Língua chiquitana

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Chiquitano

besɨro

Falado(a) em: Bolívia, Brasil
Total de falantes: 7.860 (2000)[1] ​20.000 (2002-2008)[2]
Família: Língua isolada
Escrita: Alfabeto latino
Estatuto oficial
Língua oficial de: Bolívia
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---

O chiquitano, chiquito ou besɨro é uma língua indígena, originária dos Chiquitos e do Chaco boliviano é falada atualmente pelos Chiquitanos nas províncias de Ñuflo de Chávez, Velasco, Sandoval, Germán Busch, Ichilo e Chiquitos do departamento de Santa Cruz. Iténez do departamento de Beni e em alguns municípios brasileiros.

Desde a promulgação do Decreto Supremo Nº 25894, em 11 de setembro de 2000, o besiro é uma das línguas indígenas oficiais da Bolívia.[3][4]

Dialetos e variantes[editar | editar código-fonte]

Existem três grandes dialetos do chiquitano:

  • o das áreas de Concepción e Lomerío (Ñuflo de Chávez), San Rafael, Santa Ana e San José (Velasco);
  • o de San Javier (Velasco), e
  • o de San Miguel (Velasco), que é o mais diferenciado dos demais.

Uso e distribuição[editar | editar código-fonte]

Povos indígenas da Bolívia

O número de falantes varia muito de uma fonte para outra; Estima-se que existam cerca de 20.000 falantes,[4] embora a etnia Chiquitana tenha entre 47.000 e 60.000 indivíduos. Se for baseada no maior número, seria a quarta língua indígena mais falada na Bolívia depois do quechua, aymara e do chiriguano.

No Brasil[editar | editar código-fonte]

Lista das comunidades chiquitano no Mato Grosso, Brasil:[5]

As Comunidades Chiquitano no Brasil
Comunidade Município
Abandonado (Sítio São Sebastião) Cáceres
“Beira de Estrada” Cáceres
Porto Limão Cáceres
Corixa Grande Cáceres
Roça Velha Cáceres
Baía Bela Cáceres
Morrinho Cáceres
Asa Branca Porto Esperidião
São Fabiano Porto Esperidião
Vila Nova Porto Esperidião
Acurizinho Porto Esperidião
Barbecho Porto Esperidião
Acorizal Porto Esperidião
Fazendinha / Lagoa Porto Esperidião
Nossa Senhora Aparecida Vila Bela da Santíssima Trindade
Santa Lúcia Vila Bela da Santíssima Trindade
Furnalinda Pontes e Lacerda
Vila Nova Pontes e Lacerda
Bocaina Pontes e Lacerda
São Sebastião Pontes e Lacerda
São José Pontes e Lacerda
São Miguel Vila Bela da Santíssima Trindade
São Sebastião Vila Bela da Santíssima Trindade
“As Cruz” Vila Bela da Santíssima Trindade
Morrinho Tarumã Vila Bela da Santíssima Trindade
Santa Mônica Vila Bela da Santíssima Trindade
Palmarito Vila Bela da Santíssima Trindade
Matão Vila Bela da Santíssima Trindade
Nova Fortuna Vila Bela da Santíssima Trindade
Casalvasco Vila Bela da Santíssima Trindade
Cantão Vila Bela da Santíssima Trindade

Fonte: Quadro publicado no PDPI – Diretoria de Assuntos Fundiários (FUNAI, 2002[6]).

Estudos e normalização[editar | editar código-fonte]

Se usa um alfabeto padronizado é usado para sua escrita [7] Já foram usadas varias escritas desde a era colonial, por exemplo, há uma de 1993, escrita por Jesús Galeote.

