Petrobras Argentina

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Petrobras Argentina
Petrobras Argentina
Razão social Petrobras Argentina S.A.
Empresa de capital aberto
Atividade Petróleo e energia elétrica
Gênero Subsidiária
Fundação 2004
Destino Incorporada
Encerramento 2016
Sede Buenos Aires,  Argentina
Área(s) servida(s)  Argentina,  Peru,  Bolívia,  Venezuela, Equador,  Brasil
Proprietário(s) Petrobras
Sucessora(s) Pampa Energía
Website oficial www.petrobras.com.ar[ligação inativa]

Petrobras Argentina foi uma companhia energética argentina, sediada em Buenos Aires. Primariamente subsidiaria da Petrobras, foi adquirida pelo grupo Pampa Energía. Com capital aberto na Bolsa de Buenos Aires, compondo o índice Merval, atuou na exploração, refino, distribuição de petróleo e gás natural e derivados, além de geração, transporte e distribuição de energia elétrica e na indústria petroquímica.[1]

História[editar | editar código-fonte]

As atividades da Petrobras na Argentina foram iniciadas em 1990, com atividades de exploração de campos de petróleo e gás, em um processo de internacionalização das atividades da Petrobras.[2]

Em 1992, a Braspetro (subsidiária internacional da Petrobras) e a BR (subsidiária de distribuição da Petrobras) assinaram um acordo de associação, visando o mercado de distribuição de derivados argentino.[3]

Em 1997, a Braspetro adquiriu direitos de exploração no bloco Puesto Zuñiga, na Bacia de Neuquén. [3]

Em 2000, é constituída a Mega, atuante no segmento de gás e energia, com um investimento no valor de US$ 715 milhões, na qual a Petrobrás entrou com 34% do capital, além da Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF) (38%) e da Dow Chemical (28%). [3]

Troca de ativos com a Repsol-YPF[editar | editar código-fonte]

Em 2001, foi realizado um acordo para a troca de ativos entre a Petrobras e a Repsol-YPF, pelo qual a Petrobras assumiu 700 postos de combustível da EG3 na Argentina e a Refinaria Ricardo D. Eliçabe na cidade de Bahía Blanca, na Província de Buenos Aires, com capacidade de produção de 30,5 mil barris por dia. Em troca, a Repsol-YPF assumiu cerca de 300 postos da BR Distribuidora no Brasil e 30% da Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), no Rio Grande do Sul, com capacidade de produção de 188 mil barris por dia. A transação foi avaliada em US$ 1 bilhão.[4]

Posto Petrobras na Argentina

Com a crise política e econômica da Argentina em 2001, a Petrobras ampliou sua participação no território. Em agosto de 2002, foi adquirida a Petrolera Santa Fé por US$ 85,5 milhões, produtora de petróleo e gás nos campos de Sierra Chata, Refugio Tupungato, Atamisqui e El Tordillo, além de concessionária do campo de El Mangrullo.[5]

Aquisição da Pérez Companc[editar | editar código-fonte]

Em outubro de 2002, foi adquirida a empresa argentina de energia Pérez Companc (Pecom) pelo valor de US$ 1,2 bilhão mais a assunção de dívidas superiores a US$ 2 bilhões. A companhia atuava em vários países da América Latina, no setor de petróleo, gás natural e energia elétrica, controlando ou tendo participação minoritária na Argentina naː [1]

  • exploração e produção de óleo e gás (Petrolera Pérez Companc);
  • refino (Refinaria de San Lorenzo e Refinaria Del Norte);
  • distribuição de combustíveis (117 postos das marcas San Lorenzo e PeCom);
  • comercialização e transporte de produtos (Transportadora de Gas del Sur - TGS, Oleoductos del Valle, Terminales Marítimas Patagónicas);
  • petroquímica (Complexo Puerto General San Martin, Complexo Zarate, División Fertilizantes, Petroquímica Cuyo);
  • geração de energia (hidrelétricas Piedra Del Águila e Pichi Picún Leufú, e termelétrica Genelba);
  • transmissão de energia (Enecor, Transba, Transener, Yacylee);
  • distribuição de energia (Edesur)
Posto Petrobras em Buenos Aires

