Estação Ferroviária de Leça do Balio
Leça do Balio
| |||
---|---|---|---|
Comboio de contentores a passar por Leça do Balio, em 2012, visto do lado norte | |||
Identificação: | 21071 LBA (Leça Balio)[1] | ||
Denominação: | Estação Satélite de Leça do Balio | ||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (norte)[2] | ||
Classificação: | ES (estação satélite)[1] | ||
Linha(s): | Linha de Leixões (PK 13+053) | ||
Altitude: | 76 m (a.n.m) | ||
Coordenadas: | 41°12′30.41″N × 8°37′46.46″W (=+41.20845;−8.62957) | ||
| |||
Município: | Matosinhos | ||
Coroa: | MTS (C5) | ||
Equipamentos: | |||
Inauguração: | 18 de setembro de 1938 (há 86 anos) | ||
Encerramento: |
| ||
Website: |
A estação ferroviária de Leça do Balio (palavra por vezes incorretamente grafada pelo operador como "Bálio"[2][3]:141] e também como "Bàlio")[4][5] é uma interface ferroviária encerrada da Linha de Leixões, que servia a freguesia de Leça do Balio, no Município de Matosinhos, em Portugal. Fez parte desde o princípio do troço entre Leixões e Contumil, que entrou ao serviço em 18 de Setembro de 1938.[6] Ainda que integrada numa linha maioritariamente vocacionada para transporte de mercadorias, esta interface fez serviço de passageiros em 1938-1987[7] e em 2009-2011, tendo sido, neste último período, estação terminal do serviço que a ligava à Linha do Minho em Contumil.[8]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Localização e acessos
[editar | editar código-fonte]Esta estação tem acesso pela Avenida Dr. Ezequiel Campos, distando menos de meio quilómetro do centro de Gondival (EBJI), no concelho de Matosinhos.[9]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para Leixões).[10][11] Esta interface apresenta quatro vias de circulação, designadas como I, II+A2, IA, e I+IA, com comprimentos entre 357 e 139 m, acessíveis por plataforma de 124 m de comprimento e 70 cm de altura; existem ainda duas vias secundárias, identificada como III e IV, com comprimentos respetivos de 151 e 100 m, das quais a primeira se encontra eletrificada.[2]
Nominalmente adstrito a esta estação e classificado como Ramal Particular, o Ramal Leça do Balio Petroquímica (cód. 109; dep. 21097) inseria-se na rede ferroviária ao PK 14+452 (ou seja, mais próximo do apeadeiro de Custió-Araújo),[1] gerido pela Petibol e com tipologia «Linhas de Carga/Desc. Privado»;[3] elencado em documentos oficiais até 2022,[3] deixa de figurar junto com ramais análogos no ano seguinte.[2]
Azulejos
[editar | editar código-fonte]A edifício de passageiros desta estação foi decorado com painéis de azulejos policromados retratando cenas de temática campestre.[12] O artista responsável foi Leopoldo Battistini, que utilizou azulejos e enquadramentos muito recortados no estilo barroco, produzidos pela Fábrica Constância,[13] de Lisboa, de que era diretor artístico.[14]
História
[editar | editar código-fonte]Planeamento e construção
[editar | editar código-fonte]Em 1931, o empresário Waldemar Jara d’Orey conseguiu, por concurso público de 27 de Janeiro, a empreitada de construção da Linha de Cintura do Porto, incluindo a via férrea de Contumil e Leixões, e a construção de todas as estações e apeadeiros, incluindo a de Leça do Balio.[15] O conjunto desta estação incluía, entre outras infra-estruturas, as vias, vedações, as plataformas, a calçada à portuguesa, e uma estrada de acesso.[15] Também deveria ficar desde logo ligada à rede telefónica, para comunicar com as restantes estações da linha.[15] Em finais de 1933, estavam quase terminadas as obras de uma casa de pessoal em Leça do Balio.[15]
Na reunião de Janeiro de 1934 da Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos de Ferro, foi aprovada a instalação de painéis de azulejos nos exteriores das estações de Leça do Balio e de São Mamede de Infesta.[16]
Em 1937, o Ministério das Obras Públicas e Comunicações contratou com a empresa de José Maria dos Santos & Santos para a realização da empreitada n.º 9 da Linha de Cintura do Porto, correspondente à instalação de iluminação eléctrica em várias estações desta linha, incluindo a de Leça do Balio.[17]
Um diploma publicado pelo Ministério das Obras Públicas no Diário do Governo n.º 183, II Série, de 9 de Agosto de 1938, informou que já tinha sido recebido o auto de recepção definitiva da empreitada n.º 9 da Linha de Cintura do Porto, relativa à instalação da iluminação eléctrica em várias estações da linha, incluindo Leça do Balio, pela empresa José Maria dos Santos & Santos.[18]
Entrada ao serviço
[editar | editar código-fonte]O troço entre Contumil e Leixões foi aberto à exploração no dia 18 de Setembro de 1938.[6]