Classificação[editar | editar código-fonte]

Considerado por alguns uma linguagem isolada, tem sido relacionado com o tronco macro-jê.[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Wikcionário
Wikcionário

Referências

  1. http://www.ethnologue.com/show_language.asp?code=cax
  2. http://books.google.cl/books?id=FO-mRpSog0YC&printsec=frontcover&hl=es#v=onepage&q&f=false
  3. http://www.lexivox.org/norms/BO-DS-25894.html
  4. a b https://web.archive.org/web/20081128100352/http://butler.cc.tut.fi/~fabre/BookInternetVersio/Dic%3DChiquitano.pdf
  5. Santana, Áurea Cavalcante. 2012. Línguas cruzadas, histórias que se mesclam: ações de documentação, valorização e fortalecimento da língua Chiquitano no Brasil. Doutorado, Universidade Federal de Goiás. (PDF)
  6. FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO – FUNAI/DAF. Plano de Desenvolvimento de Povos Indígenas (PDPI) – Grupo Indígena Chiquitano, MT. Diretoria de Assuntos Fundiários: Brasília, 2002.
  7. Pablino Parapaino Castro, et al.: Guía del alfabeto besiro. La Paz: Ministerio de Educación, Viceministerio de Educación Escolarizada y Alternativa, 2003.
  8. Áurea Cavalcante Santana: «Comparações preliminares entre a língua chiquitano (Brasil/Bolívia) e o proto-jê. Ponencia en el 52º Congreso Internacional de Americanistas, en Sevilla, julio de 2006.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • CIUCCI, L.; MACOÑÓ TOMICHÁ, J. 2018. Diccionario básico del chiquitano del Municipio de San Ignacio de Velasco. Santa Cruz de la Sierra: Ind. Maderera “San Luis” S. R. L., Museo de Historia. U. A. R. G. M. 61 f.
  • FUSS, M.; RIESTER, J. Zúbaka. La Chiquitanía: visión antropológica de una región en desarrollo. Tomo I: Vocabulario español–chiquito y chiquito–español. La Paz: Los Amigos del Libro, 1986. 385 f.
  • SANS, P. Éléments de sociolinguistique et de phonologie du bésɨro (chiquitano) : langue en danger des basses terres de Bolivie. 2010. 183 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Université de Lyon/Université Lumière Lyon 2. 2010.
  • GALEOTE TORMO, J. Manityana auki besiro: gramática moderna de la lengua chiquitana y vocabulario básico. Santa Cruz de la Sierra: Los Huérfanos, 1993. 393 f.
  • GIRARD, R. Documentación de la cantidad vocálica en chiquitano: algunas observacio-nes preliminares. In: GONZÁLEZ, H. A.; GUALDIERI, B. (Eds.). Lenguas Indígenas de América del Sur I. Fonología y Léxico. Mendoza: Editorial FFyL‒UNCuyo y SAL, 2012. p. 25‒38.
  • ADAM, L.; HENRY, V. Arte y vocabulario de la lengua chiquita. Paris: Maisonneuve y Cia, 1880. 136 f.
  • ADELAAR, W. F. H. Relações externas do Macro-Jê. O caso do Chiquitano. In: TELLES, S. V. T. de A. P. L.; PAULA, A. S. de (Orgs.). Topicalizando Macro-Jê. Recife: Nectar, 2008. p. 9‒28.
  • NIKULIN, A. First person singular markers in Migueleño Chiquitano. In: REISINGER, D. K. E.; LO, R. Y.-HS. (Eds.). Proceedings of the Workshop on the Structure and Constituency of Languages of the Americas 23. Vancôver: UBCWPL, 2019. p. 62–76.
  • NIKULIN, A. Indexical gender and grammatical gender in Chiquitano. Typology of Morphosyntactic Parameters, Moscou, v. 2, n. 1, p. 86–99, 2019.
  • NIKULIN, A. Contacto de lenguas en la Chiquitanía. Revista Brasileira de Línguas Indígenas, Macapá, v. 2, n. 2, p. 5–30, 2019.
  • Santana, Áurea Cavalcante. 2005. Transnacionalidade lingüística: a língua Chiquitano no Brasil. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Goiás. (PDF)
  • Santana, Áurea Cavalcante. 2012. Línguas cruzadas, histórias que se mesclam: ações de documentação, valorização e fortalecimento da língua Chiquitano no Brasil. Doutorado, Universidade Federal de Goiás. (PDF)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]