A Pérez Companc era detentora de 22 campos produtores na Argentina e 15 em outros países e 7 mil km de dutos. A empresa também tinha negócios no Brasil (blocos de exporação e petroquímica Innova), Bolívia, Equador, Peru e Venezuela. O nome da companhia foi alterado para Petrobras Energía S.A. (Pesa).[6][1]

Com a aquisição da Pecom, a produção de petróleo e gás da Petrobras na Argentina passou de 20 mil boe/dia para 120 mil boe/dia em 2002.[7]

Fusão[editar | editar código-fonte]

Em novembro de 2004, foi iniciado um processo de fusão das empresas da Petrobras na Argentina, com a incorporação pela Petrobras Energía S.A. (Pesa) das empresas EG3 S.A. (refino e distribuição), Petrobras Argentina S.A. (produção de óleo e gás) e Petrolera Santa Fé S.R.L (produção de óleo e gás). Com a fusão, a Petrobras se tornou a segunda maior empresa petrolífera da Argentina, controlando 12% da produção e 14% das reservas de petróleo, além de atuar em todos os segmentos do setor energético. Em 2009, a razão social da Petrobras Energia passaria a se chamar Petrobras Argentina.[3][8]

Torre Pérez Companc, adquirida pela Petrobras

Em 2004, a Petrobras era proprietária de cinco unidades petroquímicas, uma rede de oleodutos e gasodutos, participação na Transportadora de Gas del Sur (TGS), na Transener (empresa de transmissão e distribuição de eletricidade), duas hidrelétricas (Piedra Del Águila e Pichi Picún Leufú) e participação na termelétrica Genelba (que era responsável por 10% da energia elétrica do país), consolidando-se como uma empresa integrada de energia.[3]

Venda[editar | editar código-fonte]

Em 2007, a Petrobras vendeu as transmissoras Transener por US$ 54 milhões e Yacylee por US$ 6 milhões.[1]

Em 2010, a Refinaria de San Lorenzo e 345 postos de combustível foram vendidos para a Oil Combustibles por US$ 110 milhões.[9]

Em julho de 2016, a Petrobras vendeu a totalidade da participação de 67,19% na Petrobras Argentina (PESA) para a Pampa Energía por US$ 897 milhões. A Petrobras manteve 33,6% da concessão de Rio Neuquen, na Argentina e 100% do ativo de Colpa Caranda, na Bolívia.[10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Marcos Carra (2014). «A Petrobras e a integração da América do Sul: as divergências com o governo brasileiro (1995-2010)» (PDF). UFRGS. Consultado em 19 de julho de 2023 
  2. «Petrobras para a Pampa Energia». Consultado em 2 de maio de 2017 
  3. a b c d e Ferreira, Pablo Gabriel (junho de 2009). «A Petrobrás e as reformas do setor de petróleo e gás no Brasil e na Argentina». Revista de Sociologia e Política: 85–96. ISSN 0104-4478. doi:10.1590/S0104-44782009000200007. Consultado em 19 de julho de 2023 
  4. «Folha de S.Paulo - Petrobras conclui acordo com Repsol - 24/10/2001». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 19 de julho de 2023 
  5. «EBC». memoria.ebc.com.br. Consultado em 19 de julho de 2023 
  6. «EBC». memoria.ebc.com.br. Consultado em 19 de julho de 2023 
  7. www2.senado.leg.br https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/492580/noticia.htm?sequence=1. Consultado em 19 de julho de 2023  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  8. «EBC». memoria.ebc.com.br. Consultado em 19 de julho de 2023 
  9. «Pesa vende refinaria San Lorenzo». Petróleo Hoje. 5 de maio de 2010. Consultado em 19 de julho de 2023 
  10. «Finalizamos operação de venda da Petrobras Argentina». Petrobras. Consultado em 19 de julho de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]