No XIII Concurso das Estações Floridas, organizado em 1954 pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e pela Repartição de Turismo do Secretariado Nacional de Informação, a estação de Leça do Balio recebeu um diploma de menção honrosa especial.[19]
Em 1987 esta interface deixou de operar para serviço de passageiros, dada a suspensão deste em toda a Linha de Leixões.[7]
Século XXI
[editar | editar código-fonte]Em 2010, apresentava duas vias de circulação, com 352 e 346 m de comprimento; as duas plataformas tinham ambas 70 m de extensão e 70 cm de altura[20] — valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais.[2]
O serviço de passageiros foi retomado em 22 de Maio de 2009, ficando esta interface como terminal provisório da efémera “Linha Roxa” da USGP que a ligava à Linha do Minho em Contumil.[8] Todos os comboios de passageiros na Linha de Leixões foram suspensos pela operadora Comboios de Portugal no dia 1 de Fevereiro de 2011, por alegada reduzida procura.[8]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b c (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ a b c d e Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
- ↑ a b c Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
- ↑ Horário verão 1980 Caminhos de Ferro Portugueses: Lisboa, 1980: p.50
- ↑ Horário verão 1984 Caminhos de Ferro Portugueses: Lisboa, 1984: p.50
- ↑ a b «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 30 de Agosto de 2013
- ↑ a b MIDÕES, Miguel (24 de Junho de 2021). «No "cérebro" das renovações da CP, guiado por um ferroviário». TSF. Consultado em 22 de Janeiro de 2022
- ↑ a b c SIMÕES, Pedro Olavo (31 de Dezembro de 2004). «Deixa de apitar o comboio fantasma». Jornal de Notícias. Consultado em 21 de Maio de 2011. Cópia arquivada em 22 de Fevereiro de 2014
- ↑ «Cálculo de distância pedonal (41,20846; −8,62981 → 41,20836; −8,63316)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 12 de agosto de 2024: 490 m: desnível acumulado de +12−1 m
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
- ↑ MARTINS et al, 1996:40
- ↑ PEREIRA, 1995:418
- ↑ MARTINS et al, 1996:41-43
- ↑ a b c d «Construções Ferroviárias: A Linha de Cintura do Porto» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1112). 16 de Abril de 1934. p. 215-217. Consultado em 30 de Agosto de 2013
- ↑ «Direcção-Geral dos Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1107). 1 de Fevereiro de 1934. p. 99. Consultado em 2 de Janeiro de 2017
- ↑ «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1192). 16 de Agosto de 1937. p. 413-414. Consultado em 27 de Agosto de 2013
- ↑ «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 50 (1216). 16 de Agosto de 1938. p. 391-393. Consultado em 20 de Fevereiro de 2018
- ↑ «XIII Concurso das Estações Floridas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 67 (1608). 16 de Dezembro de 1954. p. 365. Consultado em 2 de Janeiro de 2017
- ↑ «Directório da Rede 2011». Rede Ferroviária Nacional. 25 de Março de 2010. p. 69
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- PEREIRA, Paulo (1995). História da Arte Portuguesa. III. Barcelona: Círculo de Leitores. 695 páginas. ISBN 972-42-1225-4
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Galeria de fotografias da Estação de São Leça do Balio, no sítio electrónico Railfaneurope» (em inglês)
- «Página sobre a Estação de São Leça do Balio, no sítio electrónico Wikimapia»
Concursos das Estações Floridas
| ||||||
---|---|---|---|---|---|---|
Ano | Prémio | |||||
1.º | 2.º | 3.º | 4.º | 5.º | 6.º | |
1941 | Castêlo da Maia | Luso-Buçaco | Alcântara-Mar | |||
1942 | Castêlo da Maia | Portimão | Carcavelos | |||
1943 | Rio Tinto | Fornos de Algodres | Olhão | |||
1944 | Darque | Olhão | Pero Negro | |||
1945 | Leça do Balio | Caminha | Afife | |||
1946 | Runa | Pinhal Novo | Leixões | |||
1947 | Runa | Fornos de Algodres | Caminha | |||
1948 | Caminha | Fornos de Algodres | Castelo de Vide | |||
1950 | Runa | Olhão | Caminha | |||
1951 | Valado | Runa | Cête | Leixões | Olhão | Caminha |
1952 | Leixões | Valado | Runa | Olhão | Cête | Afife |
1953 | Olhão | Caminha | Valado | Runa | Rio Tinto | Leixões |
1954 | Leixões | S. Mamede de Infesta | Valado | Rio Tinto | Runa | Olhão |
1955 | Valado | Leixões | Barroselas | Olhão | Fornos de Algodres | Luso-Buçaco |
1956 | Valado | Leixões | Cête | Paçô Vieira | Olhão | Paredes |
1957 | Luso-Buçaco | Valado | Paçô Vieira | Fronteira | Fornos de Algodres | Contumil |
1958 | Caminha | Leixões | Olhão | Valado | Luso-Buçaco | Fronteira |
1959 | Fronteira | Fornos de Algodres | Contumil | Luso-Buçaco | Valado | Olhão |
1960 | Elvas | Barcelos | Macinhata | Covas | Olhão | Canedo |
1961 | S. João da Madeira | S. Mamede de Infesta | Valença | Porto-Trindade | Chaves | Celorico de Basto |