo, Limite Inferior
Localização do Limite Inferior da Bacia de Campos em Arraial do Cabo
22° 58′ 14″ S, 42° 01′ 36″ O

A Bacia de Campos é uma bacia sedimentar brasileira situada na costa norte do estado do Rio de Janeiro, estendendo-se até o sul do estado do Espírito Santo, entre os paralelos 21 e 23 sul. Possui aproximadamente 115.800,00 quilômetros quadrados. Seu limite, ao sul, com a Bacia de Santos ocorre no Alto de Cabo Frio; ao norte, com a Bacia do Espírito Santo, ocorre no Alto de Vitória. Seu nome deriva do nome da cidade de Campos dos Goytacazes[1], seguindo orientações do Código de Nomenclatura Estratigráfica Internacional, que orienta que sítios geológicos - nesse caso uma bacia sedimentar - recebam o nome de acidentes geológicos ou cidades próximas. As principais atividades de exploração e produção são realizadas na cidade de Macaé, onde está localizada a base da Petrobras na praia de Imbetiba, além dos municípios de Campos dos Goytacazes, São João da Barra, Quissamã, Carapebus e da região sul do Estado do Espírito Santo.[2]

Em outubro de 2020 a Bacia de Campos foi a segunda maior produtora de petróleo e gás natural do Brasil, atrás somente da Bacia de Santos, tendo produzido 865.724 barris de óleo e 17,67 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, totalizando 976.871 barris de óleo equivalente por dia. Em números relativos, Campos produziu 30% do petróleo e 14% do gás natural produzidos no Brasil[carece de fontes?].

Sistema Petrolífero[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Sistema petrolífero

Reconhece-se quatro estágios geológicos evolutivos na bacia de Campos, que são pré-rifte (continental), rifte (continental), proto-oceânico (transicional evaporítico) e drift (marinho).[3] Presente em todos as bacias sedimentares marginais do leste do Brasil.

As rochas geradoras de hidrocarbonetos da Bacia de Campos correspondem a folhelhos orgânicos. As principais rochas reservatório da bacia são arenitos turbidíticos, depositados desde o andar geológico Albiano até o Mioceno, seguidos de calcarenitos, depositados durante o andar Albiano, calcáreos de origem microbial, principalmente cianobactérias, depositadas durante o andar Aptiano e de coquinas, rochas formadas por restos de carapaças de crustáceos, e que foram depositadas durante o andar Barremiano[4]. Tanto as coquinas quanto os calcáreos microbiais são informalmente denominados como Camada pré-sal.

Rochas Geradoras
Rocha Identificação Período Geológico
Folhelhos Formação Lagoa Feia
Margas Formação Lagoa Feia
Rochas Reservatórios
Rocha Identificação Período Geológico
Turbiditos Formação Carapebus K. e Terciano [5]
carbonatos Formação de Macaé Albiano [6]
Arenitos Arenito Namorado da Formação de Macaé Turoniano
Coquinas Formação Lagoa Feia Barremiano
Basaltos Formação Cabiúnas Neocomiano
Rochas Capeadoras
Rocha Identificação Período Geológico
Calcilutitos [7]
Margas Formação Lagoa Feia
Folhelhos Formação Lagoa Feia
Reservatórios
Reservatório Porosidade (%) Permeabilidade mD
Basaltos Neocomiano Fraturas Alta
Carbonatos Barremiano (coquinas) do rift 15 - 20 até 1.000
Carbonatos Albiano 18 45
Turbiditos Cretáceo Superior 20 - 25 100 a 1.000
Turbiditos Terciário 25 - 31 até 2.500
Poços[8]
Água Rasa Água Profunda
BM-C-21 BM-C-20
BM-C-22 BM-C-24
BM-C-23 BM-C-25

Exploração[editar | editar código-fonte]

Descoberta a Bacia de Campos, localizada na costa norte do estado do Rio de Janeiro, estendendo-se até o sul de Espírito Santo, com 826 poços exploratórios, sendo 391 poços considerado pioneiro. Com aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados, essa passa a ser a maior província petrolífera do Brasil, responsável por mais de 80% da produção nacional do petróleo. A exploração desta Bacia iniciou-se com a descoberta do Campo de Garoupa e teve seu inicio comercial em 1977, no campo de Enchova, com uma produção de 10 mil barris por dia em uma plataforma flutuante.[2]

As primeiras plataformas utilizadas eram do tipo fixa, com jaquetas fixadas no fundo do mar. Na medida em que a exploração alcançou lâminas d'água mais profundas, foram desenvolvidos outros conceitos de unidades de produção flutuantes, como os FPSOs e as SS.[9]

Hoje existem 55 campos, desde o sul do Espírito Santo, como Cachalote e Jubarte, até a região de Cabo Frio, que extraem cerca de 1,49 milhão de barris de óleo e 22 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Os maiores campos são os campos gigantes de Marlim, Marlim Sul e Roncador localizados em Macaé - RJ. Operam na região 45 plataformas marítimas das quais 41 de produção e quatro de processamento de petróleo que pertence a cidade de Macaé, conhecida como a capital brasileira do petróleo.

Referências gerais[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «PEA-BC». IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis. Consultado em 30 de abril de 2019 
  2. a b ANP (28 de março de 2002). «Brasil Round 4, BACIA DE CAMPOS» (PDF) 
  3. Geologia
  4. Milani, E.J.; Milali, E. J. et al (2007). «Cartas Estratigráficas – Bacia de Campos». Rio de Janeiro: Petrobras. Boletim de Geociências da Petrobras. 15 (2): 511–529 
  5. SEDIMENTOLOGIA E PETROLOGIA DOS DEPÓSITOS TURBIDÍTICOS DO CRETÁCEO SUPERIOR DA ÁREA DO CAMPO DE PEREGRINO, BACIA DE CAMPOS, RJ
  6. Rochas carbonáticas - calcários
  7. Dicionário
  8. Tabela de Sísmica e Poços - Brasil Round 4
  9. A Bacia de Campos
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